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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Jessie Clark Funk: quando se junta a fome com a vontade de comer

Jessie pegou gosto pela música aos seis anos de idade


   Literalmente a carreira de Jessie Clark Funk começou aos seis anos de idade, quando percebeu que gostava de música e passou a viajar por todos os Estados Unidos, Europa e África. Aos 15 anos foi para Orlando na Flórida para assinar seu primeiro contrato com uma gravadora. Ela cresceu em meio ao luxo, numa bela casa com lago no quintal, jet ski, e trabalhando com pessoas famosas, além de cartão de crédito que poderia ser usado em compras quando desejasse. Mas tudo não estava bem, porque sentia o coração vazio.

   Percebeu que o caminho da fama não tinha tanto ouro na estrada. Retornou para casa, ficando em Utah. No momento de dificuldade resolveu falar com Deus, para saber que decisão tomar, pois pensava em deixar de cantar. São poucos os artistas com coragem para este tipo de postura. 

   Logo as portas se abriram e passou, novamente, a  participar de gravações. Logo gravou seu CD. Lembrou que aos 16 anos enviou uma fita demo ao produtor Greg Hansen e ele a contratou para cantar canções temáticas. Ali nasceu uma relação de amizade com os executivos da Zion Company. Não demorou para lançar vários álbuns.  

   Dessa fornada saíram os CDs Clay in His Hands e Better Than I, e recentemente Everything Speaks His Name. Mesmo com a dura rotina imposta pela indústria da música, Jessie encontra tempo de ser mãe em tempo integral ao compartilhar canções que gosta de interpretar. Mantém suas prioridades, algo meio difícil em Hollywood e no agitado mundo do show biz. 

   Ela conhece o ritmo frenético desse meio, visto que aos 17 anos percorreu 36 estados norte americanos com o musical da Broadway, Footloose, porque além da música, a dança é outra paixão de Jessie. Nesse espetáculo cantava e dançava. A viagem durou quatro meses. Pelo visto ela juntou a fome com a vontade de comer, algo difícil na indústria da música.






Pancadão não é Funk!


A banda Chic misturou o Funk à Disco Music no final da década de 1970, destacando arranjos de cordas

A banda Earth Wind & Fire, criada no final da década de 1960, também toca e canta o Funk verdadeiro ao vivo

The Emotions explodiram nas paradas com o Funk " Best of My Love" em 1978

George Clinton é outro grande nome do Funk verdadeiro, suas músicas são verdadeiras adrenalinas

James Brown é considerado o "Pai" do Funk no início da década de 1960

A Banda KC and The Sunshine Band misturou o Funk à Disco Music e fez muito sucesso nas décadas de 1970 e 1980

Tim Maia é exemplo claro do Funk no Brasil, principalmente com o hit "Do Leme ao Pontal"

A banda Ohio Players tem mais de 50 anos de estrada e sempre privilegiou o Funk em suas letras

Average White Band gravou vários hits Funk, explorando lindos arranjos de metais

A banda Bar- Kays tem mais de 50 anos de estrada; é outro grande nome do Funk norte-americano

Brass Construction teve a maioria de suas músicas baseadas na Funk Music

Brothers Johnson fizeram muito sucesso no final da década de 1970, criando o estilo Slap de tocar contrabaixo

Cameo é outra banda que valoriza o Funk  dos Estados Unidos em suas canções

Chaka Khan é outra grande voz feminina do Funk legítimo dos Estados Unidos

Charles Wright gravou em 1975 o Funk romântico "Loveland" e estourou nas paradas de sucesso

O maestro, arranjador, compositor e cantor George Duke é outro grande nome do Funk legítimo

Rick James misturou o Funk com a Disco Music e fez muito sucesso na década de 1980

Kurtis Blow foi o primeiro rapper norte americano a fazer sucesso nos Estados Unidos, sem deixar o Funk de lado

