Billy Fury estourou nas paradas de sucesso na década de 1960 |
Billy Fury foi outro destaque do
Rock and Roll de raiz, hoje chamado de Rockabilly. Nascido em 1940 pegou o auge
desse movimento musical que influenciou profundamente o Show Biz internacional
nas décadas seguintes. Fury continuou atuante nos anos de 1980. Porém, a febre
reumática contraída na infância contribuiu para sua morte em 1983 aos 42 anos.
Na agitada década de 1960, ele se
igualou ao recorde dos Beatles de 24 sucessos nas paradas britânicas, passando
332 semanas com suas canções tocando nas rádios do Reino Unido. O segredo era a
boa voz e talento mesclado a boa aparência e masculinidade despretensiosa. A
receita ideal para o ritmo que estava abalando as estruturas da América do
Norte.
Nascido num hospital de Liverpool, Fury começou a assistir aulas de música
no piano na adolescência. Aos 14 anos comprou sua primeira guitarra. Aos 15 já
era líder de uma banda, ao mesmo tempo em que dividia o tempo entre o serviço
de estivador e pequenas apresentações. Com 18 anos entrou num concurso de caça
talentos e passou a escrever suas próprias canções.
Numa apresentação do cantor Marty
Wilde, durante concerto em Birkenhead, tentou entregar algumas de suas letras.
Mas ocorreu o contrário. O empurraram para cima do palco. O empresário Larry
Parnes percebeu que estava diante de uma mina de ouro e o contratou
rapidamente, lhe batizando artisticamente de Billy Fury (o nome original era
Ronald Wycherley).
Suas primeiras apresentações, com
gestos sensuais, atiçou a ira da censura, como ocorreu com Elvis Presley nos
Estados Unidos. Segurou a bola. Em 1959
lançou o primeiro single de sucesso, pela Decca Records, “Maybe Tomorrow”. “No
ano seguinte chegou ao nono lugar na UK Singles Chart com o hit “Colette”,
seguido da composição” That´s Love”. Lançou o primeiro álbum The Sound of Fury.
Para garantir mais dinheiro na conta
corrente, o empresário Parnes realizou alguns testes em Liverpool em busca de
novos talentos. Ali ele encontrou um rapaz que recusou o trabalho para ganhar
20 libras esterlinas para tocar numa banda chamada Silver Beetles. Ele só foi
embora após pegar um autógrafo de Billy Fury. O jovem era John Lennon.
A grande jogada de Fury foi centrar
fogo em baladas do que em Rock and Roll. São dessa época o lançamento de “Halfway
to Paradise” e “Jealousy”. As duas canções chegaram ao terceiro e segundo
lugares, respectivamente, nas paradas de sucesso da Grã-Bretanha. Ele certa vez
explicou que não desejava ser reconhecido apenas como cantor de Rock, mas de
outros ritmos.
Os executivos da Decca Records, de
olhos no baú de ouro de Fury, tomaram a decisão de transformá-lo em ídolo teen,
após a gravação do hit “My Christmas Prayer". Os anos de 1962 e 1963 foram
os melhores de sua vida artística, com Fury aparecendo em diversos programas de
televisão e filmes. O álbum Fury´s We Want Billy (1963) foi um dos primeiros
discos gravados ao vivo da história do Rock britânico. Nele estão diversas
regravações, entre as quais o R&B “Unchain My Heart”.
Após aparecer no filme I´ve Gotta Horse
(1965), e gravar sua trilha sonora, Fury trocou a Decca pela Parlophone
Records. Ali emplacou os hits "It's Only Make Believe" e
"I Will" (ambas compostas por Dick Glasser. Depois veio “In Thoughts
of You”. Ficou de molho até 1967. De 1972 a 1976 enfrentou diversas cirurgias
para sanar problemas do coração. Mesmo assim continuou popular, com a canção “I
Will” estourando nos Estados Unidos na voz de Dean Martin.
Na década de 1980, Fury tentou colocar nas paradas o hit” Be Mine
Tonight”, mas não obteve êxito no Reino Unido. Em 1981 sofreu acidente quando
trabalhava em sua fazenda, quase morrendo. No final daquele ano voltou a fazer
turnês, lançando dois singles, “Love or Money” e” Devil or Angel”. Entre 1981 e
1982 ficou na Polydor Records, gravando o álbum The One and Only, lançado após
sua morte. Infelizmente a saúde debilitada impediu que Fury fizesse muitos
shows. A última apresentação ocorreu em Sunnyside, Northampton, Grã Bretanha,
em dezembro de 1982. Morreria em janeiro do ano seguinte após retornar do estúdio
de gravação em Londres.