Teclado Panosonic usado na maioria das minhas músicas Gospel, pelo maestro Isaias AES |
Disco de vinil gravado por Branca di Neve, após sua morte em 1989; participei de roda de samba com ele na Vai-Vai |
Compacto simples (disco com uma música de cada lado) gravado por Jorge Benjor em 1970 |
Último desfile pela Vai-Vai, no Carnaval de 1987, na Avenida Tiradentes, em São Paulo |
Convite da equipe Tropicália para baile no Clube Alepo, que ficava na esquina da Av. Paulista com Rua Teixeira da Silva |
Disco gravado em 1978 pelo maestro Eumir Deodato (raro) com a balada "Tahiti Hunt" |
Disco de vinil da banda The Trammps III, onde está a balada "Season for Girls", hoje raro |
Disco de vinil original, raro, onde está a primeira gravação, em 1975, da balada "Reasons" na voz de Phil Bailey |
Primeiro disco gravado pela banda Blue Magic, em 1974, com a famosa lenta "I Just Wanna to Be Lonelly" |
Disco raro de Chubby Checker, de 1962, com cada um cantando os maiores sucessos do outro |
Disco de vinil, raro, de 1976, com a primeira gravação de "Flor de Liz", uma dos maiores sucesso de Djavan |
Luís Alberto Caju e maestro Isaias AES no estúdio |
Luís Caju, Nadão (centro) numa roda de samba da Vai-Vai |
Disco de vinil, importado, raro, gravado por Roy Ayers em 1978, com a balada "You Send Me" de 7 minutos de duração |
Reportagem do último desfile da Banda do Caju em 1996 na região central de São Paulo |
Guitarra Ibanez usada na maioria das gravações dos meus CDs de canções Gospel |
Luís
Alberto Alves
Próximo
de chegar aos 200 mil acessos, antes de completar dois anos em maio de 2013,
posso afirmar que este blog blackmusicworld.blogspot.com.br é um sucesso. Mas não chegou ao acaso, existe
trabalho de bastidores, como pesquisas e extenso arquivo de canções que reuni
em mais de 35 anos de estrada. Desde a adolescência gostei de estudar a
história da Black Music. Nenhum segmento musical conseguiu aglutinar tantos
gêneros embaixo do seu imenso guarda-chuva. Dois dos estilos mais famosos do
mundo tiveram influências afro: Rock e Samba!
Na minha curtida juventude aprendi a manejar
duas rudimentares picapes para dar os famosos bailes de garagens, onde muitos
namoros se transformaram em casamentos. Não existia a tecnologia atual. Os
efeitos eram obtidos por meio de disco de vinil. Numa picape ele era acionado,
na outra entrava a canção. Tinha desde canto de passarinho a barulho de turbina
de avião subindo ou o estrondoso ronco das buzinas dos navios chegando ou
saindo do porto.
Para ficar sintonizado nas novidades, pois
não existiam Google, Youtube, Facebook, Orkut, ouvia todos os dias a rádio AM
Difusora Jet Music, pertencente aos Diários Associados, dono também da rede de
televisão Tupi. A Difusora fazia programação FM numa época que não existia este
tipo de rádio no Brasil. Ali que garimpava as canções que fariam sucesso nos
bailes, principalmente as músicas lentas, que hoje são denominadas de melodias,
por causa do ritmo vagaroso.
Do salário de Office boy (na época não havia
motoboys) tirava um pouco de dinheiro para comprar os discos de vinil (cada um
com 12 canções, seis de cada lado). Quando era raro, o preço subia. É como se
pagasse por um determinado CD, hoje, o equivalente a R$ 500 ou R$ 1.000,00 por
causa da sua preciosidade. Aos poucos comecei montar minha discoteca. Passei a
gostar de Black Music nesta época, por causa do balanço das músicas (os
arranjos). O que elas provocavam quando tocadas em determinados horários.
Discos de vinil raros
Lembro-me que em 1980 comprei o disco de
vinil gravado por Roy Ayers em 1978 pela Polydor Records, onde está a célebre
canção “You Send Me”, composta por Sam Cooke em 1957, desbancando Elvis Presley
das paradas na época. Era importado. Paguei o equivalente a R$ 100 em valores
atuais na loja Museu do Disco, da Rua Dom José Gaspar, quase esquina com a
Avenida São João, Centro de São Paulo. Quando a toquei no baile a primeira vez,
de madrugada, todos começaram a correr atrás das meninas para dançar. Ninguém
queria perder a chance de usar aquele hit para não voltar sozinho para casa.
