Luís Alberto Alves
Ninguém pode questionar: James Brown inventou
o Funky, mas Sly Stone acelerou sua química adicionando Soul, Rock, Gospel e
outras pitadas psicodélicas. Tanto que sua banda The Family Stone deixou de
lado restrições raciais e de gênero, influenciando diversos artistas na década
de 1960.
Sylvester "Sly" Stone, a cabeça pensante da banda Sly & The Stone |
É neste contexto que aparece Sylvester “Sly”
Stone, nascido em 1943 no Texas, mas crescido em Vallejo, Califórnia. Ali
começou a cantar com um grupo gospel de sua família. Depois assumiu a liderança
de um grupo de Doo Wop, Viscaynes, aos 16 anos. Gravaram o hit local “Lon Time
Gone”, explodindo em várias emissoras de rádios da região.
Após estudar trompete, composição e teoria no
Vallejo Junior College, em 1964 assinou contrato com a Autumn Records. Lançou
uma série de singles solo, além de trabalhar como produtor musical na casa.
Dirigiu o álbum de Bobby Freeman “C´Mon and Swin”, bem como participou de
gravações de Beau Brummels, The Men Mojo entre outros.
O ano de 1966 marcou a formação do grupo Sly
& The Stoner, enquanto seu irmão mais novo, Freddie, criou a própria banda,
Freddie & the Stone Souls. Depois se uniram e com o baixista Larry Graham,
a trompetista Cynthia Robinson, o saxofonista Jerry Martini e o baterista Greg
Errico, fundaram a Sly & The Family Stone.
Logo soltaram o single "I Ain't Got
Nobody” e assinaram com a Epic Records para lançar o disco, em 1967, A Whole
New Thing, seguido de Dance to The Music (1968), gerando um Top Tem com a faixa
título. Naquele mesmo ano arrebentaram
nas paradas Pop e R&B com os hits: “Everyday People" b/w e "Sing
a Simple Song"; e com a clássica “Stand!”
Cada vez mais politizavam suas canções, como o
hit "Don't Call Me Nigger, Whitey." Como vocalista, compositor e
produtor da banda, Sly explodiu em 1970 com a música "Thank You Falettinme
Be Mice Elf Agin," essencialmente criando o projeto sonoro do Funk e
dominou aquela década.
Mas os ideais utópicos dos agitados anos de
1960 deram lugar à paranoia e corrupção. O som de clima de comemoração de Sly
cedeu espaço a hits inquietantes, como “There's a Riot Goin' On”. A escuridão
da militância rendeu os hits "Family Affair" e "Running Away.
O excesso de drogas pesadas prejudicou Stone
que passou a chegar atrasado a shows ou não comparecer. O ano de 1973 marcou o
lançamento de Fresh was Sly & the Family Stone's, talvez o último grande
álbum da banda. A partir de 1975 os problemas com tóxicos e batalhas judiciais
chegaram a conhecimento público.
De nada valeram a gravação dos discos Heard Ya
Missed Me (1976), Well I'm Back and (1979), atraindo pouco interesse dos fãs.
Em 1983 emendou turnê com George Clinton & P-Funk All-Stars, mas fracassou.
Quatro anos depois lançou o single "Eek-a-Bo-Static” e ganhou as manchetes
de jornais e revistas por uma apreensão de cocaína que o levou à prisão. Não
conseguiu mais retornar à estrada do sucesso.
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