Postagem em destaque

#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Charles Wright, o Mr.Soul

Charles Wright ficou famoso no Brasil pelo seu álbum Mr.Soul, lançado em 1976. O hit "Express Yourself" tocou na maioria dos bailes. De vez quando alguém se lembrava e colocava a balada "Loveland" composta em 1968 inspirada na luta pelo fim da Guerra do Vietnã, que ceifou a vida de inúmeros jovens dos Estados Unidos, a maioria moradores de pequenas cidades do interior e periferia.
Diversas pessoas, no Brasil, imaginam que Wright era calouro quando gravou o disco Mr. Soul. Sua carreira começou na década de 1960. Multi-instrumentista, na aquela época já era muito procurado para participar de gravações profissionais nos estúdios de Los Angeles.
Nascido no Mississippi, Sul dos Estados Unidos, ele bebeu da fonte do Blues e dai passou a tocar Funk, R&B, Pop e qualquer ritmo que alguém mandasse. Seu timbre vocal o transformou numa das lendas da Soul Music moderna.
Em mais de 45 anos de carreira, escreveu diversas canções memoráveis: "Good Night My Love", " Be Fair", "You Cheated", " Do Your Thing", "Honey Spreading", "Till You Get Enough". Charles Wright, como compositor, nunca se esqueceu da máxima: " Há canções que moldam e definem o caráter e  aquelas que falam de amor e da vida do dia a dia".
 Sua sensibilidade musical transformou seus inúmeros hits em gingles para diversas empresas multinacionais nos Estados Unidos. "Express Yourself", por exemplo, foi adotado por uma rede de restaurantes de fast-food para ajudar vender seus produtos. Emissoras de TV, Rádio, clubes esportivos  e inúmeras franquias pediram emprestada a mesma canção para incluir em suas propagandas. Seu mais recente álbum traz o hit " That Funky Thang", mais uma  nitroglicerina musical.

O meteoro conhecido como Floaters



Os Floaters surgiram na segunda metade da década de 1970 em Detroit. Formavam o grupo Larry Cunningham, Charles Clark, Robert Palmer e Paul Mitchel. Muito populares, logo assinaram contrato com a ABC Records. O primeiro álbum trouxe a balada "Float On", permeada com uma ótima linha de contrabaixo e sintetizadores, valorizando uma letra pobre, que falava dos signos do zodíaco de cada membro da banda e suas influências nas características de cada um. No ano de 1977, o hit estourou em todas as paradas de sucesso dos Estados Unidos e Brasil. A Rádio Difusora Jet Music o lançou em primeira mão por aqui. Uma das versões  tinha 11 minutos. Era a delícia dos bailes, principalmente na madrugada.
Porém, a venda da ABC para a MCA Records, em 1978, prejudicou o segundo disco dos Floaters (Magic). A faixa-título não convenceu o público, por causa da péssima qualidade, assim como o restante das músicas. O terceiro álbum, Float Into The Future, com letras do produtor Eugene McDaniels, não se transformou em sucesso.
Para complicar, brigas internas e a luta pelo nome Floaters provocaram a saída de Larry Cunningham e Ralph Mitchell em 1980. O restante do grupo apoiou a entrada da vocalista Shu Ga, mas o quarto disco Get Ready for the Floartersand Shu Ga, com o hit "Get Ready", não emplacou.
Questões judiciais obrigaram o conjunto a se reunir em 1990 e fizeram diversas turnês por todo o mundo. Nos anos 2000,  Charles Clark deixou o grupo e seguiu carreira cantando Gospel e Paul Mitchell foi trabalhar como produtor em Detroit. Atualmente os Floaters são Robert Palmer, Larry Cunningham (retornou ao conjunto) e Ralph Mitchell. Em 2005, o então trio, lançou o disco The Way We Were, que incluía a balada "Loveland", gravada em 1976 por Charles Wright, no álbum MR.Soul.
Mesmo com todos os tropeços, o que restou dos Floaters ainda consegue atrair fãs em suas apresentações pelos Estados Unidos, apesar de tanto Mitchell e Cunningham trabalhando em projetos de carreira-solo cantando Gospel.





O Soul de Chicago chamado Tyrone Davis

O soulman Tyrone Davis, falecido em 2005 aos 67 anos, tinha como uma de suas marcas registradas, trazer realismo às suas canções. Era difícil desistir de seus pontos de vista para agradar gravadoras. Durante mais de 30 anos de carreira, teve mais de 20 álbuns na categoria de bem vendidos com músicas nas paradas de R&B. 
Tudo começou em Michigan, quando aos 14 anos mudou-se para Chicago e foi trabalhar com o bluesman Freddie King. Pouco tempo depois conheceu feras do porte de Little Milton e Otis Clay. Logo gravou em ritmo de Blues o hit " Knock On Wood". No seu primeiro álbum, o destaque foi "A Woman Needs To Be Lovelad". 
O convívio com cantores de Blues mais experientes rendeu-lhe experiência valiosa para compreender os desejos do público. 
Passou a cantar em diversos clubes de Chicago. Foi descoberto pelo pianista Harold Burrage. Ele o ajudou na gravação de seu primeiro disco. Tempos depois assinou contrato com ABC Records, mas a canção "What If A Man" não decolou. 
O primeiro grande sucesso da carreira, em 1970, foi " Can I Change My Mind". Nessa época firmou parceria com o produtor Willie Henderson. Com sua ajuda, ele transforma o hit "Turn Back The Hands of Time" na marca registrada de Tyrone Davis.
Em 1976 vai para a Columbia Records. Ali tem a disposição um verdadeiro dream team para produzir discos. Um deles era Bruce Swedien, mais tarde engenheiro-chefe no grupo de Quincy Jones. Manteve a mesma equipe de compositores que acompanhava desde 1971. Não abriu mão de Leo Graham, autor de "  How Could I Forget You", de 1973.
Montou uma banda composta de ótimos músicos, cujos talentos só eram inferiores ao staff de James Brown. Tocavam bem Blues, Soul, Rock ou qualquer outro ritmo adotado por Tyrone Davis. Passou a denominar o seu som, como o Soul de Chicago. 
A interpretação peculiar de suas canções, o fez ganhar muito carinho do público feminino. Isto ficou latente no final da década de 1970. Reflexo disso é visível na regravação de " I Wake Up Crying", sucesso de Chuck Jackson em 1961. Na década de 1980 estourou nos bailes do Brasil com a balada "In The Mood". Até sua morte em 2005, fez diversos shows pelos Estados Unidos e Europa.




