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Macy Gray, cantora que a Atlantic Records recusou gravar

Radiografia da Notícia *  Na virada do milênio, ela aproveitou sua voz totalmente única e um senso de estilo estranho para o estrelato pop *...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Quando os cantores gravam músicas mais lights

Você já imaginou Bezerra da Silva cantando samba gospel, sem citar nenhuma gíria da malandragem e falando bastante o nome de Jesus Cristo? E James Brown, o pai da funk music norte-americana interpretando uma balada? E o agitado Moraes Moreira também se derretendo numa autêntica soul music, igual Tim Maia? E por falar no Síndico, ele, em vez do balanço costumeiro, dessa vez colocando seu vozeirão num samba?
Não é alucinação. Isto já aconteceu. Antes de morrer, aos 77 anos, em janeiro de 2005, Bezerra da Silva gravou um disco só com músicas gospel, exaltando o nome do Senhor. Em"Gente Fina "(http://youtu.be/ZHeq678wKX4), o sambista descreve sua vida cheias de vícios e enfermidades, que segundo Bezerra da Silva, precisava de um milagre. Nos últimos anos de vida, a doença levou o velho sambista ao encontro do evangelho. O disco mantém a velha cozinha do grupo Nosso Samba e o vocal feminino Das Gatas, que o acompanharam durante a maior parte de sua carreira.
Na primeira metade da década de 1980, Moraes Moreira grava a balada "Carro Alegórico" (http://youtu.be/NPlFKFbIk60), autoria dele e Fausto Nilo. Uma autêntica soul music, bem no estilo norte-americano, com direito a vários strings, como as baladas norte-americanas. Quem está acostumado com suas composições agitadas, surpreende-se ao ouvi-lo interpretando esse gênero que era a especialidade de Tim Maia.
Já o Síndico também resolveu gravar o partido alto "Aquele Abraço"(http://youtu.be/9UxUm3Ywrbc), composta por Gilberto Gil em 1969. Até cuíca não faltou nesta nova interpretação e o molho que todo samba de partido alto precisa ter.
Em fins da década de 1950, James Brown grava a balada "Please, Please, Please" (http://youtu.be/LQdMZ1qrn6k). Nesse hit, o mestre da funk e soul music deixa de lado o molho incendiante e concentra-se numa inesquecível composição, típica para dançar de rosto coladinho. Quando ele se apresentou no ginásio do Palmeiras, em 1978, o backing vocal de sua banda deixou diversos corações despedançados quando ele começou a cantar os primeiros acordes dessa música. Como se vê, os grandes artistas sempre surpreendem.
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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Trilhas sonoras que entraram para a história

Tem muito filme que a história seduz, mas é a trilha sonora que permanece para sempre em nossa memória. São músicas compostas especialmente para animar a trama. Às vezes até de algum personagem. Hollywood registra inúmeros casos de hits que conseguiram fazer sucesso fora do filme, transformando-se em flash backs eternos. "Help" ( http://youtu.be/TU7JjJJZi1Q) batizou o filme "The Beatles", em 1965. O enredo era simples, mas quando John, Paul, Ringo e George Harrison apareciam cantando e tocando "Help" a plateia esquecia da trama e começava a dançar. Acabou entrando para a galeria dos flash backs inesquecíveis.
Às vezes o produtor escolhe músicas já gravadas para colocar na trilha. Foi o caso de "Unchained Melody" (http://youtu.be/v8togY8UV3I), composta por Alex North na década de 1960, regravada por vários cantores, inclusive Elvis Presley. Em 1990, ela fez parte do filme "Ghost - Do Outro Lado da Vida". Maurice Jarre combinou percussão eletrônica e orquestra para dar um tom mais intimista para esse hit. Ambos fizeram sucesso: filme e música.
O mesmo ocorreu com a dupla Diana Ross e Lionel Richie, na interpretação da balada "Endless Love" (http://youtu.be/Ewf0TnM4eKo) para o filme "Amor sem Fim". Poucos se lembram da história água com açúcar vivida pelo casal de adolescentes interpretados por Martin Hewitt e Brooke Shields. Até hoje, Lionel Richie e Diana Ross cantam "Endless Love" em seus shows.
A década de 1970 foi rica em músicas desse tipo. John Barry compôs o tema de amor do filme "Aeroporto" (http://youtu.be/Ji5dnBLSUuw), crítica velada aos frequentes casos de sequestros de aviões na Europa por terroristas. Tornou-se clássico. Dois anos depois, Francis Lai ganha o prêmio Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora do filme "O Poderoso Chefão" (http://youtu.be/HWqKPWO5T4o). Quem assistiu à brilhante interpretação de Marlon Brando como o mafioso Don Corleone, lembra até hoje da música que o acompanhava. Em 1973, a comédia "Golpe de Mestre" (http://youtu.be/gdXQHmVWC5w), com Paul Newman e Robert Redford, ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora. O hit retrata de forma engraçada a vida de dois vigaristas tentando aplicar um grande golpe sobre o comandante do crime organizado da cidade de Detroit.
"The Greatest Love of All" (http://youtu.be/Y_QZG6KweKg), lançada por George Benson em 1977, coloriu o filme "Quando Éramos Reis", contando a vida do boxeador Muhammad Ali. Na década de 1980, o hit ofi regravado por Whitney Houston e faz sucesso até hoje. O mesmo ocorreu com "Grease - Nos Tempos da Brilhantina" (http://youtu.be/iAP21-HIYCc) em 1978. A trilha sonora desse filme ajudou Frankie Valli e o grupo Four Seasons a ganhar muito dinheiro e voltar aos dias de sucesso que viveram na década de 1960.
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A talentosa Diana Ross

Diana Ernestine Ross já conseguiu vender mais de 100 milhões de discos, desde o início de sua carreira em 1961 na gravadora Motown. Filha de um operário e de uma professora, aos 15 anos criou o grupo The Primetes, com Mary Wilson, Florence Ballard e Barbara Martin. Logo chamaram a atenção de Berry Gordy, dono da Motown. Foram contratadas. Em 1963, o nome do grupo mudou para The Supremes. Quatro anos depois, por causa do sucesso, Gordy rebatizou o conjunto para Diana Ross and The Supremes.
Nesse período ficaram 12 vezes em primeiro lugar nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. Até 1970, as músicas do grupo eram garantia de presença nas rádios, TVs e bailes. Logo Diana Ross percebeu que carregava as Supremes nas costas. Resolveu sair e apostar numa bem-sucedida carreira solo. Estourou com "Ain´t no Mountain High Enough" (http://youtu.be/pEnKEcBvBvw). Em 1973, em parceria com Marvin Gaye, gravou o álbum Diana and Marvin. O destaque foi "My Mistake (Was to Love You), porém nos bailes a faixa que fez sucesso foi "You are Everything" (http://youtu.be/OO8GiOgyMDs). Ambos tornaram eterno o hit "Stop, Look, Listen (To your Heart) (http://youtu.be/zzg8Vm8rYrs). Disco que não podia faltar na maioria dos bailes da década de 1970 e começo da de 1980.
Mas Diana Ross não ficou restrita apenas aos estúdios de gravações. Também estrelou um filme sobre a vida de Billie Holliday, com o qual ganhou um prêmio pela trilha sonora. De 1976 a 1980, ela aderiu ao estilo Dance Music. É dessa época os hits "Love Hangover", "What You Gave Me", "The Boss It My House", "Upside Down" (http://youtu.be/65qbtgOAZXw), "I´m Coming Out" e "My Old Piano".
Com o filme "Endless Love"quase ganha o Oscar de melhor trilha sonora em 1981. Até hoje se comenta em Hollywood, que eles não levaram o prêmio por questões raciais. Diana Ross continua em atividade até hoje, às vezes variando do estilo pop, soul e R&B (blues de rua).
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A doçura da Love Unlimited Orchestra

