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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Roy Orbison, o mestre das baladas de amores perdidos

Roy Orbison foi um dos pioneiros do Rock na década de 1950. Sua carreira durou 40 anos, quando morreu em 6 de dezembro de 1988 aos 52 anos. Conhecido por suas baladas sobre amores perdidos, melodias bem avançadas para sua época, timbre vocal de três oitavas, além do seu característico óculos de hastes pretas. Até hoje é sucesso nas rádios e bailes os hits "Only The Lonely", "Oh, Pretty Woman" (trilha sonora do filme Uma Linda Mulher com Richard Gere e Julia Roberts na década de 1980), e "Crying", entre outros.
Quando tinha seis anos de idade, ganhou a primeira guitarra dos pais. Morando no Texas, acabou influenciado pelo Gospel e Country Music. Logo os familiares o incentivaram a cantar em shows. Aos 10 anos estreou num programa de rádio e recebeu o primeiro pagamento como cantor num concurso de talentos.
Na adolescência já viajava pelo Estado do Texas. Aos 13 anos, em 1949, formou a banda The Wink Wesrners, composta por amigos de escola. Quando estava na Universidade do Texas, cursando Geologia, pois o pai trabalhava nos campos de petróleo da região, acabou influenciado pelo amigo Pat Boone e criou outra banda. Depois de formado, mexia com petróleo durante o dia e a noite tocava nos bares da cidade.
As apresentações chamaram a atenção de Johnny Cash. Aconselhado por ele, enviou uma fita do hit "Ooby Dooby" para Sam Philips (que mais tarde descobriria Elvis Presley) da Sun Records. Aprovado, a canção vendeu 20 mil cópias de discos. O plano de atuar como compositor mudou e passou a gravar suas próprias músicas. O timbre de sua voz forte e a característica de permanecer em tons agudos agradaram o público.
Estes detalhes, na segunda metade da década de 1950, confundiram diversos DJs, pois achavam que ele fosse negro, por causa da voz. Em 1958, o grupo The Everly Brothers gravou o hit "Claudette", composição em homenagem a sua primeira mulher.
Tempos depois, como agradecimento, Robinson, gravou dois de seus grandes sucessos "Bye Bye Love", do álbum Lonely & Blue (1960), e "All I Have To Do is Dream", do disco In Dreams (1963). O dinheiro ganho com direitos autorais de "Claudette" o retirou da Sun Records e o levou para a Monument Records. Ali estourou com "Up Town" (1960). Nesse mesmo ano Elvis Presley e Everly Brothers recusaram gravar "Only The Lonely". Orbison resolveu cantá-la, vendeu 2 milhões de cópias e chegou ao topo das paradas da Grã Bretanha e quase repete o mesmo nos Estados Unidos.
A praia de Orbison era interpretar baladas românticas para disfarçar sua timidez. Assim investiu em "Blue Angel", "Running Scared", "Crying", "Dream Baby", "Blue Bayou" e "In Dreams". Nem os Beatles conseguiram incomodá-lo nas paradas norte-americanas. No auge dos meninos de Liverpool, ele estourou na Inglaterra com os hits "It´s Over" e "Oh, Pretty Woman", que vendeu 7 milhões de discos em 1964. O ibope de Orbison era tão alto, que Paul McCartney e seus amigos  ficaram orgulhosos de fazer uma turnê ao seu lado em 1963. Seria o Otis Redding branco, que teve forte influência sobre os Rolling Stones.
 Em 1965 assinou com a MGM Records apostando na carreira de ator, mas acabou fracassando. Mas o sucesso não o livrou da tragédia de perder sua mulher Claudette, em 1966, num acidente ao cair do banco traseiro de uma moto. Dois anos depois um incêndio matou dois de seus três filhos. Em 1969 casaria com Barbara, falecida em 7 dezembro de 2011, com quem viveu até sua morte em 1988.
Na década de 1970 enfrentou problemas financeiros, passou por cirurgia do coração em 1979. No ano seguinte ganhou o Grammy pelo dueto com Emmylou Harris no hit " That Lovin´You Fellin´ Again". Em 1986, o sucesso "In Dreams" fez parte da trilha sonora do filme Veludo Azul.
 Mesmo com toda essa bagagem, só acabou incluído na Hall da Fama do Rock em 1987. Nessa época assinou contrato com a Virgin Records e regravou todos seus sucessos. Também uniu-se a George Harrison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne formando os Traveling Wilburys. Conquistaram o Grammy. Porém um ataque cardíaco encerrou a rica carreira de Orbison. O lançamento do álbum póstumo em 1989 acabou considerado pela crítica como o mais bem-sucedido de toda sua vida, pelo fato de conter canções que revelavam um homem descontraído, com uma voz soando bem melhor. Todos os seus grandes sucessos estão reunidos no álbum The Very Best of Roy Orbison.