Leo Sayer estourou nas paradas de sucesso com o Funk mesclado à Disco Music "You Make Me Feel  Like Dancing" em 1976

Tom Browne também agitou os bailes com Funk de qualidade nascido nas ruas dos Estados Unidos

Um dos grandes sucessos do grupo Sister  Sledge é o Funk "Frank", gravado na década de 1980

A banda War, criada no final da década de 1960, é um dos expoentes da Funk Music nos Estados Unidos

Chute! Atualmente quando se fala de Black Music muitos pseudos críticos começam a opinar sem qualquer conhecimento de causa. É o que ocorre com o Funk. Gênero que surgiu nos Estados Unidos no início da década de 1960. A música, por incrível que pareça, é influenciada pela matemática. Neste caso, por causa dos compassos, que ditam o número de notas por tempo. Essa anotação aparece na partitura após a clave de sol, usada para instrumentos de cordas. No caso do Rock, compasso 4x4, são tocadas quatro notas em quatro tempos, no samba duas notas em quatro tempos, no compasso 2x4, no caso do Blues 12 notas por oito tempos, em compasso 12x8.

  Quem já teve o prazer de tocar em estúdio sabe que a regra matemática dos compassos comanda qualquer gravação. O maestro liga o manômetro (instrumento que mede os compassos da música) e em cima dele é que sai a palhetada na guitarra, violão, cavaquinho, violino, banjo, contrabaixo, piano, órgão, instrumentos de sopro e até da bateria. Não existem meios de se fazer música sem passar pelos compassos. É como tentar gerar um filho sem espermatozoide e óvulo. Ou fazer omelete sem quebrar os ovos.

  Do início dos anos 2000 em diante a House Music, surgida nos Estados Unidos na década de 1980, com ênfase em canções de forte apelo erótico aliado a batidas repetitivas de contrabaixo e bateria, ganhou adeptos no Brasil. O ritmo surgido na Flórida acabou ganhando o nome de Funk nos bailes realizados no Rio de Janeiro, principalmente por equipes como a Furacão 2000. O mesmo esquema se repetiu com letra repletas de palavrões, elogios ao crime organizado, e danças bem sensuais, algumas até insinuando relação sexual, com as meninas colocando a língua para fora em movimentos lentos ao redor da boca.

  É neste trecho que começa a confusão, que inspirada na filosofia do nazista Joseph Goebbels, responsável pela propaganda do nazismo, que dizia categoricamente: “A mentira quando repetida várias vezes torna-se verdade”. Talvez por desinformação, alguns artistas e críticos musicais passaram a vender a ideia que a House Music é Funk. Bateram tanto nesta tecla que vários programas de televisão já incorporaram essa mentira as suas reportagens.

Regras musicais

  No mundo da música existem regras que nunca são quebradas. Os gêneros da Black Music (Soul, Rock, Blues, Reggae, Jazz, RAP, Sharm, Bossa Nova) têm particularidades que nunca mudam. Eles não surgem do nada. A matriz de todas está baseada no Blues, gênero musical já existente nos Estados Unidos na época da escravidão, antes do século 19. Ao lado do Gospel, o Blues está na raiz de todos esses ritmos que mudaram a indústria da música nos Estados Unidos e diversos outros países. Da mistura de Country (música sertaneja norte-americana) com Blues surgiu o Rock no final da década de 1940, do Soul, Blues e Calypso saiu o Reggae no final da década de 1950, na Jamaica; do Blues, mais Gospel  e Jazz veio o Soul na década de 1940, do Blues mais o Gospel nasceu o Sharm na década de 1970, do Gospel mais Blues saiu o Jazz na década de 1920, do Jazz, mais Soul e Rock veio o RAP no final da década de 1970, do Samba mais o Jazz nasceu a Bossa Nova no início da década de 1960, no Rio de Janeiro. Notem que na maioria dos gêneros musicais o Blues está incluído. No caso do Pancadão, denominado erradamente Funk no Brasil, ele não se faz presente, como ocorre com Funk verdadeiro nascido nos Estados Unidos.