Também me recordo do disco de vinil gravado
pela dupla Peaches and Herb, em 1978, em que a lenta “Reunited” estourou em
todo o mundo, principalmente nos bailes de garagem e salão no Brasil. O comprei
na Rua Barão de Itapetininga, região central de São Paulo. Cada disco tem sua
história. Passei a ser muito requisitado para fazer, inclusive, festa de
casamento. Porque o pessoal sabia que minha coleção de disco fazia a diferença
de madrugada. Conseguia tocar mais de sete horas sem repetir canções.
Em épocas especiais frequentava os bailes
promovidos no salão (hoje demolido, e na época grudado ao Shopping Bourbon, no
bairro da Pompéia, Zona Oeste da Capital paulista) do Palmeiras pela Chic Show e na Casa de
Portugal ou Club Homs pelo pessoal de Os Carlos O Som para Dançar. A Chic Show,
que chegou a ter mais de seis casas de shows em São Paulo nas décadas de 1970 e
1980, seria considerado o time do Barcelona na arte de fazer baile e Os Carlos,
o Som para Dançar, o Santos de Neymar.
Love Island, de Eumir
Deodato
Tinham as outras, Zimbabwe, Black Mad, Tranza
Negra, Galotte, Kaskatas, Sideral (que ousou trazer pela primeira vez um cantor
internacional ao Brasil, em 1978), Soul Grand Prix, Jirau, Furacão 2000, essas
últimas do Rio de Janeiro. Mas não portavam com o profissionalismo da Chic Show
e sua imensa coleção de discos, assim como Os Carlos, O Som para Dançar eram
mestres em raridades de samba-rock, numa época que se dançava muito Soul e Funk
(o dos Estados Unidos, sem o rebolado erótico e letras obscenas do atual ritmo
que nada tem de Funk, nem os arranjos musicais).
No final da década de 1970 passei a gostar de
escola de samba. Época dos desfiles na Avenida Tiradentes, Centro da Capital
paulista. Em 1978 ao assistir a apresentação da Vai-Vai, e mesmo sem som no
microfone do intérprete de samba, ela conseguiu ganhar o título de campeã
naquele ano, deixando em segundo lugar sua arquirrival Camisa Verde e Branco.
Dois anos depois passei a participar dos ensaios e depois dos desfiles até
1987, quando fui tetracampeão, ainda na Passarela da Avenida Tiradentes. No
quinto ano de Vai-Vai entrei na Ala de Compositores. Antes em 1978 comecei a
aprender tocar violão.
Acesso ao Gospel
Com esse pessoal aprendi a compor sambas
cheio de balanço, na linha de Tim Maia e Jorge Benjor, cantores que tive a
oportunidade de assistir muitos shows nas décadas de 1970 e 1980. Nessa época
era raro se ouvir samba em rádio FM ou AM, só na época do Carnaval. Nas quadras
das escolas, o pessoal acabava formando rodas de samba e cada um apresentava
suas músicas inéditas. Caia na boca do povo e ali muitos ganhavam dinheiro vendendo
fitas K/7 (avó do CD) de suas músicas.
Acabei conhecendo um maestro, conhecido como
Jacó Guitarra, responsável pela produção do primeiro disco gravado por Angela
Maria na década de 1950 no Brasil. Ele lecionava no conservatório onde
estudava. Passei a entregar minhas músicas para que escrevesse as
partituras. Ainda na segunda metade da
década de 1980 entrei na faculdade de Jornalismo. Em 1990, quando trabalhava no
extinto jornal paulistano Diário Popular, resolvi com colegas de trabalho,
fundar uma banda de carnaval, denominada Banda do Caju, espécie de Casseta Planeta
do asfalto.
Escolhíamos um tema político da época e em
cima disso a música era composta. Um delas teve como inspiração as pernas
(lindas, diga-se de passagem) da ex-cunhada do ex-presidente Fernando Collor de
Mello, que teve o mandato cassado em 1992, Thereza Collor. A folia da Banda do
Caju durou até 1996.
