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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 9 de março de 2016

George Martin: A partida do produtor que lapidou os Beatles




George Martin numa gravação com os Beatles

Luís Alberto Alves

Qualquer banda ou cantor precisa de um bom produtor na retaguarda. Do contrário, seus discos cairão diretamente na lata do lixo, além de agredir os ouvidos dos fãs. Quando analisamos a harmonia (roupa da música) das canções dos Beatles, percebemos o talento de George Martin, que partiu para sempre desde mundo nesta semana.

Ele foi o responsável pela lapidação dos hits lançados pelos quatro meninos de Liverpool. Na maioria das composições, Martin usava apenas quatro acordes. Todos simples. Num deles: E (mi), C#- (dó sustenido menor), F#- (fá sustenido menor), A (lá); ele vestiu um dos grandes sucessos dos Beatles.

Martin tinha o feeling de transformar músicas ruins em bons produtos. O showbiz deve sempre agradecer a ele por transformar a pedra bruta Beatles num diamante valioso, cujas músicas ainda vendem até hoje, mesmo após 47 anos da famosa frase: “o sonho acabou”.

O leigo ou os abelhudos que nunca pisaram os  pés em uma escola de música, desconhecem o trabalho feito dentro do estúdio. Quando o produtor, que geralmente é maestro e entende tanto de teoria quanto de prática musical, vai começar a dar corpo naquela letra.

Por ter bastante sensibilidade, sabe qual melhor instrumentação para determinado hit. Exemplo disso é a clássica “Let It Be”, com direito a solo de piano no meio dessa canção feito por Billy Preston. A cifra consiste em quatro acordes: C (dó), G (sol), A- (lá menor) e F (fá). Nas mãos de um cabeça de bagre iria virar um lixo, porém Martin a transformou um grande diamante.

E o que dizer de Anna, outro grande sucesso dos Beatles, onde novamente Martin trabalhou cinco acordes: D (ré), B- (si menor), E- (mi menor), G (sol) e A (lá) que funciona como preparação para D. O segredo desse grande produtor era não abusar de notas dissonantes (que podem ser usadas ou não no arranjo, como se fosse uma peça de roupa bonita, que necessariamente nem sempre precisa fazer parte da vestimenta do dia a dia).




terça-feira, 8 de março de 2016

Mic Donet: Talento que bebeu na fonte da Soul Music





Luís Alberto Alves

Donet foi outro compositor que bebeu na fonte da Soul Music e colocou os pés na estrada em 2004 com o CD Simply Mic, lançado pela Sony Music na Alemanha.

Antes participou de turnês com Stevie Wonder, Carlos Santana e Erykah Badu. O segundo disco ficou na gaveta algum tempo. Finalmente em 2012 saiu Plenty of Love, pela Universal Music alemã. Naquela mesma época soltou o álbum Losing You, destacando o single “I Know”.

Lizz Wright: Outra bela voz da Geórgia


Luís Alberto Alves

Lizz Wright é uma vocalista e compositora que sintetiza no seu repertório R&B, Jazz, Folk, Blues e Gospel. Natural da Geórgia, onde nasceu em 1980, o gosto pela boa música apareceu ainda na infância. O pai era pianista e diretor musical na igreja e a incentivava a cantar os hinos numa levada de Soul Music.

Não demorou em começar a ganhar prêmios em diversas competições envolvendo corais. A voz quente, mas de timbre suave a levou a estudar canto. Em 2000 entrou num quarteto vocal, que rapidamente caiu nas graças de Atlanta.

 Dois anos mais tarde a Verve Records a contratou como artista solo. Em 2003 lançou o CD Dreaming Wide Awake. Três anos após apareceu no álbum TootsThielemans One More for the  Road, lançou o terceiro CD, The Orchard em 2008.


 No ano de 2010 solto a voz no disco Fellowship, numa mistura bem pesada de Gospel Music, trazendo as presenças de Me´Shell Ndegeocello e Angélique  Kidjo. Em 2015 gravou o o CD Freedom & Surrender, seu quinto álbum, incluindo versões de Nick Drake de “Man River” e dos Bee Gees para “To Love Somebody”.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Floetry: A dupla que o amor ao basquete uniu



Paixão pelo esporte refletiu na música

Luís Alberto Alves

Marsha Ambrosius e Natalie Stewart são as divas funk atrás do Neo-Soul duo Floetry. Ambrosius e Stewart surgiram em meados dos anos de 1990 como compositores de demanda. Elas estão por trás de alguns dos maiores sucessos do novo milênio, também. 