A música é a prova de que ninguém é capaz de fazer algo sozinho. É onde o individual não consegue sobressair. Depende do coletivo. Principalmente quando se trata de uma orquestra ou banda. A Love Unlimited Orchestra é exemplo disso. De 1972 a 2003, acompanhou o cantor Barry White. Era ela quem dava o molho romântico e balançante nas suas canções.
Descontadas as proporções, Barry White esteve para o público norte-americano assim como Wando é para o brasileiro. Por causa do talento de compor letras com duplo sentido, de dizer de forma poética que se gosta de uma mulher. Mas o suporte dessas lindas melodias, e foram muitas, seja no estilo soul ou R&B (blues de rua), as meninas da Love Unlimited Orchestra estavam na retaguarda.
Em 1966, Barry White foi empresário do trio Love Unlimited, formado pelas irmãs Glodean e Linda James e por Diane Taylor; para concorrer com as Supremes, que tinha Diana Ross como líder, ele incentivou as três a gravar no estilo soul e R&B (blues de rua).
A partir de 1973, Barry White batizou sua orquestra com o nome Love Unlimited e Diane, Linda e Glodean, que anos depois casou-se com ele, eram as responsáveis pelo backing vocal. Faziam o molho romântico ficar mais doce.
Como as composições de Barry White eram nitroglicerina pura, o trio complementava. Exemplo disso acontece com "You Are the First, My Last, My Everynthing" (http://youtu.be/Fcd3XuQwDQQ), onde a fala que sua amada é a primeira e única em sua vida. São palavras que toda mulher apaixonada gosta de ouvir. Barry White sabia como fazer. O backing vocal deixava a música mais bonita, reforçando o sentimento de amor expresso na letra.
Assim as meninas do trio Love Unlimited contribuíam para o sucesso de Barry White crescer cada vez mais. Como bom maestro, era exigente nas gravações. O resultado aparecia nas paradas de sucesso de todo o mundo. Pela convivência diária, ele passou a conhecer profundamente as carências femininas. Que ao contrário dos homens, gostam de ouvir palavras doces, principalmente de carinho. Tudo isso se transformava em lindas músicas.
O resultado disso aconteceu em 1973, com a instrumental e depois vocal "Love´s Theme" (http://youtu.be/NNO6CgBJypM). Tornou-se um dos maiores sucessos da Love Unlimited: "Toque o tema do nosso amor esta noite/meu amor está aqui, esta noite não é um sonho/já faz tanto tempo/desde que dançamos nossa música de amor/e eu sei que a melodia que fez dela minha/será a melodia que a manterá perto de mim..."Love´s Theme" fez parte da trilha sonora da novela Celebridade, da Globo.
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terça-feira, 21 de junho de 2011

Terra e água viram músicas

Às vezes o planeta Terra e a água servem de inspiração para belas canções. Na década de 1970, o sambista Luiz Américo e Braguinha escreveram"Na Hora da Sede " (http://youtu.be/cvsL3qqJ7W8), imortalizado na voz de Clementina de Jesus. A letra fala da importância da água em nossa vida. "Na hora da sede você pensa em mim/lá, laiá/pois eu sou o seu copo d´água/sou eu quem mata a sua sede/e dou alívio a sua mágoa/é sempre assim, você foge de mim/eh pra você eu só sirvo de água/mas se a fonte secar você se acaba..."
Em 1971, o trio Sá, Rodrix e Guarabyra gravaram "Sobradinho" (http://youtu.be/8ERBwtuaYmY), composição de cunho ambientalista, que se tornou profética para a atual situação existente nas regiões Norte e Nordeste. "O homem chega e já desfaz a natureza/tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar/o São Francisco lá pra cima da Bahia/diz que dia menos dia vai subir bem devagar/ e passo a passo vai cumprindo a profecia /do beato que dizia que o sertão ia alagar/o sertão vai virar mar..."
Nove anos depois, Guilherme Arantes gravou "Planeta Água" (http://youtu.be/xzh0j4xt7io), outra letra bem ecológica. "Água que nasce na fonte/serena do mundo/e que abre um profundo grotão/água que faz inocente/riacho e deságua/na corrente do ribeirão/águas escuras dos rios/que levam fertilidade ao sertão...
Na década de 1990, Caetano Veloso também prestou homenagem ao nosso planeta. "Terra" (http://youtu.be/9YgDmt1FoT0) é outra letra ambientalista. "Quando eu encontrava preso na cela de uma cadeia/foi que eu vi pela primeira vez as tais fotografias/em que aparece inteira/porém lá não estava nua e sim coberta de nuvens/Terra, Terra/por mais distante o errante navegante/que jamais te esqueceria..."
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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Canções inesquecíveis de Commodores, Earth, Wind & Fire e Zapp

Algumas músicas viram sucessos eternos. Não tanto pela letra, mas pela melodia e os bons arranjos. Nas décadas de 1970 e 1980 muitas baladas entraram nas vidas de quem gostava de frequentar bons bailes. Eram diversos. Num final de semana era possível escolher onde ir, sem prejuízo da qualidade. Podia ter festa no Clube Homs, na esquina da Avenida Paulista com Alameda Joaquim Eugênio de Lima; Alepo, também na Avenida Paulista, mas esquina com Rua Oscar Porto. O mesmo clima rolava no Círculo Militar, ao lado Assembleia Legislativa; Transatlântico,na Rua 13 de Maio, Bela Vista e Palmeiras.
Era época das promotoras de bailes Chic Show, Os Carlos - O Som para Dançar, Tropicália, Eduardo´s. As músicas românticas da black music estavam presentes nas picapes dos DJs. O talento substituía a tecnologia atual. Um disco de vinil de efeitos especiais era o parceiro de todo DJ. De forma sincronizada, os dois discos eram a alegria de muita gente. Principalmente as baladas.
Em 1975, a banda norte-americana Eart, Wind & Fire gravou o R&B (blues de rua) "Reasons" (http://youtu.be/EPoi-o2vms0). O vocalista Philip Bailey, de voz aguda, transformou esse hit num clássico dos bailes. Com 7 minutos, a música cativa os românticos até hoje. A letra é meio cabeça, fala das razões para se gostar de uma mulher, mas a melodia e o inesquecível solo de clarineta na gravação original e de sax ao vivo, virou trilha sonora de vários namorados, atualmente maridos e mulheres.
O grupo Commodores deixou sua marca com outra balada bonita: "Easy" (http://youtu.be/HIRGNzVIz6Y), sucesso nas paradas de todo o mundo em 1977. A versão de rádio tinha 2 minutos. A executada nos bailes era com 7 minutos, com direito a discurso no início e um belo solo de piano na introdução e de guitarra no meio. A letra fala da calma de um homem que termina o romante com a mulher que ama. Nada piegas, pois fez o sacrifício para segurar a onda. Sem acordo resolveu seguir em frente.
A mesma dose é repetida pela banda Zapp na década de 1980. Era a linda balada " I Want to Be Your Man" (http://youtu.be/vBDGTP0B0Y4). A bela melodia prevalece, numa letra que descreve o pedido de casamento e os motivos para entrar nesta empreitada. Entrou para a galeria das músicas inesquecíveis nos bailes de qualidade. Hoje, peças raras.
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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Quando São Paulo vira música

