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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Universidade ajudou criar After7


A Universidade de Indiana (Estados Unidos) foi a responsável pelo nascimento do After7. Ali os irmãos Kevin e Melvin Edmonds se uniram ao colega de estudos Keith Mitchell para formar o trio. Começaram a fazer shows ao redor daquela cidade. Logo eles seriam um grupo de Funk no estilo bem atual. Para colocar mais pimenta no molho, veio como produtor Kenneth "Babyface" Edmonds, trazendo à tiracolo LA Reid. A dupla já havia trabalhado com Boyz II Men, Toni Braxton, Whitney Houston e dezenas de artistas que frequentavam as paradas de sucesso  norte-americana.
Em 1988, Babyface e Reid entraram num acordo com a Virgin Records e levaram para lá o grupo After7. O trio assinou contrato. Lançaram o primeiro álbum e três hits chegaram ao topo: "Ready on Not", "Nights Like This" e "Baby I´m For Real".
O ano de 1995 marcou o estouro de "Til  You Do me Right". O destaque do After7 era a harmonia e as boas performances dos irmãos Edmond, excelentes vocalistas. No final da década de 1990, o trio chegou ao fim, com Edmonds Kevin optando pela carreira-solo. Mas em 2009, Keith Mitchell e Kevin Edmonds foram reunidos por Jason Edmonds para formar outra versão de After7.









terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Fantasy: um dos destaques do American Idol

A black music norte-americana renova-se sempre. Às vezes há lixo imposto pelas gravadoras, mas em alguns períodos surgem boas obras. É o caso de Fantasy, vencedora do American Idol (um dos programas de maior audiência na televisão dos Estados Unidos) em 2004.
Dali que decolou Fantasy rumo ao sucesso. Nascida na Carolina do Norte, atualmente é um dos destaques da Soulful. Seu primeiro CD estourou as paradas de sucesso. Repetiu em público o que fez por trás das câmeras do American Idol.
Logo passou a trabalhar a RCA Records. Ali lançou Free Yourself. No verão e outono de 2004 fez 52 shows. Para não deixar a peteca cair, montou uma banda com feras do porte de Missy Elliot, The Underdogs, Jermaine Dupri, Harold Lilly e Soulshock & Karlin. Três faixas chegaram ao topo: " I Believe", "Summertime" e a empolgante "Chain of Fools", clássico gravado por Aretha Franklin. Fantasy reconhece a influência da primeira-dama da Soul Music, pois sua mãe tocava sempre seus discos em casa. Logo incluiu a regravação de "Daydreaming", sua música favorita.
Desde criança que Fantasy interessava-se pelos microfones. Seus pais e irmãos cantavam em festas de casamento, além de se apresentar em diversas igrejas, incluindo os tradicionais hinos da harpa cristã, alguns compostos há mais de século. Um de seus preferidos era "All My Life", que não faltava em nenhuma festa de alguém que casasse.
Mas ela ouvia muito Rock, Jazz e R&B, além de astros como Anita Backer, Aretha Franklin e Luther Vandross.
Na época de escola, Fantasy participou de diversos grupos e bandas locais. Reconhece que foi difícil atingir o topo do show-biz. A resistência de manter o sonho de tornar-se cantora era baseada em cantoras como Angie Stone e Jil Scott. Elas ensinaram que a beleza externa não pode ser barreira para alguém cantar bem.
Após algumas semanas de competição no American Idol, o telespectador norte-americano resolveu decidir que Fantasy merecia um lugar de destaque na música. Conseguiu realizar seu sonho.
Seu estilo comovente de interpretar as canções a tornou popular. Isto ficou visível quando cantou "I Think It Was When (One of The Judges)". Outro destaque foi "Summertime". Após assinar contrato com a RCA Records, exigiu que seus álbuns tivesse como público chave quem gosta de músicas que tocam em clubes e rádios.










Funkatized: a alquimia da dupla Dee Gee e En Bee

A Funk Music, na década de 1990, ganhou o talentos dos muilti instrumentistas Dee Gee e En Bee. Ambos se conheceram quando tomavam cerveja num bar em Berlim, Alemanha. Em 1994 montaram um show com suas duas bandas. Logo se uniram e passaram a tocar vários projetos. Antes tocaram juntos em outros grupos, desenvolveram vocabulário musical próprio. Sofisticaram suas capacidades de produção. Gravaram vários hits, que estouraram nas rádios e emissoras de televisão dos Estados Unidos e Europa. Um dos CDs é The Sound of Acid Jazz, de 2000. Em março de 2007 voltaram a se encontrar para bancar o projeto Funkatized. Continuam na vanguarda da black music dos Estados Unidos.