Cantores evangélicos dos
Estados Unidos
Apesar de estar com 35 anos, minha vida
pessoal, profissional e espiritual parecia um carro sem freios numa imensa
ladeira. Era igual o general sem tropa ou perfume sem cheiro. Resolvi me tornar
cristão ou evangélico como se diz atualmente. Passei a perceber que as igrejas evangélicas,
tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, investem muito na área musical. Não
deixando nenhum culto sem tocar ou cantar canções, que mais tarde fui
descobrir, eram Blues, Soul e Funk (o legítimo dos Estados Unidos).
Descobri que várias bandas que ouvia na minha
adolescência ou mesmo cantores solo, eram evangélicos nos Estados Unidos, como
Al Green, Philip Bailey (intérprete do hit “Reasons” na banda Earth, Wind And
Fire), Isley Brothers, Commodores (inclusive seu grande vocalista Lionel Ritchie),
Kool and The Gang, James Brown (pasmem), Janis Joplin, Billie Holiday, Billy
Stewart (intérprete da linda “I Do Love You”), Denicie Williams (pastora),
Little Richard, Elvis Presley, George Benson, Cissy Houston (mãe de Whitney
Houston) entre outros.
Ao estudar inglês percebi que diversas letras
falavam do poder de Jesus Cristo em mudar nossas vidas. “The
Greatest of the Love All”, de George Benson, é um exemplo disto. Em 1997 comecei a escrever letras
evangélicas, a maioria Blues, Soul ou Funk Music (o legítimo dos Estados
Unidos). Porém, só em 2000 consegui lançar meu primeiro CD, numa gravadora
independente. O acaso acabou responsável por uma grande amizade profissional
com o maestro Isaias AES, dos estúdios Art&Louvor, em São José dos Campos,
SP, Brasil.
Perto do final do ano 2000, meu CD, com 12
canções, acabou concluído pelo irmão em Cristo, Isaias AES. Em nossas conversas
percebi que ele gostava do estilo Black Music, as pegadas Funk de James Brown,
Kool and The Gang, Bar- Kays, The Gap Band, Billy Stewart e o Blue e Soul de
Sam Cooke, Roy Ayers, Al Green, Linda Clifford, Isley Brothers, GQ, Bobby
Womack entre outros.
“Donna”, namorada de
Ritchie Valenz
Dai
por diante passou a produzir meus CDS (neste 2013 sai o 8º, em nome de Jesus
Cristo). Algumas das faixas desses álbuns coloquei no youtube, a maioria com a
batida e timbre de instrumentos das décadas de 1950 (Blues “Outro Amor”, “Eu Só
Quero te Adorar”), de 1960 (Blues “Reflexão”), 1970 (Ska “Jerusalém”), 1980 (Funk
“Graças”, “O Futuro a Deus Pertence”, “Não se Canse de Interceder pela Vida de
seu Irmão”), 1990 (Soul “Adoração”, Reggae instrumental “Eternamente”, RAP “Valeu”).
Passava dados como o início da carreira
musical do guitarrista Jimi Hendrix na banda de Black Music The Isley Brothers,
na década de 1960; que a canção “Donna” teve como inspiração a então namorada e
grande amor de Ritchie Valenz, morto num acidente de avião em 3 de fevereiro de
1959, nos Estados Unidos, quando se dirigia para se apresentar no segundo show
daquela noite de sábado. Também esclarecia que o conjunto The Commodores, em
1968, era a banda de apoio do grupo The Jackson Five, onde brilhava o garotinho
Michael Jackson.
Após quase dois anos no Metrô News resolvi
sair da empresa em fevereiro de 2010. Três meses depois criei este blog e
passei a publicar todos os textos que saiam nas edições de segunda-feira do
Metrô News. A mesma atenção dispensada pelos leitores passou a ocorrer neste
blog, com internautas de todo o mundo acessando meus textos. Alguns de países
distantes, onde talvez nunca possa visitar um dia, como Finlândia, Indonésia,
Ilhas Fiji, Nova Zelândia.
Deixo
aqui o meu carinho a todos vocês. Fiquem cientes de que procuro dar o melhor em
minhas pesquisas para escrever e publicar matérias que valorizem os ricos
talentos da Black Music, responsável por mais de 80% dos estilos existentes no
mundo. Comparem: Jazz+Soul+Blues (Funk), Soul+Calypso+Blues (Reggae),
Blues+Gospel+Jazz (Soul),
Blues+Gospel (Sharm), Jazz+Samba (Bossa Nova), Jazz+Soul+Rock (RAP), Gospel+Blues (Jazz), Rhythmn´Blues + Country (Rock and Roll), R&B+Hip-Hop (New Jack).
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