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Radiografia da Notícia *  Na virada do milênio, ela aproveitou sua voz totalmente única e um senso de estilo estranho para o estrelato pop *...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Memphis Minnie: A grande guitarrista do Blues

Memphis Minnie foi uma das grandes guitarristas do Blues, influenciando diversos artistas até hoje


Luís Alberto Alves
 O Blues registra uma particularidade: a dificuldade de encontrar mulheres que tocam guitarra neste gênero, casos de Rosetta Tharpe e Om Terrell. Elas gravaram e tocaram, excluindo os artistas contemporâneos. A exceção mais notável foi Memphis Minnie, a blueswoman mais popular que fugiu desta incômoda tradição.
 Memphis Minnie ganhou respeito dos críticos, apoio dos fãs, além de elogios de diversos artistas de Blues com os quais trabalhou ao longo de sua extensa carreira. Apesar das raízes sulistas, ela era conhecida também em Chicago como em qualquer outra cidade dos Estados Unidos. Tocava violão, baixo, banjo e bateria.
 Big Broonzy se lembra dela o deixando para trás num concurso. É categórico ao dizer que Memphis Minnie foi a melhor guitarrista mulher que ouviu. Tinha resistência suficiente para aguentar o tranco na rude estrada do Showbiz do Blues. Ganhou respeito por causa de sua musicalidade sólida e boas gravações nos 40 anos de discos gravados na Columbia, Vocalion, Bluebird, Okeh, Regal, Checker e JOB.
 Tinha bom gosto musical e sustentou longos casamentos neste gênero ao lado de guitarristas do porte de Casey Bill Weldon, Joe McCoy e Ernest Lawlars. Seus duetos de guitarra abrangem o estilo afro-americano e a música popular, incluindo Spirituals, peças de danças dos velhos tempos.
Porém o melhor de Memphis Minnie consistia de Blues profundos, como "Moaning the Blues." Mais de uma excelente mulher guitarrista de Blues e cantora, seu talento continua influenciado diversos guitarristas de hoje. É lembrada por ter escrito a canção “When The Levee Breaks”, que foi regravada pela banda de rock, Led Zeppelin, no quarto disco deles, com letra e melodias alteradas.


Clique Girlz: Outra banda que rápido surgiu e de repente sumiu



Luís Alberto Alves
 A banda Clique Girlz nasceu em Atlantic City, Nova Jersey, criada pelas irmãs adolescentes Destinee & Paris, depois acrescentada com as amigas Ariel Moore e Sara Diamond que entrou no lugar de Ariel. Escreveram pouco mais de 79 canções e eram a sensação dos adolescentes dos Estados Unidos, enquanto durou até final de 2009.
Apesar do visual de patricinhas, a banda Clique Girlz durou pouco na estrada do Showbiz
 Destinee, nascida em 1994, era a roqueira do grupo, inclusive vestindo roupas pretas e tocando o rock clássico T-Shirts. Por causa de um problema nos olhos durante a infância ficou fanática por estrelas.
 Paris nasceu dois anos depois, gosta da cor rosa, sendo tratada como princesinha da banda. Sara Diamond é de 1995, nasceu em Montreal, Canadá. É compositora, dança Jazz, Ballet, Hip-Hop desde os três anos. Também toca piano e canta desde os cinco anos.
 Ariel Moore nasceu em 1994 e tem como hobby dançar, design de moda e leitura. Gosta de ajudar o próximo. Saiu do grupo no começo de 2009. Em novembro daquele mesmo ano a banda chegou ao fim, com Destinee & Paris trabalhando no CD CherryTree Records. Na curta duração do conjunto, gravaram Bratz: Motion Picture Soundtrack (2007) e o EP Clique Girlz (2008). Também lançaram o single “Perfect Day” para o comercial do Beaches Resort.



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Injustiça musical tem nome: Maxine Brown

Maxine Brown foi uma das vocalistas mais subestimadas na história da Black Music


Luís Alberto Alves

 Maxine Brown nunca teve muitos hits estourando nas paradas. Foi uma das vocalistas mais subestimadas de Soul e R&B na década de 1960. Naquele tempo ela lançou vários singles para Nomar e Wand Records, porém só pegaram os hits “All in My Mind”, “Something You Got”, “Oh No Not My Baby” e “ Funny”.

