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Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O romantismo do Som da Filadélfia




A década de 1970 foi marcada pelo soul da Filadélfia (Estado da Costa Leste Norte-Americana). Pelas mãos do trio Keneth Gamble, Leon Huff e Thom Bell ( grande compositor, arranjador e produtor) alçaram voo para o sucesso grupos como The Stylistics, Spinners, O´Jays, Harold Melvin & The Blue Notes e o músico Billy Paul, lembrado até hoje pelo megasucesso "Me and Mrs  Jones", ganhador do Grammy de 1973.
Ao contrário da soul music de Detroit, com ritmo marcado por palmas e forte linha de contrabaixo, na Filadélfia predominavam os ricos arranjos de metais, deixando a música mais leve. Se fosse no Brasil, o som de Detroit lembraria o samba da Bahia  e o da Filadélfia o executado em São Paulo, tirando como exemplo a música "Ronda", imortalizada na voz de Márcia.
Em 1971, Thom Bell transformou-se no principal arquiteto da Philadelphia Soul (conhecida nos Estados Unidos como Philly Sound). Em dupla com a letrista Linda Creed, compôs sucessos eternos, como "Stop, Look, Listen", "You are Everything" e "You Make me Feel Brand New", que fizeram os Stylistics vender mais de 10 milhões de discos em 1974.
Pianista clássico, Bell sabia deixar bonita uma composição. Quando tinha 19 anos, no final da década de 1950, foi arranjador  responsável pelo lançamento de Chubby Checker, além de autor de várias de suas músicas. Nos anos de 1960, passou a produzir o grupo de soul Delfonics, com destaque para o vocalista Major Harris. Ele ficou célebre, em 1975, ao gravar a balada "Love Won´t Let me Wait". Que virou  trilha sonora de casais de namorados, porque no final dessa música os sussurros simulam um casal transando. 
Boa parte das letras de Thom Bell e Linda Creed abordava a questão amorosa. O grupo Harold Melvin & The Blues Notes estourou nos anos de 1970 com "The Love Lost". Nela é retratada a dor da perda de um amor. Os arranjos de teclados de Thom Bell colocaram "The Love Lost" nas principais paradas de sucesso dos Estados Unidos e virou marca registrada desse conjunto até a morte de Harold Melvin em 1997.
Outro destaque do Som da Filadélfia foi o cantor Billy Paul, que estourou em todo o mundo, em 1973, com o hit "Me and Mrs Jones". A letra, a princípio causou polêmica nos Estados Unidos, pois fala de um adultério. Com arranjo sofisticado, explorando bastante os teclados, o prêmio Grammy daquele ano acabou na Filadélfia.
Até 1978 durou essa alquimia, inclusive com lançamento, no Brasil, da coleção de discos "Black Beat", reunindo os principais sucessos do selo. Nessa época, Thom Bell e Linda Creed lançaram a cantora Tina Charles. Ela conseguiu emplacar alguns hits no Brasil e depois sumiu. A maioria de suas canções era carregada de arranjos de metais, como ocorria com o restante dos artista do cast. 
O segredo do êxito do Som da Filadélfia era a competência dos principais envolvidos naquela empreitada. Thom Bell era pianista clássico e compositor, assim como Kenny Gamble. Leon Huff não tocava nenhum instrumento, mas tinha grande sensibilidade musical, influenciando na produção final. Linda Creed  era excelente letrista, conseguia resumir uma história de amor em poucas linhas. Após sair da Filadélfia, Thom Bell virou arranjador dos Bee Gees e ajudou a fazer a trilha sonora de " Saturday Night Fevers " (Os Embalos de Sábado à Noite).

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