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Luís Alberto Alves/Hourpress

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Banda Raça Negra: 33 milhões de discos vendidos em 30 anos de carreira


Banda Raça Negra 30 anos depois, de branco o saxofonista Irupê
 A grande jogada da Banda Raça Negra, criada no bairro de Vila Inhocuné, Zona Leste de São Paulo, em 1983, foi misturar romantismo da guarânia (típica música romântica paraguaia) com o samba e metais nas pausas, como faz a Soul Music. Nesta época, diversos sambistas não tinham preocupação de fazer arranjos neste estilo. Investiam muito em percussão, deixando em segundo plano violinos, guitarras e contrabaixo.

 A sorte do conjunto formado pelo vocalista Luiz Carlos, líder do grupo, foi ter encontrado o pianista Júlio Vicente e o saxofonista Irupê, que na década de 60 tocou na banda de rock The Jordans. A dupla se responsabilizou pelos arranjos dos primeiros discos da Raça Negra.

Um hit que se transformou em grande sucesso nos bailes na primeira metade dos anos de 1990 é o samba rock “Quero ver você chorar”. A introdução com saxofone, percussão leve, deixando sobressair o som do pandeiro e a batida compassada do surdo e o violão aparecendo de leve, invadiu os ouvidos de futuros fãs. Era samba, mas com outra forma. Não lembrava o ritmo do Rio de Janeiro, lento, nem o do Bahia, bem agitado.

 Este molho, lapidado e desenvolvido pela dupla de arranjadores Irupê e Júlio Vicente, se transformou em grandes vendagens de disco. Outro diferencial do Raça Negra eram as letras compostas por Gabu, que tocou pandeiro no grupo até 1997. Ele tinha a sacada de escrever canções relacionadas à rotina de casais, principalmente de quem frequentava bailes e rodas de samba. Tinha romantismo, sem cair na breguice.

 Não demorou em o grupo emplacar vários sucessos nas paradas como: “Cigana”, “Doce Paixão”, Cheia de Manias”, “Caroline”, “Que Pena”, “Era Diferente”. O álbum de 1992 trouxe a regravação de “É o Amor”, da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, “Pensando em Você”. O terceiro disco veio com “Estou Mal”, “Doce Paixão” e “Tempo Perdido”. A música que estourou primeiro nas rádios foi o hit “Pro dia Nascer Feliz”, de Cazuza. Essa canção levou o Raça Negra a participar de uma campanha nacional sobre os perigos da Aids.
Banda Raça Negra em 1993; acima à esquerda o músico Edson Café, hoje morador de rua em São Paulo

 No disco de 1993, um dos destaques foi o hit “Estrela Guia”, autoria do diretor da gravadora RGE, Antonio Carlos de Carvalho e do cantor Peninha, compositor de canções românticas, estilo MPB. Outras músicas fizeram a cabeça dos fãs, como “Jeito de Ser”, “Doce Daixão”, “Ciúme de você”, que fez muito sucesso na época da Jovem Guarda com Roberto Carlos e “Quando te encontrei”.

 Embalados como carro de Fórmula 1, com a canção “É Tarde Demais”, do álbum de 1995, entraram no Guinness Book, o livro dos recordes. Foi a música mais tocada num único dia no mundo. Ela teve 600 execuções durante 24 horas. A fama ajudou reunir 1,5 milhão de pessoas num único show para o Dia dos Trabalhadores em São Paulo, segundo maior recorde de público no Brasil, apenas atrás de Rod Stewart no réveillon de 1994 em Copacabana, Rio de Janeiro. Nos Estados Unidos levou 700 mil pessoas numa praça, outro recorde de público internacional. Em 30 anos de carreira a banda Raça Negra gravou mais de 18 discos e vendeu 33 milhões de cópias.

 Da formação original que gravou o primeiro álbum em 1991 (Luiz Carlos, Fininho, Paulinho, Fena, Fernando, Gabu), saíram o baixista Paulinho, o pandeirista Gabu e Edson Café. Este último sofreu um AVC em 1994, mas continuou no grupo até 2005, quando deixou a música. Atualmente vive como morador de ruas em São Paulo.
Edson Café, atualmente é mendigo nas ruas de São Paulo



2 comentários:

  1. o Gabhu sobrevive do legado q deixou no raça ele nunca conseguiu sobressair fora da banda o Paulinho ta mandando bem a voz ta boa as canções bem escolhidas o café perdeu feio era pra estar ao lado do fena e Paulinho na turma do raça o Luiz Carlos tomou o raça negra pra si achando q seu filho teria porte pra segurar a banda mais quebrou a cara eu tinha todas as fitas cassetes do 1 ao 9 todos os cd pra mim ninguém era mais fã q eu hje gosto das q eram de todos fora isso não tem raça negra.

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  2. Fico triste pelas poucas informações sobre o julio vicente,na minha humilde opinião o poder dele sobre as teclas foi o grande diferencial naquele tempo, era fera nos teclados.

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