O par  escreveu faixas para Michael Jackson, Jill Scott, Glenn Lewis, e Bilal. Enquanto estão altamente respeitadas nos bastidores, Floetry é a sua maneira de mover-se para frente.

As duas se conheceram por causa da paixão pelo basquete. Stewart veio de Londres e também gosta do mesmo esporte. A música as uniu. Ambrosius trazendo as raízes do Reggae e Stewart pelo Funk e Soul, além de estudar negócios e finanças, abrindo cursos de voz, técnica de execução e gravação. Stewart é mais da praia do teatro.

Após ganhar bolsa de basquete na Georgia University, uma lesão retirou Ambrosius deste cenário. Stewart foi para Universidade de Middlesex e depois da North Londo University. Continuaram a se falar e adorando música.

 Floetry surgiu em 1997, quando as duas passaram a escrever e tocar em shows em Londres. Três anos depois mudaram para a América. Numa rápida passagem por Atlanta não foram felizes, mas reverteu o quadro na Filadélfia. Conheceram Julius Erving III, filho do grande jogador de basquete Julius Erving, no começo do ano 2000.

 Ele colocou a dupla no circuito. Em 2002 assinaram contrato com a Dream Works e prepararam o CD de estreia, Floetic, depois lançaram Flo´Ology que chegou ao Top Ten em 2005.


Esperanza Spalding: A garota prodígio do baixo acústico




Esperanza começou a tocar aos 15 anos


Luís Alberto Alves

Aclamada como um prodígio no contrabaixo acústico dentro de alguns meses depois tocar o instrumento com 15 anos, Esperanza emergiu como baixista de Jazz, mas também se aventurando pelo Blues, Funk, Hip-Hop, fusão de Pop Music e ritmos brasileiros e afro-cubanos.

 Nascida em Portraland, Oregon, em 1984, ela não foi bem recebida na rede pública de ensino e logo deixou as aulas de lado para estudar sozinha em casa. Só retornou aos 15 anos, tocando seu primeiro baixo acústico. Saiu da escola novamente e entrou na Universidade de Portraland. Em três meses acabou contratada pela prestigiosa Berklee College of Music em Boston em 2005.

 Logo passou a tocar com diversos artistas: Joe Lovano, Patti Austin, Michel Camilo, Charlie Haden, Regina Cartes, Pat Metheny, Davi Samuels entre outros, além de marcar presença no seu trio de jazz, onde lançou um CD em 2006 e repetiu a dose dois anos depois, no álbum Esperanza, pela Heads Up Records.

No ano de 2010 soltou o CD, pela Chamber Music Society, trazendo regravações de Dimitri Tiomkin, Ned Washington e Tom Jobim. O disco teve participações de Milton Nascimento e Gretchen Parlato e do guitarrista Ricardo Vogt. Fez bonito nas paradas de Jazz da Billboard e a ajudou receber o Grammy 2011, de Melhor Artista Novo.


Prosseguiu com uma banda regular, incluindo o baterista Terri Lyne Carrington e o pianista Leo Genovese, além de Joe Lovano no saxofone e outras feras do mundo do Jazz. Em 2012 soltou outro álbum. Em 2014 ganhou destaque como vocalista em publicações especializada. Com Emily D + Evolution soltou outro CD.

sexta-feira, 4 de março de 2016

53 anos sem o brilho da voz de Patsy Cline



 
Patsy Cline: eterna rainha da Country Music

Luís Alberto Alves/Hourpress

Naquela noite de sábado, de 5 de março de 1963, antes de embarcar no avião monomotor que a levaria para além minutos depois, a cantora Patsy Cline, considerada por muitos eterna rainha da Country Music, telefonou para o marido com o qual vivia em guerra permanente. Dentro de algumas horas estaria em casa e a reconciliação seria selada entre o casal. Entrou na aeronave pilotada pelo empresário e amante, junto com outros artistas. Sob forte tempestade, o aparelho não chegou a sair do espaço aéreo do Tennessee, onde caiu, matando Patsy.

A partir daí, o dia 5 de março entrou para a história dos fãs de Country Music. Numa curta carreira que durou apenas seis anos, interrompida em 1963, ela ficou conhecida pelo tom rico, emocionante e ousado de contralto de voz. Virou pioneira da Country Music, na década de 1950, vista como música de caipira e de velhos. Ajudou a abrir caminho e serviu de inspiração para diversos artistas.

