Charline tinha como fã a mãe de Elvis Presley |
Luís Alberto Alves
Charline
Arthur não atua pelas regras do showbiz. Durante a década de 1950, a Country
Music não era bem vista e muito menos
cantada por mulheres, que se submetiam às ordens das gravadoras ou promotores
de festas. Ela recebeu muita pressão, mas nunca mudou seu estilo.
De
temperamento feroz, era difícil de se trabalhar, especialmente irritando seu
produtor. Porém sua música era boa. Foi precursora do Rockyabilly. Mesclou
Bluesy, Country e fazia os shows pegarem fogo. Charline acabou sendo a primeira
cantora deste gênero a se apresentar vestindo calças compridas e liberdade
total no palco.
De
carreira curta, gravou na RCA Records por três anos. Filha de pastor
pentecostal, Charline nasceu em 1929 no Texas, aonde começou a cantar na
igreja. Aos sete anos começou a juntar garradas para comprar uma guitarra por seis
dólares. Influenciada pelo Honky Tonk de Ernest Tubb, escreveu a primeira
canção “I Got the Blues Boogie” aos 12 anos.
Na
adolescência já se apresentava em shows de rádio até ganhar um convite de
viajar na década de 1940 num programa de medicina. Os pais não deixaram.
Respondeu casando com Jack Arthur, contrabaixista de suas gravações.
No final
de 1940 começou a soltar em discotecas do Texas. Depois gravou um single e
mudou-se, com o marido, para a cidade de Kermit, no mesmo Estado do Texas. Ali
foi contratada como DJ numa estação de rádio. Montou uma banda e passou a se
apresentar em clubes locais e ganhou diversos fãs.
Em 1950,
aos 21 anos, entrou na Imperial Records, lançando single. Nesta época o seu
empresário Coronel Tom Parker, que mais tarde iria definir o destino de Elvis
Presley, ficou impressionado com seu talento. Em 1953 estava na RCA Records.
Do seu
disco participaram os músicos renomados e passou a dividir o palco com Elvis
Presley, cuja mãe era fã de Charline. Em 1955 foi segunda colocada num concurso
promovido por uma revista de Country Music.
Porém nem
tudo era flores para ela. Seus hits eram considerados bem avançados para a
época. Não fazia sucesso. Saiu da RCA em 1956. E depois largou o marido. Formou
um trio com suas irmãs, Betty e Dottie, mas sem êxito também.
Em 1960
estava sem dinheiro. Mudou-se para Salt Lake City e ali conheceu Ray Pellum, dono de uma discoteca e gravadora.
Passou a cantar naquele clube. Também gravou para a Eldorado Records. Em 1965
foi para a Califórnia.
Até 1978 lançou discos em três pequenos selos
(Rustic, Wytra e Republic) com Alice Michaels. Em 1979 passou a sofrer de
artrite, retornou a Idaho e ali ficou até 1987, ano de sua morte. Viveu o
bastante para ver seu material reeditado da RCA Records pela Bear Family
Records em 1986.
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