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Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Betty Davis: a cantora que fez a cabeça de Miles Davis

Betty foi símbolo sexual na década de 1960
   Um ano foi o tempo suficiente para a cantora Betty Davis "fazer" a cabeça do ícone do Jazz, Miles Davis com quem ficou casada de 1968 a 1969. Apaixonado ele incluiu em seu álbum Filles de Kilimanjaro uma canção homenageando a amada. Em sua autobiografia, Miles reconheceu que Betty contribuiu para semear as sementes em suas futuras músicas, explorando o Rock psicodélico tocado por Jimi Hendrix e o Funk de Sly Stone. Isto é visível no álbum Bitches Brew, inaugurando a era do Jazz Fusion.  

  O fim do matrimônio de ambos se deve a suspeita de Miles de que Betty teve um caso com Jimi Hendrix. Após o divórcio, Miles ameaçou matar o guitarrista. Depois Betty mudou-se para Londres em 1971 para prosseguir na carreira de modelo. No Reino Unido compôs alguns hits e retornou aos Estados Unidos no ano seguinte, visando gravar com o roqueiro Santana. 

  Porém mudou de ideia e resolveu colocar voz em suas próprias canções, amparada por uma banda de Funk do Oeste norte-americano. O primeiro disco, Betty Davis, saiu em 1973, com dois hits na Billboard R&B: "If I´m In Luck I Might Get Picked Up" e "Shut Off The Lights". Lançous mais dois álbuns de estúdio, The Say I´m Different (1974) e Nasty Gal, na chegada à Island Records (1975). Nenhum deles estourou comercialmente. 

  Betty Davis, nascida em 1945, é considerada por vários críticos como grande cantora de Funk, Rock e Soul. Como compositora é reconhecida por letras impressionantes e muito balanço, em hits como "Anti Love Song". Durante anos permaneceu como intéprete cult, por causa do comportamento abertamente sexual, criando polêmica na década de 1970. Inclusive com shows boicotados e músicas "queimadas" em algumas rádios, devido a pressão de determinados seguimentos da sociedade norte-americana. 


  Curioso que esse histórico a tornaram preferida por colecionadores de discos de Soul e Funk. O álbum 
The Say I´m Different, de 1974, foi relançado pela Seattle´s Light em 2007. Dois anos depois saiu a reedição de Nasty Gal e o inédido Is It Love or Desire, de 1976, cujo nome original era Crashin ´From Passion. Os dois relançamentos tinham encartes e tiravam dúvidas dos fãs sobre o porquê o quarto disco (1976) ter sido deixado no arquivo por 33 anos.

 A conturbada carreira de Betty durou de 1967 a 1979, quando após sessão de gravação resolveu parar de cantar e retornar para a Pensilvânia. Desse material surgiram dois álbuns piratas: Hangin ´Out In Hollywood (1995) e Crashin ´From Passion (1996). Depois para ganhar dinheiro, a gravadora soltou a coletânea "Anti Love, The Best Of Betty Davis, em 2000. 

  Se tivesse permanecido no Show Biz, Betty teria aumentando suas influências, pois o talento sempre a acompanhou. Uma de suas primeiras canções, "I´m Going to Bake That Cake Of Love", ela fez aos 12 anos de idade. Na fazenda de sua avó, em Reidsville, Carolina do Norte, ouvia muito BB King, Jimmy Reed, Elmore James e outros papas do Blues. Quando resolveu morar em Nova York no início da década de 1960, absorveu a cultura de Greenwich Village e a música popular da época, conhecendo diversos músicos, entre Hendrix e Sly Stone. Após gravar o hit "The Cellar", em 1964, numa produção de Lou Courtney, de letra simples, mas cativante, Betty colocou fogo no Show Biz até 1979. 
 

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