Dom Salvador é a prova do talento do músico brasileiro. Aos 23 anos começou suas apresentações na Boate Lancaster (SP), em 1961, ponto de encontro de diversos jazzistas paulistanos. A convite de Dom Um Romão mudou-se para o Rio de Janeiro. Ali entrou no histórico Copa Trio.
Em 1965 forma o Salvador Trio, com Edson Lobo (baixo) e Victor Manga (bateria). Gravam um disco com o nome do conjunto. Depois ao lado de Edson Machado (bateria) e Sergio Barrozo (contrabaixo), funda o Rio 65 Trio. Lança outro álbum, levando o nome do trio.
No ano seguinte viajam para a Europa e se apresentam em nove países daquele continente. Por causa do grande sucesso gravam um disco na Alemanha. Ainda 1966 vai aos Estados Unidos, na companhia de Chico Batera, Copinha e Sérgio Barroso. Fazem shows em Minneapolis, New York e Texas. Quando retorna pela segunda vez a Nova York se enturma com diversos jazzistas, entre eles Bill Evans, Thelonius Monk, Sonny Rollins, Elvin Jones, Hamad Jamal e Charles Lloyd.
Em 1970, tocando piano, cria o lendário grupo Abolição, com músicos de extrema competência, como Oberdan (sax tenor e flauta), mais tarde fundador da Banda Black Rio; Darci (trompete), Serginho (trombone), Lulu (bateria e vocal), Rubão Sabino (contrabaixo), Nelsinho (tumbadora) e a cantora Mariá. A banda classificou-se em 5º no V Festival Internacional da Canção, daquele ano, com a música "Abolição 1860-1960".
Em 1971 lança o álbum Sangue, Suor e Raça e muda-se para os Estados Unidos, onde reside até hoje. Ali, o público norte-americano, principalmente os músicos, nutrem grande admiração pelo seu trabalho. Praticamente não há espaço em sua agenda de apresentações. Sente saudade do Brasil, mas logo passa o desejo de retornar, quando percebe que o nosso país não valoriza as canções de qualidade, compostas e produzidas por profissionais competentes, como é o caso de Dom Salvador.
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