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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Eli "Paperboy" Reed: a resposta de Boston para Sam Cooke

   Para muitos é um sonho olhar a trajetória de Eli "Paperboy" Reed na estrada do show-biz. É a história do menino que ouvia nas manhãs de domingo o som do órgão numa pequena igreja de Chicago, para anos mais tarde começar a cantar em casas de shows do Brooklin, após assinar contrato com a Capitol Records.
 
  A estreia numa grande gravadora, com o CD Come and Get It, mostrou que ele não era fogo de palha ou artista fruto de jogada de marketing, que tão rápido surge e logo desaparece. Como intérprete coloca vida nas canções. É a sensação do R&B e Soul Music, pois compôs as 12 músicas do CD, produzido por Mike Elizondo, baixista que se transformou em produtor e na clientela estão inclusos Eminem, Pink, Gwen Stefani e Fiona Apple.

Os mais antigos o compara a Otis Redding e Wilson Pickett. Para outros seria a resposta de Boston para Sam Cooke. A sacada de Eli "Paperboy" Reed é pegar a essência da Soul Music e do Pop do século passado e colocar um pouco de seu próprio molho. É sensível em compreender que o bom compositor precisa escrever letras em que as pessoas vão responder e entender.
  É humilde em reconhecer que é inspirado por Sam Cooke, além de ter aprendido muito com a Country Music. No caso das influências de Cooke, ele cita as histórias pessoais e pequenas frases que grudavam nos ouvidos das pessoas. Quem já ouviu "You Send Me" sabe do que o soulman fazia com as palavras, ao transformar uma letra simples e até ingênua num dos grandes clássicos da Black Music dos últimos 55 anos.
  A maioria das canções do CD Come and Get It foi composta em casa, enquanto Eli "Paperboy" Reed brincava com o violão. O nome do álbum partiu de um sonho do guitarrista Ryan Reed Spraker. Ele ajudou escrever outras músicas. Em outras ele reconhece que a própria experiência pessoal ajudou. A faixa de abertura "Young Girl" homenageia o cantor de Soul, Frank Lynch, morto tragicamente quando sua carreira começava a decolar.
 
  Para não perder a essência, ajudou promover o Festival de Soul do Brooklin e convidou lendas como Barbara Lynn, Robinson Roscoe e Clay Otis para cantar, no bairro que agora chama de lar. Nessa época ouviu vários discos da década de 1960, ficou atento aos arranjos de metais, cordas, o ritmo muito Funky. Apesar de novo, Reed absorveu rápido as influências de Chuck Berry, Buddy Holly, The Coasters e outras feras.
 
  O grande teste de fogo veio quando cantou num feriado do Dia de Martin Luther King o hit "A Change Is Gonna Come". Acabou aplaudido de pé. A partir dai, o caminho de sua carreira teve outro rumo. Passou a tocar Blues cinco noites por semana, além de se aperfeiçoar com mestres do porte de Terry "Big T" Williams, Sam Carr e Wesley "Junebug" Jefferson no Mississippi. Quando retornou ao Norte, já tinha novas habilidades e o apelido Paperboy. Tentou estudar na Universidade de Chicago, mas a paixão pela música foi maior. Felizmente para o bem dos nossos ouvidos.
 

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