 Ficou marcada como uma das melhores vozes do R&B da época, capaz de transportar Soul, Jazz e Pop sem qualquer sacrifício. Nascida em Kingstree. Começou a cantar ainda criança. Depois passou a atuar em grupos evangélicos de Nova York quando chegou à adolescência.

 Em 1963 entrou na pequena gravadora Nomar Records, onde lançou a balada “All in My Mind” no final daquele ano. O single explodiu, ficando em segundo lugar nas paradas de R&B. Depois emendou “Funny”, outro arraso.

 Quando se preparava para virar estrela do showbiz entrou na ABC/Paramount Records. Dali saiu sem emplacar nenhum hit. Entrou na Wand. Ali desenvolveu grande trabalho, inclusive com uma série de sucessos em três anos. Escreveu “Oh No Not My Baby”, gravada por Carole King e “It´s Gonna Be Alright”, além de “Something You Got”, “Hold On I'm Coming” e ““ Daddy’s Home”.


 Um dos motivos de Brown não ter muita exposição na mídia, é por que a gravadora centrou fogo sobre Dionne Warwick. Em 1969 ela saiu da Wand e assinou com a Commonwealth United, onde teve hits menores como “We'll Cry Together" e "I Can't Get Along Without You." Em 1971 foi para AVCO Records, mas ficou no gelo ali e desapareceu ao longo daquela década.

Chuck Jackson: Artista ignorado pelo tempo




Luís Alberto Alves

 Atualmente Chuck Jackson está esquecido. Sua marca de Soul Uptown é rejeitada pelos críticos que preferem o Soul profundo Down Home. Antes não era assim, quando visitava as paradas de R&B no começo da década de 1960, com suas canções que misturavam Pop e Soul, hits iguais "I Don't Want to Cry”, "Any Day Now," e "Tell Him I'm Not Home."
Após entrar na Motown, a carreira de Chuck regrediu


 Os discos de Jackson eram como peça de obra de arte Pop/Rock/Soul, cheios de lindos arranjos de cordas e lindas vozes de vocalistas femininas no backing. Não era parecido aos de Ben E. King ou Wilson Pickett, mas quem gostava de Pop ou Soul optava pelos seus álbuns.

 Ele é da velha escola do Doo Wop, pois cantou ao lado do pessoal do The Dell Vikings no final da década de 1950.  Gravou seu primeiro disco pela Scepter Records em 1961. Aplicou a velha fórmula usada por Dionne Warwick e The Shirelles, misturando Pop e R&B, além de muito profissionalismo.

 Jackson foi um dos primeiros, junto com Dionne, a gravar canções da dupla Bacharach/David. Uma de suas canções inesquecíveis foi “I Keep Forgettin” de 1962, escrita e produzida por Leiber Stoller.


 Fez algum sucesso em duetos ao lado de Maxine Brown, mas deixou a Wand Records em 1967 para entrar na Motown a pedido de Smokey Robinson. Mau negócio. Ficou quatro anos terríveis na gravadora de Berry Gordy. Passou a ser ignorado pela crítica. Embora ainda seja favorito no Northen Soul da Inglaterra.

Barbara Lewis: A inesquecível voz de "Hello Stranger"



Luís Alberto Alves


 O Soul/Pop não seria o mesmo sem o talento de Barbara Lewis, cujo sedutor sussurro na canção “Hello Stranger”, de 1963, deixou boas lembranças nos amantes da boa música.  Nascida em Michigan, ela já escrevia hits desde os nove anos de idade, e na adolescência começou a gravar com o produtor Ollie McLaughlin.
Barbara Lewis deixou de cantar há vários anos, mas suas canções ainda fazem sucesso

 Experiente, pois ajudou nas carreiras de Del Shannon, The Capitols e Deon Jackson, foi importante na vida de Barbara. Talentosa escreveu todas as canções do seu álbum de estreia, incluindo “Hello Stranger”. O diferencial é que colocou harmonia de Soul Music, em outra implantou a nova batida Bossa/Like.