domingo, 27 de novembro de 2011

Som nota 1000 da The JB´s

Quem acompanhou a carreira de James Brown nunca se esquecerá da banda The JB´s. Lendários músicos responsáveis pelo melhor som instrumental do pai do Funk. Deram mostra disto quando Brown apresentou-se no ginásio do Palmeiras, em São Paulo, em 1978. Percussão, metais e cordas tocando numa sintonia inesquecível. Para fazer comparação, é multiplicar por cem o excelente som da banda Vitória Régia, conjunto que trabalhou com Tim Maia durante vários anos.
A espinha dorsal da The JB´s eram os saxofonistas Maceo Parker e Alfred "Pee Wee" Ellis e o trombonista Fred Wesley. O trio entrou no conjunto durante a década de 1960.
No período 1970/1975, sob a batuta de Wesley, eles gravaram alguns álbuns próprios, a maioria instrumental. A primeira versão oficial da The JB´s ocorreu em 1970, após se destacar como banda regular de James Brown. O pai do Funk cobrava muito empenho profissional de todos seus músicos. Abria exceção apenas em relação ao organista/vocalista Bobby Byrd. Ele foi trazido de Cincinnati, Estado de Ohio, onde tocava no grupo de R&B: The Pacemakers, também foram incorporados ao conjunto os irmãos Phelps "Catfish" Collins (guitarra) e William "Bootsy" Collins (contrabaixo).
Ambos tiveram grande importância para Brown cantar um Funk mais pesado, onde naipe de metais e contrabaixo incendiavam qualquer baile.
É nessa época que Wesley  aceita convite para ser diretor musical da The JB´s. Porém, apenas alguns meses mais tarde, os irmãos Collins deixam o grupo. Incorporam-se ao grupo o guitarrista Hearlon "Cheese" Martin, o baterista John "Jabo" Starks, o sax-tenor Clair Pinckney, o baixista Fred Thomas e o saxofonista Jimmy Parker. Entrariam também os trombonistas Jerone "Jasaan" Sanford, Russel Crimes e Isiah "Ike" Oakley.
Com todos entrosados, a The JB´s começa a visitar as paradas de sucesso dos Estados Unidos. Os hits "Pass The Peas" e "Gimme Some More", em 1971, são exemplo disto. No início de 1973, outra canção chega ao Top da R&B da Billboard: "Doing It to Death". É forte a influência de Fred Wesley nos arranjos. Brown convence Maceo Parker a dividir a responsabilidade de apimentar mais o molho do Soul e Funk tocados pela banda. Resultado: a composição "Soul Power" (1974) fica entra as 20 mais das paradas de R&B.
No final daquele ano, a carreira de Brown começa perder brilho. O mesmo ocorre com a The JB´s, mesmo após emplacar o hit "Papa Don´t Take no Mess", sucesso em bailes de todo o mundo. Em 1975, Wesley sai do grupo para tocar ao lado de George Clinton, seguidos de Maceo Parker, o baixista Thomas, os bateristas Starks e Morgan, o guitarrista Martin e o saxofonista Jimmy Parker.
Com James Brown ficaram Jimmy Nolen e Russel Crimes. Em 1976, Brown volta às paradas cantando "Everybody Wanna Get Funky one More Time". A partir daí, surgem várias versões da The JB´s. Nas décadas de 1980, 1990 e 2000, Wesley, Parker e Alfred Ellis excursionaram pela Europa ao lado de Bobby Byrd e chegaram a gravar álbum, em 1988, contando com Pee Wee (saxofonista), Fred (trombonista) e Maceo (saxofonista). Nos anos de 1990, faziam shows usando o nome de JB Horns. As melhores turnês da banda ocorreram em 2002, quando lançaram o álbum Bring The Funk On Down. Dele participaram o contrabaixista Bootsy Collins e o baterista Jabo Starks.

















