Ritchie Valenz |
Buddy Holly e sua banda que inspiraram Stones e Beatles |
O DJ Big Bopper |
Os restos do avião que mudou para sempre a história do Rock |
Luís Alberto Alves
Em alguns momentos da vida nos deparamos com a
inexplicável palavrinha “se”. Hoje aplico o “se” aos eternos ro queiros Ritchie Valenz, 17 anos, e Buddy Holly, 22 anos. Caso os dois não
tivessem morrido no fatídico início de madrugada daquele domingo de 3 de
fevereiro de 1959, na pequenina cidade de Mason, Estado de Iowa, Oeste dos
Estados Unidos, como seria (olha de novo o se aqui) o Rock atualmente? Correndo
por fora o DJ Bopper, que abriu os microfones das rádios para bandas
iniciantes.
Para os desavisados ou desconectados, Valenz
entrou para a história da música com os hits “La Bamba”, “Donna” e “We Belong
Together”. Holly e sua banda The Crickets serviram de inspiração para Beatles e
Rolling Stones. No final da década de 1950 o Rock enfrentava um clima pesado,
com Elvis Presley prestando Serviço Militar, Chuck Berry (ensinou Keith
Richards dos Stones a tocar guitarra) preso e Little Richard afastado dos
palcos.
Valenz morava numa favela no Vale de San
Fernando, periferia de Los Angeles. Filho de mexicanos, aos 15 anos mergulhou
de cabeça na música, competindo com Elvis Presley, Chuck Berry, Buddy Holly,
Little Richard, Bill Haley e Seus Cometas, Fat Domino (o homem que gravou o
primeiro rock do mundo e Sam Cooke, autor da inesquecível “You Send Me”.
Após formar a primeira banda em 1957, com dois
negros, um americano descendentes de mexicanos e outro de origem japonesa, foi
descoberto pelo produtor Bob Keane, o mesmo que apostou nos talentos de Sam
Cooke Barry White. Gravou o compacto simples (disco de vinil com apenas duas
músicas) com o hit “Come on Let´s Go”.
O ano de 1958 marcou a explosão da canção “Donna”,
cuja letra surgiu num orelhão em homenagem à colega de escola, Donna Ludwig, o
grande amor de sua vida. O hit chegou ao segundo lugar das paradas dos Estados
Unidos. Numa viagem ao México transformou na pegada de rock, a canção
folclórica “La Bamba”.
A partir dai a vida de Valenz tomou ritmo
alucinante. Para cumprir a extensa agenda de shows, só utilizando avião. Assim
poderia estar se apresentando em diversos locais numa mesma noite. Para pagar
dívidas, Buddy Holly também adota a mesma tática, usando aeronaves para vencer
rapidamente as distâncias. Prodígio, teve a ideia de deixar o contrabaixo ao
lado da bateria quando cantava ao vivo. Logo diversos artistas imitaram seus gestos.
Nos estúdios conseguia fazer milagres numa aparelhagem limitada, que só na
década de 1970, outras bandas imitariam.
Como ninguém é capaz de prever as surpresas do
destino, os três embarcaram num avião monomotor naquela madrugada de domingo, 3
de fevereiro de 1959, após saírem de um show na cidade de Clear Lake. A pressa
deixou para trás o medo da tempestade de neve, que minutos depois iria derrubar
a aeronave e provocar sua explosão numa plantação de milho.
Ali chegava ao fim a curta trajetória do
garoto pobre, morador numa favela, que rapidamente virou pop star e do
talentoso Buddy Holly, fonte de inspiração de duas das maiores bandas de rock
que o mundo já conheceu. Repito a palavrinha “se”. Caso estivesse vivos até
hoje, o showbiz teria qual cara? Stones e Beatles teriam estourado ou ficariam
restritos ao Reino Unido? Essa pergunta, infelizmente, nunca teremos
respostas!!!
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