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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Lyfe Jennings: da dureza do presídio para a música

As letras compostas por Lyfe Jennings refletem a realidade de quem conheceu a realidade das prisões norte-americanas. Ele já esteve dentro delas. Nascido na cidade de Toledo, Ohio, Estados Unidos, desde criança era mestre em provocar dor de cabeça em sua mãe. Ohio é célebre em revelar grandes talentos da black music, Isley Brothers (banda responsável pelo surgimento de Jimi Hendrix em 1965), Ohio Players entre outros.

Foi ali que começou cantando em grupo de louvor das igrejas evangélicas. Mas por falta de maturidade logo acabou atrás das grades ainda na adolescência. Ali dentro teve inspiração para compor o primeiro hit "Momma", faixa Soulful descrevendo a paranoia da mãe em tentar educar um filho problemático, atraído pelas más companhias.

Ora ensaiava algumas músicas do grupo New Edition ora percorria as ruas em busca de emoções fortes, sempre coibidas pela polícia. Na gravação de "Momma" contou com a ajuda de Anthony Hamilton para dar uma canja no baixo. Tentou transmitir a dor que uma mãe sente ao ver o filho mergulhado no caminho errado da vida.

Ao lançar o CD I Still Believe, Jennings prometeu que passaria a focar mais a família, se preparando para dura e escorregadia caminhada na estrada do sucesso. Onde muitos caem nos primeiros quilômetros. Tentou aproveitar a chance oferecida pela nova gravadora Jesus/Warner Brothers, mesmo com ele tendo controle total sobre a produção do disco. Deixou as ruas para viver nos estúdios, como os artistas responsáveis fazem.

No outro CD fez questão de batizá-lo de Lyfe 268-192, fazendo menção ao antigo número de presidiário. Ali encontrou inspiração para compor letras comprometidas com a realidade, deixando de fora letras água com açúcar. É a resposta aos críticos que insistem em perguntar onde encontra inspiração para suas canções. Ele cita o hit "Haters", música bem dançante, porém de mensagem profunda. Ali destaca as mentiras de estava maluco e não tinha mais chance de recuperação. "Haters" é a forma de dizer que estava cansado da loucura das ruas e das mentiras.

Reconhece que os dez anos passados na prisão surtiram efeito na conduta. No pátio alguns detentos o questionavam o porquê de ficar tocando guitarra em vez de jogar basquete. Nesses intervalos nasceu a canção "Cry", faixa do seu primeiro CD. Mostrou a importância do diretor da prisão em não deixar mergulhar de vez no limo da criminalidade.

De volta às ruas encontrou maneiras mais simples de simplificar o seu som, compondo letras sem delongas, mas com a pureza que as grandes canções merecem. Nelas coloca o relacionamento complexos com as mulheres, a família e até consigo mesmo. Isto é possível ver nas faixas "Holla", "Done Cryin", "Statistics". A grande sacada foi mostrar, por meio da música, o que os homens pensam sobre o amor, relacionamentos, intimidade e compromisso. É a resposta ao questionamentos das mulheres de que não há homens bons. Entre todos os seus hits, Jennings destaca o Reggae "That´s Love".

A letra fala do amor de uma mãe cuidando dos filhos, mesmo sofrendo o desprezo do marido. Resgata a alquimia da Jamaica, onde há tanta pobreza, mas a música traz a grande riqueza dos sentimentos, valorizando o amor. Nesse hit é vísivel as mãos talentosas do produtor Wyclef Jean.
Mesmo crescendo ouvindo RAP, com artistas do naipe de Tupac, Biggie e Jay-z, Jennings conseguiu aglutinar vários gêneros em suas canções. Não foi em vão que ganhou a letra "Like This", do grupo de RAP ATL Ludacris.

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