terça-feira, 22 de novembro de 2011

Johnny Mathis tornou inesquecíveis diversas canções



A voz de Johnny Mathis é inconfundível, principalmente interpretando baladas. Sem qualquer sombra de dúvida, é o Cauby Peixoto dos Estados Unidos. Nascido no Texas, em setembro de 1935, viveu parte da infância em San Francisco, Califórnia. Ali começou a cantar, primeiro em escolas e depois nos eventos da igreja. Seu pai logo percebeu o talento precoce, aos 13 anos, e o matriculou numa escola de canto. O estudo incluiu treinamento de Ópera, modalidade que exige prolongamento dos agudos.
 Mas Johnny Mathis era atleta que não fazia feio no campo esportivo. Chegou a ganhar bolsa de estudo para esportistas na Faculdade Estadual de San Francisco. Onde permaneceu boa parte de sua vida dedicada ao esporte, inclusive quebrando o recorde mundial de salto alto do basquetebol, cujo registro mais alto foi de Bill Russel, pulando 1,96 metro. Naquela época, apenas quatro atletas tinham conseguido alcançar esta altura. 
Mas o destino tem planos desconhecidos pelo homem. Enquanto treinava para se tornar professor de Educação Física, aproveitava para mostrar seu talento num concerto e assinou contrato com a Columbia Records. Logo entrou numa sinuca de bico: disputar as provas olímpicas, para as quais fora convidado, ou manter compromisso para iniciar suas primeiras gravações em 1956, quando contava com 21 anos? Continuou gostando do esporte, principalmente do golfe, mas para felicidades dos nossos ouvidos optou pela carreira artística. 
Embora seja lembrado como cantor romântico, seu portfólio inclui Jazz, MPB, Soul, R&B, Soft Rock, Música Flamenca e outros diversos estilos, que somente um grande intérprete é capaz de colocar sua voz. Os primeiros discos não venderam muito. Porém, o tempo tratou de desfazer esta imagem errônea. Já gravou mais de 130 álbuns e vendeu  350 milhões de discos. É o artista com o contrato mais longo numa única gravadora (Columbia), na primeira fase de 1956 a 1963 e de 1968 até hoje. É um dos únicos a manter carreira com mais de 60 anos sem nenhum intervalo. É o terceiro cantor que mais sucesso faz nos Estados Unidos. Já ganhou três Grammies. Os programas de televisão norte-americanos tiveram 300 vezes a presença de Johnny Mathis. 
Para não sobrecarregar sua voz,  limitou entre 50 e 60 apresentações durante o ano. 
O lançamento de seu álbum comemorativo aos 25 anos de trabalho, em 1981, ficou 9,5 anos no topo das paradas da Billboard, valendo-lhe um lugar no Guinness Book. Também teve cinco de seus discos na Billboard, simultaneamente. Só igualado por Frank Sinatra e Barry Manilow. Já lançou 200 singles e tem 71 músicas fazendo sucesso em todo o mundo. 
Suas canções de sucesso, entre muitas, incluem "Evie", My Love For You", "Mariah", "Chances Are", "It´s Not  For Me To Say", "Wonderful! Wonderful!", "The Twelfth of  Never", "Wild is The Wind", "Misty", "Little", "Gina", "The Shadow of  Smile", "Love is Blue" e "Love Story". 







segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Stanley Clarke, um dos grandes talentos do contrabaixo

Stanley  Clarke é outro grande nome do Jazz, Funk, Rock, Pop e R&B. Compositor, cujo talento é reconhecido no contrabaixo,  baixo elétrico, guitarra, além de suas ótimas apresentações, seja ao vivo ou na televisão.
Clarke nasceu na Filadélfia, costa Leste dos Estados Unidos, em 1951, e aprendeu tocar baixo na escola por causa de um atraso. Naquele dia seriam distribuídos instrumentos musicais aos alunos, mas como perdeu o horário, Clarke precisou se contentar com o baixo acústico. Tempos depois formou-se em Música pela Academia Musical da Filadélfia.
Em 1971 mudou-se para Nova York e começou a trabalhar com grandes artistas norte-americanos. Essa nata incluía gente como Stan Getz, Horace Silver, Art Blakey, Dexter Gordon, Gato Barbieri, Joe Henderson, Chick Corea, Pharoah Sanders eGil Evans. Nos seus primeiros trabalhos, ele deixou explícito seu amor pela Cientologia, em diversas faixas de seus primeiros discos.
Durante a década de 1970, Clarke tocou na banda Return to Forever, liderada pelo pianista Chick Corea. O conjunto tornou-se uma dos mais importantes grupos de Fusion Jazz. Os diversos álbuns lançados tiveram grande acolhida da crítica. Nesta época, ele dá seus primeiros passos na carreira-solo ao lado do colega Jaco Pastorius. É quando grava os discos Journey to Love (1975) e School Days (1976).
Depois começou a compor trilhas sonoras para produções de Hollywood e emissoras de televisão. Porém nunca deixou em segundo plano a participação musical em bandas. Na década de 1980 fundou o grupo Animal Logic com o baterista Stewart Copeland e a compositora/vocalista Deborah Holland. Teve outros projetos ao lado do guitarrista Jeff Beck (1979), e em 1981, 1983 e 1990 trabalhou junto com  o pianista George Duke e Miroslav Vitous (1984). Depois juntou-se a Jean-Luc Ponty (1995) e Al Di Meola (1999).
Igual fôlego de gato, mesmo em turnê com sua banda de apoio, Stanley Clarke encontra tempo para dar uma força aos seus colegas. Fez isso com Bela Fleck e Jean-Luc Ponty (2005) e ganharam um prêmio como turnê do ano. Em 2006, pela primeira vez em 15 anos, Clarke e George Duke  excursionaram juntos por diversas cidades norte-americanas, alcançando o Top 20 com o hit "Sweet Baby". No ano seguinte repetiu o gesto ao lado de Al Di Meola e Jean-Luc Ponty em shows nos Estados Unidos, Europa e América do Sul.
No ano de 2007 lançou DVD musical em parceria com Stevie Wonder, Wallace Roney, Bela Fleck, Sheila E, Stewart Copeland, Flea, Wayman Tisdale, Marcus Miller e diversos artistas visando levantar fundos para entidade beneficente de Hollywood, fornecedora de bolsas de estudo aos jovens que desejam aprender Música.
 Nessa mesma época lançou o álbum Toys of Men, que alcançou o 2º lugar nas paradas de Jazz da Billboard. As 13 canções do CD questionam os problemas causados pelas guerras.  O trabalho conta com excelentes atuações da cantora Esperanza Spalding, do tecladista Ruslan Sirota, do percussionista brasileiro Paulinho da Costa e do violinista Mads Tolling.
Em 2009 uniu-se a alguns colegas e formou o Stanley Clarke Trio, gravando o álbum Jazz in The Garden. Ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo.








