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Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Jorge Benjor: 48 anos sacundindo a galera!

Jorge Benjor coleciona uma grande lista de sucessos em 48 anos de carreira: "Mas que Nada" (1963), "Chove Chuva" (1963), "A Princesa e o Plebeu" (1963), "Charles, Anjo 45" (1969), "Cadê Tereza" (1969),  "Que Pena" (1969), "Bicho do Mato" (1970), "O Telefone Tocou Novamente" (1970), "Fio Maravilha" (1972), "Minha Teimosia, uma Arma pra te Conquistar" (1974), "Jesualda" (1975), "Xica da Silva " (1976), "A Banda do Zé Pretinho" (1978), "Ive Brussel" ( 1980), " O Dia que o Sol Declarou Seu Amor Pela Terra" (1981), "Katarina" (1981), "Roberto, Corta Essa" (1986), "W/Brasil (Chama o Síndico)" (1990).
Com um caminho bem-sucedido na vida musical, essa é a trilha sonora do garoto Jorge Duílio Lima Menezes, nascido em 22 de março de 1944, em Madureira, periferia da Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao entrar para o mundo da música, adotou de sua mãe o sobrenome Ben (Silvia Ben Lima) africana originária da Etiópia.
Para a felicidade da MPB, o destino não permitiu que Jorge Benjor (na época Jorge Ben) fosse jogador de futebol do time do Flamengo, onde atuou vários anos como centro avante da equipe de Juniores, marcando diversos gols de placa. Quando estava para profissionalizar-se, sofreu séria contusão no tornozelo, encerrando o sonho de ganhar a vida como atleta.
Partiu para a música. Começou a tocar violão (era época da bossa nova, twist e o rock tinha  saído  do berço há pouco tempo). Para completar, ganha uma camiseta com a inscrição em inglês "Bop a Lena", nome de um rock que gostava. Essa composição passou a fazer parte do repertório do grupo The Snakes, integrado pelos amigos Tim Maia, Erasmo Carlos e China. A pronúncia errada de Bop a Lena transformou-se no apelido Babulina, que o acompanha até hoje. 
A maneira de tocar, com o dedo polegar e o indicador chamou a atenção do contrabaixista do conjunto Copa Trio, Manuel Gusmão. Nessa fase, início da década de 1960, ele começa frequentar bares e boates do Beco das Garrafas, em Copacabana, Zona Sul, do Rio de Janeiro, onde a bossa nova dava os seus primeiros passos. 
Ali, Jorge Benjor conhece feras como o pianista Johnny Alf, Sérgio Mendes, Elis Regina, Simonal e Antonio Adolfo. Neste ambiente jazzístico, de harmonia musicais bem trabalhadas e improvisos, ele começa trabalhar na boate Little Club. Chama atenção com suas músicas próprias, de harmonias simples, mas atrantes. Acompanhado pelo conjunto Copa Cinco (Meirelles - sax, Pedro Paulo - trompete, Toninho - piano, Dom Um Romão - bateria e Manuel Gusmão - contrabaixo), ele começa fazer sucesso entre os frequentadores da noite do Beco das Garrafas.
Em 1963, o excelente grupo Tamba Trio grava "Mas que Nada", em seguida o tecladista Zé Maria faz o mesmo com "Por Causa de Você Menina" e também "Mas que Nada". Numa noite após cantar essa música na Boate Bottle´s , Jorge Benjor é procurado pelo produtor da gravadora Philips, João de Melo. Meses depois, ele lança um disco com os hits "Mas que Nada" e "Por Causa de Você Menina". Acompanhado pelo grupo Copa Cinco, consegue vender 100 mil cópias.
O rápido sucesso trouxeram as críticas. Suas letras foram classificadas de infantis, as harmonias pobres, além de ser tachado de tocar violão, pois usava o polegar e o dedo indicador, enquanto os violonistas da bossa nova dedilhavam o instrumento.
Anos depois, quando questionado a respeito do seu estilo de tocar, ele respondeu que fazia no seu violão as batidas das escolas de samba depois do desfile.
Do Beco das Garrafas foi para os festivais universitários. Em 1964 apresenta-se no programa "Fino da Bossa", na TV Record, sob batuta de Elis Regina e Jair Rodrigues. As músicas "Chove Chuva" e "Bicho do Mato" entram para o repertório de vários programas de televisão.
Até 1969, a crítica classifica Jorge Benjor de fenômeno passageiro. Artista cometa: aparece rápido e velozmente  desaparece. Porém, no IV Festival Internacional da Canção, da TV Globo, em 1969, a música "Charles, Anjo 45" é bem acolhida pelo público.
Para completar, no Miden (festival francês que reúne músicos de todo o mundo), Jorge Benjor é muito elogiado por causa do hit "Domingas", uma declaração de amor para sua esposa.  Conseguiu calar a boca dos críticos e ganhou passaporte definitivo para o sucesso no Brasil e restante do mundo. 
Em 1989 foi obrigado alterar seu sobrenome para Benjor, por causa da semelhança com George Benson. Os direitos autorais de "Mas que Nada", uma das canções brasileiras mais executadas nos Estados Unidos até hoje, era confundido com "This Masquaredes", autoria de Benson. "Mas que Nada" foi regravada por Ella Fitzgerald, Dizzy Gillespie, Al Jarreau, Herb Alpert, José Feliciano, Trini Lopez e recentemente pelo Black Eyed Peas.

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