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Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Johnny Rivers: na hora e lugar certo

Johnny Rivers é aquele cantor com muita sorte. Conseguiu gravar músicas que viraram sucessos eternos. É a garantia de shows lotados em qualquer cidade. Para melhorar, esses hits nunca saem das paradas. O segredo foi investir no rock com forte pitada de blues, como ocorria na década de 1950. Assim que John Henry Ramistella, nascido em 1942, transformou-se no cantor, compositor e produtor Johnny Rivers, cujo nome é uma homenagem à cheia do Rio Mississipi, no sul dos Estados Unidos.
Aos oito anos de idade, quando sua família mudou-se para a cidade de Baton Rouge, Lousiana, ele formou sua própria banda, quando estava no equivalente ao curso primário nos Estados Unidos (Junior High School). Aos 14, fez sua primeira gravação.
Em 1960, Johnny Rivers conheceu James Burton, guitarrista do rei da country music, Ricky Nelson. Uma de suas músicas foi gravada por Nelson. Johnny Rivers mudou-se para Los Angeles e ali começou a trabalhar como compositor e músico de estúdio.
Quando estava com 25 anos, em 1963, resolveu passar seu tempo num bar chamado Gazzari´s. A sorte estava ao seu lado. Numa das noites, o trio de jazz que trabalhava no local saiu. O dono pediu para Johnny Rivers ocupar a vaga por uns dias, até encontrar outro substituto. Quando começou a tocar rock, com forte influência de blues, diversas pessoas passaram a frequentar o Gazzari´s.
Sua fama cresceu. No ano seguinte, o clube Whisky a Go Go lhe ofereceu contrato de um ano para cantar. A casa inaugurada em Hollywwod ( bairro da cidade de Los Angeles onde fica a maioria dos estúdios de cinema) foi palco de vários artistas.
A popularidade de Johnny Rivers já era grande. Nessa época, o produtor Lou Andler, compositor de vários sucessos do cantor, bancou o lançamento do álbum Johnny Rivers Live at The Whisky a Go Go. Ele fica entre os 12 mais vendidos nos Estados Unidos. Neste disco, ele inclui Twist and Shout (hit lançado pelos Isley Brothers no final dos anos 50 e regravado pelos Beatles) e La Bamba (gravado por Ritchie Valenz em 1958). É adrenalina pura.
 Em 1965 sai o álbum " And I Know You Wanna Dance". Nele entrou a composição " You´ve Lost That Lovin´Feelin", famosa balada que até hoje frequenta as boas FMs, e claro, os bailes, onde ainda se dança de rosto coladinho. O refrão ficou famoso: " You´ve lost that lovin´feeling/whoa, that lovin´feeling/you´ve lost that lovin´feeling/now it´s gone..gone..gone..wooooh.."
No ano seguinte, Johnny Rivers solta o seu lado blues, que aprendeu a cultuar no sul dos Estados Unidos, quando morou na Lousiana. No álbum "John Lee Hooker" estão duas músicas que revelam seu potencial: "When a Man Loves a Woman", clássico composto por Percy Sledge, que virou trilha sonora de vários bailes nos Estados Unidos e Brasil. Como o blues é a música, onde o intérprete precisa expressar seus sentimentos, Johnny Rivers abriu seu coração. Nesse disco ele homenageia um dos papas do blues: Johnny B. Goode.
A partir de 1966, a carreira de Johnny Rivers decola de vez. Ao regravar "The Tracks of My Tears", autoria de Smokey Robinson, o sucesso passa a lhe acompanhar. A voz suave casou perfeitamente com a letra. No Brasil estourou o rock de baile "It´s Too Late". O hit deixa em segundo plano a guitarra, destacando os teclados.
Em 1967, o produtor Lou Andler compõe "Poor Side of Town". Johnny Rivers grava e a música tornou-se sucesso até hoje. O hit fica em primeiro lugar nas paradas norte-americanas. A letra fala de uma menina pobre que trocou o namorado por outro rico.
Quase no final da década de 1960, grava "Summer Rain", autoria de Jimi Hendrix. Novamente o sucesso se repete. Nessa época, ele aceita a letra "Do You Wanna Dance?", de Bobby Freeman. Nos Estados Unidos o single é um fracasso. Porém na Europa e Brasil, essa música alcança os primeiros lugares das paradas e entra definitivamente na programação das rádios FMs. O próprio cantor fica surpreso, nas vezes que se apresenta no Brasil, como ocorreu em abril de 2010. Atualmente ele é dono de gravadora, com 25 milhões de discos vendidos. Continua compondo, aos 69 anos, e claro, vivendo dos sucessos que plantou desde 1965.

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