sábado, 19 de novembro de 2011

Adoniran Barbosa: o homem do trem das onze

Todo final de ano a mesma cena se repete nas mesas de bares, onde as pessoas comemoram o fim de mais 365 dias de lutas e conquistas. Ali alguém movido a cerveja ou caipirinha, mesmo sem qualquer noção de música, vai puxar o coro do famoso "Trem das Onze": "Não posso ficar nem mais um minuto com você/ sinto muito amor mas não pode ser/ moro em Jaçanã/ se eu perder esse trem, que sai agora as onze horas/ só amanhã de manhã..."
De letra simples, igual seu autor Adoniran Barbosa, já foi regravado por diversos cantores e cantoras. A melodia é inesquecível. Conseguiu apagar a mancha que Vinicius de Morais tinha jogado sobre São Paulo, dizendo que a cidade era o túmulo do samba. Pois foi no Rio de Janeiro, que o famoso "Trem das Onze" venceu um festival, entrando para sempre na galeria dos sambas impossíveis de se esquecer. Os próprios cariocas reconheceram, mais tarde, que Adoniran Barbosa era a grande marca do samba paulista. Merecia respeito. O segredo dele era compor canções retratando a rotina sofrida do trabalhador. Daquele que por falta de moradia, era e ainda é obrigado a morar em favelas, como descreve em "Saudosa Maloca". Não fazia letras intelectuais, que exigia profundo conhecimento de Filosofia ou Sociologia para entendê-la. O feijão com arroz sempre marcou o estilo de Adoniran Barbosa.
Alguns desavisados ao ouvir o "Samba do Arnesto", cheio de erros propositais de português, poderiam achar que o autor da letra fosse analfabeto. Engano! Adoniran Barbosa sabia dominar nosso idioma. Certa vez tirou a dúvida do público ao dizer numa entrevista em rádio que para falar errado era preciso dizer certo. Os críticos  calaram-se de vez.
O curioso é que seu nome de batismo é João Rubinato. Para homenagear dois amigos, pegou Adoniran, nome de um grande amigo e Barbosa, em homenagem ao cantor Luiz Barbosa.
Filho de imigrantes italianos, nascido em Valinhos (SP), passou a adolescência em Santo André, Grande SP, onde aos 14 anos trabalhou de entregador de marmitas, carregador, encanador, pintor, garçom, DJ e locutor de rádio.
Aos 22 anos, em 1933, compôs seus primeiros sambas, em parceria com Pedrinho Romano e Viriato dos Santos. Em 1941 vai trabalhar na Rádio Record como ator cômico, DJ e locutor. Ali conheceu o conjunto Os Demônios da Garoa. Eles propuseram a Adoniran escrever letras com erros de português de propósito.
Em 1955, o conjunto gravou "Saudosa Maloca", depois vieram "Samba do Arnesto", "As Mariposas", "Abrigo de Vagabundo", "Iracema" e a famosa "Trem das Onze". Na década de 1980, uma de suas últimas composições "Tiro ao Álvaro", foi gravada por Elis Regina. Como aconteceu com diversos sambistas, o talento de Adoniran Barbosa acabou sendo reconhecido na velhice. Morreu em novembro de 1982, deixando o bairro do Bixiga, Centro de SP, desfalcado de um dos seus mais célebres moradores.  Curiosidade: o Trem das Onze nunca existiu, pois o último saía às 8h da noite de SP em direção a Guarulhos, onde fazia ponto final. Ficou conhecido como o trenzinho da Cantareira, desativado em 1964.