terça-feira, 13 de setembro de 2011

O eclético George Duke

Após mais de 40 anos de música, George Duke já tocou com a maioria dos grandes cantores do século 20. O seu trabalho de produção e arranjos renderam diversas indicações ao Grammy. Suas gravações o coloca no pedestal de grande jazzista contemporâneo e excelente músico de Funk instrumental.
Duke nasceu num bairro da periferia da Califórnia. Após ouvir um disco de Duke Ellington, passou a exigir dos pais que comprassem um piano. Queria tocar. Isto com quatro anos de idade. A mãe ouviu o pedido e o colocou para estudar música. Logo tornou-se fã do Gospel.
A influência do Jazz, Gospel e música clássica seria, no futuro, o tripé de sua carreira profissional. Estudou no San Francisco Conservatory of Music, formando em trombone no ano de 1967. Nessa mesma época fez mestrado em composição na San Francisco State University. Ali começou a trabalhar com um trio de Jazz. Eles acompanhavam um cantor ainda no início de carreira: Al Jarreau.
Após uma temporada com o violinista Jean-Luc Ponty, foi apresentado a Frank Zappa. Começou a mostrar o seu talento nas gravações de clássicos como " Over Night Sensation", "Apostrophe", "The Big Wazoo".
No final da década de 1970, Duke entra na banda de Julian "Cannonball" Aderlley. Passa a trabalhar com grandes jazzistas como Joe Williams, Nancy Wilson e Dizzie Gillespie. Logo a crítica percebeu, em 1974, que ele poderia atuar em diversos estilos musicais. Nessa época grava os hits "Faces in Reflection" e "Fell".
Em 1977 assina com a Epic Records e lança dois álbuns que podem ser definidos como Jazz, R&B e Funk.  Destacam-se as canções "From Me To You" e "Reach For It". Essa última música ocupa o segundo lugar nas paradas de R&B. Repete a dose no ano seguinte com o hit "Don´t Let Go". Suas canções revelam uma Soul Music moderna. Nesse mesmo ano de 1978 grava o álbum A Brazilian Love Affair, misturando Samba e Funk. Seria uma resposta ao disco Native Dancer,  de Wayne Shorter. O trabalho foi no Rio de Janeiro, ao lado de Milton Nascimento, Simone, Toninho Horta e outros mestres da MPB.
Na década de 1980, George Duke participou de vários discos, além de estourar nas paradas de todo o mundo com o hit "Sweet Baby", que gravou ao lado do baixista Stanley Clarke. Como produtor, participou da elaboração dos álbuns de Phillip Bailey, Rufus, Denicie Williams, Jeffrey Osborne, Angela Bofill entre outros. Participou da elaboração de um disco de seu velho amigo Al Jarreau. Nove anos depois lançou  o álbum Night After Night, com destaque para a canção "Love Ballad ".
Após uma Primavera de sucessos, nos anos de 1990 George Duke ficou chateado e passou a atuar mais em produção. Mas durante apresentação no Festival de Montreaux, na Suíça, a Warner Bros Records o convenceu a voltar a gravar seus discos. Com direito as músicas que não se enquadravam no padrão comercial do mercado. Lançou  seis álbuns. Destaque para Snapshot. o hit "No Rhyme No Reason" traz um falsete de Duke com Rachelle Ferrell.
Em 2002, após atuar 32 anos em gravadoras particulares, George Duke parte para um trabalho independente ao criar seu próprio selo Bizarre Planet Music. Lança o disco My Piano, onde mistura Jazz, ritmos africanos e latinos.











Chuck Berry: a lenda viva do Rock!

O guitarrista Chuck Berry está para o Rock, assim como Pelé foi importante para o futebol. Pegou o início dessa febre que nasceu nos Estados Unidos na década de 1950 e espalhou-se mundo afora. É um dos maiores compositores desse ritmo que uniu o Blues a Country Music e o resultado são inúmeras canções eternizadas nos corações e mentes de milhões dos amantes dessa música. 
Sem Chuck Berry não existiriam Beatles, Rolling Stones, Beach Boys, Bob Dylan e diversos artistas que se espelharam na sua inconfundível batida na guitarra. Aliás, ele foi professor de Keith Richards, quando os Stones ainda engatinhavam. Hoje, qualquer cabeça-de-bagre investe no marketing e vira sucesso.
Chuck Berry (Charles Edward Anderson Berry) pegou a fase dura do Rock. Boicotado pelo governo norte-americano, os artistas daquela época eram perseguidos. Alguns paravam na cadeia. 
O amor pela música começou cedo na vida de Chuck Berry, principalmente pelo Blues. Não demorou para ganhar um concurso numa escola de Ensino Médio, de Saint Louis, cantando e tocando guitarra. O seu talento levou o dono de uma barbearia a lhe presentear com um violão. Dai, ele foi trabalhar nos bares da cidade.
Logo começou a misturar o Blues com o Country, quando ainda não se falava em Rock. 
Em 1954 formou um trio, que contava com o pianista Johnny Johnson e Ike Turner. Era o Chuck Berry Trio. Numa viagem a Chicago, Chuck Berry conversou com seu ídolo Muddy Waters e expressou o desejo de gravar um disco. Gravou uma fita demo e levou a Chess Records. Aprovado. Em 21 de maio de 1955  lançou o hit "Maybellene". Era o nascimento do Rock, pois o novo ritmo caiu no gosto dos adolescentes brancos e negros dos Estados Unidos. A canção foi incorporada aos shows de um jovem em início de carreira: Elvis Presley.
O algo mais de "Maybellene" era um solo de guitarra no meio da música, além da batida característica criada por Chuck Berry. O DJ branco, Alan Freed, percebeu a riqueza e a alegria existentes no Rock e passou a promover bailes para os adolescentes brancos. Logo, o salário de Chuck Berry saiu dos US$ 15 , que ganhava nos bares de Saint Louis, e passou para cem vezes mais. Hollywood o descobriu e sua fama correu os Estados Unidos. 
Daí, inúmeras canções saíram de seus lábios: " Rol Over Beethoven", "Thirty Days", "Too Much Monkey Business", " Brown Eyed Handsome Man", " You Can´t Catch Me", "School Day", " Carol", "Back in The USA", " Little Quennie", "Memphis, Tennessee" e "Rock Roll and Music".
Com o dinheiro ganho nos shows, passou a investir em imóveis na cidade de Saint Louis, onde nasceu. Abriu uma casa de espetáculos, onde brancos e negros podiam frequentar; algo impensável naquela época nos Estados Unidos, onde era forte a segregação racial. Quando planejava abrir um parque de diversões, o envolvimento sexual com uma menor de idade o levou à pena de dois anos de prisão. Quando saiu, percebeu que os recém-criados Beatles e Rolling Stones haviam copiado o seu estilo de tocar e o rock havia explodido na Europa. 
Passou a viajar pelo mundo e compôs novos hits: "Nadine", " Particular Place to Go", " You Never Can Tell". Após uma fase desastrosa na Mercury Records, voltou ao auge na década de 1970. Lançou o hit "My Ding a Ling" e ganhou seu primeiro disco de ouro oficial. Fez diversos shows. Em 1979 retornou à prisão, acusado de sonegação de impostos. Dessa vez, ao voltar  à liberdade não estava mais com o pique profissional da década de 1950. Passou a se apresentar de forma melancólica. Desagradando fãs novos e velhos. Também recusou gravar novos discos. Em 1987 publicou sua autobiografia. Continua fazendo shows, inclusive vindo ao Brasil diversas vezes. Pelo seu passado, pode-se dar ao luxo de viver apenas dos flash backs de seus sucessos. Virou lenda!





segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lou Rawls e sua voz inconfundível

