Disco lançado em 1975 |
LP lançado em 1979 |
O disco reproduz uma roda de samba ao vivo, onde , naquela época, não faltavam cavaquinho, pandeiro, surdo, tamborim, reco-reco e muita descontração. As letras eram simples, mas carregadas de melodias bonitas.
Candeia abria a primeira faixa e quando estavam encerrando começavam a conversar e chamava o próximo para continuar cantando, nesse caso, o partideiro Velha, que interpretava um samba (Defeito de Mulher) para deixar as feministas, dos anos 70 de cabelos em pé: "Não sei se é da natureza/ ou se é obra do destino/ que a mulher nasce sorrindo/cresce fingindo e morre mentindo/...mulher carinhosa é falsa/ seja feia ou seja bela/leva o homem a perdição/ e o bicho ainda morre de amores por ela.."
O charme do Partido em 5 volume 1 era justamente reproduzir o clima de uma roda de samba num final de semana na mesa de um boteco, sem risco de ser atingido por uma bala perdida ou o público sofrer ameaça de algum arrastão.
Mestre Marçal, durante muitos anos, responsável pela percussão na banda de Caetano Veloso, mantinha o ritmo gostoso sem deixar nenhum instrumento encobrir o som do outro. Os acordes do cavaquinho nas mudanças de faixas eram bem audíveis.
No final, todos os partideiros começam a conversar, cada um se apresenta e diz qual instrumento está tocando. O som do cavaquinho vai ponteando o bate-papo até terminar a roda de samba. Mestre Candeia profetiza que aquele som era a legítima música popular brasileira e o Partido em 5 volume 1 iria ficar na história.
Isso aconteceu, principalmente no volume 4, quando um grupo de sambistas do bloco Cacique de Ramos fez a "cozinha" desse outro LP. Daquele time faziam parte Almir Guinéto, Sombrinha, Jorge Aragão, Sereno, Ubirany, Bira Presidente, Arlindo Cruz e Neoci, a primeira formação do conjunto "Fundo de Quintal" em 1979. Nesse disco um dos destaques foi a faixa "Meti o Dedo na Viola", na voz de Gracia do Salgueiro.
Se os últimos anos da década de 1970 foram chumbo para diversos setores da sociedade, com as duras perseguições do Regime Militar e morte de jornalistas, sindicalistas e políticos, para a música brasileira marcou um período de muita gente criativa, que ainda está nas paradas, como Djavan.
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