quarta-feira, 16 de novembro de 2011

New Edition: com solavancos chegam aos 30 anos

O criador do grupo New Edition, em 1978, foi o produtor musical Maurice Starr. Reuniu os garotos Bobby Brown, Bivins Michael, Ricky e Bell. Todos moradores do conjunto habitacional Orchard Park ( a norte-americana Cidade Tiradentes, Zona Leste de SP) na periferia de Boston. Bell e Brown trouxeram outro amigo da turma; Ralph Tresvant. Ele seria o vocalista da banda. O nome da banda significava nova edição do Jackson Five.
Participaram de um show de talentos, dirigido por Maurice Starr, na comunidade local e conquistaram o segundo lugar. Ele gostou da performance dos meninos  e resolveu gravar, em 1981, o álbum de estreia do conjunto: Candy Girl.
Lançado em 1983, o álbum contou com os hits "Is This The End", "Popcorn Love"e a faixa-título "Girls Jealous". As canções explodiram nas paradas dos Estados Unidos e de outros países. Logo após a primeira turnê, o grupo se separou de Maurice Starr em 1984. Para contrapor, lançou o New Kinds on The Block, apenas com adolescentes brancos, mas explorando o mesmo tipo de música, inclusive em arranjos parecidos aos do New Edition.
Starr perdeu a causa na Justiça. Assinaram contrato com a MCA Records e o escritório de advocacia Steven Martin, Machat e Streetwise passou a administrar a carreira da banda.  Gravaram outro álbum e as faixas "Cool It Now" e "Mr. Telephone Man" garantiram o primeiro Disco de Platina ao grupo.
No segundo semestre de 1985, lançam o segundo álbum pela MCA, New Edition All For Love. Ganham outro Disco de Platina e chegam às paradas os hits "Count Me Out", "A Little Bit of Love (Is All It Takes)" e "With You All The Way".  No final daquele ano gravaram outro disco, com músicas no estilo da década de 1950, e  Bobby Brown sai do conjunto, por causa de mau comportamento.
O agora quarteto grava, em 1986, o hit "Earth Angel" para a trilha sonora do filme Karatê Kid, part. II. A canção fica bem colocada nas paradas de sucesso. O período 1987/1989 marca a admissão de Johnny Gill ao New Edition e rompimento com o escritório de advocacia administrador da carreira da banda. O futuro fica incerto e a indústria de fofocas divulga que o vocalista Ralph Tresvant pretende seguir carreira-solo.
Sob  produção de Jimmy Jam e Terry Lewis, lançam o álbum Heart Break, com Gill na função de segundo vocalista. As letras eram mais leves e perfil adulto. Fizeram sucesso os hits "If It Isn´t Love", "You´re Not My Kind of Girl", "Can You Stand The Rain", "Crucial" e "NE Heartbreak". O disco vendeu 5 milhões de cópias, ganhou dois Discos de Platina, além de ajudar o quinteto numa bem-sucedida turnê.
Durante a primeira metade da década de 1990, por sugestão dos produtores Jimmy Jam e Terry Lewis, Bell, Bivins e De Voe formam um trio e o álbum Poison rende um Disco de Platina Triplo. Os outros dois integrantes, Ralph Tresvant e Johnny Gill também fazem trabalho solo e recebem Disco de Platina.
Em 1996, o New Edition obteve seu maior sucesso comercial ao lançar o álbum Home Again, marcando a volta de Bobby Brown ao grupo, agora sexteto. Vendem mais de 6 milhões de cópias em todo o mundo. Entraram nas paradas as canções "Hit Me Off" e "I´m Still in Love With You". Porém a turnê do conjunto foi ruim. A guerra de egos entre os componentes, principalmente entre Brown e Bivins, abortou sua conclusão. Cada membro resolveu seguir seu rumo, todos cheios de rancores.
No Outono de 2005, o New Edition comemorou 25 anos de criação da banda. Para fumar o cachimbo da paz, convidaram Brown para cantar seu hit de 1985 "Mr. Telephone Man". Depois se reconciliou com o restante do conjunto e anunciaram o lançamento de um novo álbum e turnê em 2009. Naquele ano, fizeram um medley de Jackson Five, homenageando Michael Jackson e cantaram e dançaram clássicos como "I Want You Back", "ABC" e "The Love You Save". Também uniram-se ao New Kids on The Block para show beneficente na famosa casa de shows House of Blues.
Em 3 de julho de 2011, todos os seis membros do New Edition  participaram da nova edição do Essence Music Festival, em Nova Orleans, Louisiana, além de celebrar a turnê do 30º aniversário de quando a banda entrou num estúdio para gravar seu primeiro disco. Eles prometem vários shows para 2012 e diversas novidades.












































