Foi em 8 janeiro de 1996, que terminou de forma trágica a carreira brilhante do sambista Roberto Ribeiro, aos 55 anos: morreu atropelado no bairro de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. O motorista assassino fugiu sem prestar qualquer socorro.
Dermeval Miranda Maciel, além de compositor, era excelente puxador de samba-enredo da Escola Império Serrano. Sua voz timbrada e ótima dicção tornaram diversos sambas inesquecíveis em sua interpretação. Conseguia cantar diversos ritmos de música. De 1965 a 1996 gravou 20 discos, emplacando nas paradas os hits "Acreditar", "Estrela de Madureira", "Todo Menino é um Rei", "Malandros Maneiros", "Fala Brasil" e "Amor de Verdade", "Pá-nela" entre outros.
Com nove anos de idade já frequentava a quadra da Escola de Samba Amigos da Farra, na cidade de Campos do Goytacazes. Antes de entrar na vida artística, foi jogador de futebol das equipes amadoras do Cruzeiro e Rio Branco e depois do Volta Redonda. Em 1965 mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de alguma chance no Fluminense. Desistiu desse sonho esportivo e começou investir na música. Ao se apresentar no programa "A Hora do Trabalhador", da Rádio Mauá, chamou a atenção da compositora Liette de Souza, mais tarde sua mulher. Irmão do compositor Jorge Lucas, ela o apresentou aos sambistas da Escola Império Serrano. Em 1971, foi convidado a puxar o samba-enredo da agremiação no Carnaval daquele ano. Em 1974 firmou-se no cargo e ali ficou até 1981. Na avenida sua voz segurou os samba-enredos "Brasil, Berço dos Imigrantes" (1977), e "Municipal Maravilhoso, 70 Anos de Glórias" (1979).
Antes, em 1972, sua carreira ganha impulso com gravações de três compactos (disco com uma música de cada lado) em parceria com Elza Soares pela gravadora Odeon. No ano seguinte, lança o LP (disco com seis músicas de cada lado) Elza Soares e Roberto Ribeiro. Em 1974 sai o disco Simone et Roberto Ribeiro - Brasil Export 73 Agô Kelofé, lançado no Exterior.
O ano de 1975 teria o lançamento do compacto duplo (disco com duas músicas de cada lado) Sucessos 4 Bambas. Nele, Roberto Ribeiro canta "Leonel/Leonor (Wilson Moreira/Neizinho). Ainda em 1975, lança o disco Molejo, onde explodem nas paradas os hits "Estrela de Madureira (Acyr Pimentel/Cardoso) e "Proposta Amorosa" (Monarco). O ano de 1976 teve o disco Arrasta Povo, com dois grandes sucessos: "Tempo É"(Zé Luiz/Nelson Rufino) e "Acreditar" (Dona Ivone Lara/Délcio Carvalho).
Depois lançou, em 1977, o álbum Poeira Pura, destacando a faixa "Liberdade" (Dona Ivone Lara/Délcio Carvalho), para estourar nas paradas de todo o Brasil, em 1978 com o disco Todo Menino é Um Rei, que ficou na lista dos mais vendidos. O hit "Meu Drama" (Silas de Oliveira) entrou na trilha sonora da novela Pai Herói, da Rede Globo. Outro destaque foi a faixa "Amei Demais" (Flávio Moreira/Liette de Souza). Em 1979, o disco Coisas da Vida trouxe as pérolas "Vazio" (Nelson Rufino) e "Partilha" (Romildo/Sérgio Fonseca).
Na década de 1980, Roberto Ribeiro continuou nas paradas. O disco Fala meu Povo trouxe as canções "Vem" (Roberto Ribeiro/Toninho Nascimento), "Só Chora quem Ama" (Wilson Moreira/Nei Lopes) e "Quem Lucrou Fui Eu" (Monarco). No ano seguinte lançou o álbum Massa, Raça e Emoção, em 1983 veio com o disco Roberto Ribeiro e o sucesso "Algemas" (Roberto Ribeiro/Toninho Nascimento), no ano de 1984 apresentou De Palmares ao Tamborim, emplacando "Lágrima Morena"(Roberto Ribeiro/Toninho Nascimento).
Em 1985 gravou o disco Corrente de Aço, com a participação de Chico Buarque na faixa "Quem te Viu, Quem te Vê" (autoria de Chico Buarque). Destaque também para "Malandros Maneiros" (Nei Lopes/Zé Luis). Dois anos depois gravou Sorri pra Vida, estourando nas paradas com os hits "Ingrata Paixão" (Mauro Diniz/Adilson Victor/Ratinho). No ano de 1988 lançou o álbum Roberto Ribeiro, ao lado de Alcione na faixa "Mel pra Minha Dor" (Nelson Rufino/Avelino Borges) e do Grupo Raça, no hit "Malandro mais Um" (Ronaldinho/Carlos Moraes).
Em 1995, um ano antes de sua morte, lançou a coletânea O Talento de Roberto Ribeiro, com 22 sucessos de seus vários discos. Numa das faixas, em homenagem a Clara Nunes, interpreta num dueto a faixa "Coisa da Antiga" (Wilson Moreira/Nei Lopes). Depois perdeu a visão de um dos olhos por causa do diabetes. Sua vida foi contada no livro "Dez Anos de Saudade", escrito por sua mulher, Liette de Souza Maciel.
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