Kirk Franklin: a joia rara da música Gospel dos Estados Unidos

Foi na década de 1980 que a música Gospel norte-americana passou a desfrutar do talento de Kirk Franklin, transformando o gênero num grande sucesso junto ao público não cristão. Franklin ligou o movimento Hip-Hop ao Gospel, trazendo novos artistas para o evangelho.
Nascido em Dallas, Texas, por uma tia após ser abandonado pela mãe, desde criança Franklin já dava mostras de que seria ótimo cantor. Ainda na infância começou a tocar piano no grupo de louvor da igreja. Na adolescência se rebelou contra o Senhor, até a morte de um amigo o trazer de volta aos caminhos de Jesus.
Formou o coral The Family e passou a compor diversos hinos evangélicos. Logo acabou descoberto por Vicki Mack Lataillade, da Gospo-Centric Records em 1992. No ano seguinte lançou seu primeiro álbum: Kirk Franklin and The Family. A diferença é que seu disco não baseou-se apenas em mensagens religiosa aliadas a batidas mecânica, mas procurou colocar ritmos urbanos. A comunidade evangélica de Dallas recebeu o trabalho com desprezo. Porém, quem gostou do disco, o colocou rapidamente nas paradas e ali ficou por dois anos, pois as letras eram direcionadas ao jovens que se encontrava nas drogas e crimes.
Em 1996 conquistou definitivamente os evangélicos dos Estados Unidos, ao lançar o CD Whatcha Lookin´. Chegou à maioria das paradas de sucessos de músicas seculares. Ocupou os primeiros lugares do Pop e Soul. Nos anos 2000, o CD Stomp selou seu destino como grande intérprete do Gospel. Logo ganhou o Grammy. Em 2004, criou a Fo Yo Soul Entertainment consolidando seu império de entretenimento com programas voltados ao público jovem, numa extensão de seu ministério de louvor. O primeiro CD lançado por sua corporação, em 2005, incluiu o hit "Looking For You", regravação de Patrice Rushen, além de "Haven´t You Heard", um dos seus maiores sucessos nesta década. O ano de 2007 marca a explosão nas paradas do hit "The Fight of My Life", repetindo a dose em 2011 com "Hello Fear".
O estouro da música evangélica em todo o mundo, com a inclusão do R&B e Hip-Hop, teve a colaboração de Kirk Franklin. Já garantiu seu lugar no Gospel, persistindo na dura caminhada ao lado de Jesus Cristo, tremendo teste de resistência que o Senhor coloca no ombro de quem o segue de verdade.





Johnny Gill: estrela sem rumo da Soul Music

Johnny Gill é outra das mais belas vozes da black music, enaltecendo o Soul. Conseguiu fazer sucesso como cantor solo e em grupo. Infelizmente a falta de personalidade o impediu de atingir o topo, justificando seu imenso talento.
Como ocorre com a maioria dos vocalistas norte-americanos, ele começou cantando no grupo de louvor da igreja onde seu pai era o dirigente. Sua amiga Stacy Lattisaw, ao chegar às paradas de sucesso com o hit "Let me Be Your Angel", o apresentou aos diretores de sua gravadora, a Cotillion. Aos 15 anos, Gill entrou para o show-biz. O produtor Freddie Perren, conhecido por trabalhar ao lado de cantores teen como Jackson Five e The Sylvers. Em 1983 estreou. Funcionou a parceria. Perren produziu o hit "Super Love", além de outras baladas direcionadas ao público teen. Sua voz profunda, apaixonada caiu como luva neste tipo de canção. Lançou o hit "Show Her Love" numa pegada semelhante a de Sam e Dave.
Em 1984, Gill e Lattisaw fizeram um dueto perfeito, numa bela composição. Depois gravou outro disco, mas desta vez de péssima qualidade, onde somente a faixa "Half Crazy" salvava. Passou a trabalhar com Jeffrey Osborne, mas não deu sorte. Com a saída de Bobby Brown do New Edição, ele resolveu entrar no grupo em 1988. O seu desempenho no hit "Can You Stop The Rain" jogou seu moral para cima.
Em 1990. ainda membro do New Edition, estreou na Motown Records, com álbum solo. Rendeu quatro hits, "My My My" grudou nos ouvidos dos fãs. A seguir gravou outros discos, mas sem boa qualidade, parecendo batata frita de lanchonetes de beira de estrada. As péssimas letras, só abordando sexo e mulheres bonitas não emplacaram nas paradas.
Por falta de orientação, continuou neste caminho, chegando inclusive a lançar as canções "Rub You  The Right Way" e "Wrap My Body Tight". Apenas em 1993 conseguiu cantar uma composição decente: " I Know Where I Stand". Ganhou o Grammy de 1994.
No ano de 1996 uniu-se a Keith Sweat e Gerald Levert para produzir dois álbuns populares, mas infelizmente de qualidade sofrível. Dai por diante lançou diversos CDs, mas todos descartáveis. Em 2010 assinou com a Notifi Records para gravar outro CD, lançado em 2011.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Taiguara foi outro talento sufocado pelos militares no Brasil



Taiguara foi outro grande ícone da MPB. Brilhou na década de 1960 até os militares que tomaram o poder em 1964 o obrigaram a sair do Brasil. Embora nascido no Uruguai em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro quatro anos depois e ali permaneceu até sua morte em fevereiro de 1996. Logo nos anos 60 foi para São Paulo estudar Direito. Pouco tempo pegou nos livros e dedicou-se  a música, principalmente nos famosos festivais daquela época onde seu talento aflorou.
O sucesso logo veio, por meio de letras e melodias bonitas. Destaques para "Hoje", "Universo do Teu Corpo", "Piano e Viola", "Amanda", "Tributo a Jacob do Bandolim", "Viagem", "Berço de Marcela", "Teu Sonho não Acabou", "Geração 70" e "Que as Crianças Cantem Livres".
Os militares não lhe deram sossego, censurando diversas canções durante a Ditadura de 1964 a 1985. Calcula-se que ele teve 100 músicas vetadas.  No começo de 1973 foi para a Inglaterra. Ali gravou "Let The Children Hear The Music", que nunca chegou ao mercado, tornando-se o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro censurado no Brasil.
Em 1975 retornou ao País e gravou "Imyra", "Tayra", "Ipy", ao lado de Hermeto Paschoal e uma orquestra sinfônica de 80 músicos. O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias recolhidas pela Ditadura Militar em poucos dias. Taiguara voltou ao Exterior, morando  por vários anos na África e Europa. Quando voltou a cantar no Brasil, no começo dos anos 80, não obteve mais o grande sucesso de outros tempos.




segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cameo: outra nitroglicerina da Funk Music


As paradas de R&B nunca mais foram as mesmas após o aparecimento da Cameo Band, formada em 1974 por 13 membros. Dois anos depois assinaram contrato com a Casablanca Records e carreira de sucesso começou.
Desde o início, a Funk Music esteve em primeiro plano. Todos os hits eram compostos neste ritmo. Logo as paradas conheceram "Rigor Mortis", "I Just Want to Be" e Find My Way".
Em meados de 1980 lançaram os singles "Shake Your Pants" e "Knights of The Sound Table (1981) e  "Woman Saw" (1982). Logo depois o grupo reduziu para quatro membros (Larry Blackmon, Tomi Jenkins, Nathan Leftenant e Charles Singleton). Blackmon introduziu na banda o funk no estilo New Wave. Vieram os sucessos "Talkin ´Out The Side of Your Neck". Em 1985
a banda gravaria a canção que a imortalizaria nos Estados Unidos: "Word Up". No ano seguinte, o hit caiu no gosto do público, inclusive da crítica. Passou a tocar em todos os lugares, com o refrão virando lugar comum no palavreado da população. Fizeram sucesso, também, as faixas "Candy" e "Back and Forth. Mas "Word Up" é que grudou, inclusive virando trilha sonora na MTV e comerciais de refrigerantes. A Cameo tornou-se uma das bandas mais conhecidas do mundo na década de 1980. Nos anos 90, continuaram a compor e passaram a viver de direitos autorais no esquema flash back.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

ConFunkShun: outra grande marca da black music


Outra banda que sacudiu as pistas de dança nas décadas de 1970 e 1980 foi a ConFunkShun, por causa das inúmeras canções que colocou nas paradas de sucesso de todo o mundo. Alguns de seus hits ainda continuam sendo regravados por outros artistas.
Formada no início de 1970 na Califórnia a partir de um grupo de amigos de escola. Seus principais integrantes foram Felton Pilatos (vocalista e multi-instrumentista), Michael Cooper (vocalista), Louis McCall (baterista), Paul Saxman Harrel, Cedric Martin (baixista), Danny Thomas (tecladista) e Karl Fuller (trompetista).
A ConFunk Shun entrou no vácuo da Isley Brothers, Earth Wind & Fire e Commodores, que eram as bandas responsáveis por diversos hits da black music nos bailes de todo o mundo. Após curto período trabalhando com outros nomes, eles escolheram batizá-la de ConFunkShun.
Lançaram algumas versões numa pequena gravadora até assinar com a Mercury Records. Em 1976 entraram nas paradas com a canção "Sho Feels Good to Me". Um ano depois veio outro single: "Ffun" tornou-se outro grande sucesso, chegando aos primeiros lugares das paradas de Soul Music dos Estados Unidos.
Igual máquina de produção, a ConFunkShun passou a lançar diversos hits por mais de uma década. Invadiram os bailes os hits "Ms.Got the Body", "Chase Me", "Too Tight", "Love´s Train" e "Baby I´m Hooked"
Em 1986, a banda perdeu Pilatos para a carreira-solo como produtor ao lado do MC Hammer. Depois foi a vez de Cooper ir embora. Na década de 1990, os dois uniram-se com outros ex-componentes e alguns novatos para turnês como ConFunkShun. A banda renasceu, gravaram um álbum pela Intersound Records em 1996, sendo bem recebido pela crítica. Alegria de um lado e tristeza de outro, visto que o co-fundador Louis McCall morreu assassinado na Geórgia.
A ConFunkShun prossegue em atividade, mantendo a qualidade musical, agora composta por Michael Cooper (vocais/guitarra),  Felton Pilatos (vocais/trombone/teclados), Karl Fuller (trompete), Eric Young (baixo), Ron Moton (sax), Kurt Clayton (teclados) e Darwin Tillary (bateria). Fizeram excelentes compilações de seus maiores sucessos, principalmente da época que estiveram na Mercury Records.
Nos últimos dez anos, a ConFunkShun continua forte. Em maio de 2008 completou 35 anos de estrada. A data foi comemorada num cruzeiro marítimo junto aos seus maiores fãs.




sábado, 11 de fevereiro de 2012

Brooklin Dreams: o sonho ainda pode voltar



Foi do bairro do Brooklin, em Nova York, que Bruce Sudano, Hokenson Eddie e Joe "Bean" Esposito estouraram para a música. Juntos formaram a Brooklin Dreams. A ideia começou na loja de doces da mãe de Hokenson, onde muitos candidatos a artistas apareciam para jogar. Ali, a turma se reuniu e conseguiram um show. Em 1970 estouraram nas paradas com o hit "Tightter, Tightter", produzido por Tommy James.
Mas logo Sudano saiu da banda deixando Esposito e Hokenson  e o irmão Louis sozinhos. Conheceram  o produtor Vini Ponciá e foram para a Matt Label Record. Ele sugeriu que o grupo fosse para a Costa Oeste dos Estados Unidos. Ficaram algum tempo em Los Angeles. Ali Sudano retornou ao grupo. Logo o talento da banda chegou aos ouvidos da CasaBlanca Records.Em 1977, a banda passou a mesclar Pop com Soul e o produtor Skip Konte selecionou vários hits, da mistura surgiram "Street Dance", "Sad Eyes", "I Never Dreamend", "Old Fashioned Girl" e "On The Corner". Apareceram em diversos programas de televisão dos Estados Unidos e estouraram nas paradas de sucesso. Fizeram um ponta no filme American Hot Wax (1978) que contava os primeiros dias do surgimento do Rock, ao lado Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e Brenda Russell.
O ano de 1979 marcou outro grande lançamento, desta vez com produção de Bob Esty. Os destaques foram "Comin´Up the Hard Way" e "Heaven Knows", num dueto com Donna Summer. O final da década de 1970 trouxe o hit "Too Much for The Lady", fora do esquema Pop-Rock-Soul.  Sudano, Esposito e Hokenson não gostaram e lançaram o quarto álbum, bancado por eles, refinando a veia Pop-Soul. Fez sucesso as faixas "Fallin In Love" e "Hollywood Knights". O álbum de 1980 não explodiu e os Brooklin Dreams chegou ao fim. Sudano casou-se com Donna Summer e continuou compondo. Hokenson voltou a Nova York.  Esposito foi trabalhar com o maestro Giorgio Moroder numa série de projetos, inclusive na trilha sonora do filme Flash Dance (1983). Os três membros da Brooklin Dreams ainda continuam amigos e pensam em lançar algum trabalho juntos outra vez.