terça-feira, 15 de novembro de 2011

Toni Braxton: a bela mulher de 40 milhões de CDs vendidos


Toni Braxton alia fome com  vontade de comer: é bonita, sexy e canta bem, além de ter lábios carnudos para enlouquecer seus fãs por todo o planeta. Como ocorre com a maioria dos cantores norte-americanos, suas habilidades musicais despertaram quando soltava seu vozeirão (lembra Nana Caymmi) junto com suas quatro irmãs na igreja da cidade de Seven, Maryland, inspirando-se em Stevie Wonder, Anita Baker, Chaka Khan e Whitney Houston. Seu gosto musical já revelavam suas qualidades. Mesmo assim entrou para a Universidade de Bowie e sonhava torna-se professora, provavelmente para deixar seus alunos malucos, pois ninguém conseguiria assistir suas aulas em paz por causa de sua beleza. 
Seus dotes vocais chamaram a atenção de profissionais do show biz. Não demorou para em 1991, ela gravar o hit "Love Shoulda Brougt You Home", da trilha sonora do filme Boomerang. A resposta positivou. Dois anos depois colocou nas paradas as canções "Another Sad Love Song", responsável pelo seu primeiro  Disco de Ouro por ficar em segundo lugar nas paradas de R&B. O mesmo ocorreu com "Breathe Again". A faixa "Seven Whole Days" chegou ao primeiro posto das paradas norte-americanas, enquanto a música "You Mean The World To Me" lhe rendeu outro Disco de Ouro e "I Belong To You" e "Lady The First of LaFace" ocuparam bons postos nas paradas dos Estados Unidos. 
Nesta empreitada vendeu 10 milhões de discos, conquistando seus primeiros dois Grammies para Melhor Artista Novo e Melhor Performance Vocal R&B Feminino para "Another Sad Love Song". Em 1994 pegou três American Music Awards e dois Soul Train Music Awards, e outro Grammy por "Breathe Again", novamente por Melhor Performance Vocal R&B Feminino. 
No ano de 1995, Toni Braxton começou a trabalhar no álbum Secrets, responsável por 7 milhões de cópias nos Estados Unidos e 6 milhões no Exterior. Repetiu a mesma qualidade e trouxe boas composições, como "You´re Makin´ Me High" (primeiro lugar nas paradas R&B) e vencedor de outro Grammy. Para colocar mais fogo, ela produziu um vídeo onde deixou fluir seu lado sexy, reforçado por uma provocante capa de revista. 
Em 1996, a balada soulful "Unbreak My Heart" rendeu outro Grammy de Melhor Perfomance Vocal Pop Feminino e Prêmios Billboard de Melhor Vocal Pop Desempenho Feminino e Single Adulto Contemporâneo do Ano. O terceiro single "I Don´t Want To" também obteve outro Disco de Ouro. Em 1997 participou de grande turnê internacional ao lado do saxofonista Kenny G.
Quase no final da vitoriosa década de 1990, Toni Braxton apareceu na Brodway na peça Beauty & The Beast. O hit "He Wasn´t Man Enoug" vendeu milhões de cópias.  Neste álbum, ela compôs, colaborou em oito das 12 faixas, também produziu cinco canções, incluindo "The Art of Love". O resultado foi um best-seller em nível mundial com mais de 2 milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos e outros 2 milhões no Exterior. A canção chegou aos primeiros lugares das paradas canadenses e coreanas, bem como ficou em ótima colocação em diversos países da Europa. A canção "He Wasn´t Man Enoug" rendeu outro Disco de Ouro e o Grammy, outra vez, de Melhor Performance R&B Vocal Feminino do ano 2000, enquanto o álbum ganhou dois American Music Awards.
Em 2001 lançou o CD Snowflakes, muito elogiado pela crítica, validando ainda mais sua popularidade de ótima cantora. O álbum teve um dueto com Shaggy e grande número de músicas de autoria de Toni Braxton. Igual máquina de produção em série, em 2002 começou a trabalhar no disco More Than a Woman, em que deixou bem definida sua marca feminina, e o grande amor pelo R&B e o Hip-Hop. Até 2010, reduziu as gravações, antes de retornar com outro CD excelente. 
Nos 20 anos de caminhada já poderia retirar o time de campo e viver dos direitos autorais de seus grandes sucessos, visto que já vendeu 40 milhões de discos, ganhou seis Grammies, sendo uma das mais bem sucedidas artistas femininas da atualidade. 



















Average White Band: a Funk Music da Escócia


A década de 1970 trouxe outra surpresa no mundo da Funk Music: a criação da Average White Band na Escócia. País sem qualquer tradição de black music. Muitos críticos nem levaram a sério a empreitada, por causa dos inúmeros grupos norte-americanos, presentes na maioria das grandes gravadoras e responsáveis por milhões de discos vendidos. O grande dilema era como vender o som da Average White Band. Ela teria pela frente a competente Tower of Power, de maioria branca, mas que já havia conquistado o respeito da plateia norte-americana. No pensamento dos executivos do show biz, o público não iria trocar o certo (som de qualidade da Tower of Power) pelo duvidoso dos meninos da banda formada na Escócia, mais famosa por fabricar bom whisky.
Após muito sufoco, a Average White Band apareceu nas paradas norte-americanas, em 1974, com o disco  White Album. Repleto de canções Soul e obras-primas do Funk, o conjunto tornou conhecido o hit instrumental "Pick Up The Pieces". Incluíram também o remake "Work to Do", dos Isley Brothers, e "Nothing You Can Do", regravada mais tarde pelos irmãos Tavares.
Apoiada numa boa base de metais, a Average White Band era liderada pelo tenor Alan Gorrie e falsete de Hamish Stuart, ambos responsáveis por deixar bem quente o som do conjunto. O restante do grupo era composto por Onnie McIntyre, Malcolm Duncan, Roger Ball e Robbie McIntosh (morto em 1974 quando cheirou heroína pura pensando que fosse cocaína), substituído por Steve Ferrone.
Em 1975 lançam o álbum Cut The Cake, um dos melhores do grupo até hoje, repleto de bons hits, como "School Boy Crush", um cover de "Soul of Leon Ware", "If I Ever Lose This Heaven". Em cima desse disco, a banda emendou diversas turnês. Passaram a gravar com frequência, lançando cinco discos de sucessos nos três anos seguintes.
O curioso é que as rádios pop abandonariam a Average White Band em 1977, porém as de programação de black music a incluiria em sua programação até o fim dessa década. No Brasil fizeram parte de coletânea  da equipe de som Soul Grand Prix, em 1976, com a canção "Love Your Life", no auge do movimento Black Rio.
É dessa época as músicas "A Love of Your Own", "Cloudy" e o funk "Give It Up For Love" (do álbum de duetos com o soulman Ben E. King).
A década de 1980 fez a banda lutar sem sucesso para atualizar seu som para atender o mercado do show biz. Lançam o álbum Let´s Go Round Again, depois em 1982 soltam Cupid´s in Fashion, fracasso de vendas. A partir dai, cada membro tomou seu rumo: Alan Gorrie entrou para carreira-solo, Hamish Stuart virou guitarrista de Paul McCartney e Ferrone uniu-se a Duran Duran.
Em 1987, Gorrie retomou o leme e formou outra Average White Band com McIntyre, Ball e Duncan; produzindo o disco After Shock. As poucas vendas não desanimaram o grupo, que continuaram a lançar álbuns em 1996, 1999 e 2003, quando gravaram Living in Colour.
Em 2005, a banda soltou o CD Soul & The City. Continuam com a mesma pegada de black music, que conquistou diversos fãs em todo o mundo. Boa mostra do trabalho do conjunto pode ser conferido no CD The Best Of Average White Band, reunindo seus maiores hits na fase 1974/1982. É a prova que a Escócia não produz só Whisky, mas bons grupos musicais.