 O single "Someday We're Gonna Love Again” serviu de antídoto contra a invasão da música britânica nos Estados Unidos na década de 1960. No início daqueles fervorosos anos ela passou a gravar em Nova York, apoiada pelos produtores Bert Berns e Jerry Wexler. Ambos empregavam arranjos orquestrais e Pop.

 Tanto comercialmente quanto artisticamente, os hits "Baby I'm Yours" e "Make Me Your Baby" se tornaram grandes sucessos, no melhor estilo daquela década. No final dos anos de 1960 Barbara gravou um disco pela Stax. Porém, o álbum não vendeu bem.


 Após essa experiência ela se retirou do Showbiz, depois de lançar diversos singles. Mas o hit "beach music" continua sendo a grande marca dessa grande cantora, que continua popular mesmo há muitos anos fora do mercado.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Neneh Cherry: A Black music que veio da Suécia




Mistura de sangue sueco e africano resultou na beleza e talento de Neneh Cherry

Luís Alberto Alves
 Neneh Cherry é a prova viva de que a música não conhece fronteiras. Nascida na Suécia, há 40 anos, ela mistura Hip-Hop com outros estilos e faz sucesso. Sua mãe sueca e pai, jazzista, nativo de Serra Leoa, África, passaram os primeiros anos de vida de Neneh na cidade de Hässleholm, antes de a família passar a seguir o padrasto, Don Cherry nas turnês.
 Pouco tempo depois foram morar em Nova York e aos 14 anos começou a se apresentar depois que saiu da escola. Foi para Londres, onde entrou na banda de Punk Rock, The Cherries.  Após muitas voltas, em 2005, no álbum Demon Days, do grupo Gorillaz, Neneh está nos vocais na faixa “Kids With Guns”.
 Já lançou os seguintes discos solos: Raw Like Sushi (1989), Homebrew (1992), Man (1996), Neneh Chérie Remixes (1997), Blank Project (2014). Com o grupo Cirkus soltou Neneh Cherry and Cirkus (2005), Laylow (2006) e Medicine (2009).


L´Trimm: Sonho que durou apenas três discos





Luís Alberto Alves

 L' Trimm foi uma dupla de Hip-Hop de Miami, formada por Lady Tigra (Rachel de Rougemont) e Bunny D (Elana Cager). Gravaram três álbuns na Atlantic Records (Grab It! (1988), Drop That Bottom (1989) e Groovy (1989).  As duas meninas se conheceram na época de Ensino Médio e participaram do Skylight Express, um clube de dança para adolescentes em Kendall, que às vezes contavam com shows de artistas como LL Cool J e Salt-N-Pepa, Live Crew e Gucci Crew.
As meninas do L`Trimm não passaram de três álbuns

 Como dançarinas eram apresentadas no programa de tv de Miami, que era apresentado todas as semanas no sul da Flórida, Atlanta e Nova York, bancado pela Douglas Productions. De olho na fama elas logo fizeram várias amizades quando se aproximaram do grafiteiro amador Tigra. Ele escreveu algumas letras para Bunny D, bailarina clássica e cantora de Hip-Hop.

 Durante o almoço no colégio as duas formaram o grupo XTC para competir com os meninos, pois na época era difícil meninas cantando Hip-Hop. Chamaram atenção do rapper Double Deuce. Numa tarde o rapper Mighty Rock precisava passar pelos estúdios da Hot Productions. Na reunião as duas garotas entraram na cabine de gravação e começaram a cantar.
 O dono Paul Klein as pegou e mandou Larry Davis escrever algumas letras para a dupla. Tigra com 15 e Bunny com 17 anos assinaram contrato com a Hot Productions. O nome veio de uma marca de calça comprida, acrescentaram o prefixo L´para dar um toque francês.

 A canção “Grab It!” virou hit local e depois álbum com o mesmo nome. Mais adiante, a canção estourou em todos os estados Unidos. A Atlantic Records pegou o primeiro disco das meninas e as levou embora, para lançar o disco Drop That Bottom, incluindo o remix de “Grab it!”.

Não demorou para a dupla ficar insatisfeita com a diretoria da Atlantic, pois os compositores foram encarregados de produzir o terceiro álbum, Groovy. Nessa mesma época as gravadoras independentes de Miami diziam que o som Miami Bass (que serviria para criar o lixo, que no Rio de Janeiro levou o nome de Funk) não estouraria nacionalmente.