A voz grave de Lou Rawls era inconfundível, ainda mais cantando Blues. Juntava a fome com a vontade de comer. Em 52 anos de carreira, encerrados em 2006, gravou mais de 60 álbuns, ganhou três Grammy, cinco discos de ouro, um de platina e uma estrela no hall da fama de Hollywood. Era eclético: transitava bem desde o Blues ao Jazz, do Gospel ao Soul e ao Pop.
Foi na segunda metade da década de 1950 que Lou Rawls colocou o pé na estrada da música. Começou cantando Blues nas igrejas de Chicago. Aos 20 anos era fã de Billy Eckstine, Arthur Prysock e Joe Williams. Na faculdade conheceu Sam Cooke (cantor que iria revolucionar o Blues e a Soul Music no início da década de 1960). Formam o conjunto The Teenager Kings of Harmony.
Numa viagem ao Sul dos Estados Unidos, o grupo sofreu grave acidente, com Lou Rawls quase morrendo. Ao escapar da morte, resolveu cantar em bares e night clubes de Los Angeles, ganhando US$ 10 por noite.
No final de 1959, a sorte encontrou Lou Rawls: o produtor da Capitol Records, Nick Venet, gostou do seu estilo de cantar, transitando entre 4 oitavas com facilidade, algo que poucos intérpretes conseguem. Venet o convidou para gravar uma fita.
O resultado foi positivo e ele assinou contrato com a Capitol Records e lançou seu primeiro álbum em 1962. Ali, até 1972, gravaria mais de 20 discos. O hit "It Was Love Is A Hurtin´ Thing, de 1966, que colocou Lou Rawls no topo das paradas de sucesso. Acabou indicado ao Grammy de Melhor Gravação R&B e Melhor Performance Individual R&B.
Nesse período lançou duas músicas, consideradas pré-RAP, pois eram compostas de sete minutos de conversa: "World of Trouble" e " Tobacco Road". Seus RAPs  tornaram-se populares, lhe rendendo seu primeiro Grammy, em 1967, de Melhor Performance Vocal R&B.
A década de 1970 começou com ele ganhando outro Grammy, por causa do hit "Natural Man". Depois, para preservar a qualidade de suas composições, recusou gravar no estilo da Disco Music. Dizia que suas letras precisavam ter conteúdo, algo que agradasse os fãs.
Em 1975 muda-se para Filadélfia e a dupla de compositores Kenny Gamble e Leon Huff o premiou com o hit "You´ll Never Find (Another Love Like Mine). A canção torna-se o maior sucesso da carreira de Lou Rawls. A música estourou em todo o mundo, inclusive no Brasil, pelas mãos dos DJs da Rádio Difusora Jet Music. No ano seguinte ganhava o seu terceiro Grammy.
Depois ele passou a fazer apresentações para militares dos Estados Unidos em diversas bases norte-americanas espalhadas pelo planeta. Também começou a fazer shows para arrecadar dinheiro ao fundo do colégio de união negra, para beneficiar jovens afro-americanos a entrar nas universidades particulares dos Estados Unidos.
Os esforços humanitários de Lou Rawls lhe rendeu vários títulos Honoris Causa, sem ele nunca ter feito o Ensino Superior. Na década de 1980 e 1990 participou de filmes, como Blues Brothers em 2000 (exibido no Brasil como Os Irmãos Cara de Pau) e peças de teatro na Broadway. Na programação infantil, emprestou sua voz ao gato Garfield, sendo indicado ao Grammy, de 1982, de Melhor Gravação para Crianças.
Em 1998, pelo seu próprio selo Rawls & Brokaw Records lançou dois CDs com suas melhores músicas. Três anos depois gravou o álbum I´m Blessed. Em 2003 gravou o álbum Rawls Sings Sinatra e fez diversas turnês pelos Estados Unidos, Europa e Ásia até um mês antes de sua morte, em 6 de janeiro de 2006.

domingo, 11 de setembro de 2011

Leo Sayer: o soulman da Irlanda

Foi na década de 1970 que o irlandês Leo Sayer ( Gerard Hugh Sayer) deu seus primeiros passos no mundo da música. Aos 28, em 1976, explodiu nas paradas de todo o mundo com a canção "You Make Me Fell Like Dancing". Com pouco mais de 20 anos, início dos anos de 1970, numa escola de arte em Londres, que Leo passou a curtir as músicas de Bob Dylan e se apaixonou por Blues e Soul. O gosto artístico foi herança do avô, que tocava gaita e violino.
Para livrar-se do estresse, formou a Jester Band e passou a fazer apresentações na cidade de Sussex Shorehan-By-Sea, onde nasceu na Irlanda. Logo sua fama percorreu o país. Logo apareceu em seu caminho o ex-baterista Dave Courtney, da banda de Adam Faith. Ele passou a musicar as letras compostas por Leo Sayer. 
Nessa época, na primeira metade da década de 1970, assina contrato com a Warner Bros Records. Escreve a canção "Giving It All Away", mas por causa dos atrasos nos estúdios repassa a canção para  o álbum-solo de Roger Daltrey. Ele gravou nove das 11 músicas do disco. O talento da dupla Sayer/Courtney   passa a ser valorizado. Na Grã-Bretanha, só Elton John e David Bowie faziam mais sucesso que Leo Sayer naquela época. 
A ótima presença em palco, onde incorporava recursos circenses, fez sua fama chegar rápido aos Estados Unidos. O hit " The Rolliking Song Long Tall" serviu de ponte. Em 1975, o ex-Supertramp Frank Farrel produziu seu próximo álbum. Nele estava a canção " Moonlighting".
Depois conheceu Richard Perry, produtor de Ringo Star, Carly Simon, Barbra Streisand, Nilsson e Ella Fitzgerald. Ele sugeriu a Leo Sayer gravar músicas de compositores norte-americanos, adequadas ao seu perfil: Perry considerava Sayer o Charles Chaplin do Rock. 
A parceria rendeu um Grammy e o estouro de "You Make Me Fell Like Dancing" em todo o mundo. Perry produziu três albuns. É dessa época os hits "Endless Flight" e "When I Need You". Essa última canção explodiu nas paradas de diversos países. 
A partir dai, Leo Sayer arregimentou os melhores músicos dos Estados Unidos para trabalhar na sua banda. É quando entra em cena o produtor Alan Tarney. Novamente o sucesso fica junto de Leo Sayer com o hit "More Than I Can Say". Antes dessa parceria regrava de Buddy Holly a canção " Raining In My Heart".
Na década de 1980 muda-se para os Estados Unidos. Conheceu o ostracismo e perdeu muito dinheiro nos cassinos de Las Vegas, além de não conseguir abrir  muitas portas no mercado norte-americano. Só a partir dos anos de 1990 começou a levantar voo novamente  rumo ao sucesso.