A 5ª Dimensão da música

O conjunto 5ª Dimensão nasceu em 1967, numa época em que os Estados Unidos enfrentavam grande tensão racial e era feroz a luta nas ruas pela preservação dos Direitos Civis conquistados pelos negros durante o governo do presidente Kennedy, assassinado em 1963.
Para reduzir a temperatura, um grupo de cantores africanos introduziram novo estilo de Soul Music, de harmonia leve, deixando as questões raciais em segundo plano. Era o início da carreira brilhante do grupo 5ª Dimensão, repleta de sucessos.
Os pais dessa criança, em 1965, foram os cantores Ron Townsend, Billy Davis Jr., e McLemore LaMonte. O trio era expert em ópera, Gospel e Jazz. Para deixar o conjunto mais bonito, tinham as meninas Florence LaRue e Marilyn McCoo (anos depois esposa de Davis Jr., com quem formaria dupla na década de 1970). O primeiro nome Versatiles acabou trocado pelo fundador da Motown Records, Berry Gordy. Ele escolheu o espacial 5ª Dimensão. O primeiro disco saiu pelo selo Soul City, de Johnny Rivers.
Após alguns tropeços, o quinteto colocou nas paradas de sucesso, o hit "Up Up and Away". Ganharam diversos Grammies. Para deixar o bolo mais gostoso, juntou-se a eles o produtor Bones Howe e os compositores Webb, Laura Nero, Burt Bacharach e o competente maestro Hal David (mais tarde arranjador da maioria das famosas canções gravadas pelos Jackson Five e Michael Jackson).
Os próximos álbuns seriam marcados por requintadas harmonias, justificando o nome de 5ª Dimensão. Logo o conjunto passou a frequentar os programas de televisão dos Estados Unidos e o estilo de vida e otimismo dos seus integrantes passaram a influenciar parte da população.
Em 1968, a música "Bell Blues Wedding", em que McCoo parecia cantar para o antigo namorado Davis Jr, explodiu nas paradas de sucesso norte-americanas. Depois, o grupo criou um medley de duas canções do musical Hair: "Aquarius/Let The Sunshine In". Tornou-se o hit mais vendido de 1969 e colocou o 5ª Dimensão no topo do show biz.
A década de 1970 provocou mudanças no estilo das canções do conjunto, concentrando-se menos em harmonias, com as composições ganhando um som mais pop. A pegada Soul Music caiu um pouco, mesmo sustentando boas colocações nas paradas. Os próximos anos contribuíram para tornar cada vez melhor a performance da vocalista Marilyn McCoo, como é visível nos hits "One Less Bell To Aswer", "Save The Country", "Last Night (I Didn´t Get To Sleep at All)" e o cover de "Never My Love".
Em 1975 o casal Davis Jr., e McCoo saiu da banda para carreira-solo e um bem-sucedido empreendimento musical numa emissora de televisão, garantindo o bom padrão de vida de ambos por mais de 30 anos. Essa experiência resultou no álbum The Many Faces of Love, gravado em 2008. O restante do 5ª Dimensão; LaRue, McLemore e Townson continuaram na estrada. Tiveram fracassos com a entrada de Marjorie Barnes e Beard Danny, mas depois deram a volta por cima.
A primeira versão do conjunto se reuniu em 1990 para apresentação em Atlantic City, emendando turnê com sucesso. Cinco anos depois, numa outra configuração incluindo LaRue, McLemore, Townson, o ex-Santana vocalista Greg Walker (vocalista solo do hit "Stormy") e Phyllis Battle, lançaram o álbum In The House pela Dick Clark Click Records.
Há dez anos morreu Townson e a aposentadoria tirou McLemore dos palcos. Atualmente, Florence LaRue continua como embaixatriz do 5ª Dimensão, apresentando nova versão do conjunto, composto por Willie Williams, Leonard Tucker, Patrice Morris e Floyd Smith.




