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Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Kip Anderson: talento quase destruído pelas drogas

Kip Anderson ficou dez anos preso, mas conseguiu dar a volta por cima

Kip Anderson aprendeu música desde criança. Ainda pequeno passou a ter contato com guitarra e piano na igreja onde a família congregava na Carolina do Sul. Aos 13 anos acabou descoberto pela lendária Madame Edna Gallman Cooke. Passou diversos verões em turnês. O objetivo era torná-lo um cantor gospel.

 Porém ele conheceu Charles Derrick que ao aconselhou a seguir a música secular. Ao seu lado escreveu o hit “I Wanna Be The One”, em 1959, que saiu pela própria gravadora de Derrick. Não estourou nas paradas, mas ao ajudou a entrar na Vee Jay Records e depois para a Savoy.

 Soltou o hit “Oh My Linda”, gravado com o lendário guitarrista de estúdio, Mickey Baker. O lado B do disco tinha a canção "Till Your Love Is Mine”, autoria de Anderson, sem parceria. Isaiah Hennie e Derrick disseram que eles ajudaram a compor a música. Para acabar com o problema a Savoy Records mandou Anderson embora.

 Foi para a Everlast Records e lançou o terceiro single, em 1962, “I Will Cry”. Mesmo bem gravado, teve pouco sucesso comercial. O próximo saiu em 1963, “Here I Am, Try Me”, produzido em Chicago nos estúdios da Chess, mais colocado nas ruas pela Tomorrow Records e depois licenciada para a ABC Paramount. Ali gravou mais dois singles: “I'll Get Along" e "Time Waits for No One," antes de ir para a Muscle Shoals, para gravar "Woman, How Do You Make Me Love You Like I Do", primeiro de três trabalhos que soltaria pela subsidiária da Chess Records.

 Era ápice de Anderson, quando lançou no mercado canções recheadas de belos vocais, como “Without a Woman” e "A Knife and a Fork", obra prima do Bluesy, com grande destaque no Reino Unido. Após sair da Chess, aterrissou na Excello Records e aparecer nas paradas de 1968 pela última vez , com o hit “You'll Lose a Good Thing", verdadeira bomba atômica no Top da Billboard de R&B. Gravou também “Watch You Work It Out” e "I Went Off and Cried”.

 O começo de 1970 foi trágico para Anderson, refém da heroína, com a Excello Records o deixando na rua. Passou a trabalhar em rádio, mas a carreira artística virou anemia. Sete anos depois pegou dez anos de prisão. Ali formou um grupo gospel, aparecendo em diversas igrejas locais da Carolina do Sul para cantar, sob olhar atento da escolta de policiais.


 Após cumprir a condenação retornou à rotina de gravações, lançando a canção gospel “I Coulda Been Sleeping" para a Lorma Records em 1989. Fez outros trabalhos para a Ichiban Records em 1992, quatro anos depois participou de dueto com Nappy Brown e durante muitos anos organizou show gospel para uma estação de rádio local.

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