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Luís Alberto Alves/Hourpress

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Suge Knight: O lado bandido de uma gravadora de Hip Hop

A gravadora de Suge Knight, Death Row, teve vários rappers de sucesso nas mãos

  Suge Knight (Marion Hugh Knight Jr), 49 anos, é empresário da indústria musical do Hip-Hop norte-americano, fundador e CEO da Death Row Records. Dominou as paradas de sucesso deste ritmo após lançar o álbum de estreia de Dr.Dre, The Chronic, em 1992.
 Depois de ficar vários anos à frente do sucesso com seus artistas: 2pac, Dr.Dre, Snoop Dogg, Tha Dogg Pound, Michel´Le, Nate Dogg e Tha Eastsidaz, sua gravadora parou após sua prisão por violação condicional em 1996. Suge (derivado de sugar Bear  - ursinho) é o seu apelido de infância. Na escola era ótimo aluno e atleta, rendendo bolsa de estudos para jogar futebol americano na Universidade de Nevada, em Las Vegas, onde ficou por vários anos.
 Após a formatura atuou profissionalmente na equipe dos Los Angeles Rams durante a temporada de 1987 da NFL. Passou a divulgar evento e fazer segurança para celebridades, como Bobby Brown. Porém nesse mesmo ano ele começou a ter problemas com a Justiça, ao ser acusado de roubo de carros, porte ilegal de armas e tentativa de homicídio.
 Em 1989 criou o próprio selo musical e teria ganhado muito dinheiro ao obrigar o rapper Vanilla Ice lhe ceder royalties do seu sucesso: “Ice Ice Baby”, por causa do material que teria sampleado de artista de sua gravadora. Logo começou a agenciar outros artistas, influenciando cantores de Hip-Hop do Oeste dos EUA, como The D.O.C, DJ Quik e Sam Sneed.
 Por meio de integrantes do grupo N.W.A, precursores do Gangsta Rap, Suge entrou em contato com vários rappers. O negócio começou a render quando Dr.Dre, do N.W.A, queria sair da banda e de sua gravadora, Ruthless Records, administrada por Eazy-E, também membro do conjunto. Mas existia um contrato a cumprir. Suge entrou no circuito e negociou a liberação de Dr.Dre, usando armas de fogo e tacos de baseball. Ao contratá-lo prometeu que sua gravadora seria uma nova Motown da década de 1990.
 Durante algum tempo, Suge ficou bem no filme. Firmou contrato com a distribuidora Interscope e o disco de Dr. Dre, The Chronic se tornou um dos álbuns de RAP mais influentes de todos os tempos nos EUA. O sucesso de Dr. Dre revelou que o rapper Snoop Doggy Dogg, cujo disco de estreia Doggystyle arrasou nas paradas em 1993, era protegido de Suge.
O estilo G-Funk virou marca registrada do estilo de produção de Dr. Dre e dominou o Hip-Hop. O nome Death Row Records virou refrão entre os fãs do Gangsta Rap norte-americano, e mesmo com lançamentos meia-boca conseguia ganhar dinheiro. Mas a falta de juízo de Suge incomodava. Durante a gravação de The Chronic, acabou preso por agredir dois jovens rappers que teria usado um telefone sem autorização.
 Para complicar, a Death Row se declarou inimiga do rapper Luther Campbell, do grupo 2 Live Crew. Ao viajar para Miami, em 1993, algumas pessoas o viram armado, para participar de uma convenção de Hip-Hop.
No ano seguinte abriu Clube 662 casa noturna privativa em Las Vegas. O nome 662 é baseado nos números do teclado telefônico usados para soletrar o nome da gangue de Suge, “MOB” (Mob Piru Bloods). O ano de 1995 marcou o conflito com o ativista de extrema- direita C. Deloris Tucker, cujas críticas à Death Row Records pela glamourização do estilo de vida criminoso contribuíram para prejudicar financeiramente um contrato com a Time Warner.
 Todo esse tempero forte, mesclado à rixa de Suge com o big boss da costa Leste e dono da Bad Boy Records, Puff Daddy, explodiu na panela. Famoso por aparecer de forma errada nas músicas e clipes dos artistas de sua gravadora, Suge desceu a lenha em Daddy, convidando os rappers descontentes da Bad Boy Records a trocar de gravadora, onde o dono não dava palpite no trabalho dos seus contratados, nem aparecia em suas canções e clipes.
 Nesse mesmo Suge oferece pagar fiança milionária para o rapper Tupac Shakur para que ele assine contrato com a Death Row Records. Ele concordou, abrindo caminho para o álbum All Eyes on Me e os hits “California Love” e “How Do U Want It”. Shakur ajudou a Death Row ficar no topo, quando parte desse mercado rumava ao Leste dos EUA, onde fica a Bad Boy Records, criando seu próprio estilo de Hardcore Hip Hop, distinguindo do Gangsta Rap da costa Oeste e do Sul.
 Mas o que começa errado nunca termina bem. A Death Row Records sofreu duro golpe quando Dr. Dre, preocupado com a fama criminosa da gravadora e os ataques violentos de Suge, resolveu pular fora do barco e criar sua própria empresa. Justificando o hábito ruim, Dr. Dre foi alvo de várias canções lhe ofendendo. A situação piorou quando Shakur, em 1996, morreu assassinado a tiros em Las Vegas. Com a morte de outro rapper, Notorious B.I.G em Los Angeles, no ano seguinte, Suge apareceu como suspeito.
 Vários artistas da Death Row Records, como Snoop Dogg, afirmaram que Suge estaria envolvido no homicídio de Notorious B.I.G como no de Tupac Shakur. Investigações da polícia revelaram uma rede de conexões entre a Death Row, membros de gangue que trabalharam para a empresa e policiais da área de Los Angeles, que algumas vezes foram segurança de funcionários daquela gravadora e de seus artistas. Até hoje nada ficou comprovado. Dez anos depois Suge pediu falência.


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