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A garra de Jerzee Monet para chegar ao sucesso

Na programação das boas rádios FMs brasileiras e nos bailes, a balada "Leave The Lights On", na década de 1980, tornou famosa a cantora de black music Jerzee Monet.  A mistura de bateria eletrônica, sintetizadores e voz sussurrante murmurando frases românticas é a receita de várias baladas norte-americanas para conquistar sucesso nas paradas.
Quando estava na 6ª Série, aos 12 anos, que seu professor descobriu que ela tinha talento para cantar. Ao terminar o Ensino Médio foi morar num bairro da periferia de Nova Jersey, onde montou um salão de cabeleireiro. O pai não gostou da escolha e a surrou. O velho sabia que segurar secador de cabelo e mexer com produtos de beleza não estavam no DNA de Monet.
Adepta da filosofia de que ninguém cresce profissionalmente, caso fique estacionado no mesmo lugar muito tempo, mudou-se para cidade de Virgínia. Insistiu novamente no trabalho de cabeleireira. Ao contrário de Nova Jersey, ali Monet tomou coragem e decidiu mergulhar de cabeça na carreira de cantora.
A grande vantagem, é que desde criança, já tinha gosto pela leitura. Poderia compor suas próprias canções. Segundo ela, o importante não é o que as pessoas pensam a seu respeito, porque os pensamentos são dela e ninguém poderá retirá-los. São a expressão daquela vida e todos querem ver a essência daquele alguém. Caso venha à tona, o respeito a acompanhará.
Como ocorreu com diversos artistas, Monet estava no lugar e hora certos quando conheceu Ruff Ryders no restaurante onde trabalhava. Após servir sua refeição, perguntou se estava atrás de artistas novos. Ryders sentou-se  e ouviu Monet cantar por alguns minutos.

O resultado agradou. Pois trocou rapidamente a cozinha e as louças do restaurante pelos microfones e instrumentos musicais. Tornou-se protegida de Ryders. Assinou contrato com a DreamWorks Records e Monet começou a esboçar o rascunho do seu primeiro disco. Escolheu o remix de "Most High", autoria do rapper DMX. Dai para frente vieram "First On, First Love", "Twisted", "Respect".
 Os restaurantes e salões de beleza perderam grande profissional, e os nossos ouvidos ganharam excelente cantora, cuja a caminhada ainda é longa.



Ronaldo e os Barcellos eram o som família do pagode

No final da década de 1990, o hit"Feliz Aniversário" fez sucesso nas rádios, bailes e rodas de samba. Teve também as canções "Entrego a Deus" e "Pingos de Amor", de Paulo Diniz. O nome do grupo de pagode era estranho: Ronaldo e os Barcellos. Alguns imaginavam que fosse resultado de uma reunião de amigos. Era família. Ronaldo Barcellos e seus quatro filhos e não três como aparece na capa do CD. Antes, formou parceria com Délcio Luiz e Lourenço, compondo diversos hits para o Exalta Samba ("Desliga e Vem"), Os Morenos ("Marron Bombom"), Karametade ("Se Melhorar Estraga"), Grupo Raça ("Eu e Ela") e Alcione ("Canoeiro").
Ao contrário de diversos paraquedistas no mundo do samba, que desconhecem completamente as estruturas teóricas da música; Ronaldo já tinha bastante bagagem antes de apostar na formação de um conjunto de pagode.
Na adolescência era membro da igreja Assembléia de Deus no Rio de Janeiro. Ali aprendeu a tocar trompete, sax-tenor, sax-shorn, além de cantar no coral de jovens. Pouco tempo depois estudou música na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A partir dai começou a trabalhar em orquestras. Participou da banda do maestro Lafayette e do mago dos estúdios Lincoln Olivetti. Em 1975 gravou um disco pela gravadora CBS com músicas de Carlos Dafé e Lincoln Olivetti. É quando engrena parceria com Robson Jorge, amigo de Olivetti, fazendo trilhas sonoras para as novelas Pulo do Gato, Ossos do Barão, Te Contei, Dancin´ Days, todas da Rede Globo. As canções "Black Coco", "Kitch Zona Sul", "Desencontro" e "Tambourine" são dessa época.
Depois no final da década de 1970 e início da de 1980, trabalhou como backing vocal de Gilberto Gil, Gal Costa, Tim Maia, Simone, Alcione, Sandra de Sá. Também participou de gravações de discos com Roberto Carlos, Sérgio Mendes, Fagner, Elba Ramalho, Milton Nascimento, Sandy e Júnior, Raul Seixas, Marina Lima, Barão Vermelho e Luiz Melodia.