O soulman Tyrone Davis, falecido em 2005 aos 67 anos, tinha como uma de suas marcas registradas, trazer realismo às suas canções. Era difícil desistir de seus pontos de vista para agradar gravadoras. Durante mais de 30 anos de carreira, teve mais de 20 álbuns na categoria de bem vendidos com músicas nas paradas de R&B.
Tudo começou em Michigan, quando aos 14 anos mudou-se para Chicago e foi trabalhar com o bluesman Freddie King. Pouco tempo depois conheceu feras do porte de Little Milton e Otis Clay. Logo gravou em ritmo de Blues o hit " Knock On Wood". No seu primeiro álbum, o destaque foi "A Woman Needs To Be Lovelad".
O convívio com cantores de Blues mais experientes rendeu-lhe experiência valiosa para compreender os desejos do público.
Passou a cantar em diversos clubes de Chicago. Foi descoberto pelo pianista Harold Burrage. Ele o ajudou na gravação de seu primeiro disco. Tempos depois assinou contrato com ABC Records, mas a canção "What If A Man" não decolou.
O primeiro grande sucesso da carreira, em 1970, foi " Can I Change My Mind". Nessa época firmou parceria com o produtor Willie Henderson. Com sua ajuda, ele transforma o hit "Turn Back The Hands of Time" na marca registrada de Tyrone Davis.
Em 1976 vai para a Columbia Records. Ali tem a disposição um verdadeiro dream team para produzir discos. Um deles era Bruce Swedien, mais tarde engenheiro-chefe no grupo de Quincy Jones. Manteve a mesma equipe de compositores que acompanhava desde 1971. Não abriu mão de Leo Graham, autor de " How Could I Forget You", de 1973.
Montou uma banda composta de ótimos músicos, cujos talentos só eram inferiores ao staff de James Brown. Tocavam bem Blues, Soul, Rock ou qualquer outro ritmo adotado por Tyrone Davis. Passou a denominar o seu som, como o Soul de Chicago.
A interpretação peculiar de suas canções, o fez ganhar muito carinho do público feminino. Isto ficou latente no final da década de 1970. Reflexo disso é visível na regravação de " I Wake Up Crying", sucesso de Chuck Jackson em 1961. Na década de 1980 estourou nos bailes do Brasil com a balada "In The Mood". Até sua morte em 2005, fez diversos shows pelos Estados Unidos e Europa.