  Em gíria de estúdio se diz que o guitarrista que toca Blues, pode se aventurar em qualquer gênero que acaba se saindo bem. O Blues é tocado com escala pentatônica. Ou seja, o conjunto de todas as escalas é formado por cinco notas ou tons, em vez de sete, como ocorre na escala diatônica, com sucessão de intervalos das notas de semitons e tons. Na escala diatônica, o músico tem a liberdade de usar sete notas ou sete tons para acompanhar uma canção, enquanto na escala pentatônica, esse número cai para cinco. Com duas notas a menos, o instrumentista que toca Blues, precisa repetir o mesmo acompanhamento.

  Trazendo este exemplo para o futebol, é como um time de futebol com cinco jogadores repetir o mesmo desempenho de uma equipe com sete atletas, sem deixar a qualidade da partida ficar ruim. Geralmente que conhece Blues, tem grande domínio de música, conhece partitura e sabe onde estão as notas graves e agudas no instrumento, em diversas oitavas. Por exemplo: na corda Si do violão (a segunda corda de baixo para cima), a primeira nota é C (Dó), depois ela se repete mais a frente, na mesma corda, porém com som mais agudo na 13ª faleta (espaço onde existe cada nota no braço do violão, separada por pequenas e finas barras de metal) do violão. Assim se repete em outras cordas.

  A escala pentatônica surgiu na China, quando foram reunidas as divisões melódicas propostas pelo matemático grego Pitágoras. Segundo ele, se uma corda gerava determinada nota e fosse dividida ao meio, geraria a mesma nota, porém uma oitava acima (se repetia em outro espaço do instrumento), ou dividida em três gerando outro intervalo harmônico, de forma sucessiva. A escala pentatônica desenvolvida por Pitágoras era gerada em seis intervalos: B (SI), C (Dó), D (Ré), E (Mi), G (Sol) e A (Lá). Porém, a proximidade da nota B (Si) para C (Dó) era intensa e quando tocadas juntas geravam dissonância. Dai ele retirou a nota B (SI), surgindo a escala de cinco tons. Numa escala pentatônica maior em C (Dó), seriam esses acordes a ser tocados: C (Dó), D (Ré), E (Mi), G (Sol) e A (Lá).

  Enquanto na escala diatônica, o músico tem sete graus e intervalos, conhecidos como Dó (1º), Ré (2º), Mi (3º), Fá (4º), Sol (5º), Lá (6º), Si (7º) e repetindo Dó, como 8º na primeira oitava.  Esses sete intervalos são conhecidos como Primeira, Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sétima e Oitava. Têm como função na escala: tônica, supertônica, mediante, subdominante, dominante, superdominante, sensível e tonica oitavada. Na escala pentatônica, a usada para tocar Blues, se usa cinco graus: Dó (1º), Ré (2º), Mi (3º), Fá (4º) e Sol (5º). Os intervalos serão: Primeira, Segunda, Terça, Quarta e Quinta, e a função na escala receberão os nomes de tônica, supertônica, mediante, subdominante e dominante.

Qualidades/defeitos

 Não existe música sem essas qualidades: timbre (qualidade ou característica especial da cada som), melodia (combinação de notas que são tocadas uma após a outra), harmonia (conjunto de sons ou de notas que são tocadas de uma só vez), ritmo (movimento, cadência ou balanço que obedece ao som durante a execução da canção), dinâmica (modos de interpretação usadas numa peça musical), interpretação (maneira de exteriorizar nosso sentimento e nossa sensibilidade através do som e técnica (grau de execução e perfeição que se adquire após algum tempo de estudo e prática).