Nossa cidade às vezes é homenageada com lindas músicas. Composições que ficam na história. Exemplo disso é "Ronda" (http://youtu.be/zTmt2f-1rK4), feita por Paulo Vanzolini em 1945, na época em que servia ao Exército. Ela só foi gravada oito anos depois por Inezita Barroso. Tempos depois, a mesma canção caiu como luva na voz de Márcia, mulher do locutor esportivo de televisão Sílvio Luiz. O curioso dessa música, é que ela foi gravada por acidente, pois Inezita iria colocar outra no seu disco.
A letra, segundo Vanzolini, foi inspirada sobre uma prostituta. Na época, ao acabar de patrulhar a "boca do lixo" na região da Santa Efigênia e um pedaço do bairro do Luz e Bom Retiro, ele resolveu tomar um chope na Avenida São João, quando percebeu uma mulher abrindo a porta do bar e olhando para dentro, procurando por alguém, que de acordo com Vanzolini poderia ser o namorado ou marido, para aplicar uma dura lição.
A letra é linda. Apesar de ter 67 anos, continua atual, por causa das dores de amor causadas pelas rápidas paixões: "De noite eu rondo a cidade/a te procurar sem encontrar/no meio de olhares espio/em todos os bares, você não está/volto pra casa abatida/desencantada da vida/o sonho alegria me dá, nele você não está..."
Em 1972, o grupo "Os Originais do Samba" gravaram um de seus maiores sucessos: "Do Lado Direito da Rua Direita" (http://youtu.be/Czvc6QMmE-k), autoria de Chiquinho e Luiz Carlos, autor de vários sambas-enredo na Camisa Verde e Branco nas décadas de 1970 e 1980. Naquela época, a Rua Direita, região central de Sampa, era ponto de encontro na esquina com a Praça do Patriarca que se repetia no Viaduto do Chá perto da extinta lojas Mappin e Rua 24 de Maio. A letra fala de um rapaz que encontra a mulher que mexeu com seu coração, enquanto procurava algo para comprar. Ao contrário dos atuais pagodes descartáveis, "Do Lado Direito da Rua Direita" ainda é muito pedida no repertório de "Os Originais do Samba": "Do lado direito da Rua Direita/olhando as vitrines coloridas eu a vi/mas quando quis me aproximar de ti não tive tempo/no movimento imenso da rua eu lhe perdi/e cada menina que passava...para seu rosto eu olhava/e me enganava pensando que fosse você...e na Rua Direita eu voltarei pra lhe ver...".
Na década de 1980, o conjunto Premeditando o Breque resolveu fazer uma brincadeira com Frank Sinatra, que gravou "New York, New York". Colocaram num disco "São Paulo, São Paulo" (http://youtu.be/JvowPN1B1Ww). A composição de Osvaldo, Biafra, Claus, Marcelo e Wa entrou nas programações das FMs. Ela descreve a loucura que é Sampa: "É sempre lindo andar na cidade de São Paulo, de São Paulo/o clima engana, a vida é grana em São Paulo..."
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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Nomes de mulheres em grandes sucessos

Cada música tem sua história. Às vezes o compositor escolhe determinado nome ao acaso. Outros viram algum episódio e registraram o ocorrido numa letra. Em alguns casos, certas músicas transformaram-se em clássicos. Jorge Benjor é um exemplo. Quando surgiu em 1963, gravou seu primeiro LP (discos coms seis músicas de cada lado) e resolveu homenagear sua vizinha de bairro. Uma garotinha que não conseguia falar corretamente a palavra você. Quando conversava com Jorge, o chamava de "voche".
Ele fez a letra e resolveu colocar a pronúncia na canção. Foi muito criticado, o classificaram de analfabeto. Na verdade, "voche", na composição "Por Causa de Você" (http://youtu.be/dpYFL3qtysI) correu o mundo e faz sucesso até hoje. Para quem imaginava que a música era de dor de cotovelo, errou completamente, apesar de a letra demonstrar o contrário: "Por causa de você bate em meu peito/baixinho quase calado/coração apaixonado por você/menina..menina que não sabe quem eu sou/menina que não conhece o meu amor..."
Com o nome "Sá Marina" (http://youtu.be/6C1BJnbHjLQ), Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, em 1967, escreveram outro clássico da MPB, já regravada por inúmeros cantores. Até Stevie Wonder gravou nos Estados Unidos, mantendo a mesma melodia bonita. Há dúvida até hoje para saber quem foi Sá Marina. O que moveu a dupla para compor essa verdadeira pérola: "Descendo a rua da ladeira/só quem viu que pode contar/cheirando a flor de laranjeira/Sá Marina/eh!vem pra dançar/de saia branca costumeira/gira o Sol que parou pra olhar/o seu jeitinho tão faceira/fez o povo inteiro cantar..."
Outro nome feminino serviu de inspiração para a dupla Paulinho Tapajós e Edmundo Souto. É deles a composição "Cantiga por Luciana" (http://youtu.be/PKNO92o4nKo), primeiro lugar no IV Festival Internacional da Canção, em 1969, na voz de Evinha, que fez parte do grupo Trio Esperança. A letra também é um primor, apesar de passados 42 anos. "Manhã no peito de um cantor/cansado de esperar só/foi tanto tempo que nem sei/das tardes tão vazias/por onde andei/Luciana, Luciana..." Na década de 1980, Tom Jobim estava na varanda de um bar, quando apareceu uma mulher muito bonita, chamada Ana Luíza. Segundo o próprio cantor, ela era alta e bonita. Quando se casou novamente, nasceu sua filha a quem batizou com o nome Luíza. Lembrou da outra Ana Luíza e compôs "Luíza" ( http://youtu.be/OgwUn_IUC-M), que entrou em trilha sonora da novela da Globo. "Rua/espada nua/boia no céu imensa e amarela/tão redonda a lua/como flutua/vem navegando o azul do firmamento/e no silêncio lento/um trovador/cheio de estrelas/escuta agora a canção que eu fiz/pra te esquecer Luíza..."
Dez anos depois, o pagodeiro Biro do Cavaco estourou nas paradas de sucesso, com um samba bonito. Era uma homenagem de um amigo para sua própria filha "Jéssica" (http://youtu.be/ON2FfvDykQQ). O refrão dizia: " ..o nome dela Jéssica, Jéssica/Jéssica, Jéssica../é a coisa mais linda/que Deus pôde trazer.
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terça-feira, 14 de junho de 2011

