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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Billy Higgins: Outro grande mestre na arte de tocar bateria

Billy Higgins fez parte do quarteto de Coleman Ornette



 Billy Higgins era integrante do quarteto liderado por Coleman Ornette, inovador no renascimento do Free Jazz. Ele continua sendo um dos mais importantes e controverso baterista da história da Música. Versátil e intuitivo, seus padrões rítmicos ágeis alcançavam equilíbrio perfeito entre forma e função, inspirando o grande trompetista Lee Morgan a dizer que Higgins nunca exagera, mas o pessoal sabe que ele sempre está presente.

 Nascido em Los Angeles, em 1936, começou a carreira tocando R&B, apoiando headliners, incluindo Bo Diddley, Amos Milburn e Jimmy Witherspoon. Em 1953 se juntou ao amigo de escola e trompetista Don Cherry no The Jazz Messiahs, que contava também com o saxofonista James Clay. Três anos depois começou sua carreira de músico de estúdio, às vezes aparecendo junto com o saxofonista Lucky Thompson e o baixista Red Mitchell.

 Nessa altura do campeonato, Higgins e Cherry se reuniu com Coleman. O canal foi um desconhecido saxofonista do Texas que trabalhava demais para aperfeiçoar um léxico musical liberado das restrições de estruturas harmônicas, melódicas e rítmicas convencionais. Junto com o grupo de ensaio de Coleman, onde ficou vários anos, demorou em fazer seus primeiros shows sozinho.

 Só em 1958 que abriu apresentação de Paul Bley no L.A´s Hilcrest Club. A sensibilidade de Coleman o deixava irritado, rendendo mais tarde o apelido de Harmolodics.  Após o lançamento do disco de Coleman, naquele mesmo ano, Somenthing Else!!, a controvérsia a respeito do seu comportamento dividiu músicos, críticos e fãs.

 Em 1959 foi para Nova York para uma temporada no Five Spot Café. O hit “Love it or hate it” virou assunto na cidade e com a chegada do novo baixista Charlie Haden, Coleman passou a fazer os sons e estruturas que havia perseguido durante anos.

 Sua entrada na Atlantic Records, onde lançou o disco The Shape of Jazz to Come virou divisor de água quando se fala de Jazz. Higgins despontou logo como um dos mais procurados bateristas neste gênero musical contemporâneo. Provou ter a sensibilidade Hard Bop nas veias, pois não fazia uma fluida e abstrata abordagem da nova geração.
 Porém uma apreensão de drogas em 1961 deixou Higgins sem seu cartão de acesso à bota, motivando a deixar a banda de Coleman. Centrou forças em trabalho de estúdio, virando baterista oficial na Blue Note Records durante o apogeu dessa gravadora.

 Na década de 1970 Haggins apareceu em alguns discos, como no Dexter Gordon Go, Jackie McLean's A Fickle Sonance e Lee Morgan's The Sidewinder. Mais uma vez sua habilidade e flexibilidade revelava seu grande talento. Mesmo depois que a Liberty Records comprou a Blue Note em 1967, ele permaneceu na casa muito tempo. Inclusive contribuindo como baterista de primeira no álbum Attica Blues Achie Shepp.

 Ele tocava com frequência com o pianista Cedar Walton e baixista Bill Lee e o trompetista Bill Hardman que liderou a big band Ensemble Brass por vários anos durante o começo da década de 1970. Após quase duas décadas em turnê e em Nova York, Higgins resolveu sossegar o facho em Los Angeles a partir de 1978.

 A partir de 1979 gravou o álbum Soweto, nele apoiava o saxofonista Joe Henderson e o trombonista Slide Hampton durante a primeira metade da década de 1980. Depois de aparecer como estrela e colaborador de longa de data de Dexter Gordon em 1986, ele se reuniu com Coleman, Cherry e Haden para uma turnê em 1987, que resultou em um novo disco de estúdio, In All Languages.

 O ano de 1988 marcou a união com Kamau Daaood para criar o World Stage, loja que organizou oficinas criativas, atividades comunitárias e apresentações ao vivo. Atraiu muito dos maiores nomes do Jazz ao site do World Stage, tanto como artistas quanto tutores. Higgins voltou a atenção para o ensino num ambiente formal, como numa faculdade de Jazz na Ucla.


 Infelizmente o restante de sua vida o castigou com doença hepática originada por uma hepatite contraída décadas atrás. Em março de 1996 passou por transplante de fígado, mas seu organismo o rejeitou. Voltou à mesa de cirurgia 24 horas depois. Restabelecido retornou à música meses depois. Viajou para Nova York para estreitar a colaboração com Coleman. No entanto em 2001 o fígado voltou a falhar e na espera por um doador morreu aos 64 anos.

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