  É partir desses fundamentos que se percebe a mentira de falar que a House Music ou Pancadão seria o Funk que surgiu no começo da década de 1960 nos Estados Unidos. O Funk verdadeiro é a união de Jazz, Soul e Blues. Ele tem batidas sincopadas e forte marcação rítmica de metais (sax, trompete, piston, trombone), sobressaindo o som do contrabaixo sem deixar a bateria em segundo plano. É possível ouvir nitidamente acordes de piano, cordas (guitarra, violão). O Funk legítimo tem melodia que varia de andamento, não fica naquele andamento mecânico, como ocorre nas canções cantadas por repentistas e no Pancadão. Tanto o Jazz, quanto o Soul carregam o Blues em sua essência. Ou seja, o Jazz é a mistura de Gospel e Blues, já o Soul é a mescla de Blues, Pop e Spiritual.

  Em qualquer estúdio musical de qualidade, onde o manômetro vai marcar o compasso da canção que será gravada, o Jazz, o Soul e Blues serão detectados por esse aparelho mostrando em que velocidade o instrumento deve ser tocado. Com o Pancadão ou House Music isto não ocorre, porque é uma "música" eletrônica. O manômetro detecta o som emitido por essas péssimas canções como ruídos! Barulho e música são coisas distintas. Mesmo o Heavy Metal ou Rock Pauleira, como é conhecido, é detectado pelo manômetro no compasso 4x4, mesmo com a guitarra emitindo som distorcido.

 Outro detalhe curioso do Pancadão é a falta de criatividade em arranjos. Todas as "músicas" são cantadas em cima da mesma base eletrônica (bateria, baixo e sintetizador), nunca ocorre mudança. Mesmo o Pagode, com seus arranjos pobres e letras cheias de rimas pobres (amor rimando com dor, com calor, flor e etc) percebe-se certa qualidade na base musical. Enquanto é possível se cantar Rock, Reggae, Soul, Blues e Jazz ao vivo, com guitarras ou violões, contrabaixo, teclados; o Pancadão enfrenta essa dificuldade por ser essencialmente uma "música" eletrônica. Sem tecnologia ela não existe.  

  Quando algum péssimo crítico musical diz que Pancadão (por causa da repetição excessiva de baixo e bateria eletrônicos, numa só nota) é Funk, ele mostra que desconhece o passado da Funk Music que surgiu nas ruas dos Estados Unidos e teve célebres representantes como Earth Wind & Fire, War, Brass Construction, KC and The Sunshine Band, Chic, Kool & The Gang, Fatback, Charles Wright, Chaka Khan, The Gap Band, The Brothers Johnson, Ohio Players, Wild Cherry, Skyy, James Brown, Tom Browne, Kurtis Blow (um dos primeiros cantores de RAP nos Estados Unidos no final da década de 1970), Jimmy “Bo” Horne, Rick James, Michael Jackson, Prince, Bar-Kays, Commodores, Average White Band, George Clinton, Cameo, Milles Davis, Herbie Hancock (criador do Hip-Hop), George Duke, Sisters Eledge, Eddie Harris, The Emotions, Leo Sayer, Parliament, Funkadelic e Tim Maia no Brasil.

Jimmy McGriff: um dos gênios do órgão Hammond


    Aos cinco anos de idade, Jimmy McGriff começou a tocar piano e na adolescência fez o mesmo com sax alto, bateria e contrabaixo. No primeiro grupo que integrou entrou como baixista num trio de piano. Depois prestou Serviço Militar no Exército e serviu como soldado durante a Guerra da Coreia no início da década de 1950, depois tornou-se oficial de polícia na Filadélfia por dois anos.

   Mas felizmente a música não o deixou para trabalhar no combate à criminalidade. Ao sair da polícia uniu-se ao amigo de infância, Jimmy Smith, grande expoente na arte de tocar órgão Hammond. Smith já tinha ganhado fama no mundo do Jazz ao gravar discos para a Blue Note Records. Aliás em 1967 ambos gravaram um disco juntos. 