Músicas instrumentais eternizadas na história

Tem música instrumental que não sai da cabeça, mesmo com o passar dos anos. É o caso do hit "O Milionário" (http://youtu.be/WSvpu_Wo_iY), regravado pelo conjunto Os Incríveis na década de 1960. O molho brasileiro a deixou mais bonita, porque o grupo brasileiro preferiu fazer os solos com sons mais agudos, enquanto o original de Mike Maxfield optou pelos sons mais graves, no caso as cordas mais grossas da guitarra.
Antes, em 1964, o grupo Milton Banana Trio gravou "Cidade Vazia" (http://youtu.be/yMiXJINqpfc), composição onde a bateria trava verdadeiro duelo com o piano e o ganhador dessa luta são os nossos ouvidos. Essa faixa entrou no disco "Balançando com Milton Banana Trio", de 1967, onde ele aparece na capa, trajando blusa azul e tocando bateria.
Na batida do rock da década de 1950, o maestro Ray Conniff, junto com o trompetista Billy Butterfield, gravam em 1959, o álbum "S´Different". O destaque é a faixa "Beyond The Blue Horizon" ( http://youtu.be/nrbTu9R3SYs), que continua fazendo sucesso nos bailes da terceira idade em São Paulo e Rio de Janeiro. Essa mesma música, na década de 1990, foi regravada por George Benson, com forte batida de jazz. Os anos da década de 1970, para não fugir à regra, foram brilhantes em hits instrumentais. em 1972, a Banda Veneno, sob batuta do maestro Erlon Chaves sacudiu a rapaziada com o samba-jazz "Carly e Carole" (http://youtu.be/43LNNVMtnP4). No ano seguinte, Ed Kennedy (não tem nenhum parentesco com o ex-presidente dos Estados Unidos) lança "The Girls From Paramaribo". Baseada apenas em solos de órgãos, entrou para o repertório dos bailes e prefixos de rádios. Nesse mesmo 1973, Barry White lança "Love´s Theme" ( http://youtu.be/yIpmC2YJocc). A composição virou um de seus sucessos eternos. Três anos depois, a promotora de bailes Soul Grand Prix, no Rio de Janeiro, lança LP (disco com 12 faixas) com vários hits da black music. Uma das pérolas escolhidas foi " I Don´t Want to Lose You" (http://youtu.be/VLWgDjZKcKA). O som do saxofone de Jimmy Castor Bunch massageou os ouvidos de muitos casais de namorados.
Em 1990, outro saxofonista, Kenny G, grava o tema de amor para Dying Young (http://youtu.be/GPlJ80htv2g), aqui traduzido como "Tudo por Amor", no filme estrelado por Julia Roberts. O curioso é que Kenny G começou tocando com Barry White na década de 1970.
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Gospel brasileiro conquista mercado

Hoje, o gospel é o gênero musical que mais vende CDs no Brasil, deixando em segundo plano o pagode e o sertanejo. É comum nesse mercado cantores ou bandas ultrapassar a marca de 300 mil cópias. Essa é a explicação para o selo Som Livre, da Rede Globo, começar a contratar artistas do segmento gospel. De renome, os primeiros foram Régis Danese e a pastora Ludmila Ferber. Antes, na década de 1970, o pastor Adhemar de Campos, autor da versão do louvor (no segmento evangélico não se fala música) "Pelo Senhor" ( http://youtu.be/T7cgM2fQ2Gw ), era um dos poucos a investir no mercado, chamado pejorativamente de música de "crente". Naquela época, o gospel nacional não aparecia em rádio ou programas de televisão. Esse cenário mudou na década de 1990, com a criação da banda Kadoshi (considerada a Earth, Wind & Fire do meio evangélico). Mesclando funk americano, soul e blues, o grupo ultrapassa a cifra de 100 mil cópias de seu primeiro disco, quando ainda se chamava Actos 2. Os destaques eram os músicos Teddy, uns dos melhores contrabaixistas do Brasil, o guitarrista Cebolinha, as backing vocal Priscila Angel e Priscila Maciel, e o líder do conjunto Silas Furtado.Com trajes afro e arranjos modernos, contribuiram para o gospel nacional deixar de ser pichado de careta. Entre seus inúmeros hits, o destaque fica para o louvor "Há Momentos" (http://youtu.be/jNFqRVYDII0). Outro grupo mais antigo é o Novo Som, formado em 1983. Seus arranjos lembram a banda Roupa Nova. "Acredita" (http://youtu.be/MnwiMrdwNmI) é dos hits que ainda é cantado nos cultos de diversas igrejas evangélicas. Em 1996, o cantor Sérgio Lopes (suas letras lembram Milton Nascimento) já vendia muitos CDs, sem o auxílio da grande mídia. "Tente lembrar" (http://youtu.be/DehMGOLJx1Q) era uma de suas composições nos lábios dos cristãos. O ex- Jovem Guarda Ed Wilson, convertido ao protestantismo, também deixou sua marca no gospel. O hit "Nosso Amor" (http://youtu.be/9xXPIkyFWYs), de sua autoria, gravado em 1986, passou das 100 mil cópias. O cantor e saxofonista Marquinhos Gomes, investindo na soul music, lembrando Cassiano no modo de interpretação, já vendeu mais de 1 milhão de cópias do CD "Tudo Posso". Em 1995, o louvor "O Amor Nunca Perde" (http://youtu.be/qNwF1Lv5wsM) entrou para o repertório do mundo evangélico. Outro destaque do gospel nacional é a cantora Eyshila. Seu CD Terremoto, de 2005, com mais de 250 mil cópias vendidas foi indicado ao Grammy Latino. "Posso Clamar" (http://youtu.be/AiVX3ovIDLQ), um de seus louvores mais prestigiados pelos evangélicos, já passou de mais de 2 milhões de acessos no youtube. Aline Barros também já passou a marca de 1 milhão de CDs vendidos. "Tua Palavra" (http://youtu.be/c4I5DeAyRPo), gravado em 1999, é a marca do profissionalismo hoje existente no mercado gospel. O segredo de tanto sucesso é a aposta em letras de alto astral, citando sempre o nome de Jesus Cristo e compromisso com o público. Ou seja, os irmãos, pois as apresentações ocorrem, na maioria das vezes, em templos evangélicos.
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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Avião acaba com sonhos de várias estrelas

O que Mamonas Assassinas, Ritchie Valenz, Buddy Holly, Otis Redding, Patsy Cline, Agostinho dos Santos e John Denver têm em comum? Todos foram vítimas de acidentes aéreos, interrompendo uma carreira de sucessos. A morte de alguns desses artistas influenciaram o mundo da música para sempre, deixando-a pobre de talentos.
A perda de Ritchie Valenz, autor de "La Bamba" (http://youtu.be/Jp6j5HJ-Cok), da inesquecível balada "We Belong Together" (http://youtu.be/SeCpQ6n5YwU), "Donna" (http://youtu.be/HMcHbh6HBDk) e Buddy Holly, intérprete de "Peggy Sue" (http://youtu.be/ku5UeUT7yIQ), de "Oh! Boy" (http://youtu.be/9sg9XI7bYrA) e de"Love is Strange" (http://youtu.be/dlu32SOtLgU), na queda de avião em 3 de fevereiro de 1959, mudou para sempre a trajetória do rock. Holly, com 22 anos, e sua banda The Crickets, influenciou na formação de Beatles, Rolling Stones e Bob Dylan. É dele a ideia de colocar contrabaixo ao lado da bateria em shows ao vivo. Valenz, com 17 anos, já frequentava as paradas de sucesso. Sua energia era contagiante, ao mesmo tempo em que era bem sensível ao interpretar suas baladas. Outra grande perda foi a de Otis Redding em 10 de dezembro de 1967, aos 26 anos. Cantava rock com forte pitada de blues. É memorável sua interpretação de "Satisfaction" (http://youtu.be/hQszoQJT0Tc). Sua banda Booker T and The Mgs, amparado nos metais do grupo Bar-Keys, era a promessa de um rock roll rico de boas músicas. Um acidente de avião impediu. Os meninos do Mamonas Assassinas venderam 2 milhões de cópias, em sete meses, do seu único CD. O choque do learjat, que os trazia de Brasília, em 2 março de 1996, calou para sempre os vocalistas de "Pelados em Santos" (http://youtu.be/rmMj8UC5Mig). A Brasília amarela ficou sem motorista. A country music não escapou dessa maldição ao perder Patsy Cline, em 5 de março de 1963, aos 30 anos. Sua carreira durou seis anos. Um de seus hits de sucesso foi "Crazy" (http://youtu.be/EG2VwuMY7CA). Quando voltava para se reconciliar com o marido, seu avião caiu durante uma tempestade. Agostinho dos Santos, com 39 anos, não conseguiu chegar a Grécia, onde apresentaria "Paz sem Cor" num festival. O avião da Varig caiu em Paris, em 12 de julho de 1973. John Denver, com 54 anos, de "Sunshine on my Shoulder" (http://youtu.be/2AbxQ2Q4HeU), morreu em outubro de 1997, quando pilotava um avião experimental em sua fazenda.
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Pequenos e talentosos cantores

A música é repleta de crianças talentosas. Michael Jackson é exemplo disso. Começou a carreira aos cinco anos de idade e aos nove era sucesso nos Estados Unidos. "Got To Be There" (http://youtu.be/r1m4ddUY4pc), que ele gravou junto com os irmãos no Jackson Five, no final da década de 1960, revela a beleza de sua voz aos 10 anos de idade. Carregava o conjunto nas costas. Quando saiu, em 1978, para carreira-solo, os Jacksons desapareceram das paradas de sucesso. Na primeira metade da década de 1970, emplacou vários hits, entre eles "Ben" (http://youtu.be/nJ2mwH8u0Bc), de 1972, "Happy" (http://youtu.be/W4olvGynbNQ) de 1973, quando já estava com 14 anos, e "One Day in Your Life" (http://youtu.be/NO1v8t1FLOI), gravada em 1975.
Ainda tinha voz de criança, mas já cantava muito bem. Com 15 anos, já tinha 10 de carreira. Reconheceu numa entrevista que a música lhe tirou a infância, pois todo esse período passou envolvido com shows e gravações. Sua brincadeira era o conjunto Jackson Five, percorrendo os Estados Unidos e depois o restante do mundo em diversas apresentações.
Nikka Costa foi outra criança prodígio. Aos sete anos gravou o hit "On My Own" (http://youtu.be/4NuRZ7yB0tM), e em 1981 esse álbum vendeu 2 milhões de cópias em todo o mundo. Filha do maestro e produtor Don Costa, ela passou parte de sua infância na companhia de astros como Quincy Jones, Sammy Davis Jr., e outros artistas que seu pai recebia nos estúdios de gravação. Seu padrinho de batismo era Frank Sinatra, grande amigo do pai. Nesse mesmo disco emplacou a música
"It´s Your Dream" (http://youtu.be/AoQ7qoZzjLM). O curioso é que seu disco inicial não saiu nos Estados Unidos. Ele fez sucesso na Europa, América Latina, inclusive no Brasil, onde Nikka Costa apresentou-se em diversos programas de auditório. Hoje, aos 36 anos ela canta blues com pitada de rock, mora na Austrália e uma de suas músicas "Push and Pull" (http://youtu.be/CygUpvo61WU) virou parte da trilha sonora do filme "Profissão de Risco", lançado em 2001. No clipe é possível observar que Nikka Costa hoje é um mulherão, porém não repetiu o sucesso de quando era menina.
Jimmy Osmond aos nove anos também conheceu o sabor das paradas de sucesso, com o hit "Twedle Dee" (http://youtu.be/UiwVaijyWo8). No Brasil, essa música frequentou as pistas de diversos salões de dança. Como a televisão era objeto de consumo de poucos, a maioria desconhecia que o menino com diversas sardas no rosto era o mesmo garotinho da "Família Do-Ré-Mi", seriado apresentado ao final da tarde na Globo. Depois emplacou "Mother of Mine" (http://youtu.be/OYwhXjjmt50). Aqui virou trilha sonora da novela "Rosa dos Ventos", na extinta TV Tupi. Atualmente, Jimmy Osmond é empresário, mas continua cantando, porém músicas espanholas.
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sábado, 11 de junho de 2011

O gênio Wes Montgomery

O guitarrista Wes Montgomery viveu 45 nos. O suficiente para deixar sua marca no jazz. Exemplo disso é sua interpretação para "Eleanor Rigby" (http://youtu.be/35FqbbZWPsM) , dos Beatles. Sua guitarra só falta falar as palavras compostas por Lennon e McCartney. Outra preciosidade é ele tocando o hit hispânico "Tequila" (http://youtu.be/5YKKYh9M0xU). Nessa gravação, entre as inúmeras feras, destaque para o contrabaixista Ron Carter e o organista Jimmy Smith. O curioso é que Montgomery tocava só com o dedo polegar, numa batida com mistura de flamenco, não usava palheta e transformou-se num dos melhores guitarristas de jazz dos Estados Unidos. Seu aluno, George Benson, absorveu bem as lições, herdando do mestre o lindo estilo de tocar, usando a excelente guitarra Ibanez "buchuda", pois parece um violão.
O início da carreira de Montgomery foi nos bares de Indianápolis (cidade famosa no automobilismo por causa das 500 milhas, onde os carros atingem a velocidade de 400 km/h). No anos de 1940 trabalhou na orquestra de Lionel Hampton, onde ficou dois anos. Tempos depois formou o trio Mastersounds, mais tarde transformado em Montgomery Bros.
Na década de 1960 gravou no selo Verve, num estilo jazz pop.
Seu último disco (A Day in The Life), gravado pela A&M em 1967, é uma pérola, assim como o álbum gravado com o organista Jimmy Smith (http://youtu.be/Q9Ap5hY18EE), onde sua guitarra "briga" com os teclados de Smith. Quem ganha são os nossos ouvidos, num encontro inesquecível, para os fãs de música de qualidade, principalmente quando se trata de jazz.

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Motown: fábrica de sucessos!


