Luíz Gonzaga, morto em 1989, aos 76 anos, deixou diversas músicas que se tornaram clássicos. Aprendeu a tocar sanfona com o seu pai, o velho Januário, com quem dividia o ofício de lavrador com o conserto desse instrumento. Antes dos 15 anos já se apresentava nos bailes e feiras de sua cidade natal, Exu, em Pernambuco. Foi grande representante da rica cultura nordestina e continuou fiel às suas origens, mesmo quando veio tentar a sorte no Sul do Brasil. Ele consagrou o baião.
Com 27 anos, em 1939, após ficar algum tempo como soldado do Exército, onde conheceu o acordeonista Domingos Ambrósio e aprendeu lições musicais, passou a dedicar-se à música. Foi trabalhar nas casas noturnas do Rio de Janeiro, onde tocava samba, choro, fox, além de outros gêneros da década de 1940.
Compôs o forró "Vira e Mexe" e se apresentou no programa de Ary Barroso, da Rádio Nacional. Todos o aplaudiram de pé. No ano de 1945, Luiz Gonzaga grava "Dança Mariquinha", em parceria com Saulo Augusto Oliveira. Nesse mesmo ano, adota o garoto de sua namorada Odaléia Guedes, e o batiza de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que foi criado pelos seus padrinhos, com toda assistência financeira sua. Sua mãe era backing vocal na Rádio Nacional.
Em 1947, ele conhece o advogado Humberto Teixeira e juntos compõem uma de suas músicas mais famosas: "Asa Branca". A partir daí, o sucesso passa a acompanhá-lo. Fica na Rádio Nacional até 1954. Ao valorizar o nordestino, com chapéu de couro e roupas típicas, transformou-se num legítimo representante deste importante segmento da população brasileira.
Das parcerias com Zé Dantas, surgiram outros clássicos, como "O Xote das Meninas", onde de uma forma simples, ambos descrevem os sinais que as meninas apresentam ao se transformar em mulheres. Tudo acompanhado de sanfona, zabumba e triângulo. Até o surgimento da bossa nova, no final da década de 1950, os dois compuseram "Vozes da Seca", "Algodão", "A Dança da Moda", "ABC do Sertão", "Derramaro o Gai", "A Letra I", "Imbalança", "A Volta da Asa Branca", "Cintura Fina".
Com Humberto Teixeira, que colocava letra em algumas das melodias de Gonzagão, vieram pérolas como "Assum Preto", onde é descrita a maldade cometida contra os pássaros para obrigá-los a cantar bem com seus olhos furados com alfinetes. Também fizeram "Juazeiro", "Paraíba", "Magaratiba", "Baião de Dois", Meu Pé de Serra", "Légua Tirana", "Qui Nem Jiló". Com Miguel Lima, Gonzagão compôs "Dezessete e Setecentos", "Cortando o Pano". Além de "Tá Bom Demais" com Onildo de Almeida e "Danado de Bom", com João Silva. Luiz Gonzaga fez 312 músicas e deixou 212 discos gravados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário