Postagem em destaque

#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eric Clapton: o "deus" da guitarra

O talento de Eric Clapton vem de berço. Seu pai, um soldado canadense que engravidou sua mãe aos 15 anos, era excelente pianista; sua avó materna também tocava piano e o marido dela gostava das big bands, numerosas nas décadas de 1930 e 1940. O resultado disso seria um neto, que anos mais tarde receberia o codinome de "deus" da guitarra, por causa da facilidade com que toca músicas instrumentais, das mais fáceis às difíceis. Nascido em março de 1945 na Grã-Bretanha, o garoto Clapton cresceu imaginando que sua mãe Patricia Molly Clapton fosse sua irmã mais velha, pois ele acabou sendo criado pelos avós. Só aos nove anos de idade, descobriu a verdade. 
Em 1958, com 13 anos, pediu um violão de presente de aniversário. Aos 16 anos foi estudar Arte na Faculdade de Kingston. Mas acabou expulso, porque passava a maior parte das aulas tocando Blues. No início da década de 1960, Eric Clapton já era vidrado no estilo de Freddie King, B.B. King, Muddy Waters, Buddy Guy; todos músicos experientes e grandes representantes do Blues. 
Com 17 anos, em 1963, de posse de uma guitarra velha comprada pelos avós, formou sua primeira banda: The Roosters. Antes de mergulhar de vez na carreira, trabalhou de servente de pedreiro do avô. Em outubro de 1963, sem banda, foi admitido pelos Yardbirds, por causa de sua fama de excelente guitarrista de Blues. Nos 18 meses passados no conjunto, gravou as canções "Good Morning Schoolgirl Little " e "For Your Love". 
Dois anos depois entrou para a banda Bluesbreakers. É nessa época que Eric Clapton adota definitivamente o Blues. É quando um fã exaltado faz pichação nas ruas de Londres, dizendo que ele é "deus" tocando guitarra. Pura loucura. Em 1966 faz sua primeira turnê aos Estados Unidos e o mundo começa a conhecer melhor o seu talento. Com a Bluesbreakers tocando Rock com a harmonia de Blues, o conjunto virou referência no mercado. A banda não conseguiu administrar a rápida fama adquirida e chegou ao fim em 1968. 
Clapton não perde tempo e funda o grupo Blind Faith, ao lado de Steve Winwood, Ginger Baker e Rick Grech. Gravam um álbum e Clapton fica sozinho outra vez. O início da década de 1970 é dedicado a novas composições. Aproveita e cria a banda Dominos com Jim Gordon, Radle Carl e Bobby Whitlock. Gravam um disco de Rock e a canção "Layla" estoura nas paradas. A fonte de inspiração era  Patti, a mulher do Beatles George Harrison, que não quis trair o marido com Clapton.
O segundo álbum é um fracasso. Sem o amor da mulher do amigo e sucesso, Clapton entra no inferno do vício da heroína e ali permanece três anos. Em janeiro de 1973 consegue dar a volta por cima e retorna com dois concertos no teatro Rainbow, em Londres. Os fãs passam a conhecer o cantor e guitarrista Eric Clapton. Até a década de 1980, ele iria gravar diversos álbuns, entre eles um com a canção " I Shot The Sheriff" que revelaria ao mundo o talento do rei do Reggae, Bob Marley. 
No final da década de 1980, Clapton torna-se compositor de trilhas sonoras de filmes.  Em 1992 ganha   o   Grammy, pelo álbum Tears in Heaven. Dois anos depois grava o disco  From The Cradle dedicado aos seus heróis do Blues. No ano 2000 gravou outro álbum junto com B.B. King, de quem é fã. Ganha o disco de ouro. Em 2005 lança o álbum Me and Mr. Johnson, tributo ao bluesman Robert Johnson.
Três anos depois ganha o Grammy de Melhor Álbum de Blues Contemporâneo com o disco The Road to Escondido. Ao todo já conquistou 18 Grammy, além de participar das gravações de inúmeros discos dos grandes cantores do Rock, Soul Music e Blues. 
Livre da heroína na década de 1970, passou os anos de 1980 e 1990 lutando contra o alcoolismo. Acabou criando uma clínica de reabilitação, na Ilha de Antigua, para pessoas sem dinheiro. Obteve quase US$ 5 milhões com leilão de cem guitarras suas, para manter em funcionamento a clínica. Ao lado dos melhores guitarristas do mundo, fez em 2004 um festival no Texas, para arrecadar mais fundos. Nesse mesmo ano   leiloou sua lendária guitarra Fender Stratocaster e uma Gibson ES335. Mais US$ 6 milhões foram para os cofres da sua clínica de reabilitação de alcoólatras. 
Dos dias 6 a 12 de outubro de 2011, Eric Clapton estará se apresentando no Brasil. É a oportunidade para ouvir um dos maiores guitarristas da atualidade. Para quem gosta de Blues, é um prato cheio. 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Kurtis Blow: o primeiro rapper dos Estados Unidos

