Todo final de ano a mesma cena se repete nas mesas de bares, onde as pessoas comemoram o fim de mais 365 dias de lutas e conquistas. Ali alguém movido a cerveja ou caipirinha, mesmo sem qualquer noção de música, vai puxar o coro do famoso "Trem das Onze": "Não posso ficar nem mais um minuto com você/ sinto muito amor mas não pode ser/ moro em Jaçanã/ se eu perder esse trem, que sai agora as onze horas/ só amanhã de manhã..."
De letra simples, igual seu autor Adoniran Barbosa, já foi regravado por diversos cantores e cantoras. A melodia é inesquecível. Conseguiu apagar a mancha que Vinicius de Morais tinha jogado sobre São Paulo, dizendo que a cidade era o túmulo do samba. Pois foi no Rio de Janeiro, que o famoso "Trem das Onze" venceu um festival, entrando para sempre na galeria dos sambas impossíveis de se esquecer. Os próprios cariocas reconheceram, mais tarde, que Adoniran Barbosa era a grande marca do samba paulista. Merecia respeito. O segredo dele era compor canções retratando a rotina sofrida do trabalhador. Daquele que por falta de moradia, era e ainda é obrigado a morar em favelas, como descreve em "Saudosa Maloca". Não fazia letras intelectuais, que exigia profundo conhecimento de Filosofia ou Sociologia para entendê-la. O feijão com arroz sempre marcou o estilo de Adoniran Barbosa.
Alguns desavisados ao ouvir o "Samba do Arnesto", cheio de erros propositais de português, poderiam achar que o autor da letra fosse analfabeto. Engano! Adoniran Barbosa sabia dominar nosso idioma. Certa vez tirou a dúvida do público ao dizer numa entrevista em rádio que para falar errado era preciso dizer certo. Os críticos calaram-se de vez.
O curioso é que seu nome de batismo é João Rubinato. Para homenagear dois amigos, pegou Adoniran, nome de um grande amigo e Barbosa, em homenagem ao cantor Luiz Barbosa.
Filho de imigrantes italianos, nascido em Valinhos (SP), passou a adolescência em Santo André, Grande SP, onde aos 14 anos trabalhou de entregador de marmitas, carregador, encanador, pintor, garçom, DJ e locutor de rádio.
Aos 22 anos, em 1933, compôs seus primeiros sambas, em parceria com Pedrinho Romano e Viriato dos Santos. Em 1941 vai trabalhar na Rádio Record como ator cômico, DJ e locutor. Ali conheceu o conjunto Os Demônios da Garoa. Eles propuseram a Adoniran escrever letras com erros de português de propósito.
Em 1955, o conjunto gravou "Saudosa Maloca", depois vieram "Samba do Arnesto", "As Mariposas", "Abrigo de Vagabundo", "Iracema" e a famosa "Trem das Onze". Na década de 1980, uma de suas últimas composições "Tiro ao Álvaro", foi gravada por Elis Regina. Como aconteceu com diversos sambistas, o talento de Adoniran Barbosa acabou sendo reconhecido na velhice. Morreu em novembro de 1982, deixando o bairro do Bixiga, Centro de SP, desfalcado de um dos seus mais célebres moradores. Curiosidade: o Trem das Onze nunca existiu, pois o último saía às 8h da noite de SP em direção a Guarulhos, onde fazia ponto final. Ficou conhecido como o trenzinho da Cantareira, desativado em 1964.
De letra simples, igual seu autor Adoniran Barbosa, já foi regravado por diversos cantores e cantoras. A melodia é inesquecível. Conseguiu apagar a mancha que Vinicius de Morais tinha jogado sobre São Paulo, dizendo que a cidade era o túmulo do samba. Pois foi no Rio de Janeiro, que o famoso "Trem das Onze" venceu um festival, entrando para sempre na galeria dos sambas impossíveis de se esquecer. Os próprios cariocas reconheceram, mais tarde, que Adoniran Barbosa era a grande marca do samba paulista. Merecia respeito. O segredo dele era compor canções retratando a rotina sofrida do trabalhador. Daquele que por falta de moradia, era e ainda é obrigado a morar em favelas, como descreve em "Saudosa Maloca". Não fazia letras intelectuais, que exigia profundo conhecimento de Filosofia ou Sociologia para entendê-la. O feijão com arroz sempre marcou o estilo de Adoniran Barbosa.
Alguns desavisados ao ouvir o "Samba do Arnesto", cheio de erros propositais de português, poderiam achar que o autor da letra fosse analfabeto. Engano! Adoniran Barbosa sabia dominar nosso idioma. Certa vez tirou a dúvida do público ao dizer numa entrevista em rádio que para falar errado era preciso dizer certo. Os críticos calaram-se de vez.
O curioso é que seu nome de batismo é João Rubinato. Para homenagear dois amigos, pegou Adoniran, nome de um grande amigo e Barbosa, em homenagem ao cantor Luiz Barbosa.
Filho de imigrantes italianos, nascido em Valinhos (SP), passou a adolescência em Santo André, Grande SP, onde aos 14 anos trabalhou de entregador de marmitas, carregador, encanador, pintor, garçom, DJ e locutor de rádio.
Aos 22 anos, em 1933, compôs seus primeiros sambas, em parceria com Pedrinho Romano e Viriato dos Santos. Em 1941 vai trabalhar na Rádio Record como ator cômico, DJ e locutor. Ali conheceu o conjunto Os Demônios da Garoa. Eles propuseram a Adoniran escrever letras com erros de português de propósito.
Em 1955, o conjunto gravou "Saudosa Maloca", depois vieram "Samba do Arnesto", "As Mariposas", "Abrigo de Vagabundo", "Iracema" e a famosa "Trem das Onze". Na década de 1980, uma de suas últimas composições "Tiro ao Álvaro", foi gravada por Elis Regina. Como aconteceu com diversos sambistas, o talento de Adoniran Barbosa acabou sendo reconhecido na velhice. Morreu em novembro de 1982, deixando o bairro do Bixiga, Centro de SP, desfalcado de um dos seus mais célebres moradores. Curiosidade: o Trem das Onze nunca existiu, pois o último saía às 8h da noite de SP em direção a Guarulhos, onde fazia ponto final. Ficou conhecido como o trenzinho da Cantareira, desativado em 1964.
Nenhum comentário:
Postar um comentário