O quarteto é um dos grupos com mais lindo vocal na música popular dos Estados Unidos |
De olhos fechados é difícil acreditar que o
quarteto The Manhattan Transfer seja integrado só de componentes brancos. O timbre
de voz dos vocalistas é idêntico aos grupos musicais de negros das décadas de 1940
e 1950. Para tirar a dúvida é só ouvir o hit de 1985 “Baby Come Back to Me”,
uma verdadeira aula de como cantar, com direitos a agudos e graves e ótima
interpretação de todos eles. Criado em 1969, com Tim Hauser, Gene Pistilli,
Marty Nelson e Erin Dickens. Essa formação gravou o disco Jukin para a Capitol
Records antes de ocorrer a separação.
Em 1972, o único integrante original da banda
era Tim Hauser, acompanhado de Laurel Massé, Alan Paul e Janis Siegel. Todos na
faixa dos 20 anos. Especialistas em cantar vários estilos, a marca registrada
do quarteto sempre foi a bonita e sofisticada harmonia vocal. Não demorou em
ganhar apoio no circuito Nova York Cabaret, por colocar no repertório canções
nostálgicas. A versatilidade dividiu o público dos Estados Unidos e Reino
Unido. O talento deles fazia transitar facilmente do Gospel para o Jazz ou Pop,
como no hit “Tuxedo Junction”.
O ano de 1979 marcou a entrada de Cheryl
Bentyne, na vaga de Laurel Massé, sem afetar a qualidade vocal do quarteto. É
dessa época os hits “Twilight Zone/Twilight Tone” (1980) e “Boy From New York
City” (1981), renascendo o antigo sucesso de 1965 do grupo Ad Libs. Em 1980
ganharam o primeiro Grammy, por causa do vocal no álbum Weather Report “Birdland”,
como Melhor Performance de Jazz e Arranjo para Vozes.
Em 1981 trouxeram outro Grammy nas categorias
Pop e Jazz, com o disco Boy New York City, nos quesitos Melhor Performance Pop
por um Duo ou Grupo Vocal. Outro Grammy veio pelo álbum Route 66, no ano
seguinte. Um dos grandes momentos do quarteto foram os dois Grammys em 1985, com canções escritas por Jon
Hendricks. Dois anos depois pegaram outro Grammy pelo álbum Brasil.
No começo da década de 1990 entraram na
Columbia Records, mas no final retornaram à Atlantic Records, onde lançaram
diversos discos, como o tributo a Louis Armstrong no álbum The Spirit of St.
Louis (2000). No século 21 entraram na Telarc
Jazz, lançando um CD
ao vivo (2003). A essência dos Manhattan Transfer é tirar o fôlego de suas
habilidades vocais, forte musicalidade e shows ao vivo. É lindo ouvir a versão
do hit “Birdland”. Um clássico que continua moderno nas vozes deles.
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