Kurtis Blow é um dos principais cantores de Hip-Hop dos Estados Unidos, onde nasceu em agosto de 1959, no bairro do Harlem, Nova York, considerado o Pelourinho norte-americano, por causa da miséria da grande população negra ali residente. Aos 13 anos, em 1972 começou a dançar break pelas ruas de sua cidade natal, até iniciar o trabalho de DJ e tornar-se rapper. Nesse período entrou para Faculdade de Nova York, onde tornou-se diretor do programa da estação de rádio.
Ali conheceu Russell Simmons, do grupo The Force, e juntos passaram a promover festas no bairro de Queens, em Nova York. Após virar MC (mestre de cerimônias) por conta própria adotou o pseudônimo de Kurtis Blow (seu nome de batismo é Kurtis Walker).
Na segunda metade da década de 1970, o movimento Hip-Hop (inspirado no nome de uma música do tecladista Herbie Hancock, gravada em 1973) dava seus primeiros passos nos Estados Unidos. Para vender seu peixe, Blow passa a intitular-se o primeiro rapper do Queens. O seu primeiro discípulo é José, irmão mais novo de Simmons. Mais tarde ele adota o nome de Run-DMC.
Aos 20 anos, em 1979, Blow é o primeiro rapper a assinar contrato com uma grande gravadora: a Mercury. Vende meio milhão de cópias de seu primeiro álbum, somente com canções de RAP. Destacaram-se as faixas "The Breaks" e "Throughout The Years". Sua postura de letras recheadas de críticas sociais influencia uma nova geração de rappers, inclusive no Brasil. 
Até 2007, lançou dez discos. O álbum Deuce, de 1981, fez sucesso nos Estados Unidos e Europa, com os hits "8 Million Stories" e "Basketball" estourando nas paradas e nos bailes de black music.  Em 1985, o disco America lhe rendeu o prêmio MTV Award Monitor.
A partir desse álbum, a canção "If I Ruled The World" tornou-se um hit top 5 na Billboard. Em 1988 escreveu, junto com Dexter Scott King, uma música para comemorar 20 anos da morte do líder pacifista na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, Martin Luther King. Diversos artistas participam da gravação desse disco, destacando-se Whitney Houston, Kool and The Gang, New Edition, Stephanie Mills, El Debarge, The Fat Boys e Run DMC.
Dez anos depois produz o filme "The History of Rap". Em 2005, a canção "Basketball", do álbum Ego Trip , de 1984, é utilizada em comerciais  durante partidas da NBA. Kurtis Blow tem seu trabalho valorizado, porque a maioria de suas músicas critica o racismo, alerta os jovens das pequenas cidades dos Estados Unidos em relação aos perigos do modernismo, tão presentes nas metrópoles. Nunca esquece de citar os perigos do álcool e das drogas. Não é um rapper que faz apologia ao crime organizado, como ocorreu durante diversos anos no Brasil.
O talento de Kurtis Blow o tornou o primeiro rapper a assinar contrato com uma grande gravadora nos Estados Unidos, o primeiro a fazer turnê por todo aquele país e Europa, o primeiro a gravar um comercial para um refrigerante da Coca-Cola em rede nacional para a televisão norte-americana, foi o primeiro a produzir um vídeo de RAP. Também acabou escolhido pelo governo dos EUA para fazer shows em suas bases militares no Afeganistão, Paquistão, Arábia Saudita, Jordânia, Bahrein, Kwait e Omã.
Em agosto de 2009 tornou-se pastor da Igreja evangélica Hip-Hop em Nova York. Ali atua como DJ, rapper e ministro do evangelho. Agora por meio de suas canções, passa os ensinamentos das palavras de Deus, para inúmeros jovens que ainda continuam presos nas drogas, crimes, prostituição e alcoolismo.



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Eddy Grant: o reggaeman que saiu da Guiana

Eddy Grant ficou conhecido no Brasil, durante a década de 1980, por causa do reggae "I Don´t Wanna Dance". Como pipoca em porta de cinema, a música explodiu nas casas noturnas e fez muito sucesso nas rádios. Ao contrário da maioria dos cantores de Reggae, Grant nasceu na Guiana, em março de 1948. Muito jovem, seus pais mudaram-se para a Grã-Bretanha, onde cresceu e teve os primeiros contatos com o Rock tocado por Chuck Berry.
Aos 17 anos, em 1965, formou a banda The Equals misturando Calypso e Soulful. Por cerca de dois anos, o grupo conseguiu emplacar alguns hits nas paradas britânicas, entre eles "Baby Come Back" e "Black Skin Blue-Eyed Boys". A crítica social nessa segunda música, o levou a sair do conjunto em 1971.
É quando aproxima-se do Reggae, por causa de suas mensagens pacifistas e políticas. No ano de 1977 embarca na carreira-solo, lançando o álbum Man Mensagem.
O destaque do disco é a canção "Hello Africa". É a mistura do Calypso bem pesado com a Soul Music. A partir daí, a maioria dos seus lançamentos incluem músicas retratando as lutas enfrentadas diariamente pela comunidade negra.
Nas décadas de 1980 e 1990 prossegue na mesma pegada. Com o aumento das pressões pela libertação do líder sul-africano Nelson Mandela, compôs " Gimme Hope Jo´anna". Jo´anna é referência à cidade de Johannesburgo. No aniversário de 90 anos de Mandela, Eddy Grant cantou essa canção ao arquiteto da destruição do regime segregacionista do apartheid na África do Sul.
Outros hits que se tornaram cartões de visita de Grant, são as músicas "War Party", " Walking on Sunshine",       e "Electric Avenue". Morando nos Estados Unidos, ainda continua fazendo turnês por todo o mundo.


Gilson, a voz célebre de Casinha Branca

Gilson é daqueles cantores talentosos que, sem qualquer explicação, desaparece da mídia. Em 1975, quando gravou seu primeiro LP (disco de vinil com 12 faixas), estourou nas paradas de todo o Brasil com a canção "Casinha Branca", décadas depois regravadas por diversos artistas, inclusive pelo britânico Jim Capaldi, que a traduziu como "Old Photograph". Maria Bethânia, em 2002, no seu álbum de comemoração de 35 anos de carreira, também gravou "Casinha Branca". O mesmo fez o sambista Neguinho da Beija-Flor. 
Nesse primeiro disco, ainda tiveram destaques os hits "Andorinha", "Fim de Primavera", "Lembranças" e "Chuva". O segundo álbum Encontro Casual, revelando as dificuldades dos intérpretes brasileiros, saiu em 1987 pelo selo RGE. Nele estão as músicas "Espiã", "Pau ou Pedra", "A Noite Vem", "Encontro Casual" e "Nossa História de Amor", canção que tornou-se hino dos casais que cultivam excelente relacionamento conjugal. O ótimo arranjo de cordas é uma massagem para os ouvidos de quem gosta de música de qualidade. 
Um dos grandes parceiros de Gilson é Joran. Ele também dividiu diversas letras com Ed Wilson, quando este optou por cantar música Gospel. A característica marcante de Gilson é a excelente interpretação, sem precisar recorrer a gritos ou qualquer parafernália eletrônica para deixar a composição bonita. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cassiano, um dos pais da Soul Music no Brasil