 Nos seus seis anos de sucesso, emplacou nas paradas os hits: “Walkin ´After Midnight”, “I Fall to Pieces”, “She´s Got You”, “Sweet Dreams” e a inesquecível “Crazy”, onde dá verdadeiro show de interpretação. A introdução com piano entrou para a história dos clássicos da Country Music.

Ganhou diversos prêmios e vendeu milhões de discos após sua morte, aos 30 anos. Alguns críticos a comparam aos talentos de Johnny Cash e Elvis Presley. Suas canções, passados mais de 53 anos, continuam atuais, por causa da grande capacidade de interpretação.

Nascida em 1932, em Winchester, Virgínia, desde criança cantava na igreja ao lado da mãe. Admirava estrelas do cinema: Kay Starr, Stafford Jo, Hank Williams, Judy Garland e Shirley  Temple. Naquela época já tinha afinação perfeita. Nem uma infecção na garganta a prejudicou.

Após o pai abandonar a família, Patsy saiu da escola para sustentar a casa. Num certo dia pediu ao DJ de uma rádio perto do seu trabalho para cantar num programa da emissora. Tinha apenas 15 anos e os convites começaram a aparecer. Logo soltava a voz em casas noturnas.

Em 1954 já atraia grande público. A estrada estava aberta. Gravou três álbuns de estúdio. Entrou Four Star Records, da Califórnia, onde soltou o primeiro disco em 1955. Lançou mais 17 singles entre essa data e 1960. Mas foi a canção “Walkin ´After Midnight” que a fez conhecida em todos os Estados Unidos.

Nessa época gravou vários hits no estilo Gospel e Rockabilly. Trabalhando com o produtor Owen Bradley, Patsy mudou o estilo para Honky Tonk mesclado ao Pop do som de Nashville. Em 1961 estava na Decca Records, onde lançou o hit “I Fall to Pieces”. Outro estouro nas paradas. O single “Crazy” foi grande sucesso de vendas, num disco com apenas duas canções.

O terceiro single na Decca Records foi “She Got You”, de 1962, que também fez bonito na parada Billboard. O terceiro e último álbum de estúdio, Sentimentally Your, saiu em agosto daquele ano. Nele estavam os hits: “Strange”, “When I Get Thru With You” e “Imagine That”. Em janeiro de 1963 lançou o hit “Starting in Your Mind”. No dia 5 de março daquele ano iria morrer num acidente de avião em Camden, Tennessee.

"Crazy", um dos maiores sucessos de Patsy Cline
“Walkin ´After Midnight”, o hit que serviu de passaporte para a fama
“I Fall to Pieces”, outro estouro nas paradas de sucesso
 “Sweet Dreams” , outro grande sucesso
Sweet Dreams, filme que conta a história de Patsy Cline
A biografia de Patsy Cline
"Just a Closer Walk With Thee", dueto de gigantes com  Willie Nelson











quarta-feira, 2 de março de 2016

Vinte anos sem Mamonas Assassinas



Os cinco meninos dos Mamonas Assassinas

 Luís Alberto Alves

Após o show no estádio Mané Garrincha em Brasília, na noite do dia 2 de março de 1996, nenhum fã da banda Mamonas Assassinas imaginaria o que iria ocorrer algumas horas depois com os cinco jovens de Guarulhos (SP), que em nove meses venderiam quase 2 milhões de CDs, algo inédito no showbiz brasileiro.

Era um sábado, tempo fechado, principalmente na Grande SP, onde fica o Aeroporto Internacional de Guarulhos, no bairro de Cumbica. Por volta das 23h15 o jato executivo Learjet bateu nas árvores da Serra da Cantareira, que margeiam o lado esquerdo do aeroporto, a 2 quilômetros do local onde iria pousar.
Destroços do Learjet que bateu na Serra da Cantareira em SP


  Ninguém sobreviveu ao impacto da aeronave na serra. Morreram o vocalista Dinho, 24 anos, o guitarrista Alberto Hinoto, 26, o Bento; o tecladista Júlio Rasec, 28; e os irmãos Samuel e Sérgio Reis de Oliveira, de 22 e 26 anos, baixista e baterista. Também perderam as vidas o piloto Jorge Martins, o copiloto Alberto Takeda e dois funcionários da banda.

