O grupo ficou famoso com o hit "Uptown" |
Luís
Alberto Alves
Entre aficionados do som do Girl Group, as
meninas do The Crystal ficaram conhecidas pelas canções: “He's a Rebel,"
"Uptown," "Da Doo Ron Ron," "Then He Kissed Me,"
e "There's No Other Like My Baby," num exemplo do melhor do Rock dos
Estados Unidos, antes da invasão britânica.
Originalmente era um quinteto composto por
Barbara Alston, Dee Dee Kennibrew, Mary Thomas, Patricia Wright e Myrna
Gerrard, organizado pela Benny Wells, quando elas ainda estavam no Ensino
Médio.
A arte de cantar bem aprenderam nos grupos de
louvor das igrejas. Barbara era sobrinha de Wells, antes era backing vocal de
seu tio. Sob orientação dele, passou a explorar mais o lado Pop. Não demorou
chegar até Phil Spector, na época iniciando a Philles Records.
Spector estava no mercado de novos talentos e
as The Crystals tinha perdido Gerrard e adicionou La La Brooks, na sua formação
como vocalista.
Sucessos
Em setembro de 1961, o grupo ligeiramente
reconfigurado gravou seu primeiro hit, "There's No Other Like My
Baby,"que estourou nas paradas dos Estados Unidos. Começaram bem. Daí
vieram outros sucessos.
No início de 1962, The Crystals gravou uma canção da dupla Barry Mann / Cynthia Weil, "Uptown",
usando arranjo que foi um pouco mais
leve na percussão (com exceção de castanholas, dos quais ele tinha muitos), mas
empurraram a guitarra e as cordas fora na frente mais do que "Oh Yeah,
Maybe, Baby" teve.
Vocais carregado na sensualidade de Barbara
Alston e letras falando das frustrações da vida no gueto, tudo no formato de
romance. “Uptown” era uma linda Pop Music. Não era “Blowin ´in The Wind”, mas
evocava um realismo social que o passar do tempo fugiu das paradas Pop.
A bela produção de “Uptown” mudou o estilo de gravar singles
do Rock, era algo mais ousado na Pop Music e R&B, como faziam The Drifters
no hit “Up on The Roof”. Era canções de cunho social como as lançadas por Sam
Cooke.
Infidelidade
O problema é que “Uptown” mudou a história dos
Crystals. Não era ainda final do primeiro semestre de 1962, quando já tinham
outro hit na ponta da agulha, gerando vários problemas. Em vez do ambiente
legalmente e silenciosamente apaixonado, o novo hit "He Hit Me (It Felt
Like a Kiss)", autoria de Carole King e Gerry Goffin, foi inverso, apresentando
um cenário de infidelidade e abusos contra a mulher por parte de um homem
sinistro.
Barbara Alston e companhia deram tudo o que
tinham, e Spector veio com um arranjo surpreendentemente sutil bolero-like, mas
era uma causa perdida. As estações de rádio simplesmente não iriam colocá-las
facilmente na programação e o público não gostou da música. Ninguém entendeu
por que Spector gravou essa canção.
Não era até o início de 1963 que o grupo
cantou novamente em um de seus próprios registros, "Da Doo Ron Ron",
e por esse tempo, Spector tinha aceitado La La Brooks em vez de Alston como
vocalista. Essa gravação subiu para
número três nos Estados Unidos e se tornou o segundo maior hit britânico,
atingindo o número de cinco ponto no Reino Unido.
Em 1964, elas também perceberam crescente falta
de atenção de Spector; que havia descoberto recentemente um trio feminino, The
Ronettes sobre cuja música e vocalista, Veronica Bennett, que estava esbanjando
cada vez mais de seu tempo e energia.
Flash
back
Enquanto isso, The Crystals foram fazendo boas
e interessantes canções, como a bela "Another Country, Another
World", entre outras. Infelizmente a balada "Look in My Eyes”, lindo
Blues pouco explorado por Spector, revelou outra qualidade do grupo.
Spector já não tinha mais a mesma atenção para
The Crystals. Exemplo disso foi a gravação do hit “(Let's Dance) The Screw”,
que raramente alguma gravadora iria colocar em prática. Logo as meninas
perderam a consideração por ele. Em 1965 saíram das mãos dele para Imperial
Records, a única a competir com a nascente Motown Records.
Em 1966 o grupo chegou ao fim. Durante cinco
sumiu do mapa, exceto suas canções em programas de flash back nas rádios. Em
1971 entraram no circuito Oldies, num renascimento do Rock. Várias formações do
grupo apareceram no final das décadas de 1970 e 1980, mas no início do século
21, Dee Dee Kennibrew ainda mantinha outra versão dos The Crystals.
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