Cassiano, ao lado de Tim Maia, é um dos pais da Soul Music no Brasil. Quem gosta de suas lindas músicas, logo percebe o tempero do Blues que Otis Redding incluía em seus hits. Atualmente desaparecido da mídia, na década de 1970 compôs verdadeiras pérolas. Do início dos anos 70, quem não se lembra de "Eu Amo Você" e "Primavera", ambas gravadas por Tim Maia? E "A Lua e Eu", parceria com Paulo Zdanowski, de 1975, que entrou na trilha sonora da novela O Grito, da Rede Globo? Também teve "Coleção", desse mesmo ano, na trilha sonora da novela das 19h, Locomotivas, mais tarde regravada por Ivete Sangalo. Até 1978, Cassiano podia cantar, mas a extração de um dos seus pulmões o obrigou a abandonar o microfone e se dedicar apenas a compor. 
A carreira do paraibano Genival Cassiano dos Santos começou em 1962, quando aos 21 anos foi tocar violão no conjunto Bossa Trio. Até 1971, trabalhando neste grupo, Cassiano gravou diversos compactos simples (disco com uma música de cada lado) até finalizar com um LP (disco com 12 faixas) em 1971. Nesse álbum estão suas composições "Clarimunda" e "Não dá Pra Entender". Depois em carreira-solo gravou pela RCA Victor o álbum Imagem e Som, destacando-se as canções "Uma Lágrima", "Tenho Dito", "Ela Mandou Esperar" e "Primavera". 
Dois anos depois lançou, pela Odeon, o disco Apresentamos o Nosso Cassiano", com diversas músicas de sua autoria, entre elas "Cedo ou Tarde", "Me Chame Atenção" e "Castiçal". Como guitarrista participou da gravação de diversos discos de Tim Maia e de outros cantores que valorizavam o Blues e Soul, caso de Carlos Dafé, Hyldon, Fábio entre outros. 
Após parar de cantar, continuou compondo e teve músicas suas gravadas por Alcione ("Mister Samba") e Gilberto Gil ("Morena"). Nana Caymmi regravou "Primavera". E Claúdio Zolli, em 1988, colocou em seu a disco a canção "Não dá Pra Entender". 
Em 1991 participou do songbook de Noel Rosa e lançou o disco Cedo ou Tarde, com as participações de Ed Motta, Djavan, Marisa Monte, Luiz Melodia, Sandra de Sá e Cláudio Zolli. Neste álbum estão regravações de sucessos antigos e canções nova, como "Know-How". No ano de 1999, outra composição sua, "Férias" em parceria com Índio, batizou o disco de Cláudio Zolli, lançado pela gravadora Trama. Em 2001, para comemorar o centenário da RCA Victor, foi relançado em CD parte de seu acervo, onde estão incluídos os álbuns Imagem e Som e Cuban Soul. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carrie Lucas: outra cantora meteoro da era Disco Music

Carrie Lucas é produto, na década de 1970, da gravadora Som de Los Angeles, que reuniu no seu cast Think Midnight Star, The Whispers, Shalamar, Lakeside, Dynasty, Calloway entre diversos cantores e grupos. O manda-chuva desse time era Dick Griffey, sucessor do programa de televisão Soul Train (espécie de Globo de Ouro, que a Globo exibia às sextas-feiras na década de 1970).
A carreira de Carrie Lucas, em sete anos, resultou em seis álbuns. Irmã mais velha do tecladista Greg Phillinganes, ela confessou nunca ter levado a sério a arte de cantar, por causa da timidez. Quando Greg passou a trabalhar com Stevie Wonder, Carrie passou a compor e mudou de opinião.
Em 1976 ela cantou com os Whispers o hit "One for The Money". Agradou tanto, que Dick Griffey a escolheu como sua esposa. No ano seguinte, estourou com a composição " Fairytales". Para acompanhar seu grande amor, Griffey arregimentou os melhores músicos de Los Angeles. Entraram na banda o saxmen Ernie Watts e Hank Redd, o guitarrista Jay Graydon, o tecladista Clarence MacDonald, além dos backing vocal Oscar Brashear e George Bohannon. Os arranjos ficaram com Jerry Peters, da banda Earth, Wind & Fire.
Logo gravou outro single, no auge da Disco Music, e o sucesso prosseguiu com "I Gotta Keep Dancin´".
Conhecedor dos gostos de quem frequenta bailes, Dick Griffey orientou a esposa Carrie Lucas cantar baladas, mas sussurrando. Ela acatou o conselho do marido e continuou bem colocada nas paradas.
No ano de 1979, lançou a pipoca das casas de danças "Dance With You". No mesmo disco veio "I Gotta Get Away From Your Love".
Em 1980, o álbum Portrait of Carrie vendeu bem.  Em 1982 lançou outro disco, misturando Blues e Soul. O destaque ficou para a canção "Still in Love". Cinco anos depois regravou de Barbara Lewis o hit "Hello Stranger". A música ficou entre as 20 primeiras colocadas nas paradas dos Estados Unidos. Nas décadas seguintes sumiu das paradas. Está na memória de algumas pessoas, como a intérprete que abusava dos sussurros em suas músicas.


