Cada música tem sua história. Às vezes o compositor escolhe determinado nome ao acaso. Outros viram algum episódio e registraram o ocorrido numa letra. Em alguns casos, certas músicas transformaram-se em clássicos. Jorge Benjor é um exemplo. Quando surgiu em 1963, gravou seu primeiro LP (discos coms seis músicas de cada lado) e resolveu homenagear sua vizinha de bairro. Uma garotinha que não conseguia falar corretamente a palavra você. Quando conversava com Jorge, o chamava de "voche".
Ele fez a letra e resolveu colocar a pronúncia na canção. Foi muito criticado, o classificaram de analfabeto. Na verdade, "voche", na composição "Por Causa de Você" (http://youtu.be/dpYFL3qtysI) correu o mundo e faz sucesso até hoje. Para quem imaginava que a música era de dor de cotovelo, errou completamente, apesar de a letra demonstrar o contrário: "Por causa de você bate em meu peito/baixinho quase calado/coração apaixonado por você/menina..menina que não sabe quem eu sou/menina que não conhece o meu amor..."
Com o nome "Sá Marina" (http://youtu.be/6C1BJnbHjLQ), Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, em 1967, escreveram outro clássico da MPB, já regravada por inúmeros cantores. Até Stevie Wonder gravou nos Estados Unidos, mantendo a mesma melodia bonita. Há dúvida até hoje para saber quem foi Sá Marina. O que moveu a dupla para compor essa verdadeira pérola: "Descendo a rua da ladeira/só quem viu que pode contar/cheirando a flor de laranjeira/Sá Marina/eh!vem pra dançar/de saia branca costumeira/gira o Sol que parou pra olhar/o seu jeitinho tão faceira/fez o povo inteiro cantar..."
Outro nome feminino serviu de inspiração para a dupla Paulinho Tapajós e Edmundo Souto. É deles a composição "Cantiga por Luciana" (http://youtu.be/PKNO92o4nKo), primeiro lugar no IV Festival Internacional da Canção, em 1969, na voz de Evinha, que fez parte do grupo Trio Esperança. A letra também é um primor, apesar de passados 42 anos. "Manhã no peito de um cantor/cansado de esperar só/foi tanto tempo que nem sei/das tardes tão vazias/por onde andei/Luciana, Luciana..." Na década de 1980, Tom Jobim estava na varanda de um bar, quando apareceu uma mulher muito bonita, chamada Ana Luíza. Segundo o próprio cantor, ela era alta e bonita. Quando se casou novamente, nasceu sua filha a quem batizou com o nome Luíza. Lembrou da outra Ana Luíza e compôs "Luíza" ( http://youtu.be/OgwUn_IUC-M), que entrou em trilha sonora da novela da Globo. "Rua/espada nua/boia no céu imensa e amarela/tão redonda a lua/como flutua/vem navegando o azul do firmamento/e no silêncio lento/um trovador/cheio de estrelas/escuta agora a canção que eu fiz/pra te esquecer Luíza..."
Dez anos depois, o pagodeiro Biro do Cavaco estourou nas paradas de sucesso, com um samba bonito. Era uma homenagem de um amigo para sua própria filha "Jéssica" (http://youtu.be/ON2FfvDykQQ). O refrão dizia: " ..o nome dela Jéssica, Jéssica/Jéssica, Jéssica../é a coisa mais linda/que Deus pôde trazer.
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