  Ao ouvir o som do Hammond, McGriff se apaixonou como acontece quando um homem encontrar uma mulher linda diante dos seus olhos. Para fechar o círculo, Richard Holmes foi tocar no casamento de sua irmã e ele acabou professor e amigo de McGriff, com os dois gravando dois discos na década de 1970. 

  Como ocorre com os grandes gênios da música, McGriff comprou seu primeiro órgão Hammond em 1956, passou seis meses aprendendo e depois entrou na Juilliard School de Nova York. Para aprimorar a técnica teve aulas particulares com Milt Buckner, Jimmy Smith e Sony Gatewood. Recebeu forte influência do organista Buckner e a sensibilidade de Count Basie (tocava teclados com dois dedos) e de outras feras como Howard Whaley e Austin Mitchell.  

   Na década de 1960 gravou seus primeiros discos na Filadèlfia na companhia do saxofonista Charles Earland. Em seguida passou a acompanhar artistas como Don Gardner, Arthur Prysock, Carmne McRae (anos mais tarde ela seria responsável por regravar "Flor de Lis" em inglês, solidificando a carreira de Djavan no Exterior). Em 1961 o trio liderado por McGriff gravou a versão instrumental do hit "I Got a Woman" de Ray Charles para a Joe Lederman Jell Records, pequeno selo independente. No ano seguinte repetiu a dose com "All About My Girl" e abriu definitivamente as portas do Gospel e Soul. 

  Na década de 1960 gravou diversos álbuns, alguns deles entraram para a galeria de inesquecíveis discos de Jazz/Blues.Quando o produtor Sonny Lester criou sua gravadora Solid State em 1966, tratou de contratar McGriff. Ali ele lançou vários álbuns com diversos estilos, abrindo a porta para McGriff fazer vários tipos de experiências musicais. Acabou ganhando fãs como Count Basie e de inúmeras big bands de Blues. Nessa época estourou com canções como " The Way You Loog Tonight" e clássicos Funk como "The Worn" e "Step 1".

   Foi a época em que McGriff tocou em diversos locais de todo o mundo. O ponto de partida foi Newark (cidade metropolitana de Nova Jersey por revelar na década de 1960 a banda de Funk Kool and The Gang). Abriu sua própria casa de shows, a Golden Slipper, e ali gravou o memorável disco Black Pearl e o álbum ao vivo   Love Ain´t Nothin´But a Business Goin´On.  Em 1972, McGriff saiu do show biz e começou a criar cavalos em sua fazenda em Connecticut. Porém, a nova gravadora de Sonny Lester, a Groove Merchant, continuou produzindo cópias de seus discos. 


     A década de 1980 marcou o rompimento dele com Lester, para continuar o trabalho com o produtor Bob Porter e o engenheiro de som Rudy Van Gelder. Foi a era do grande relacionamento com a Fantasy Records. Seis depois começou parceria com o saxofonista Hank Crawford, rendendo o prêmio Soul Survivors. No início dos anos de 1990 caiu no gosto popular e atrações em cruzeiros marítimos.

   Entre 1994 e 1998, McGriff experimentou o Hammond XB-3, um sintetizador que aumentou a capacidade do órgão com melhorias Midi. Ele ganhou um som de sintetizador natural. Ele acabou sendo um dos primeiros organistas de B3 a adicionar o Midi para teclado superior do Hammond. Também incorporou sintetizadores em suas performances ao vivo, com vibrafone, piano, cordas, metais e outros sons que só poderia ser criados por um sintetizador e B3. 

Nesse período, ao lado da banda Dream Team, com o saxofonista David "Fathead" Newman e o baterista Bernard Purdie gravou o álbum Straight Up (1998), House Party (2000), Feelin ´It (2001) e McGriff Avenue (2002). Em março de 2008 fez seu último concerto em Nova Jersey. Dois meses depois morreria.  




quinta-feira, 18 de abril de 2013

Carla Thomas: a pedra preciosa da Stax Records

A voz de Carla Thomas é o grande patrimônio da Soul Music de Memphis
    Na década de 1960 e começo dos anos de 1970, a Black Music foi bem representada por Carla Thomas, a rainha da Soul Music de Memphis, servindo de contraponto ao som da Motown Records, do Norte dos Estados Unidos,com forte acompanhamento de palmas e linha de contrabaixo, enquanto o Som de Memphis era marcante por causa dos metais no lugar dos vocais de fundo.