Brick uniu Funk com Jazz

A banda Brick surgiu em 1972, resultado da fusão de dois grupos: um do estilo Disco Music e outro de Jazz. O primeiro single ("Matic Music") do conjunto saiu em 1976. Depois assinaram contrato com a Bang Records e lançaram o segundo single: "Dazz", uma mistura de Disco Music e Jazz. 
Ficaram na Bang Records até 1982. Fizeram sucesso com "Happy", "That´s What It´s All About", "Dusic", "Ain´t Gonna Hurt Nobody". 
O último sucesso da banda foi em 1981 com a canção "Sweat (Til You Get Wet)".
A Brick, composta por Jimmy Brown (vocal, saxofone e flauta), Regi Hargis Hickman (guitarra, contrabaixo e vocais), Eddie Irons (vocais, bateria e teclados), Donald Nevins (teclados e vocais) e Ray Ransom (vocal, contrabaixo, teclados e percussão),
 foi feliz ao unir o Funk com Jazz, mas não conseguiu se manter em atividade por mais de 11 anos. 

Os Brothers Johnson e a batida Funk no contrabaixo

Os Brothers Johnson estouraram nas paradas de todo o mundo em 1976, com o hit "I´ll Be Good to You". E continuaram influenciando diversas músicos por mais 20 anos. A dupla, George na guitarra e Louis no contrabaixo, deu seus primeiros passos no início da década de 1970 em Los Angeles. A fama cresceu e logo estavam trabalhando com o tecladista Billy Preston.
 Depois o maestro Quincy Jones os contratou para turnê na Ásia. Logo, ambos conseguiram assinar contrato com a A &M Records e Jones produziu o primeiro álbum  Look Out For. 
Durante cinco anos ganharam diversos discos de platina. Fizeram sucesso com " Strawberry Letter 23", "Get The Funk Out of My Face", " Ain´t We Funkin´Now´" e a inesquecível " Stomp". Em 1981 a dupla entrou em queda livre. Três anos depois reataram, com Leon Sylvers produzindo o álbum Out of Control. A canção " You Kepp Me Comin´ Back" fez relativo sucesso.
 A agonia durou até 1988, quando ocorreu a separação definitiva. Hoje, cada um trabalha com projetos solos. Ás vezes se reúnem para shows esporádicos. Da dupla, restou o estilo sleep (batendo nas cordas do instrumento) de tocar contrabaixo.

Aretha Franklin + Janis Joplin = Joss Stone

Pense numa grande cantora de Blues, Soul e R& B da atualidade. Imagine que ela tem o talento de Aretha Franklin e Janis Joplin. De olhos fechados, ao ouvi-la cantar pode imaginar que seja uma negra, típica daquelas que soltam suas vozes aos domingos nas igrejas Batistas dos Estados Unidos e que tenha passado dos 40 anos, por causa do grande estilo para interpretar as belas canções do Blues. E se essa maravilhosa intérprete for uma menina de 24 anos, branca e nascida na Grã-Bretanha?
Joss Stone é, sem qualquer contestação, a maior cantora de Blues do momento. Foi abençoada por Deus com uma voz linda e formidável presença de palco, além de sentir intensamente todos os detalhes de uma composição, quando fica diante de um microfone. Não é gostosona, nem é dona de pernas malhadas em academias de ginástica, tampouco precisa ficar arranjando escândalos para permanecer na mídia. O seu talento é suficiente.
Joscelyn Eve Stoker já vendeu mais de 11 milhões de discos em todo o mundo. Ganhou um disco de ouro pelo álbum The Soul Sessions & Introducing Joss Stone e outro de prata por Mind, Body & Soul. Só no Brasil, seus três discos anteriores (lançados em  2003, 2004 e 2007) venderam mais de 150 mil cópias.
Joss passou sua adolescência, em Dover, Grã-Bretanha, onde nasceu em abril de 1987, ouvindo vários estilos musicais, mas fixou-se no Soul e Blues. Procurou assimilar o formato dos vocais existentes na Soul Music. Pegou como parâmetro Aretha Franklin.
Aos 15 anos foi para Nova York e assinou contrato com a BMG Music. Seu primeiro álbum (The Soul Sessions), lançado em setembro de 2003, teve na produção o dedo de feras como Betty Wright (a dama do Soul de Miami), Benny Latimore, Timmy Thomas e Little Beaver. O hit "Fell in Love With a Boy" alcançou boa colocação nas paradas britânicas.
Seu segundo disco, gravado em 2004, fez mais sucesso que o primeiro. "You Had Me" entrou no top dez da Grã-Bretanha. Emplacaram também as canções "Right to Be Wrong", "Spoiled" e "Don´t Cha Wanna Ride".
No início de 2005 foi indicada a três Brit Awards e ganhou dois: Artista Solo Feminina Britânica e Artista Britânica de Música Urbana. Também foi indicada a três Grammy, como Melhor Artista Revelação, Melhor Performance Vocal Feminina de Pop e Melhor Álbum Vocal de Pop.
A canção "Cry Baby"/"Peace of My Heart", lançada como single, foi o primeiro a entrar Billboard Hot 100.
Em julho de 2005 fez um dueto inesquecível com James Brown, no Hyde Park de Londres, durante o show Friday Night With Jonathan Ross.
 Atualmente, Joss Stone, aos 24 anos, já é dona de sua própria gravadora. Seu mais recente álbum saiu em 2009. Com a cabeça no lugar, como demonstrou várias vezes, ainda sentirá inúmeras vezes o gosto doce do sucesso. Talento não lhe falta.


domingo, 18 de setembro de 2011

The Chi-Lites: de Chicago para o sucesso

O grupo vocal The Chi-Lites foi criado em 1959, na cidade de Chicago. Seus integrantes originais eram Marshal Thompson, Creadel Jones, Eugene Record, Robert Lester e Clarence Johnson. Como Hi-Lites eles lançaram diversos hits em Chicago. Em 1964 mudaram o nome do conjunto para Mashall & The Chi-Lites. A letra "C" é homenagem a Chicago, cidade natal dos primeiros componentes da banda. 
No final de 1964, Clarence Johnson deixa o grupo e o nome da banda volta a ser The Chi-Lites. Até 1968, Eugene Record assume o papel de compositor e produtor musical. Em 1969 chegam às paradas com o hit "Give It Away". Também teve presença moderada nas rádios a canção " Let Me Be The Man My Daddy Was". 
O ano de 1971 marca outro grande sucesso dos The Chi-Lites: " Are You My Woman (Tell me So)". Depois vieram " (For God´s Sake) Give More Power To People", "Have You See Her". Em 1972, a balada "Oh!Girl" manteve o doce sabor do êxito do grupo, inclusive fazendo muito sucesso no Brasil, onde entrou na trilha sonora da primeira versão, na Rede Globo, da novela Uma Rosa com Amor, em 1973. 
A ótima fase do grupo não impediu  a saída de seus membros: Creadel Jones deu lugar a Stanley Anderson, que foi substituído por Willie Kensey. A década e 1980 marca a entrada na gravadora Car Davis ´Chi Sound. Na nova casa estouram com o hit "Hot On a Thing (Called Love)".
No ano seguinte, na Larc Records, continuam nas paradas com "Bottoms Up". Nessa época, Creadel Jones  aposenta-se dos palcos e The Chi-Lite torna-se um trio. 
Mas na década de 1990, Jones retorna às atividades e Anthony Watson entra no grupo. Em 2000, The Chi-Lites são admitidos no hall da fama do Blues. O conjunto continua em atividade, porém sem Eugene Record, compositor da maioria dos grandes sucessos da banda. Ele morreu em 2005. 

Stacy Lattisaw e seus 11 anos de sucessos

Aos  14 anos Stacy Lattisaw estourou nas paradas de todo o mundo, com o hit "Love On a Two Way Street", regravação de um sucesso do grupo Ray, Goodman & Brown da década de 1970. A voz suave de menina logo conquistou admiradores, principalmente pelo seu falsete. Antes, aos 12 anos, em 1979, tinha lançado seu primeiro álbum sob direção do conceituado maestro e arranjador Van McCoy, especialista em produzir sucessos da black music.
Mas foi pelas mãos de Narada Michael Walden que Stacy Lattisaw iria  colocar diversos hits nas paradas, até abandonar a música secular, no início da década de 1990, para cantar Gospel honrando suas raízes cristãs.
De 1981 a 1986 gravou cinco discos. Todos eles recheados de boas canções, que venderam bem. Destaque para "Let Me Be Your Angel", "Jump To The Beat", " Miracle", "Sneakin Out", "Attack of The Game Name", além do dueto com Johnny Gill no hit "Where Do We Go from Here".
Porém, o sucesso da indústria da música não foi suficiente para barrar suas decepções com a feroz competitividade desse mercado, onde não há escassez de recursos sujos utilizados pelas gravadoras visando aumentar seus lucros, sugando todas as energias de seus artistas contratados.
Aos 23 anos, Stacy Lattisaw resolveu virar as costas para o show bizz, casou-se, teve dois filhos e passou a dedicar-se a cantar canções Gospel, tão comuns nas igrejas Batistas de todo os Estados Unidos. A maioria dos seus vídeos mandou retirar do youtube, em filmagens onde aparecia mostrando o talento de uma grande cantora de Blues e Soul.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A febre chamada GQ

O auge da banda de Soul Music GQ (iniciais de boa qualidade em inglês) foi no final da década de 1970, quando aproveitaram o calor da Disco Music para emplacar vários hits nas paradas de sucesso. A primeira formação do conjunto é de 1968, que na época chamava-se  The Rhythm Makers. Só tocavam Funk. Faziam parte do grupo Emanuel Leblanc (vocal e guitarra rítmica), Keith Crier (vocal e contrabaixo), Herb Lane (vocal e teclados) e Kenny Banks (vocal e bateria). 
Em 1976 lançaram o álbum Soul On Your Side, com a faixa-título "Zone" aparecendo nas pistas de danças. Mas a consagração só veio em 1978, quando o conjunto passou a chamar-se GQ (Good Quality, boa qualidade) e assinam contrato com a Arista Records.
 O álbum Disco-Nights, com a canção "Disco Nights Rock-Freaks, estourou em diversas paradas de sucesso, além de não faltar em nenhuma pista de dança. Faziam parte desse disco as canções "I Do Love You", regravação de um hit inesquecível de Billy Stewart, "Boogie Oogie Oogie", das meninas do Taste of Honey. Vendeu mais de 1 milhão de cópias. 
Com a passagem da febre da Disco Music, no final da década de 1990 o conjunto faz remake de músicas de Marvin Gaye e Billy Stewart. "Sitting in the Park", sucesso de Billy Stewart em 1964 ganha nova roupagem e ajuda vender mais cópias de discos. Nessa época o baterista Kenny Banks cede suas baquetas para Steve Adorno. Ele permaneceu na banda até 1999, quando o grupo torna-se um trio. Depois Emanuel Leblanc seguiu carreira-solo, adotando o nome artístico de MR.Q, em homenagem à banda que deixou de existir.




