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Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Public Enemy: a grande banda polêmica do Hip-Hop






Chuck D (de camisa azul) é o fundador e cabeça pensante do Public Enemy

  Quando se fala de Hip-Hop nunca se pode esquecer de Public Enemy, também conhecido nos Estados Unidos como PE. Desde 1982, quando surgiu pelas mãos de Chuck D, a temática política sempre está presente em suas composições, além de crítica à mídia. O ativismo nas causas de interesse da comunidade negra não fica esquecido. É um grupo musical com fortes pitadas de politização. Descontadas as proporções é algo parecido com os Racionais MCs no Brasil.

A história do Public Enemy começou em 1982 quando Carlton Ridenhour, mais conhecido como Chuck D., ainda estudava na Universidade Adelphi, em Long Island. 

Na mesma época, Chuck conhece Hank Schocklee e Bill Stephney, com quem dividiu a paixão pelo Hip-Hop. Shocklee, que nessa altura gravava uma fita demo, deixou Chuck D fazer um RAP sobre uma de suas composições, mais tarde batizada de "Public Enemy No.1". A demo foi parar nas mãos de Rick Rubin, co-fundador da editora Def Jam, que não hesitou em convidar Chuck D. para gravar.

Mesmo inseguro, ele aceitou o desafio, e convidou seus amigos (Hank Schocklee e Bill Stephney) para fazer parte do projeto. Shocklee ficou com o cargo de produtor e Stephney com o de promoção. Mais tarde, eles se juntaram com o DJ Terminator X , além de Teacher Griff, que assumiu o cargo de coreógrafo da banda. Para completar a equipe William Drayton também passa a integrar o Public Enemy. William, que adotou o título de Flavor Flav, tinha um inconfundível relógio gigante ao pescoço como marca registrada.

  Desde aquela época o objetivo do Public Enemy era modernizar as bases e batidas do RAP e levar para o gênero as discussões políticas e sociais norte-americanas. A banda com Terminator X., Teacher Griff e Flavor X. Em 1987 lançaram o primeiro álbum, Yo! Bum Rush the Show. No outro ano gravaram os hits "It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back". Depois vieram os sucessos "Don´t Believe The Hype" e "Rebel Without a Pause". O disco é sucesso de crítica e faz do Public Enemy uma grande banda, ultrapassando os limites do Hip-Hop.

  Com "Fight of Power", presente na trilha do filme Faça a Coisa Certa, lançado em 1989 por Spike Lee, o Public Enemy mira sua metralhadora giratória para os ídolos brancos, como John Wayne e Elvis Presley. O filme mostra a intolerância e conflitos raciais numa comunidade multi-étnica no bairro de Bedford-Stuyesant no Brooklin, Nova York. O hit fica famoso dos simpatizantes do Hip-Hop. Nesse mesmo ano, Teacher Griff é expulso do grupo após supostas declarações anti-semitas ditas ao jornal The Washington Post. 

Porém a banda continuaria a conservar o sucesso de crítica e público com os discos Fear of a Black (1990) e Apocalypse 91...The Enemy Strikes Black (1991). Nesse segundo, a banda regravou o tema "Bring The Noise", juntamente com  "The Anthrax". O álbum ficou em quarto lugar na paradas da Billboard. Mas os problemas com drogas de Flavor Flav deixou a banda longe dos palcos em 1993, além de perder um pouco de cartaz junto à crítica, mesmo fazendo turnê ao lado da banda U2.

  Em 1992 provocam polêmica com o clipe "By The Time I Get to Arizona", num protesto contra o Arizona, um dos dois Estados norte-americanos que não consideravam feriado a data de aniversário do líder negro e Prêmio Nobel da Paz de 1964, Martin Luther King, assassinado em 1968. Ficam cada vez mais populares. Principalmente quando Chuck D., diz que o RAP é a CNN da comunidade negra dos guetos.  


  O ano de 1994 os traz de volta com disco Muse Sick-N-Hour Mess Age. Não bem-recebido pelos fãs. Nessa época Chuck D., resolve acabar com a banda, e investe na carreira solo, solidificando as relações com Def Jam. Dois anos depois lança o primeiro disco, Autobiography of MistaChuck. Mudou de ideia e anunciou um novo álbum do Public Enemy. Tudo tornou-se realidade em 1998 com gravação de "He Got Game", outra trilha sonora em mais um filme de Spike Lee.

  Em 1999 veio  o álbum There´s a Poison Going On, após ficar disponível na internet. Três anos depois lançou Revolverlution, mesclando sucessos antigos e faixas inéditas. A banda colocou no mercado em 2005 uma coletânea com seus maiores hits, além de um novo álbum, New Whirl Odor. Outros CDs foram Rebirth of a Nation (2006), How You Sell Soul To A Soulless People Who Sold Their Soul??? (2007), Bring The Noise, Hits, Vids and Docs Box: Greatest Hits and Sounds (Chapter 2 1999-2009) (2010), Most of My Heroes Still Don´t Appear On No Stamp (2012), The Evil Empire of  Everything (2012).




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