 Não demorou em a dupla sair da Atlantic Records. A hot Productions, onde elas começaram, continuou criando um álbum sem a participação das duas. Era um som na linha New Jack Swing, que vendeu muito pouco e a crítica caiu de pau. O medo de prejudicar a criatividade delas e incapazes de fazer um álbum no estilo Pop/Rap, o L´Trimm chegou ao fim.

 Bunny D casou-se cinco vezes, teve quatro filhos dos primeiros quatro matrimônios. Optou em publicar livros infantis. Lady Tigra voltou a Nova York. Em 2008 foi a Los Angeles, lançando CD solo, Please Mr. Boombox. As duas mantêm contato, mas sem a intenção de lançar qualquer trabalho musical.


Firmeza e carisma das meninas do Salt-N-Pepa


O feminismo está presente nas canções e atitudes da Salt N Pepa

Luís Alberto Alves

 O grupo Salt-N-Pepa surgiu no final da década de 1980, quando o hip-hop se preparava para se tornar um gênero musical dominado apenas por homens. As gatinhas do Salt-N-pepa, até seus DJs eram mulheres quebrou esse paradigma no hip-hop. Foram as primeiras artistas de rap a cruzar o mainstream pop, lançando as bases para aceitação generalizada desse ritmo no começo da década de 1990.

 As canções do grupo eram compostas de letras feministas, num sexy pop/oriented. Destaque para os hits “Push It” e “Shake your thang”. Elas desafiaram a lógica e foi uma das poucas bandas de hip-hop a desenvolver uma carreira longa. Ao lado de LL Cool J, o trio estourou nos anos de 1980 e 1990, chegando ao auge em 1994 com os hits “Shoop” e “Whatta Man”, chegando ao Top Ten.
A canção "Let´s Talk About Sexy" virou hit Pop até os dias de hoje

 A história delas começa numa loja Sears (que existiu no Brasil durante muitos anos) do bairro do Queens, Nova York, quando a colega de trabalho e o namorado resolveu fazer uma dupla de rap numa música que estava produzindo para Media Arts. Fizeram a resposta a Doug E. Fresh e Slick Rick “The Show”.

 O hit foi lançado como o single de “Super Nature” em 1985. Começava a carreira de Cool & Vicious Cheryl “Salt” James e Sandy “Pepa” Denton. Estouraram nas paradas. A dupla, agora chamada Salt-N-Pepa, assinou com a gravadora indie label Next Plateau. No ano seguinte produziram o disco Hot, Cool & Vicious, que teve a presença da DJ Pamela Green.

 Em 1987 voltaram às paradas com os hits "My Mike Sounds Nice," "Tramp," e "Chick on the Side".  Antes de um DJ de San Francisco fazer o remix do hit “push It” e de “Tramp”. “Push It” virou febre nos Estados Unidos. Acabou nomeado ao Grammy. Dois anos depois soltaram A Blitz of Salt-N-Pepa Hits: The Hits Remixed The remix album A Blitz of Salt-n-Pepa Hits, seguindo do terceiro álbum, Magic Blacks. Rendeu boas críticas e vendeu bem.

 A comunidade hip-hop gostou do disco, apesar de críticas de que as meninas tentavam cruzar hip-hop com Pop. Ficaram oito semanas no topo das paradas de rap e ganharam Disco de Ouro. Outro single do álbum, "Let's Talk About Sex" virou hit Pop até hoje, mais tarde regravaram a canção no estilo rap, com o título de "Let's Talk About AIDS."

Depois gravaram o quarto disco. Assinaram com a Polygram Records. Soltaram o álbum Was Catchy and Sexy Without Being a Sellout. A novidade foi um som novo, sofisticado e o sucesso chegou com o hit “ Shoop” nas paradas pop. O dueto “Whatta Man”, ao lado das meninas do Em Vogue”, rendeu o terceiro lugar nas paradas Pop e R&B de 1994.

 O último single do disco, "None of Your Business," fez pouco sucesso, mas ganhou o Grammy de Melhor Performance de rap de 1995.  Depois as meninas deram um tempo para desfrutar do dinheiro ganho com direitos autorais.