O lirismo dos sambas de Agepê

Em  1974 a canção  gravada num compacto simples (disco com uma música de cada lado) chamou a atenção de quem gostava de samba: "Moro Onde Não Mora Ninguém". Diferente do tradicional, o hit trazia um balanço que não era comum aos discos lançados por outros sambistas. Até o nome do cantor soou estranho aos ouvidos: Agepê! Naquela época não se ouvia a legítima Música Popular Basileira nas rádios e raramente aparecia nos programas de televisão. Exceção para Martinho da Vila.
Logo o público descobriu que Agepê era o nome artístico do ex-técnico em telefonia Antônio Gilson Porfírio, cujo o codinome artístico é derivado da junção das primeiras letras de seu nome e sobrenome. Foram 21 anos de muitos sucessos, até a cirrose matá-lo em agosto de 1995.
A parceria com o amigo Canário rendeu canções memoráveis. Como a inesquecível "Deixa eu Te Amar", cujo o álbum vendeu 1,5 milhão de cópias. A letra descrevia o amor de um homem por uma mulher, e o seu desejo de transar com ela. Mas ao contrário das sofríveis composições dos atuais grupos de pagode, tudo era dito com figuras de linguagem como: "Deixa eu te amar/faz de conta que sou o primeiro/na beleza desse olhar/eu quero estar o tempo inteiro"...."Quero te pegar no colo/te deitar no solo/ e te fazer mulher.."
Por causa da Ditadura Militar, ainda mandando no País em 1984, a dupla Agepê e Canário precisou explicar aos militares qual era o sentido real de alguns versos, como os citados acima, do samba composto por ambos. Acreditavam que a música pregava o sexo e fomentava a pornografia.
Outra marca registrada de Agepê consistia na banda que o acompanhava. Ele tinha horror a barulho, num tempo que conjunto de samba lembrava mini-bateria de escola de samba, cujo os instrumentos de acompanhamento eram surdo, cuíca, pandeiro, tamborim, agogô e cavaquinho. Nas suas apresentações  apareciam violão, contrabaixo, bateria, cavaquinho, surdo, pequeno coral, teclados, bongô e toda sofisticação dos cantores de bom gosto.
Na carreira de 21 anos deixou canções como "Menina dos Cabelos Longos", "Me Leva", "Moça Criança", "Lá Vem o Trem" entre diversos sucessos. Membro da ala de compositores da Portela, morreu sem concretizar o sonho de ganhar e levar um samba-enredo de sua autoria para a Marquês de Sapucaí e depois Sambódromo.







sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O vozeirão de Paulo Diniz

O auge da carreira do pernambucano Paulo Diniz foi na década de 1970. O seu vozeirão marcava presença na maioria dos bailes, seja na garagem ou salões de clubes ou associações de bairro. A balada "Um Chopp pra Distrair" é uma delas. Durante a festa, início da madrugada, a introdução com solo de violão era a senha para se aproximar da menina, segurar nas suas mãos, abraçar e começar a dançar. A letra simples falava de um homem que estava na mesa de um bar, quando avistou aquela mulher, de beleza suficiente de provocar congestionamento. O sorriso o deixou impactado. A inércia só foi embora quando chamou o garçom para lhe trazer um chope gelado. 
Mas o talento de Paulo Diniz , cuja a caminhada rumo ao sucesso começou em 1964, aos 24 anos, só aflorou quando trocou Pernambuco pelo Rio de Janeiro. Na Rádio Tupi, onde teve seu primeiro trabalho fora do Nordeste, passou a compor. Dois anos depois visitou as paradas com o hit "O Chorão". 
Em 1970 lançou dois discos. Passa a colocar melodias em diversos poemas de autores consagrados, como Carlos Drummond de Andrade ("E Agora José?"), Gregório de Matos ("Definição do Amor"), Augusto dos Anjos ("Versos Íntimos"), Jorge de Lima ("Essa Nega Fulô") e Manuel Bandeira ("Vou-me Embora para Pásargada"). 
Em homenagem a Caetano Veloso (exilado na Inglaterra) compõe "I Want Go To Back Bahia". É da primeira metade da década de 1970, a gravação de "Como", autoria do guitarreiro Luiz Wagner. Durante vários anos a canção marcou presença na maioria dos bailes, por causa do romantismo de sua letra. Também é dessa época, o hit "Pingos de Amor". Seu último disco Canção do Exílio saiu em 1984. 
Paulo Diniz continua fazendo shows, mesmo em cima de uma cadeira de rodas, pois uma doença misteriosa o tornou paraplégico. Porém o vozeirão e a batida característica de seu violão continuaram intactos. Apenas não aparece mais com frequência aos programas de televisão, passando a impressão que desistiu da carreira artística. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O diamante chamado Sade

O gosto de Sade ( Helen Folasade Adu) pela música começou em 1970, quando teve contato com feras como Curtis Mayfield, Dony Hathaway e Bill Withers. Também na adolescência assistiu a um show dos Jacksons Five durante apresentação em Londres. Nigeriana, seu pai era economista e a mãe enfermeira. Aos quatro anos foi morar na Grã-Bretanha, após o término do casamento dos pais.
Antes de mexer com música, estudou moda. Na universidade, o seu talento aflorou. No princípio tinha medo de subir ao palco. Passava a maior parte do tempo compondo. Mas logo uniu-se a uma banda de Funk Music chamada Pride. Durante três anos o grupo excursionou pelo Reino Unido. Em 1981 ela escreve "Smooth Operator" . Logo as gravadoras tentaram contratá-la, mas sem a banda Pride. Sade resistiu. Tempos depois aceitou proposta da Epic Records. Levou junto os músicos Stuart Mattewman (saxofonista), Andrew Hale (tecladista) e Paul Denman (contrabaixista).
Seu primeiro sucesso nas paradas britânicas foi " Your Love Is King". Nesta época diversas revistas inglesas a colocaram nas suas capas, pegando carona no êxito da canção em todo o país.
Sade lembra que quando lançou o primeiro álbum Diamond Life,  sua vida não lembrava em nada um diamante. Pelo contrário. Vivia com o namorado numa espelunca, onde o banheiro era numa escada de incêndio, e o banho se tomava na cozinha. No local não havia aquecedor. No inverno, o casal quase virava sorvete.
A vida melhorou no decorrer da década de 1980, quando gravou mais três discos e eles venderam milhões de cópias. Cresceram as turnês, como as apresentações nas emissoras de televisão. Nos últimos 20 anos, priorizou mais a qualidade de sua vida pessoal, lançando apenas três álbuns. Para dificultar a vida dos jornalistas, raramente concede entrevista. Após o nascimento de sua filha em 1996, mudou-se para um sítio numa área rural ao Norte de Londres.
Para justificar sua reclusão, Sade diz que para crescer como artista, é necessário dar um tempo para crescer como pessoa. Apenas em 2009 soltou o disco Soldier of Love, o sexto disco em 25 anos de estrada. O penúltimo, desde Lover´s Rock, gravado em 2000. Ela explica o motivo da demora: " Eu só componho quando tenho algo a dizer, não me interessa gravar apenas para vender. Sade não é uma marca".