Com 52 anos, a gravadora Motown foi uma verdadeira fábrica de sucessos na boca de artistas talentosos. Michael Jackson era um deles. A ideia partiu do produtor e empresário norte-americano Barry Gordy, quando tomou emprestado US$ 800 e resolveu fundar o selo Tamla, depois transformado em Motown, em Detroit, maior cidade do Estado de Michigan. Naquela época, a segregação racial nos Estados Unidos era violenta. Os negros não tinham acesso a vários lugares. Entrar numa gravadora era difícil. Dependendo do lugar, não podiam nem fazer shows. A proposta de Gordy, ao fundar a Motown, visava quebrar esse bloqueio.
Entre 1962 e 1971, ela criou a nova black music, influenciando grande parte da música pop, negra ou não, produzida em todo o mundo nos anos seguintes. A espinha dorsal era a ótima banda de estúdio, os Funk Brothers. Faziam excelentes gravações , usando acordes simples.
Com o slogan "O Som da América Jovem", Gordy fez a Motown decolar. No seu auge, lançou e manteve artistas como The Supremes ( http://youtu.be/7eYAilmqe9w), do qual fazia parte Diana Ross, Marvin Gaye (http://youtu.be/s7eTOnNBwYU) Temptations ( http://youtu.be/3Yx3EIPzx3g), Stevie Wonder (http://youtu.be/80HQFWVQI6w), Jackson Five (http://youtu.be/GaE3m6gY1Vw)
Commodores ( http://youtu.be/fH-B8T1JaUg), Four Tops (http://youtu.be/0HQEhuylZmg), Smokey Robinson e The Miracles (http://youtu.be/ifhe6GQsxUo), o saxofonista Junior Walker (http://youtu.be/VnmbKRcO8-A), Telma Houston (http://youtu.be/35FqbbZWPsM) entre outros.
A regra da Motown consistia em letras ingênuas, mas com melodias bonitas, fáceis e ótimos arranjos. Todas falando de amor. Composições de protesto não entravam nos discos. O primeiro a romper o cerco foi Marvin Gaye, em 1971, com o álbum "What´s Going On", com a maioria das músicas carregadas de críticas sociais, principalmente contra a Guerra do Vietnã. Além de letras água com açúcar, a Motown exigia hits curtos, que não passassem de três minutos. Ao assinar contrato, a gravadora colocava a disposição do cantor ou conjunto, os compositores Holland, Dozier e Smokey Robinson.
Como montadora de automóveis , as músicas era produzidas velozmente. Para corrigir falhas, os artistas tinham acesso a cursos de dicção, canto e dança. O visual também não era esquecido. Todos se apresentavam bem vestidos. Durante muitos anos essa fórmula funcionou. Conseguiu colocar 240 hits no top das paradas de sucesso. O sonho durou até 1988, quando a Motown foi vendida para a gravadora MCA, por US$ 61 milhões. Gordy percebeu que não era mais possível manter o mesmo esquema rígido, por causa da mudança de comportamento da população americana. Outros selos abriram as portas para artistas negros, reduzindo o mercado da Motown. As guerras em que os Estados Unidos entraram mostraram que o mundo não era só composto de amor, como pensava Gordy.
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Trilhas sonoras inesquecíveis

Existem minisséries que ficam na memória do público. "Anos Dourados" é um exemplo. Produzida pela Globo e exibida pela primeira vez em 1986, foi escrita por Gilberto Braga. A atriz Malu Mader era a musa. Dos personagens poucas pessoas se lembram, mas não sai da memória delas o bolero "Anos Dourados" (http://youtu.be/ota5tKjuijo), composto por Tom Jobim e Chico Buarque, que era o tema de abertura. O curioso é que a letra veio depois. Com o tempo estourado, Tom entregou a música sem letra. Ela ficou a cargo de Chico Buarque. É inesquecível a introdução feita com piano.
Entre 1975 e 1979, fazia sucesso nas noites de domingo as peripécias do detetive "Baretta", interpretado por Robert Blacke. Era o policial durão que vivia nas ruas, circulava entre as garotas de programa, drogados e traficantes. Os seus disfarces conquistaram a simpatia do público. O tema de abertura (http://youtu.be/5HNWhVXcjV8) era interpretado de forma magnífica por Sammy Davis Jr. Ele casava bem com o bom humor e cenas de ação do filme. Anos depois, Robert Blacke foi acusado de matar a própria mulher. Condenado, acabou na cadeia.
Outra minissérie inesquecível é "Jeannie é um Gênio". Ela estreou em 1964 nos Estados Unidos e fez muito sucesso no Brasil. Era época em que a televisão tinha poucos recursos técnicos, mas a imaginação dos produtores era grande. O responsável pelo roteiro era o escritor Sidney Sheldon. As histórias giravam em torno da personalidade forte de Jeannie (Barbara Eden). Sua personagem se atrapalhava ao ajudar seu amo, Major Nelson (Larry Hagman). Mais tarde ele ficou famoso no seriado "Dallas", no papel de JR. O tema de abertura (http://youtu.be/TAbW21PSqMU), composto por Hugo Montenegro e Buddy Kaye, nunca mais foi esquecido. O arranjo de flauta, serviu para o grupo de pagode Negritude Junior fazer a introdução do hit "Tanajura" (http://youtu.be/5zOdm2xjyKw), quando ainda contava com o vocalista Netinho de Paula.
De 1979 a 1981, outra minissérie marcou época na Globo. Era "Plantão de Polícia". O ator Hugo Carvana era o jornalista policial "Waldomiro Pena", funcionário da fictícia "Folha Popular". Boêmio e descontraído, dono de um texto brilhante, "Pena" era engajado, opinativo e capaz de passar meses elaborando uma matéria. Sempre às 22h das sextas e depois às quinta-feiras, o samba-rock de Jorge Benjor (na época Jorge Ben) anunciava que Waldomiro Pena estava chegando (http://youtu.be/GyemLiETrJo). Em 1982, o casal Jorge e Alice, interpretado por Claudio Marzo e Marília Pêra, levou para a televisão a discussão a respeito da violência contra a mulher na minissérie "Quem Ama não Mata". Narrada em flash back, logo no primeiro capítulo o público fica sabendo que alguém morreu assassinado: Jorge ou Alice? O misterioso crime era o elo entre as diversas histórias de amor. O tema de abertura era "Se Queres Saber", autoria de Peter Pan, na voz magistral de Nana Caymmi. É lindo (http://youtu.be/hZxMyYXOYHQ).
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sexta-feira, 10 de junho de 2011

George Benson: um dos grandes nomes do jazz




George Benson (nascido em 1943) com 8 anos de idade já se apresentava em clubes noturnos, exemplo nato das crianças prodígios. Pois nessa época já era influenciado pelo jazz. Estilo que, assim como o blues, exige muita sensibilidade e conhecimento do instrumento: seja guitarra, piano ou saxofone.
De 1951 até o início dos anos de 1960, Benson se manteve nessa rotina. Quando aos 18 anos foi descoberto por Wes Montgomery, um dos maiores guitarristas de jazz nos Estados Unidos.
Começa o período de grande aprendizado, principalmente da parte teórica, pois as partituras escritas por Montgomery eram verdadeiras aulas de músicas. Não podiam ser executadas facilmente. Mas o talento de Benson não deixou que isso tornasse uma barreira intransponível.
Logo entra em contato com feras como Miles Davis, Freddie Hubbard, Dexter Gordon entre outros. Desse convívio, que teve o peso de uma pós-graduação, aos 21 anos, em 1964, grava os discos George Benson / Jack McDuff e The News Boss Guitar.
Até 1976, o seu trabalho é marcado por canções jazzísticas. Revela forte influência  de Wes Montgomery no seu estilo de tocar e até de solar suas músicas, principalmente o hábito de solar duas notas ao mesmo tempo, valendo-se do recurso das cordas soltas. Essa técnica era marca registrada de Montgomery, que acabou repercutindo em diversos guitarristas.
A carreira de Benson ganha outro impulso em 1976, ao conhecer o produtor Tommy LiPuma. Ao gravar o álbum Breezin consegue conquistar o Grammy daquele ano. O hit "Breezin", autoria do seu amigo Bobby Womack, estoura em todas as paradas de sucessos e nas pistas de danças do mundo, porque é um tema parecido com o estilo samba-rock brasileiro.
Era o primeiro álbum de jazz a conquistar o disco de platina. Nele destacam-se as faixas "This Masquarede", "On Brodway", além da música "Affirmation", autoria do violonista Jose Feliciano.  Com esse hit, Benson abriu portas em vários lugares, principalmente entre parcelas de público que colocavam seu talento em dúvida. Como ocorre com grande parte das músicas regravadas ou gravadas por ele, os solos concentram-se na metade do braço da guitarra.
Sempre surfando no instrumental, Benson teve a ideia de fazer um dueto com o roqueiro Carlos Santana. A música escolhida para o encontro foi "Breezin". Ficou marcado para os amantes do jazz. Apesar dos puristas acusarem Santana de desfigurar a harmonia de "Breezin", pois no encontro de ambos é visível que Benson sola no estilo Jazz, enquanto Santana muda o hit para o rock, misturados os dois ritmos.
Nos anos seguintes, Benson coleciona resultados positivos ao mesclar jazz com pop. Isso se repete nos discos "Livin Inside Your Love" (1977), "In Your Eyes" (1978) e "Give me The Night" (1980), quando embarcou de leve na onda da Disco Music.
Nessa época regrava a música "Dinorah", autoria de Ivan Lins. Ao investir no vocal, Benson  afasta-se do jazz, escola que o revelou para o mundo. Começa a fase das baladas água com açúcar, distanciando o público que gostava do Benson guitarrista de jazz.
Mesmo equilibrando-se entre  jazz e  pop, continua fazendo muito sucesso no Brasil. Pois conseguiu emplacar vários hits nas paradas daqui. Quando apresentou-se no Free Jazz Festival de 1988, resolveu dar uma canja no pátio de um shopping center na Avenida Eusébio Matosso, em Pinheiros, Zona Oeste de Sampa. Era um domingo chuvoso, que não desanimou quem se aventurou sair de casa para o show.
Subiu ao palco e abriu sua apresentação com a inesquecível "Affirmation". Daí para frente, o público que lotou o local, se esqueceu da chuva e do frio. Como sempre faz, uniu os solos de sua guitarra Ibanez "buchuda" (lembra o formato de um violão) com seus conhecidos scats (solo feito com a boca).
Em 57 anos de carreira e 60 discos gravados, Benson já encostou o "burro na sombra". Ele se dá ao luxo de trabalhar apenas seis meses durante o ano. O restante prefere ficar com sua família. Porém, aquele guitarrista, símbolo do jazz puro, não existe mais. Ficou parado na onda do pop, que vai e vem. Quem quiser tirar a dúvida, ouça o excelente disco "Breezin", onde os seus solos de guitarra massageiam os ouvidos. Mas isso foi há 34 anos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Dor de cotovelo se transforma em sucessos


