Taiguara foi outro grande ícone da MPB. Brilhou na década de 1960 até os militares que tomaram o poder em 1964 o obrigaram a sair do Brasil. Embora nascido no Uruguai em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro quatro anos depois e ali permaneceu até sua morte em fevereiro de 1996. Logo nos anos 60 foi para São Paulo estudar Direito. Pouco tempo pegou nos livros e dedicou-se a música, principalmente nos famosos festivais daquela época onde seu talento aflorou.
O sucesso logo veio, por meio de letras e melodias bonitas. Destaques para "Hoje", "Universo do Teu Corpo", "Piano e Viola", "Amanda", "Tributo a Jacob do Bandolim", "Viagem", "Berço de Marcela", "Teu Sonho não Acabou", "Geração 70" e "Que as Crianças Cantem Livres".
Os militares não lhe deram sossego, censurando diversas canções durante a Ditadura de 1964 a 1985. Calcula-se que ele teve 100 músicas vetadas. No começo de 1973 foi para a Inglaterra. Ali gravou "Let The Children Hear The Music", que nunca chegou ao mercado, tornando-se o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro censurado no Brasil.
Em 1975 retornou ao País e gravou "Imyra", "Tayra", "Ipy", ao lado de Hermeto Paschoal e uma orquestra sinfônica de 80 músicos. O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias recolhidas pela Ditadura Militar em poucos dias. Taiguara voltou ao Exterior, morando por vários anos na África e Europa. Quando voltou a cantar no Brasil, no começo dos anos 80, não obteve mais o grande sucesso de outros tempos.
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