Por causa das piadas corriqueiras de Dinho, inicialmente muitos não acreditaram no acidente. Tudo mudou quando os programas de rádio e televisão passaram a reprisar apresentações, entrevistas e o hit “Pelados em Santos” virou prefixo para entrada de matérias ao vivo. O sonho dos meninos de Guarulhos, apesar de colada a São Paulo, ser confundida como bairro da capital paulista, tinha chegado ao fim.
 
Velório dos integrantes da banda em Guarulhos (SP)
 Na curta carreira ganharam Disco de Diamante e milhões de fãs, a maioria crianças e adolescentes que gostavam das letras de duplo sentido e carregadas de humor. Era um Rock alegre, imitando o Brega, mas com pitadas de crítica social sem parecer composições “papo cabeça” nem muitos menos panfletária, como as  dos Titãs, cujos filhos dos componentes gostavam dos Mamonas.

O grupo musical que várias estrelas da MPB e mesmo do Rock não era levado a sério parou o Brasil naquele final de semana. A programação da Rede Globo se pautou apenas no assunto acidente de avião dos Mamonas, trazendo reprises da apresentação no Domingão do Faustão, quando os meninos vieram fantasiados de Chapolin.

O sisudo Jornal Nacional terminou a edição de segunda-feira (4), com a música “Pelados em Santos” num solo de piano bem sóbrio. Jornais e revistas exploraram bem a tragédia. A Guarulhos, de onde saíram para o sucesso, os recebeu num concorrido velório no ginásio de esportes da cidade. Suas ruas estreitas foram pequenas para acomodar a multidão, em grande número crianças e adolescentes.

 O cortejo até o cemitério Primavera, na Avenida Otávio Braga de Mesquita, foi lento, apesar de pouco distante de onde os corpos foram velados. Passados 20 anos, até hoje os túmulos recebem visitas de fãs de várias regiões do Brasil. Curioso: do cemitério é possível ver os aviões voando baixinho para pousar no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Algo que o Learjet dos Mamonas Assassinas não conseguiu fazer naquele fatídico e hoje histórico 2 de março de 1996.


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Sue Thompson: A cantora que colecionou maridos






O primeiro marido foi aos 20 anos

Luís Alberto Alves

Mais conhecida por sua voz cantando ofegante, de menina, Sue Thompson teve vários hits nas paradas de 1960. Nascida Eva Sue McKee em 1925, passou
a tocar guitarra aos sete anos de idade. Quando a família mudou-se para San Jose, na adolescência, já aparecia nos programas de televisão local.

Durante a Segunda Guerra Mundial trabalhou em fábrica, casou e teve uma filha aos 20 anos, mas o matrimônio durou apenas três anos. Retornou aos palcos de clubes do norte da Califórnia.

Logo venceu concurso de caça talentos em San Jose e chamou a atenção do cantor Dude Martin. Recebeu  convite para participar de sua banda. Casaram-se e gravaram juntos os hits "If You Want Some Lovin'". Ela ganhou o primeiro contrato com a Mercury Redcords. Um ano depois chutou Martin.

Em 1960 entrou na Hickory Records e soltou as bombas “Sad Movies (Make Me Cry)” e “Norman”. Nessa época passou a fazer canções no estilo adolescente, graça ao seu timbre de voz de menina, apesar de já ter 40 anos de idade. Gravou poucos discos no restante daquela década sem fazer sucesso.


 Em 1972 juntou forças com o cantor Don Gibson e lançou três discos durante dois anos. Como artista solo ainda chegou às paradas com “Big Mable Murphy”. Em 1976 veio seu último disco Never Naughty Rosie. Resolveu centrar fogo nos casinos de Las Vegas, ali se casou com um famoso dono deste tipo de estabelecimento comercial.

Nat Stuckey: A voz do hit " Sweet Thang"


Nat ficou conhecido como compositor

Luís Alberto Alves

Compositor de mão cheia, Stuckley antes trabalhou de DJ até criar a primeira banda no final dos anos de 1950. Nessa época assinou com a Paula of Shreveport Records de Los Angeles. Ali explodiu com o hit “Sweet Thang” em 1966.

Outro grande sucesso, como autor, veio quando Buck Owens gravou "Waitin' in the Welfare Line." Ganhou muito dinheiro e depois escreveu “Pop a Top” que saiu na voz de Jim Ed Brown. Soltou também os hits “Plastic Saddle” entre outros. Para engordar o orçamento passou a compor jingles comerciais.