  Em termos de futebol, era como se a Motown fosse a seleção brasileira de 1982 com Zico, Sócrates, Falcão e cia; e a Stax tivesse o talento dos meninos do Barcelona comandados por Messi. Carla Thomas, aos 20 anos  em 1962, surgiu quando essas duas grandes escolas de gravar e produzir bons discos esquentavam o show biz dos Estados Unidos. Tudo começou quando Carla, aos 18 anos em 1960, gravou um dueto com seu pai, Rufus Thomas. O hit "Cause I Love You" era o início da carreira brilhante que teria pela frente. 

  A canção, uma balada adolescente,  era o presente de aniversário. O curioso que anos antes, o hit " Gee Whiz (Look at His Eyes)" fora rejeitada por uma gravadora de Chicago. Se arrependeram demais, quando viram a música explodir em todas as paradas de sucesso dos Estados Unidos anos mais tarde. Não demorou para a Stax Records passar a cuidar com carinho de Carla, que nascera em Memphis. Ela estourou nas paradas 22 vezes, com baladas inesquecíveis no estilo Soul Music, inclusive uma canção resposta para Sam Cooke: "I'll Bring It on Home to You", além dos hits "Let Me Be Goof to You", "B-A-B-Y" e "Tramp", que gravou ao lado de Otis Redding.

  Carla é o exemplo claro da pessoa que nasceu no lugar e hora certos. Seus irmãos, Marvell e Vaneese cresceram perto do Palace Theather em Beale Street, em Memphis. O pai era mestre de cerimônias do teatro para show amadores. Dali, ela deu o primeiro passo rumo ao mundo da música. Anos depois, a estação de rádio da cidade patrocinou um grupo musical formado por estudantes do Ensino Médio, conhecido como Teen Town Singers. Entre eles destacavam-se, além de Carla, Anita Louis e um menino chamado Isaac Hayes.  

  O requisito para fazer parte do grupo era ser maior de idade, mas com dez anos Carla entrou no conjunto, por causa da influência do pai. Para não fazer feio nos palcos, ela era obrigada assistir aos ensaios às quartas e sextas-feiras, após a escola e estar na rádio aos sábados. Gostou da dura rotina e ficou com os meninos vários anos.

   Seu pai percebeu que Carla era um diamante musical bruto e poderia render bons lucros nas mãos dos executivos da Stax Records. De 1961 a 1971, ela lançou seis álbuns solos e outro com Otis Redding. O trabalho foi tão bom que a Atlantic Records comprou seu passe após a saída da Stax. Sabia que não poderia perder tempo. Nos ouvidos do pessoal da Atlantic ainda fazia barulho o hit "Cause I Love You", dueto de Carla ao lado do pai e do irmão Marvell nos teclados lançado pela Satelite Records, precursora da Stax Vox no final da década de 1950, da época em que Carla ainda era aluna da  Hamilton High School, em Memhis.  

  O hit chamou  a atenção de Jerry Wexler. Ele entrou em acordo com Jim Stewart e Estelle Axton para distribuir a canção, pois ambos eram donos da Satelite. Acabou abrindo caminho para Carla estourar no show biz norte-americano. É deste período o lançamento do álbum " I´ll Never Stop Loving You", que gravou junto com Otis Redding, um grande sucesso na Grã-Bretanha. Sem nenhum exagero, pode-se dizer que Carla Thomas contribuiu muito para tornar famosa a Stax Vox nos Estados Unidos e restante do mundo. Porque o arranjo da canção " Gee Whiz (Look at His Eyes)", feito por seu pai, Rufus Thomas, era a balada típica e romântica que muito adolescente da década de 1950 queria dizer. 