Martinho da Vila

Ivone Lara

João Nogueira


Tim Maia
As desiluções amorosas forneceram, sempre,  munição para os compositores de diversos estilos musicais. O samba e a soul music brasileira não ficaram de fora. Em 1980, João Nogueira regravou "Louco", letra de Wilson Batista e Henrique de Almeida, feita em 1947. A dupla deixou explícita a dor de cotovelo: "Louco/pelas ruas ele andava/o coitado chorava/transformou-se até num vagabundo/louco/para ele a vida não valia nada/para ele a mulher amada/era seu mundo..."
Nessa trilha entrou Martinho da Vila, em 1981, quando em parceria com Zé Catimba fez a clássica "Ex-Amor"": "Ex-amor/gostaria que tu soubesses/o quanto que eu sofri/ao ter que me afastar de ti/não chorei/como um louco eu até sorri/mas no fundo só eu sei/das angústias que senti..."
O tema dor de amor também influenciou Jorge Aragão, que colocou seu talento em ação para escrever "Tendência". Esse samba estourou na voz de Dona Ivone Lara em 1986. A letra fala de uma pessoa que se aproveitou da outra, mas não deixa claro se foi homem ou mulher. Jorge Aragão deixou no ar a dúvida, para que fosse adaptada para qualquer situação, visto que mau caráter pode ser homem ou mulher, nem parente escapa disso. "Não..pra que lamentar/o que aconteceu...era de esperar/se eu lhe dei a mão..foi por me enganar/foi sem entender, que amor não pode haver/sem compreensão, a desunião..tende aparecer/ e aí está..o que aconteceu/você destruiu..o que era seu.."
Para continuar mantendo a dor de cotovelo em alta, Mauro Diniz, Sereno e Ratinho compuseram, em 1985, "Parabéns Pra Você", um dos grandes sucessos do Fundo de Quintal. A letra aborda a traição num relacionamento: "Se o tempo passou e não fui feliz/sei lá das razões/ foi Deus quem não quis/você me propôs e não foi capaz/fez pouco de mim até nunca mais/a dor que passou deixou cicatriz/pois aquele amor já tinha raiz..."
O ano de 1976 foi excelente para Carlos Dafé. Na mesma trilha de Cassiano e Tim Maia, ele lança um LP (Disco com 12 músicas) recheado de boas músicas no estilo soul music, importado por Tim Maia dos Estados Unidos. Um dos destaques era a faixa "Venha Matar a Saudade". Os ótimos arranjos não deixavam ninguém perceber que a letra retratava a tristeza de perder um grande amor. Rotina na vida, principalmente dos jovens. "Chora a tristeza de viver assim/ a loucura tomará conta de mim/por que você me abandonou/e eu que lhe dediquei/ todo um grande amor/vou pelas noites a vagar/até você voltar num raio de sol.."
No final da década de 1970, Tim Maia e Fábio ganham as paradas de sucesso com o hit "Até Parece que Foi Sonho", autoria de Fábio, Paulo Sérgio Valle e Diogo. Era dor de cotovelo, mas a interpretação de Tim Maia e Fábio deixava em segundo plano a depressão pela perda de alguém. Os arranjos de teclados revelavam que a música entraria na trilha de muitos bailes e rádios FMs.
O recado é bem direto para a menina que deixou o garoto na mão. "Menina você não sabe/do jeito que estou agora/só vejo tristeza em tudo/porque você foi embora/até parece que foi sonho meu/até parece que foi sonho meu/sonho meu, sonho meu/amigo não leve a sério/você não é o primeiro/eu sei bem o que te digo/pois aconteceu comigo..."
Para ajudar a levantar a carreira de Fábio, que na época estava em baixa, ainda em 1979, Tim Maia, Cassiano e Hyldon se unem ao amigo e gravam "Velho Camarada", autoria de Cassiano. Na mesma linha dor de cotovelo, o hit ganhou as paradas, principalmente pela interpretação do trio. O curioso é que Tim Maia, a princípio só tocaria flauta, mas quando ouviu o play back, resolveu colocar seu vozeirão.
No verdadeiro estilo de baile, a composição foi montada como se os três estivessem conversando a respeito da vida sentimental: "Como vai meu velho camarada/quanto tempo eu não vejo mais você/conte sua vida e como vai a sua amada/que notícias você tem pra me dizer/pra me dizer, pra me dizer, pra me dizer/olha meu amigo, eu vou te contar/estou tão triste, me perdoa se eu chorar/quem eu tanto amava, agora não está mais comigo/só Deus sabe onde ela andará/ e eu te digo: não sei o motivo/só sei que ela acabou comigo/mas não ligue, ela vai voltar (será que ela vai voltar)..."