Charles Wright, o Mr.Soul

Charles Wright ficou famoso no Brasil pelo seu álbum Mr.Soul, lançado em 1976. O hit "Express Yourself" tocou na maioria dos bailes. De vez quando alguém se lembrava e colocava a balada "Loveland" composta em 1968 inspirada na luta pelo fim da Guerra do Vietnã, que ceifou a vida de inúmeros jovens dos Estados Unidos, a maioria moradores de pequenas cidades do interior e periferia.
Diversas pessoas, no Brasil, imaginam que Wright era calouro quando gravou o disco Mr. Soul. Sua carreira começou na década de 1960. Multi-instrumentista, na aquela época já era muito procurado para participar de gravações profissionais nos estúdios de Los Angeles.
Nascido no Mississippi, Sul dos Estados Unidos, ele bebeu da fonte do Blues e dai passou a tocar Funk, R&B, Pop e qualquer ritmo que alguém mandasse. Seu timbre vocal o transformou numa das lendas da Soul Music moderna.
Em mais de 45 anos de carreira, escreveu diversas canções memoráveis: "Good Night My Love", " Be Fair", "You Cheated", " Do Your Thing", "Honey Spreading", "Till You Get Enough". Charles Wright, como compositor, nunca se esqueceu da máxima: " Há canções que moldam e definem o caráter e  aquelas que falam de amor e da vida do dia a dia".
 Sua sensibilidade musical transformou seus inúmeros hits em gingles para diversas empresas multinacionais nos Estados Unidos. "Express Yourself", por exemplo, foi adotado por uma rede de restaurantes de fast-food para ajudar vender seus produtos. Emissoras de TV, Rádio, clubes esportivos  e inúmeras franquias pediram emprestada a mesma canção para incluir em suas propagandas. Seu mais recente álbum traz o hit " That Funky Thang", mais uma  nitroglicerina musical.

O meteoro conhecido como Floaters



Os Floaters surgiram na segunda metade da década de 1970 em Detroit. Formavam o grupo Larry Cunningham, Charles Clark, Robert Palmer e Paul Mitchel. Muito populares, logo assinaram contrato com a ABC Records. O primeiro álbum trouxe a balada "Float On", permeada com uma ótima linha de contrabaixo e sintetizadores, valorizando uma letra pobre, que falava dos signos do zodíaco de cada membro da banda e suas influências nas características de cada um. No ano de 1977, o hit estourou em todas as paradas de sucesso dos Estados Unidos e Brasil. A Rádio Difusora Jet Music o lançou em primeira mão por aqui. Uma das versões  tinha 11 minutos. Era a delícia dos bailes, principalmente na madrugada.
Porém, a venda da ABC para a MCA Records, em 1978, prejudicou o segundo disco dos Floaters (Magic). A faixa-título não convenceu o público, por causa da péssima qualidade, assim como o restante das músicas. O terceiro álbum, Float Into The Future, com letras do produtor Eugene McDaniels, não se transformou em sucesso.
Para complicar, brigas internas e a luta pelo nome Floaters provocaram a saída de Larry Cunningham e Ralph Mitchell em 1980. O restante do grupo apoiou a entrada da vocalista Shu Ga, mas o quarto disco Get Ready for the Floartersand Shu Ga, com o hit "Get Ready", não emplacou.
Questões judiciais obrigaram o conjunto a se reunir em 1990 e fizeram diversas turnês por todo o mundo. Nos anos 2000,  Charles Clark deixou o grupo e seguiu carreira cantando Gospel e Paul Mitchell foi trabalhar como produtor em Detroit. Atualmente os Floaters são Robert Palmer, Larry Cunningham (retornou ao conjunto) e Ralph Mitchell. Em 2005, o então trio, lançou o disco The Way We Were, que incluía a balada "Loveland", gravada em 1976 por Charles Wright, no álbum MR.Soul.
Mesmo com todos os tropeços, o que restou dos Floaters ainda consegue atrair fãs em suas apresentações pelos Estados Unidos, apesar de tanto Mitchell e Cunningham trabalhando em projetos de carreira-solo cantando Gospel.





O Soul de Chicago chamado Tyrone Davis

O soulman Tyrone Davis, falecido em 2005 aos 67 anos, tinha como uma de suas marcas registradas, trazer realismo às suas canções. Era difícil desistir de seus pontos de vista para agradar gravadoras. Durante mais de 30 anos de carreira, teve mais de 20 álbuns na categoria de bem vendidos com músicas nas paradas de R&B. 
Tudo começou em Michigan, quando aos 14 anos mudou-se para Chicago e foi trabalhar com o bluesman Freddie King. Pouco tempo depois conheceu feras do porte de Little Milton e Otis Clay. Logo gravou em ritmo de Blues o hit " Knock On Wood". No seu primeiro álbum, o destaque foi "A Woman Needs To Be Lovelad". 
O convívio com cantores de Blues mais experientes rendeu-lhe experiência valiosa para compreender os desejos do público. 
Passou a cantar em diversos clubes de Chicago. Foi descoberto pelo pianista Harold Burrage. Ele o ajudou na gravação de seu primeiro disco. Tempos depois assinou contrato com ABC Records, mas a canção "What If A Man" não decolou. 
O primeiro grande sucesso da carreira, em 1970, foi " Can I Change My Mind". Nessa época firmou parceria com o produtor Willie Henderson. Com sua ajuda, ele transforma o hit "Turn Back The Hands of Time" na marca registrada de Tyrone Davis.
Em 1976 vai para a Columbia Records. Ali tem a disposição um verdadeiro dream team para produzir discos. Um deles era Bruce Swedien, mais tarde engenheiro-chefe no grupo de Quincy Jones. Manteve a mesma equipe de compositores que acompanhava desde 1971. Não abriu mão de Leo Graham, autor de "  How Could I Forget You", de 1973.
Montou uma banda composta de ótimos músicos, cujos talentos só eram inferiores ao staff de James Brown. Tocavam bem Blues, Soul, Rock ou qualquer outro ritmo adotado por Tyrone Davis. Passou a denominar o seu som, como o Soul de Chicago. 
A interpretação peculiar de suas canções, o fez ganhar muito carinho do público feminino. Isto ficou latente no final da década de 1970. Reflexo disso é visível na regravação de " I Wake Up Crying", sucesso de Chuck Jackson em 1961. Na década de 1980 estourou nos bailes do Brasil com a balada "In The Mood". Até sua morte em 2005, fez diversos shows pelos Estados Unidos e Europa.




