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Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O camaleão Gilberto Gil

Gilberto Gil é um dos cantores e compositores mais talentosos do Brasil. Circula livremente em diversas áreas: MPB, Funk, Reggae, Forró, Samba e Soul. Aos 22 anos, em 1964, após se formar em Administração de Empresas, veio trabalhar no Centro de São Paulo, perto da Galeria Metrópole, na Praça Dom José Gaspar esquina com Avenida São Luiz. Nos bares da galeria, vários cantores talentosos se apresentavam, entre eles Chico Buarque e Geraldo Vandré.
 Na Bahia, Gil conheceu os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia e os amigos Tom Zé e Gal Costa. Com eles se apresentou em público, pela primeira vez, no show "Nós por Exemplo", no Teatro Vila Velha. Aprendeu a tocar sanfona na infância, quando teve contato com música clássica de Bach, Beethoven e dos seus ídolos Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.
É desse rico caldo que vai surgir um dos maiores artistas brasileiro. Seu talento despontaria no I Festival Internacional da Canção da TV Rio, em 1966, quando se inscreveu com a música "Minha Senhora", defendida por Gal Costa. No mesmo ano, ele conquistou o quinto lugar com "Ensaio Geral", na voz de Elis Regina, no II Festival de MPB. Nessa época ele ainda trabalhava como administrador de empresas no escritório da Gessy Lever, só aos finais de semana cantava e tocava no Bar Redondo, que funcionou durante anos na esquina da Rua da Consolação com Avenida Ipiranga.
Em 1966, Elis Regina grava "Louvação". O sucesso resulta no primeiro convite para gravar um LP (disco de vinil com seis faixas de cada lado). Abandona o emprego e abraça os palcos do mundo. Sob influência do psicodelismo dos Beatles e dos filmes visionários de Glauber Rocha, passa a alimentar o movimento tropicalista. O primeiro sinal veio no III Festival de MPB da TV Record, em 1967. Com o hit "Domingo no Parque" (defendida pelos Mutantes) ele conquista o segundo lugar. A letra muito grande era composta de vários andamentos, inclusive com direito a berimbau na introdução. De propósito, para não deixar ninguém inerte. Quando o público imaginava que a pauleira não teria fim, ela ficava lenta, depois apareciam diálogos.
A partir daí, o sucesso começou a segui-lo. Ao lado de Caetano Veloso, Gal Costa, o maestro Rogério Duprat, Torquato Neto e os Mutantes, em 1968, lança o disco "Tropicália ou Panis et Circensis". Por outro lado, as letras de Gil incomodaram os militares, na época comandando o País.Com AI-5 (Ato Inconstitucional n° 5) baixado naquele ano, fechando Congresso Nacional, cassando direitos políticos de prefeitos e governadores, acaba sendo preso. Antes de ser obrigado a sair do Brasil, compõe um autêntico samba de partido alto: "Aquele Abraço".
Quatro anos depois retorna, e lança "Expresso 2222", seguido de "Refazenda" (1975), "Os Doces Bárbaros" (1976) e "Refavela" (1977). Antes, em 1973, surpreende quando grava, de Anastácia e Dominguinhos, o forró "Eu só Quero um Xodó". Dois anos depois lança o disco Gil&Jorge, álbum bem no estilo dos bailes, frequentes aos finais de semana na periferia. Em 1978, outra surpresa ao gravar o álbum "Nightingale", feito nos Estados Unidos. É a sua fase black music, com fortes pitadas de Soul. A faixa "Here and Now" estourou nas festas. No ano seguinte, com direito a trancinhas no cabelo, apresenta o disco "Realce", bem ao estilo do funk norte-americano. O álbum emplaca nas paradas, inclusive nos Estados Unidos, com direito a inclusão da música nos shows da banda Earth, Wind & Fire, quando veio ao Brasil em 1980.
Já o álbum "Luar", de 1981, tem uma pegada pop. Nele, está a clássica "Drão" composta em homenagem a ex-esposa Sandra (mãe de Preta Gil e de Pedrinho, já falecido). O disco "Extra" volta ao funk. Em 1984, Gil grava os singles "Vamos Fugir" e "Gime  Your Love". Ambos em ritmo de reggae, bem no estilo Bob Marley de quem era fã. Nos backings vocal, ele coloca as Waillers, que acompanhou o rei do reggae até sua morte.


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