Talentos que as drogas tragaram







Janis Joplin
O que Elvis Presley, Jimi Hendrix, Miles Davis, Billie Holiday, Elis Regina e Janis Joplin têm em comum? Todos eles foram vítimas de overdose de drogas. A musa do blues, Billie Holiday, morreu aos 44 anos, em um quarto de hotel de Nova York, Estados Unidos, em 17 de julho de 1959. Ao lado do corpo, a polícia encontrou uma seringa com heroína. Billie consagrou-se na década de 1930 ao se apresentar nas orquestras de Duke Ellington, Count Basie e Artie Shaw e ao lado de Louis Armstrong.
A discípula de Billie Holiday, Janis Joplin, poderia ter ido mais longe, se ficasse distante das carreiras e picadas de cocaína e heroína. Morreu aos 27 anos, em 4 de outubro de 1970, na cidade de Los Angeles, Califórnia. Com 20 anos, ela era dependente de drogas, principalmente heroína e álcool. Mesmo assim gravou quatro álbuns num curto espaço de tempo. Influenciada pelo rock e soul, era considerada a Billie Holiday branca. Sua interpretação de "Summertime" tornou-se  clássica.
Em 18 de setembro de 1970, o rock perdeu um de seus principais guitarristas: Jimi Hendrix. Para compensar a perda da mãe na adolescência e a ausência do pai, mergulhou nas drogas, perdendo a vida aos 28 anos. Teve uma overdose de calmantes e morreu sufocado pelo próprio vômito, também em um quarto de hotel, em Londres, Inglaterra.
Outro sugado pelas drogas foi o rei do rock, Elvis Presley. O vício o transformou numa fármacia ambulante. Morreu em 17 de agosto de 1977, sendo encontrado no banheiro de sua mansão em Memphis, Tennessee, Sul dos Estados Unidos. Nos seus últimos anos de vida, bem gordo, ficava horas diante do televisor, tocando  algumas notas musicais no contrabaixo, talvez querendo voltar ao seu passado de glórias nas décadas de 1950 e 1960.
O encontro com as drogas também foi fatal para o trompetista Miles Davis, morto em 28 de setembro de 1991, em Santa Monica, Califórnia. Davis foi um dos músicos mais influentes do século passado, ficando na vanguarda de quase todo o desenvolvimento do jazz desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1990.
Pertenceu  à classe tradicional de trompetistas de jazz. Infelizmente, parte de seus 65 anos foi consumida pela heroína.
Já no Brasil, Elis Regina não conseguiu escapar da overdose. Ele deixou a MPB órfã em 19 de janeiro de 1982. Encontrada caída no seu quarto, foi levada ao Hospital das Clínicas, próximo de sua casa, na região da Avenida Paulista.
Os esforços dos médicos foram em vão. Ela já estava morta. Elis lançou compositores até então desconhecidos. Nomes como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Gilberto Gil, João Bosco, Aldir Blanc, Sueli costa e Tim Maia, com quem gravou a soul music "Thease Are The Songs", em 1970.
Elis Regina

Elvis Presley

Jimi Hendrix
Billie Holiday



segunda-feira, 6 de junho de 2011

Carol, Angie e Ive Brussel: três mulheres imortalizadas em belas canções


Angie Bowie
 A maioria dos grandes sucessos tem fonte de inspiração. Nem sempre o público conhece a história que contribuiu para composição daquela música.
No início da década de 1950, o cantor e compositor Neil Sedaka resolveu homenagear sua então namorada, Carol King. Na época, ambos ganhavam a vida vendendo músicas para as gravadoras em Nova York, Estados Unidos. Para a cantora Carol King, ele escreveu os seguintes versos: "Oh! Carol/ eu sou apenas um tolo/querida eu te amo/apesar de você me tratar mal.."
Meses depois, o romance acabou e cada um foi para o seu lado. Mas a letra de "Oh!Carol continua embalando corações, principalmente de quem viveu os fervorosos anos 1960.
Quem resolveu fazer declaração de amor para tentar conquistar o amor da mulher do amigo, e "que amigo", Davi Bowie, foi o líder dos Rolling Stones, Mick Jagger. Em 1972, Angela Bowie teria flagrado Jagger com seu marido, Bowie, aos beijos e abraços. Meses depois, Jagger compôs a balada "Angie", onde declara publicamente seu amor por ela. Principalmente nos versos:" Angie/Angie/quando aquelas nuvens todas desaparecerão/Angie/Angie/para onde isso vai nos conduzir a partir daqui?.."
Agradecimento. Foi esse o motivo da composição da música Ive Brussel, autoria de Jorge Benjor, em 1979, quando ainda assinava como Jorge Ben. Durante uma série de shows na Europa, Benjor apresentou-se na cidade de Bruxelas (Bélgica). A belga Ive Brussel resolveu hospedá-lo, lhe proporcionando ótimo tratamento. Quando estava escolhendo músicas para gravar o disco "Salve Simpatia!", Benjor resolveu retribuir a gentileza, escrevendo Ive Brussel, que ele gravou com Caetano Veloso.
Até a insegurança que acompanha qualquer pessoa em terra estranha, ele colocou na letra:"Pois está fazendo um ano e meio amor/que eu estive por aqui/desconfiado sem jeito/e quase calado/quando fui bem recebido por você.."

Disco de 1979

Partido em 5 volume 1 reúne nata do samba

Disco lançado em 1975

LP lançado em 1979
Em 1975, a gravadora Tapecar lançou o primeiro LP (disco com seis músicas de cada lado) da coletânea "Partido em 5". O disco não tinha as frescuras dos atuais CDs de samba. Nada de teclados, contrabaixo, bateria ou instrumento de sopro. Apenas gente bamba cantando música de qualidade. O time era composto por Candeia, Anézio, Velha, Joãozinho da Pecadora, Doutô, Casquinha e Wilson Moreira. A percussão ficou a cargo de mestre Marçal, diretor de bateria da Portela, e Luna.
O disco reproduz uma roda de samba ao vivo, onde , naquela época, não faltavam cavaquinho, pandeiro, surdo, tamborim, reco-reco e muita descontração. As letras eram simples, mas carregadas de melodias bonitas.
Candeia abria a primeira faixa e quando estavam encerrando começavam a conversar e chamava o próximo para continuar cantando, nesse caso, o partideiro Velha, que interpretava um samba (Defeito de Mulher) para deixar as feministas, dos anos 70 de cabelos em pé: "Não sei se é da natureza/ ou se é obra do destino/ que a mulher nasce sorrindo/cresce fingindo e morre mentindo/...mulher carinhosa é falsa/ seja feia ou seja bela/leva o homem a perdição/ e o bicho ainda morre de amores por ela.."
O charme do Partido em 5 volume 1 era justamente reproduzir o clima de uma roda de samba num final de semana na mesa de um boteco, sem risco de ser atingido por uma bala perdida ou o público sofrer ameaça de algum arrastão.
Mestre Marçal, durante muitos anos, responsável pela percussão na banda de Caetano Veloso, mantinha o ritmo gostoso sem deixar nenhum instrumento encobrir o som do outro. Os acordes do cavaquinho nas mudanças de faixas eram bem audíveis.
No final, todos os partideiros começam a conversar, cada um se apresenta e diz qual instrumento está tocando. O som do cavaquinho vai ponteando o bate-papo até terminar a roda de samba. Mestre Candeia profetiza que aquele som era a legítima música popular brasileira e o Partido em 5 volume 1 iria ficar na história.
Isso aconteceu, principalmente no volume 4, quando um grupo de sambistas do bloco Cacique de Ramos fez a "cozinha" desse outro LP. Daquele time faziam parte Almir Guinéto, Sombrinha, Jorge Aragão, Sereno, Ubirany, Bira Presidente, Arlindo Cruz e Neoci, a primeira formação do conjunto "Fundo de Quintal" em 1979. Nesse disco um dos destaques foi a faixa "Meti o Dedo na Viola", na voz de Gracia do Salgueiro.
Se os últimos anos da década de 1970 foram chumbo para diversos setores da sociedade, com as duras perseguições do Regime Militar e morte de jornalistas, sindicalistas e políticos, para a música brasileira marcou um período de muita gente criativa, que ainda está nas paradas, como Djavan.