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Luís Alberto Alves/Hourpress

terça-feira, 17 de maio de 2011

James Brown: o pai do funk

O grande legado de James Brown foi a criação do funk, na década de 1960, com seu ritmo sincopado. Na carreira de mais de 50 anos, ele contou com ajuda de seus músicos, como Maceo e Melvin Parker. Sua pegada influenciou artistas como Miles Davis, Herbie Hancocok (um dos maiores tecladistas do mundo), George Duke entre outros.
A marca registrada de Brown era sua banda JB´s, onde metais e percussão colocavam fogo em qualquer show. Ao contrário da geração atual, o funk (que não tem nenhuma relação musical com o ritmo praticado nos morros cariocas e periferia de São Paulo) tem ritmo mais lento, sexy, solto e orientado, frases musicais (riffs) e muito dançante.
Os instrumentos típicos do funk verdadeiro são guitarras, baixo, bateria, teclados, metais e backing vocal, criando frases musicais conhecidas como scat (solo instrumental usando a voz). Antes esse ritmo já aparecia nas rodas de músicas nos 30 e 40, mas entrou no circuito de shows pelas mãos de James Brown e Sly and The Family Stone, no início dos anos de 1960.
A gravação de "Papa´s Got Brand New Bag", em 1965, é considerado o funk puro. Nesta música, verdadeira adrenalina, é bem forte a presença de metais. Nos anos 60 também veio na mesma cola de Brown, a banda Kool and The Gang. Mas o mestre prevaleceu.
Em 1974, ele presenteou seus admiradores com "Papa don´t Take no Mess", outra pérola dançante. Dois anos depois, ele gravou a inesquecível "Sex Machine".
Na trilha de James Brown, na década de 1970, vieram George Clinton, com as bandas Parliament, depois Funkadelic. Nessa mesma época apareceram Commodores, Earth, Wind & Fire, War, KC & Sunshine Band, Chic, Rick James, Chaka Khan, Tom Browne.
Porém essa constelação de artistas não foi capaz de sufocar o talento de James Brown, que nas décadas de 1980 e 1990 ainda tinha energia para sacudir o público durante suas apresentações.
A grande sacada dele era apresentar um funk que não deixava ninguém ficar parado, mas ao mesmo tempo sem ser barulhento. Juntava guitarras, contrabaixo e metais numa forte marcação do ritmo. Sua voz era o tempero. Subia e descia, além do famoso truque de amarrar um elástico no microfone que era empurrado para frente e para trás.
Em 1972 e 1978 e na década de 1990, o público brasileiro pôde conferir ao vivo porque Brown é considerado o papa do funk. Detalhe: ele não precisava usar diversas mulheres sensuais, com pouca roupa no palco. O seu talento, aliado ao profissionalismo da banda JB´s, eram suficientes. Bem diferente do falso funk carioca, que vai desaparecer do mesmo jeito que surgiu.

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