O grande poeta Silvio Cesar

O   sonho do mineiro Silvio Cesar era  ser jogador de futebol, porém o destino o colocou para cantar.   Aos  20  anos, em  1959,  ele já soltava a sua voz   em diversas boates cariocas. Para garantir o futuro, estudou Direito na   Faculdade Nacional de Direito formando -se em  advocacia  no famigerado ano de 1964, quando os militares assumiram o  poder no Brasil e só largaram o osso em 1985. 
Em 1961  começa a trabalhar no conjunto de Ed  Lincoln, o rei dos bailes na década de  1960.  Ali compõe  as músicas  "Nunca Mais", " É  o Cid",  " Olhou para Mim".  No ano seguinte Ed Lincoln produz o primeiro disco de Silvio Cesar "Amor Demais"  pelo selo Musidisc. Tornam-se sucessos os hits " O  Que Eu  Gosto de Você", " Conselho a Quem Quiser Voltar",  "Preciso dar Um Jeito", " Eu  Te Agradeço". 
Após lançar dois discos pela Musidisc, vai para a Odeon , onde permanece por  12 anos. Ali, em 1965,  grava  a canção " Pra Você",  que  se transforma num verdadeiro hino ao amor. 
Neste período mescla a carreira de cantor com a de  apresentador de programas de televisão., apresentando a Grande Parada na  extinta  TV Tupi.  Depois começa trabalhar com teatro, destacando-se nos musicais  Arco-Iris e   O Teu Cabelo não Nega, ao lado de Grande Otelo. 
Depois partiu para o cinema,   participando do filme  Na Onda do  Yê,Yê , Yê, ao lado de Renato Aragão e Dedé Santana. 
Interpretou o papel principal, compôs, junto com Ed Lincoln, a trilha sonora e a canção "Mônica"  estourou nas paradas . 
Depois escreveu as trilhas sonoras dos filmes  Essa Gatinha é Minha, de Jece Valadão; e  Mineirinho - Vivo  ou Morto, autoria de Aurélio Teixeira.  Foi neste filme  que o Brasil conheceu o talento da atriz Leila Diniz, uma das principais musas da televisão na década de 1960. 
De 1968 a 1973,  Silvio César  divide-se entre cinema, teatro e apresentações no programa O  Fino da Bossa,  da  TV Record , em São Paulo.  Também  sobrava um pouco de tempo para aparecer no  humorístico  Quartel  do Barulho,  ao lado de Renato Aragão  e Dedé Santana, que  anos mais tarde se transformaria no   dominical  Os Trapalhões. 
A vida atribulada  de compromissos não o impede de transformar em sucessos  canções como  "Beco sem Saída",   "Era  uma Vez   um  Homem e  uma Mulher",  " A Minha Prece de Amor",  "O Moço  Velho",  "Levante os  Olhos", entre outras. 
Como grande compositor, Silvio César teve músicas gravadas por diversos cantores  e cantoras da MPB, entre eles Tim Maia, Elis Regina, Gal Costa, Negritude Jr.,  João Nogueira,   As  Frenéticas,  Angela Maria,  Caçulinha,  Emilio Santiago,  Jane Duboc,  Hermeto Paschoal ,  Martinho da Vila,  Jair Rodrigues,  Nana Caymmi,  Os Originais do Samba,  Roberto Carlos, Sandra de Sá  entre outros. 


terça-feira, 6 de setembro de 2011

O Funk da Banda War

A  criação da Banda War, em 1969, foi ideia do produtor de discos Jerry Goldstein e do roqueiro Eric Burdon, ex- integrante do conjunto The Animals. Tudo começou quando Goldstein encontrou com os futuros componentes do grupo, tomando cerveja num bar do Vale de San Fernando, periferia de Los Angeles. Burdon estava desanimado em continuar tocando rock. Queria novidades.
O final da década de 1960 era época do slogan "Faça Amor, Não Faça Guerra". E Goldstein, de sacanagem, resolveu batizar o conjunto de War (Guerra). Segundo o tecladista e vocalista Lonnie Jordan, a proposta era espalhar, por meio de suas músicas, paz e harmonia. As vozes eram as armas e as canções  as munições contra o sistema, comandado pelo governo truculento de Lyndon Johnson.
O público logo percebeu que a Funk Music da Banda War criticava o racismo, a fome, as gangues, os crimes e as guerras em qualquer lugar.
Desde o início, o grupo transformou-se num laboratório musical, misturando diversos estilos e influências. A proposta de Goldstein já rendeu à banda 17 discos de ouro, triplo platina pelo álbum The World is a Ghetto, platina duplo no disco Why Can´t We Be Friends? (sucesso no Brasil, lançado pela rádio Difusora Jet Music), platina no álbum Entregar a Palavra.
O primeiro show ao vivo de Eric Burdon e a Banda War, em 1969, ocorreu no Sul da Califórnia, com ingressos esgotados. Em seguida gravaram o disco Eric Burdon Declares War. O primeiro sucesso do grupo foi " Spill The Wine".
Fizeram diversas turnês pelos Estados Unidos e Europa. No show em Londres, o guitarrista Jimi Hendrix não resistiu ao som da rapaziada e subiu ao palco para tocar junto no Ronnie Scott Club. A apresentação entrou para história, pois naquela noite Hendrix morreria de overdose.
Ao término do giro pelo Europa, Burdon saiu da banda. Coube a Goldstein manter unido o restante do grupo. No final de 1971, lançam o disco Slippin ´Into Darkness e vendem 1 milhão de cópias. Em 1972, o álbum The World is a Ghetto, gravado em 29 dias, vira o disco do ano em votação da Billboard.
No ano seguinte repetem a dose com Deliver The Word e explodem nas paradas os hits "Gypsy Man", "Me      And My Brother Baby" e a regravação de "All Music Day". Venderam quase 2 milhões de discos.
Em 1975, o álbum Why Can´t We Be Friends ficou 31 semanas nas paradas, rendendo um disco de platina duplo. Dois anos depois, o lançamento de um álbum em estilo Jazz rendeu outro disco de platina.
Até 1982 colocaram várias canções nas paradas: " Outlaw", "You Got The Power" e "Cinco de Mayo".
Nas décadas de 1980 e 1990, eles se dedicaram a turnês, fazendo 150 shows por ano em todo o mundo.
Continuam vendendo muitos discos e a segunda geração de fãs, cujos pais conheceram a Banda War no início da caminhada, é fiel. A cidade de Los Angeles homenageou duas vezes o conjunto, por causa de sua luta por melhorias na sua comunidade carente. Na opinião de Lonnie Jordan, o mundo ainda é um gueto e as guerras prosseguem, como ocorria no final da década de 1960.






segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O som dançante de Cheryl Lynn

O talento de Cheryl Lynn para cantar é herança de sua mãe, Opal Smith, ministra de louvor de uma igreja evangélica em Los Angeles. Desde a infância, a menina já fazia parte do grupo de cantores. Depois passou a participar do coral, junto com os adultos.
Logo perdeu a timidez e na década de 1970, já adolescente, participou do programa de televisão Show The Gong. Logo um empresário da Columbia Records a contratou. Em 1978, aos 21 anos, lançou seu primeiro álbum, produzido por David Toto e Ray Parker Jr. O hit "Got To Be Real"(http://youtu.be/EoXvDleWJ5U), Funk com batida de Disco Music fez sucesso em diversos países, inclusive no Brasil, onde ela apresentou-se no ginásio do Palmeiras.
Entre as 100 mais da Billboard, a canção ocupou o 12º lugar, além de vender milhões de cópias. Em 1979, lançou o álbum In Love. Destacaram-se as faixas "I´ve Got Faith in You" (http://youtu.be/I7ZcEZwpEic), na mesma pegada de Funk misturada à Disco Music, e "Keep It Hot" (http://youtu.be/64qnmUVWVrY), outro hit composto para dançar. Porém, o disco não vendeu bastante e sob pressão da gravadora teve de pensar no próximo lançamento. Em 1981, ao lado de Ray Parker Jr., gravou In The Night. Voltou à esteira do sucesso com o hit " Shake It Up Tonight" (http://youtu.be/TETznfG-O-s), pegando os últimos suspiros da Disco Music. O talento de Ray Parker Jr., centrou fogo numa Soul Music cheia de balanço.
No ano seguinte repetiu a dose com "Sleep Walkin" (http://youtu.be/vDMJI8VDYBw). Desta vez, a produção esteve nas mãos de Luther Vandross. Os vocais lembram o estilo das Emotions, além da batida inconfundível da Soul Music, além de sintetizadores despejando o restante do molho. Outro destaque é o dueto de Cheryl Lynn e Luther Vandross na faixa " If This World Were Mine" (http://youtu.be/MaENjtzt9b4). Gravada na década de 1960 por Marvin Gaye, ganhou outra roupagem e visitou outra vez as paradas de sucesso.
Em 1986, assinou contrato com a EMI/Manhattan. Ali ficou pouco tempo. No ano seguinte lançou o álbum Start Over. Em 1988 foi para a Virgin Records. A balada "Whatever It Takes"(http://youtu.be/Gy1Dfx0695E) destacou-se, que nos bailes ganhou o título de Sharm Dance, quando na verdade é um R&B (blues de rua). Em 1990 lançou o CD Good Time, no Japão.
A partir do ano 2000, lançou diversos remakes de seus maiores sucessos. Prossegue em atividade.
Posted by Picasa

