Em 1984, o programa de rádio "O Samba Pede Passagem" , apresentado por Moisés da Rocha, fez um show no teatro da USP, na Cidade Universitária. Entre os vários sambistas despontou uma jovem bonita, magrinha e com vozeirão. Chamou a atenção do público. Seu nome: Eliana de Lima. No ano seguinte, ela defendeu o samba-enredo "Oh! Mariana", autoria de Ideval e Zelão, na Avenida Tiradentes. A escola de samba Unidos do Peruche não ganhou o Carnaval, mas ninguém esqueceu a voz de Eliana de Lima, que segurou a onda durante 1 hora de desfile.
No final das décadas de 1980 e 1990 gravou vários discos. Estourou nas paradas com o samba "Desejo de Amar" (foi sem querer/que derramei toda emoção/undererê/ e cerquei seu coração/undererê/me machuquei/te feri, não entendi..). Ainda na década de 1990 fez sucesso com "Chora e Sofre Coração" (veja como estou sofrendo/com saudades de você/tua ausência companheira/hoje só me faz sofrer..") Ainda continua gravando, mas não conseguiu repetir o êxito do passado.
Clementina de Jesus é outro grande nome do samba. Descoberta aos 63 anos pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho, em 1964, ela participou do show "Rosa de Ouro", que rodou várias capitais brasileiras. Rainha do partido alto, seu timbre de voz era inconfundível. No ano de 1983, ela foi homenageada com show no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de Paulinho da Viola, João Nogueira e outros nomes do samba.
Na década de 1970, após a aprovação da Lei do Divórcio, Clementina grava "Incompatibilidade de Gênio", autoria de João Bosco e Aldir Blanc. Uma pérola. Em 1979 gravou seu último disco "Clementina e Convidados", onde se destaca o hit "Na Hora da Sede", de Luiz Américo e João de Barro. Nos 24 anos de carreira encerrados em 1987, ela deixou seu nome escrito na galeria dos grandes sambistas;
Alcione é outro nome destacado da música brasileira. Professora e trompetista, a "marron" conquistou as paradas de sucesso em 1975, depois de oito anos tocando na noite carioca. Com o disco "A Voz do Samba" estourou com o hit "Não Deixe o Samba Morrer", de Edson e Aluísio, o primeiro paulistano do Bexiga.
Em mais de 32 anos de carreira, Alcione ganhou 19 discos de ouro, dois de platina. Por dois anos seguidos conquistou o prêmio TIM de categoria melhor cantora de samba, entre 2004 e 2005.
Estudante de música da esposa do maestro Villa-Lobos na década de 1950, Ivone Lara aprendeu a tocar cavaquinho e foi a primeira mulher a ganhar um concurso de samba-enredo na escola de samba Império Serrano em 1967, "Os Cinco Bailes da História do Rio".
Seus parceiros foram Silas de Oliveira e Bacalhau. Enfermeira, só resolveu entrar na carreira artística após se aposentar em 1977. No ano seguinte gravou seu maior sucesso "Sonho Meu", regravado por Maria Bethânia e Gal Costa.
Depois colocou nas paradas "Sorriso Negro", "Tendência", "Serra dos Meus Sonhos Dourados". Na década de 1980, Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil regravaram "Alguém me Avisou". Dona Ivone Lara, como é chamada no mundo do samba, até hoje é madrinha da ala dos compositores da Império Serrano. Romantismo é a marca da maioria de suas músicas.
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