  Após sair da Stax em 1971, Carla ficou em baixa, quando comparada à década que lançou vários discos desde o início da década de 1960. Mas como grande artista acabou-se destacando em diversos projetos. incluindo uma compilação de seus maiores sucessos lançada em 1994 e depois remasterizada em 2002 durante show ao vivo em Memphis. Na década de 1980 participou de várias oficinas com alunos em Memphis, em aulas que abordava o sério problemas das drogas. Acabou ganhando o Prêmio Pioneer, juntamente com James Brown e Solomon Burke. Em 2003 foi destaque num documentário intitulado "Somente os Fortes Sobreviverão", exibido no Festival de Cinema de Cannes.
  
 Mesmo com as grandes conquistas que obteve nos últimos 52 anos de carreira, Carla Thomas reconhece que sua carreira musical teve a influência do pai. Ele a acompanhou ao Palace Theater para participar dos ensaios com seus colegas do grupo Teen Town Singers. Acreditou no seu potencial e a preparou para transitar na escorregadia, sinuosa e perigosa estrada do show biz. Não pode faltar no arquivo musical da Soul Music de qualidade, o CD lançado em 2007 que Carla gravou no Bohemian Caverns de Washington em 1967. 



sábado, 13 de abril de 2013

Aline Barros: uma das maiores cantoras do Gospel do Brasil

Aline Barros é uma da grandes vozes do Gospel brasileiro

    Com dois anos de idade, Aline Barros já tinha carinho pela música ao ouvir o pai tocar violão. Ficava perto dele e começava a cantar, com a voz afinada. Três anos depois a menina começou a cantar em festas de casamentos. Aos nove anos passou a acompanhar o pai e o Ministério de Louvor de sua igreja em apresentações, eventos e cultos.     

  Pouco tempo depois começou a cantar naquele Ministério de Louvor, participando de algumas gravações com o restante dos irmãos em Cristo. Aos 14 anos (1990) gravou sua primeira canção solo "Tua Palavra". O hit ficou 45 dias nas paradas de sucesso das rádios de programação evangélicas do Rio de Janeiro. Aos 16 anos (1992) lançou a canção "Consagração"; outro grande sucesso em todo o Brasil, ocupando o primeiro lugar em execução nas rádios durante nove meses. Curioso que nesta época não era tão comum hits Gospel ter grande destaque, ficando restrito apenas ao público evangélico, pois a maioria das pessoas considerava "careta" este tipo de música, com ênfase na palavra de Deus. Era ato de muita coragem gravar um disco de louvores, enquanto muitos só lançavam álbuns repletos de hits descartáveis.  

    Com 18 anos, ela gravou seu primeiro trabalho profissional, Sem Limites, por um selo independente, depois relançado por sua própria gravadora, AB Records. Em janeiro de 1998 gravou seu segundo CD Voz do Coração. Em outubro de 1999 tornou realidade o sonho de gravar um álbum direcionado ao público infantil, Bom é Ser Criança. No final daquele mesmo ano lançou um CD comemorativo com quatro canções de Natal. O segundo semestre de 2000 trouxe a gravação da coletânea Millenium, produzida pela Indie Records e distribuída pela Universal Music, numa união entre três gravadoras (Indie Records, Universal Music, AB Records) em torno do seu nome. 

  No final de 2000 lançou o CD O Poder do Teu Amor, outra explosão de sucesso. Com folêgo que só Jesus Cristo é capaz de colocar nos pulmões de quem canta louvores não para a glória do mundo, mas para o Senhor, no ano seguinte colocou no mercado a coletânea romântica, Eterno Amor, depois antes de chegar ao fim de 2001 trouxe o CD Mensagem de Paz, ao lado do ex-apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, Cid Moreira. Em maio de 2002 gravou o CD Bom é Ser Criança Vol. II, com diversos ritmos de louvor como Country, Baladas e Disco Music.