Bar-Kays: a banda que ressurgiu das cinzas

A banda Bar-Kays surgiu em 1966, como parte do grupo de músicos de estúdio da Stax Records, a lendária gravadora de Memphis, Sul dos Estados Unidos. O nome é uma brincadeira com a bebida Bacardi. Um ano depois, a maioria dos músicos originais, fundadores do conjunto, morreu num acidente aéreo junto com a grande promessa do rock, Otis Redding; restando apenas Dodson Larry e Alexander James.
A Bar-Kays fora selecionada para ser a banda de apoio de Redding, quando o avião em que viajavam caiu num lago, no Estado de Wisconsin. Entre os mortos estava o talentoso baterista Carl Cunninghan, que fazia proezas tanto no estúdio quanto em apresentações ao vivo.
Para a nova formação, entraram o guitarrista Michael Toles, no lugar de Jimmy King; o tecladista Ronnie Gordon, substituindo Ronnie Caldwell; o saxofonista Harvey Henderson, na vaga de Phalon Jones e os bateristas Roy Cunninghan e Willie Hall. O trompetista Ben Cauley, sobrevivente do acidente de avião, permaneceu no grupo.
A mesma pegada da Bar-Kays antiga se manteve, mas o sucesso demorou a chegar, provocando a saída de Cunninghan e Gordon. A história mudou com a chegada de Wiston Stewart, nos teclados, e do vocalista Larry Dobson. Em 1971 gravaram o álbum Black Rock, onde mesclaram o Rock e o Funk da banda Sly and The Family Stone (inspiradores da Earth, Wind & Fire). No ano seguinte, a Stax Records promoveu uma série de concertos e a Bar-Kays foi a grande sensação. Logo emplacaram o hit "Copy-Cat" (http://youtu.be/zmjl7S-A9Wg).
Depois veio "Soul Finger" (http://youtu.be/Z29WgdGmgwI), onde a metaleira da banda revela os motivos de Otis Redding tê-la escolhido como banda de apoio. Mas o som do grupo ainda não era comercial, como o mercado exigia. Tudo mudou com a entrada do guitarrista Lloyd Smith, o baterista Michael Beard e o trombonista Frank Thompson.
Passam a compor suas próprias músicas e usam mais sintetizadores. Com a falência da Stax Records, eles vão para a Mercury Records, em 1975. O ano de 1976 marca o sucesso do álbum Too Hot To Stop, e a canção "Shake Your Rump to The Funk"(http://youtu.be/jkImd5xZa_g) explode nos bailes. Nessa época, a banda cria sua própria marca de Funk Music, escorada em cima de forte naipe de metais, solos de guitarra e excelente vocal.
Em 1977 ganham o primeiro disco de ouro, com o hit " Flying High on Your Love" (http://youtu.be/cId2Ky3nKHM). A balada, de linda introdução de metais, vira trilha sonora de vários bailes. O balanço dessa música repercutiu no som que Tim Maia fazia na década de 1970. Ou seja: Soul Music pura. O ano de 1979 trouxe outro sucesso: " Move Your Body Boogie" (http://youtu.be/I5QdJ7eaN0k), Funk para incendiar as pistas de dança de todo o mundo. No início da década de 1980, a balada " Running in And Out of My Life" (http://youtu.be/tc4_gws4wl8) entrou nas vidas de diversos casais de namorados. Em 1982 lançaram outra nitroglicerina: "
Do It (Let Me See You Shake)" (http://youtu.be/UCuPK--DuJ8). Ao longo dos anos de 1980, a Bar-Kays lançou vários discos com influência da Disco Music. Em 1987, um ataque cardíaco matou o produtor Allen Jones que acompanhava o grupo desde a primeira formação na década de 1960.
Superaram o trauma e continuaram trabalhando nos anos de 1990. Em 2007 lançaram coletânea de seus maiores sucessos e provaram porque ainda são uma grande banda de Funk Music. Em 40 anos de carreira, gravaram 27 álbuns, ganharam 5 discos de ouro e um de platina.
Posted by Picasa

domingo, 4 de setembro de 2011

Sisters Sledge, o quarteto feminino da Filadélfia


Formado por quatro irmãs, o grupo Sisters Sledge surgiu em 1972 na Filadélfia, costa leste dos Estados Unidos. Debbie, a mais velha tinha 18 anos, seguida de Joni com 16, Kim com 14 e Kathy com 13. Netas da ex-cantora de ópera Viola Williams, as meninas começaram a cantar nas igrejas daquela cidade. Três anos depois foram descobertas por Charles Simmons. Logo lançaram os álbuns Circle of Love e Together.
Só conheceram o gosto do sucesso quando os produtores Nile Rodgers e Edwards, ambos da Banda Chic, passaram a acompanhar a gravação de seus discos. Em 1979 chegaram às paradas com o hit "We are Family" (http://youtu.be/TNAQ8LLptUo), canção que tocou bastante nas pistas de dança no auge da Disco Music. A pegada de Rodgers na guitarra tornou a música bem famosa naquela época. Depois repetiram a dose com "He´s The Greatest Dancer" (http://youtu.be/U-GcL1Cd5b4). Tudo sem fugir do ritmo da Disco Music. Não mexeram em time que estava ganhando.
O ano de 1980 foi replay de 1979, agora com "Love Somobody Today" (http://youtu.be/iYdjeuJfX7c). Em 1981 Narada Michael Walden passou a produzir os discos das quatro irmãs. A balada "Next Time You Know" (http://youtu.be/aYUm-7YJxtE) estourou nas paradas, rotina para as Sisters Sledge.
Em 1985, a Soul Music "Frankie" (http://youtu.be/1Tl-c_puzbM) mais uma vez adoçou a carreira das meninas. O arranjo mesclando mais contrabaixo, deixando em segundo plano bateria e guitarra caiu como uma luva na maioria dos bailes, onde foi transformado em samba-rock.
Até 1992, as Sisters Sledge continuaram em lua-de-mel com o sucesso, quando Khaty saiu do grupo para seguir carreira-solo. Em 1998 gravaram o álbum African Eyes. O grupo prossegue em ativadade, o último disco The Definitive Groove Collection saiu em 2006.
Posted by Picasa