terça-feira, 13 de setembro de 2011

O eclético George Duke

Após mais de 40 anos de música, George Duke já tocou com a maioria dos grandes cantores do século 20. O seu trabalho de produção e arranjos renderam diversas indicações ao Grammy. Suas gravações o coloca no pedestal de grande jazzista contemporâneo e excelente músico de Funk instrumental.
Duke nasceu num bairro da periferia da Califórnia. Após ouvir um disco de Duke Ellington, passou a exigir dos pais que comprassem um piano. Queria tocar. Isto com quatro anos de idade. A mãe ouviu o pedido e o colocou para estudar música. Logo tornou-se fã do Gospel.
A influência do Jazz, Gospel e música clássica seria, no futuro, o tripé de sua carreira profissional. Estudou no San Francisco Conservatory of Music, formando em trombone no ano de 1967. Nessa mesma época fez mestrado em composição na San Francisco State University. Ali começou a trabalhar com um trio de Jazz. Eles acompanhavam um cantor ainda no início de carreira: Al Jarreau.
Após uma temporada com o violinista Jean-Luc Ponty, foi apresentado a Frank Zappa. Começou a mostrar o seu talento nas gravações de clássicos como " Over Night Sensation", "Apostrophe", "The Big Wazoo".
No final da década de 1970, Duke entra na banda de Julian "Cannonball" Aderlley. Passa a trabalhar com grandes jazzistas como Joe Williams, Nancy Wilson e Dizzie Gillespie. Logo a crítica percebeu, em 1974, que ele poderia atuar em diversos estilos musicais. Nessa época grava os hits "Faces in Reflection" e "Fell".
Em 1977 assina com a Epic Records e lança dois álbuns que podem ser definidos como Jazz, R&B e Funk.  Destacam-se as canções "From Me To You" e "Reach For It". Essa última música ocupa o segundo lugar nas paradas de R&B. Repete a dose no ano seguinte com o hit "Don´t Let Go". Suas canções revelam uma Soul Music moderna. Nesse mesmo ano de 1978 grava o álbum A Brazilian Love Affair, misturando Samba e Funk. Seria uma resposta ao disco Native Dancer,  de Wayne Shorter. O trabalho foi no Rio de Janeiro, ao lado de Milton Nascimento, Simone, Toninho Horta e outros mestres da MPB.
Na década de 1980, George Duke participou de vários discos, além de estourar nas paradas de todo o mundo com o hit "Sweet Baby", que gravou ao lado do baixista Stanley Clarke. Como produtor, participou da elaboração dos álbuns de Phillip Bailey, Rufus, Denicie Williams, Jeffrey Osborne, Angela Bofill entre outros. Participou da elaboração de um disco de seu velho amigo Al Jarreau. Nove anos depois lançou  o álbum Night After Night, com destaque para a canção "Love Ballad ".
Após uma Primavera de sucessos, nos anos de 1990 George Duke ficou chateado e passou a atuar mais em produção. Mas durante apresentação no Festival de Montreaux, na Suíça, a Warner Bros Records o convenceu a voltar a gravar seus discos. Com direito as músicas que não se enquadravam no padrão comercial do mercado. Lançou  seis álbuns. Destaque para Snapshot. o hit "No Rhyme No Reason" traz um falsete de Duke com Rachelle Ferrell.
Em 2002, após atuar 32 anos em gravadoras particulares, George Duke parte para um trabalho independente ao criar seu próprio selo Bizarre Planet Music. Lança o disco My Piano, onde mistura Jazz, ritmos africanos e latinos.











Chuck Berry: a lenda viva do Rock!

O guitarrista Chuck Berry está para o Rock, assim como Pelé foi importante para o futebol. Pegou o início dessa febre que nasceu nos Estados Unidos na década de 1950 e espalhou-se mundo afora. É um dos maiores compositores desse ritmo que uniu o Blues a Country Music e o resultado são inúmeras canções eternizadas nos corações e mentes de milhões dos amantes dessa música. 
Sem Chuck Berry não existiriam Beatles, Rolling Stones, Beach Boys, Bob Dylan e diversos artistas que se espelharam na sua inconfundível batida na guitarra. Aliás, ele foi professor de Keith Richards, quando os Stones ainda engatinhavam. Hoje, qualquer cabeça-de-bagre investe no marketing e vira sucesso.
Chuck Berry (Charles Edward Anderson Berry) pegou a fase dura do Rock. Boicotado pelo governo norte-americano, os artistas daquela época eram perseguidos. Alguns paravam na cadeia. 
O amor pela música começou cedo na vida de Chuck Berry, principalmente pelo Blues. Não demorou para ganhar um concurso numa escola de Ensino Médio, de Saint Louis, cantando e tocando guitarra. O seu talento levou o dono de uma barbearia a lhe presentear com um violão. Dai, ele foi trabalhar nos bares da cidade.
Logo começou a misturar o Blues com o Country, quando ainda não se falava em Rock. 
Em 1954 formou um trio, que contava com o pianista Johnny Johnson e Ike Turner. Era o Chuck Berry Trio. Numa viagem a Chicago, Chuck Berry conversou com seu ídolo Muddy Waters e expressou o desejo de gravar um disco. Gravou uma fita demo e levou a Chess Records. Aprovado. Em 21 de maio de 1955  lançou o hit "Maybellene". Era o nascimento do Rock, pois o novo ritmo caiu no gosto dos adolescentes brancos e negros dos Estados Unidos. A canção foi incorporada aos shows de um jovem em início de carreira: Elvis Presley.
O algo mais de "Maybellene" era um solo de guitarra no meio da música, além da batida característica criada por Chuck Berry. O DJ branco, Alan Freed, percebeu a riqueza e a alegria existentes no Rock e passou a promover bailes para os adolescentes brancos. Logo, o salário de Chuck Berry saiu dos US$ 15 , que ganhava nos bares de Saint Louis, e passou para cem vezes mais. Hollywood o descobriu e sua fama correu os Estados Unidos. 
Daí, inúmeras canções saíram de seus lábios: " Rol Over Beethoven", "Thirty Days", "Too Much Monkey Business", " Brown Eyed Handsome Man", " You Can´t Catch Me", "School Day", " Carol", "Back in The USA", " Little Quennie", "Memphis, Tennessee" e "Rock Roll and Music".
Com o dinheiro ganho nos shows, passou a investir em imóveis na cidade de Saint Louis, onde nasceu. Abriu uma casa de espetáculos, onde brancos e negros podiam frequentar; algo impensável naquela época nos Estados Unidos, onde era forte a segregação racial. Quando planejava abrir um parque de diversões, o envolvimento sexual com uma menor de idade o levou à pena de dois anos de prisão. Quando saiu, percebeu que os recém-criados Beatles e Rolling Stones haviam copiado o seu estilo de tocar e o rock havia explodido na Europa. 
Passou a viajar pelo mundo e compôs novos hits: "Nadine", " Particular Place to Go", " You Never Can Tell". Após uma fase desastrosa na Mercury Records, voltou ao auge na década de 1970. Lançou o hit "My Ding a Ling" e ganhou seu primeiro disco de ouro oficial. Fez diversos shows. Em 1979 retornou à prisão, acusado de sonegação de impostos. Dessa vez, ao voltar  à liberdade não estava mais com o pique profissional da década de 1950. Passou a se apresentar de forma melancólica. Desagradando fãs novos e velhos. Também recusou gravar novos discos. Em 1987 publicou sua autobiografia. Continua fazendo shows, inclusive vindo ao Brasil diversas vezes. Pelo seu passado, pode-se dar ao luxo de viver apenas dos flash backs de seus sucessos. Virou lenda!





segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lou Rawls e sua voz inconfundível

A voz grave de Lou Rawls era inconfundível, ainda mais cantando Blues. Juntava a fome com a vontade de comer. Em 52 anos de carreira, encerrados em 2006, gravou mais de 60 álbuns, ganhou três Grammy, cinco discos de ouro, um de platina e uma estrela no hall da fama de Hollywood. Era eclético: transitava bem desde o Blues ao Jazz, do Gospel ao Soul e ao Pop.
Foi na segunda metade da década de 1950 que Lou Rawls colocou o pé na estrada da música. Começou cantando Blues nas igrejas de Chicago. Aos 20 anos era fã de Billy Eckstine, Arthur Prysock e Joe Williams. Na faculdade conheceu Sam Cooke (cantor que iria revolucionar o Blues e a Soul Music no início da década de 1960). Formam o conjunto The Teenager Kings of Harmony.
Numa viagem ao Sul dos Estados Unidos, o grupo sofreu grave acidente, com Lou Rawls quase morrendo. Ao escapar da morte, resolveu cantar em bares e night clubes de Los Angeles, ganhando US$ 10 por noite.
No final de 1959, a sorte encontrou Lou Rawls: o produtor da Capitol Records, Nick Venet, gostou do seu estilo de cantar, transitando entre 4 oitavas com facilidade, algo que poucos intérpretes conseguem. Venet o convidou para gravar uma fita.
O resultado foi positivo e ele assinou contrato com a Capitol Records e lançou seu primeiro álbum em 1962. Ali, até 1972, gravaria mais de 20 discos. O hit "It Was Love Is A Hurtin´ Thing, de 1966, que colocou Lou Rawls no topo das paradas de sucesso. Acabou indicado ao Grammy de Melhor Gravação R&B e Melhor Performance Individual R&B.
Nesse período lançou duas músicas, consideradas pré-RAP, pois eram compostas de sete minutos de conversa: "World of Trouble" e " Tobacco Road". Seus RAPs  tornaram-se populares, lhe rendendo seu primeiro Grammy, em 1967, de Melhor Performance Vocal R&B.
A década de 1970 começou com ele ganhando outro Grammy, por causa do hit "Natural Man". Depois, para preservar a qualidade de suas composições, recusou gravar no estilo da Disco Music. Dizia que suas letras precisavam ter conteúdo, algo que agradasse os fãs.
Em 1975 muda-se para Filadélfia e a dupla de compositores Kenny Gamble e Leon Huff o premiou com o hit "You´ll Never Find (Another Love Like Mine). A canção torna-se o maior sucesso da carreira de Lou Rawls. A música estourou em todo o mundo, inclusive no Brasil, pelas mãos dos DJs da Rádio Difusora Jet Music. No ano seguinte ganhava o seu terceiro Grammy.
Depois ele passou a fazer apresentações para militares dos Estados Unidos em diversas bases norte-americanas espalhadas pelo planeta. Também começou a fazer shows para arrecadar dinheiro ao fundo do colégio de união negra, para beneficiar jovens afro-americanos a entrar nas universidades particulares dos Estados Unidos.
Os esforços humanitários de Lou Rawls lhe rendeu vários títulos Honoris Causa, sem ele nunca ter feito o Ensino Superior. Na década de 1980 e 1990 participou de filmes, como Blues Brothers em 2000 (exibido no Brasil como Os Irmãos Cara de Pau) e peças de teatro na Broadway. Na programação infantil, emprestou sua voz ao gato Garfield, sendo indicado ao Grammy, de 1982, de Melhor Gravação para Crianças.
Em 1998, pelo seu próprio selo Rawls & Brokaw Records lançou dois CDs com suas melhores músicas. Três anos depois gravou o álbum I´m Blessed. Em 2003 gravou o álbum Rawls Sings Sinatra e fez diversas turnês pelos Estados Unidos, Europa e Ásia até um mês antes de sua morte, em 6 de janeiro de 2006.