   Em dezembro daquele mesmo ano, Aline gravou um CD ao vivo, para mostrar a alguns críticos  que os bons ministros de louvor não precisam se esconder por trás de play back para cantar. O álbum teve, também, vídeo (VHS) e DVD, no evento Jesus Vida Verão, realizado todos os anos na Praia da Costa, em Vila Velha, Espírito Santo, com aproxidamente 45 mil pessoas na plateia. Com 14 faixas, foram pinçadas as melhores canções de todos os seus CDs. Em 2003 lançou o CD Fruto do Amor, com destaque para a faixa "Digno é o Senhor", outra vez bem executada em diversas rádios evangélicas brasileiras.  

   Em 21 anos de carreira Aline Barros é um dos maiores talentos do Gospel brasileiro. Ganhou 11 Troféus Talento, Cinco Grammy Latinos, Um Dove Awards, Um Troféu Promessas e Um Brazilian International Press Award. Foi a primeira ministra de louvor brasileira a conquistar o Grammy Latino em 2004, além de ter sido indicada por cinco vezes consecutivas em outros anos. Nesta rica e abençoada trajetória já gravou mais de 20 discos, com vários deles premiados com Discos de Ouro, Platina e Diamante. Em todos seus trabalhos mescla Pop, Pop/Rock e Blues. Em 2012 gravou em Paulínea (São Paulo) o DVD Aline Barros 20 anos. O trabalho contou com as participações especiais Michae W. Smith, Abraham Laboriel e Tom Brooks.   


   Nessa caminhada, em dezembro de 2000 foi convidada pela Integrity Music Records para participar de um álbum em espanhol, Más de Ti, gravado ao vivo em Miami, Estados Unidos. Participaram diversos músicos famosos no Pop/Rock, como Paul Wilbur, Don Moen, Chester Thompson (Phil Colins), o baixista Abraham Laboriel, o guitarrista David Cabrera (Ricky Martin) e o saxofonista Justo Almário (Rick Pantoja). Cantou seis louvores, alguns deles em duetos. Produzido por Tom Brooks, da Hosana Music, para o mercado gospel internacional. Dessa parceria com Tom Brooks é aconselhável ouvir o hit "Guarda tua fé", autoria de Kleber Lucas/Alda Célia, autêntico Funk ( o legítimo feito nos Estados Unidos) da época da banda Zapp, com direito até a talking box, igual a usada pelo vocalista Roger. 

  Por meio desse CD, Aline recebeu convite para ministrar em Roma, na Itália, para cantar num evento que reuniu grandes ministros de louvor de todo mundo. No final de 2001, Tom Brooks a convidou para ministrar louvores na maior igreja evangélica do mundo, na Coreia do Sul, na companhia de ministros de louvor de diversos paises. O objetivo do culto "Worship Explosion 2001" foi cantar e orar pela unificação das duas Coreias há mais de 60 anos separadas. Foram três noites de muita adoração ao Senhor, onde muitos homens de Deus clamaram por meio de suas canções, ministros de louvor como: Ron Kenoly (Estados Unidos), Lean Albrecht (Estados Unidos), Rick Muchow (Estados Unidos), Jeff Deyo (Estados Unidos), David Moyse (Austrália), Chris Bowater (Inglaterra) e Bob Fits (Hawai). 

  Os CDs de Aline Barros, atualmente, são muito vendidos em diversos países da América Central, América do Norte e Europa. Em 21 anos de carreira já vendeu 6 milhões de discos. É pastora da igreja Comunidade Evangélica Internacional Zona Sul, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro. Bióloga, é casada com ex-jogador de futebol, Gilmar, que nas décadas de 1990 e começo dos anos 2000 passou por grandes clubes brasileiros. É mãe de um casal de filhos.