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Skeeter Davis: a cantora perseguida por Richard Nixon

A carreira de Skeeter Davis ( Mary Frances Penick) começa no final da década de 1940, quando ainda na adolescência entrou para o grupo The Sisters Davis e, em 1951, assinou contrato com a RCA Victor Records. Foi uma das primeiras a alcançar o auge da Country Music naquela época. Dois anos depois, em dupla com a amiga Betty Jack estourou nas paradas com o hit "I Forgot More Than You´ll Ever Know" (http://youtu.be/DfZABhjVm2A). A canção ficou oito semanas no primeiro lugar no top da Billboard.
Enquanto desfrutavam do gosto doce do sucesso, um acidente de carro matou Betty Jack e deixou Skeeter Davis gravemente ferida. Após casar-se em 1953, deixou de cantar e retornou às atividades em 1958. Ao lado do produtor Chet Atkins grava "Lost To a Geisha Girl " (http://youtu.be/EYkzLmogKGg), Country com batida de Rock, na época ainda recém-nascido. A música tornou-se o primeiro grande sucesso solo de Skeeter Davis.
Com hit "Homebreaker" (http://youtu.be/9kwKUylvvEE) acabou sendo a primeira cantora da Country Music indicada ao Grammy.
Nos primeiros dois anos da década de 1960, teve dez hits nas paradas. Entre eles "(I Can´t Help You) I´m Falling Too" (http://youtu.be/nZe8svnLWmU) e "My Last Date (With You" (http://youtu.be/-BLR5R8b-Ao), que ficou em segundo lugar no gosto do público. Algo inédito para uma cantora country.
Em 1963 Skeeter Davis emplacou aquele que ficou conhecido como o maior sucesso de sua carreira. O hit "The End of World" (http://youtu.be/BweCXILNe28). Estourou nas paradas, inclusive na especializada em Blues. Tornou-se a primeira cantora branca a emplacar uma canção neste segmento dominando pelas interprétes negras. Vendeu mais de 1 milhão de cópias e ganhou seu primeiro disco de ouro.
No ano seguinte recebeu cinco indicações ao Grammy pela canção "He Says The Same Things To Me" (http://youtu.be/TbqSqSRglH0). O ano de 1964 marca a regravação do hit " Gonna Get Along Without You Now" (http://youtu.be/cW_xw33lzvc). A música emplacou nos bailes e até hoje é grande ferramenta nas mãos dos bons DJs.
Skeeter Davis, além de grande vocalista, escreveu mais de 70 c0mposições. Até 1973 saboreou o gosto doce do sucesso. Depois enfrentou grande polêmica, auge do governo Nixon, quando dedicou uma canção Gospel para um evangelista preso pela polícia de Nashville.Ficou 15 meses afastada do mercado da música e boicotada por diversas casas de espetáculos. Nesse período viajou para África numa campanha de evangelização.
Até o ano 2000, Skeeter Davis continuou fazendo shows. Aproveitou, nas décadas de 1980 e 1990, para fazer remake de seus maiores sucessos. Morreu de câncer em setembro de 2004 aos 72 anos.

Posted by Picasa

terça-feira, 30 de agosto de 2011

The Trammps: outra marca da Disco Music


The Trammps foi um dos responsáveis pela divulgação da Disco Music na década de 1970. Ficaram marcados como o grupo de um só sucesso, com o álbum Disco Inferno, de 1977. Mas a história do grupo começa no início dos anos de 1970, quando ainda estavam sob influência da Soul Music e suas baladas ultrapassavam os 7 minutos.
A primeira formação do conjunto contava com o produtor e guitarrista Ron "Have Mercy" Kersey, os vocalistas Jimmy Ellis, Robert Upchurch, Harold Stanley Wade Wade e o lendário baterista Earl Young.
Na Buda Records, em 1972, eles gravaram uma canção pré-Disco Music de Judy Garland: "Zing Went o Strings of My Heart" (http://youtu.be/fFFbsxCRDa8). A música estourou nos Night Clubs de todo os Estados Unidos. A pegada da guitarra, unida à bateria e aos teclados, transmitia a energia necessária para se dançar. Outro destaque foi "Hold Back the Night" (http://youtu.be/fFFbsxCRDa8). Mais uma vez, o arranjo primordial do Som da Filadélfia era responsável para colocar outra canção nas paradas.
Nessa fase, o grupo começa a graver uma série de álbuns com arranjos de Disco Music (a KC and The Sunshine Band entraria no barco em 1975), porém na época todos imaginavam que o som deles fosse Soul Music. Era, mas de forma suave. Nada de forte marcação de contrabaixo, como ocorria nos discos da Motown ou da forte metaleira da Stax, conhecida como o Som de Memphis. Em 1974 eles estão nas paradas de novo, agora com o hit "Where Do We Go From Here" (http://youtu.be/0p45lTlxOjw). Canção para dançar, sem agredir os ouvidos. Estava lançada a senha de lançamento da Disco Music, que durou até o fim da década de 1970.
Em 1976 gravam "Disco Inferno" (http://youtu.be/-opY4qcidFk). No ano seguinte o hit entra na trilha sonora do filme Embalos de Sábados a Noite, com John Travolta e companhia. Aproveitaram a boa fase e vieram ao Brasil. O ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, ficou lotado. A maioria de pé, visto que ninguém conseguia ficar sentado com hits despejados pelos Trammps.
No ano seguinte, a Primavera do Sucesso começou a abandonar o conjunto. A qualidade do repertório caiu. Passaram a gravar baladas. Uma delas "Seasons For Girls" (http://youtu.be/RitquwlDX48) emplacou nos bailes, por causa de sua duração: quase 8 minutos! Tocava depois das 2h da manhã para facilitar a paquera e não deixar ninguém ir sozinho para casa. A capa desse disco, The Trammps III é bem sacada: a foto de uma mulher de costas, onde sai fumaça de uma tatuagem no ombro.
No início da década de 1980, os Trammps encerraram sua carreira. Dez anos depois, Jimmy Williams assumiu os vocais, seguido por Robert Upchurch e os irmãos Harold e Stanley Wade para tentar capitalizar um revival da Disco Music. Mas uma disputa com o fundador do conjunto, o baterista Earl Young, resultou numa versão alternativa do grupo que continua até hoje.
Posted by Picasa

Major Harris: talento que não alçou voo

Major Harris é lembrado pelo romantismo de suas músicas. Uma delas é a inesquecível "Love Won´t Let me Wait" (http://youtu.be/_NhWV36Zt7g), trilha sonora de diversos casais de namorados pelos moteis de todo o mundo. Porque no final dessa balada, a mulher geme simulando ter um organismo. Balada totalmente erótica, além do ótimo arranjo. Gravada em 1975, parece que foi lançada ontem. Tornou-se sucesso eterno.
Harris é primo do guitarrista Norman Harris e produtor do movimento conhecido como Som da Filadélfia, na década de 1970.
Sua carreira começou no grupo Delfonics, nos anos de 1960, onde sua voz transformava letras fracas em boas melodias. Quando resolveu seguir carreira-solo, reuniu bons músicos para acompanhá-lo na gravação do álbum My Way. Um dos destaques era o guitarrista Bobby Eli, autor de Love Won´t Le me Wait.
Em 1976 gravou "I Got Over Love" (http://youtu.be/AbH6cd-iAgg) pelo selo Atlantic Records. Dois anos depois foi para RCA Victor e lançou "How Do You Take Your Love" ( http:youtu.be/4dilpClONRO). Após essa balada, Harris deixou de ser uma das grandes vozes da Soul Music.
Nas décadas de 1980 e 1990 gravou junto com o grupo Delfonics. Em 2007 lançou o álbum Forever. Ninguém sabe os motivos que impediram que Harris tivesse uma carreira repletas de sucessos, com o talento que trouxe do berço. Talvez estivesse no lugar errado e na hora errada e com pessoas erradas.




segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Billy Preston: o 5º Beatles

Desde o final da década de 1960, Billy Preston foi músico muito influente. Tocou com a maioria das estrelas do rock daquela época: Beatles (é dele o solo de órgão em Let It Be), Eric Clapton, Rolling Stones, Aretha Franklin, Jackson Five, Bob Dylan, Quincy Jones, Sly and Family Stone (inspiradores da Earth, Wind & Fire), John Lennon, George Harrison, Ringo Star entre outros. Participava tocando órgão e também no vocal. É considerado o quinto Beatles.
Começou a carreira num conjunto de música Gospel de André Crouch. Seus primeiros álbuns foram nesse estilo. Sua fama cresceu em 1969 quando tocou órgão, com pegada de gospel, no disco dos Beatles em que participou da faixa "Let it Be" (http://youtu.be/yGK7zja72Tk). No ano seguinte repetiu a dose ao lado de George Harrison no álbum All Things Must Pass. Depois em 1971 apareceu junto com outros grandes nomes do rock no Concerto para Bangladesh (http://youtu.be/QyyetXvX76Q) em Nova York.
Como poucos, Preston transitava com facilidade entre o Soul, Blues e Gospel, além de nadar de braçadas velozes no Pop. Gravou 20 álbuns solo, além de participar de 30 discos de outros grandes artistas. Seus teclados estavam em "It´s Only Rock Roll
" (http://youtu.be/1tqtzkQVIL0) dos Rolling Stones. Em 1979 ele gravou a balada "With You I´m Born Again" (http://youtu.be/JaVPxMw1S58) ao lado da voz de cristal de Syreeta Wright, hit que aliás fez grande sucesso nos bailes.
Também apareceu ao lado de Joe Cocker no hit "You Are so Beatiful" (http://youtu.be/SydDdAmTo0c). Participou do álbum Stadium Arcadium do Red Hot Chili Peppers no ano de 2006 e morreu em junho daquele mesmo ano. Mas escreveu definitivamente o seu nome na história da música.
Posted by Picasa

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Gérson King Combo: o James Brown brasileiro



Gérson King Combo é considerado o James Brown brasileiro e grande divulgador da Soul Music no País. Seu irmão Getúlio Cortes (compositor do hit "Negro Gato", um dos sucessos de Roberto Carlos na década de 1960) o iniciou na carreira artística, quando o levou para dançar no programa Hoje é Dia de Rock, apresentado por uma emissora do Rio de Janeiro.
Depois foi para o programa Jovem Guarda, que Roberto Carlos apresentava na TV Record, em São Paulo. Mas o ritmo Iê, Iê, característico dos grupos musicais do movimento encabeçado por Roberto e Erasmo Carlos não fez a cabeça de Gérson King Combo. Visto que o DNA da Black Music dos Estados Unidos já estava em seu sangue. Aliás, o sobrenome artístico é alusão a King Curtis Combo, uma banda de soul norte-americana liderada pelo
saxofonista Curtis Ousley, com seu auge na década de 1960.
Logo encontrou trabalho na Banda Veneno, do maestro Erlon Chaves, e depois com Wilson Simonal, antes da derrocada. O curioso é que o pai de Gérson não queria os filhos envolvidos no mundo do samba, considerado por ele antro de desocupados. Ele foi para a Soul Music, durante muitos anos marginalizada nos Estados Unidos, lembrando que Soul Music na gíria dos guetos norte-americanos significa música de preto.
No começo da década de 1970, a Black Music estava no auge no Brasil. O DJ Big Boy, com programa na Rádio Mundial do Rio de Janeiro, ajudou a introduzir esse ritmo no País. Nessa época diversas equipes (nome de promotoras de festas) de bailes surgiam em várias regiões do Brasil. A Jirau, no Rio de Janeiro, e Chic Show e Discoteca Eduardo´s, em São Paulo, responsabilizavam-se por colocar fogo nos eventos, reunindo até 20 mil pessoas em salões de clubes, associações de classe ou sindicatos, caso dos Aeroviários, diante do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista.
Logo, Gérson King Combo foi aclamado Rei dos Bailes Blacks cariocas e começou a gravar. Em 1977 lança o disco Gérson King Combo. O trabalho antes de sair nas lojas é elogiado por James Brown, que lhe manda um telegrama, anexado na contra-capa do álbum. Antes, ele viajou à Jamaica e dançou num show das Supremes. Os passos da black music brasileira deixou boquiaberto o empresário das meninas. Recebeu convite para participar de uma apresentação de James Brown em Nova York. No ensaio, dançou mais de 6 horas com o criador da Funk Music. Ensinou alguns passos ao mestre e saiu dali sendo admirado por Brown. Ele percebeu que Gérson King Combo não era cantor de laboratório. Mesmo sem ter nascido nos Estados Unidos, carregava a Soul Music no sangue. Na avalição de Combo, o segredo do sucesso consiste em ter uma ideia exatamente na hora em que ela tem condições de acontecer.
Para sobreviver e poder realizar o sonho depois, foi obrigado a fazer backing vocal para diversos cantores famosos, onde sua voz era diluída na mixagem. Igual lutador de boxe que cai, mas levanta olhando o adversário. Gérson King Combo procurou manter contatos no meio artístico. Nesta trilha fez parte do embrião da Banda Black Rio na primeira metade da década de 1970.
Com o surgimento do Pagode, nos anos de 1980, ficou meio esquecido pelas gravadoras, que deixaram de lado a Soul Music. Mas deu a volta por cima na década de 1990 e em 2011 participou da Virada Cultural em São Paulo e continua presente em vários eventos de Black Music no Brasil.
Do seu primeiro álbum, de 1977, uma das pérolas é a balada "Foi um Sonho Só" (http://youtu.be/4m22fbJkV8A). Repleta de strings e lindo vocal feminino em contra-ponto ao vozeirão de Combo. O hit até hoje toca nos bailes blacks de nostalgia. No mesmo disco tem a adrenalina pura "Uma Chance" (http://youtu.be/rmJkYo-cQ-o). Os metais, bem no estilo Banda Black Rio, não deixam ninguém parado e tem ótima percursão.
Em 1978, seu segundo álbum traz o genuíno Funk dos Estados Unidos, "Goodbye Girl, Goodbye Baby" (http://youtu.be/nfpNvKMPGK8). Nos bailes do final da década de 1970, alguns DJs colocavam essa música para avisar que a festa tinha acabado. Todos continuavam dançando até o som desaparecer. Em 2003, numa de suas apresentações em São Paulo, cantou "Brother Soul"(http://youtu.be/LCPnTJ9MZ1Y), aolado da excelente rapaziada da banda Funk como Le Gusta.