Solomon Burke: da Filadélfia para o mundo

Outro filho da Filadélfia, costa leste dos Estados Unidos, foi Solomon Burke. Um dos maiores cantores de Soul Music, apesar de não ter recebido o devido sucesso comercial a altura do seu talento.
Como Sam Cooke, ele é cria da Igreja Batista, onde era pastor e mantinha um programa de música Gospel. Ali encontrou várias vezes com seu companheiro Martin Luther King.
O fascínio do mundo o seduziu. Na década de 1960 assinou contrato com a Atlantic Records e deixou o evangelho de lado até sua morte em outubro de 2010. Seu primeiro hit foi "Just Out of Reach (Of My Two Open Arms), um cover de country music. Apesar de alegrar a crítica e vender milhões de discos, nunca conseguiu romper a barreira da integração racial, como fizeram Sam Cooke e Otis Redding na mesma época. Um de seus maiores sucesso até hoje é "Cry to Me". Em 1964 escreveu e gravou "Everybody Needs Somebody to Love". O hit acabou regravado pelos Rolling Stone no mesmo ano e por Wilson Pickett.
Em 1987 apareceu no filme The Big Easy cantando o hit " Turn on Your Love Light" e "Down in The Valley". Em 2004 destacou-se na canção "I Pray on Christimas", dos Blind Boys of Alabama, que acabou ganhando o Grammy de Melhor Álbum de Gospel Tradicional. No ano anterior ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Blues Contemporâneo com o CD Don´t Give Up On Me, lançado pela Possum Records.
Em setembro de 2006, Burke retornou às raízes norte-americana gravando um álbum country com 14 faixas, produzido por Buddy Miller. Nele incluiu vocais de Emmylou Harris, Dolly Parton, Griffin Patty, Gillian Welch e Loveless Patty. Ficou entre os 60 mais da Billboard.
Neste mesmo ano participou do concerto ao vivo Last Man Standing ao lado de vários astros do Rock e Soul. Fez dueto com Jerry Lee Lewis nas canções "Who Hill The Next Fool Be" e "Today I Started Lovin´ You Again".
Janeiro de 2008 marco sua volta ao estúdio para fazer o álbum Like a Fire, produzido pelo baterista Steve Jordan. Colocou canções escritas por Ben Harper, Eric Clapton, Jesse Harris, Voss Meegan e Steve Jordan. O CD foi nomeado para um Grammy de Melhor Álbum Blues Contemporâneo de 2008.
O ano seguinte ele gravou outro CD chamado Nothing´s Impossible, conduzido por Willie Mitchell no Royal Mitchell Studio de Memphis, no primeiro e único trabalho realizado juntos por ambos.
Para comemorar seu aniversário de 70 anos, em março de 2010, Burke excursionou ao Japão pela primeira vez, antes de fazer uma turnê na Europa, incluindo Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha, Noruega, Bélgica, Sérvia, Bulgária e Suíça. Não pôde terminar sua agenda, ao morrer na Holanda em 10 de outubro de 2010.


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Boys II Men: a todo vapor 20 anos depois


Quando se fala de Soul Music atual, não se pode esquecer do grupo vocal Boyz II Men, um dos melhores na década de 1990. Nathan Morris, Wanya Morris, Shawn Stockman e Michael McCary influenciaram a nova geração de artistas da black music, principalmente por causa de suas harmonias, algo meio em falta atualmente.
Formado na Filadélfia, costa leste dos Estados Unidos, eles foram descobertos pelo produtor Michael Bivins quando invadiram uma festa. Tempos depois a crítica rotulou suas canções de Motownphilly, ou seja a mistura dos arranjos da Motown Records e as doces melodias do Philly Soun, conhecido na década de 1970 como o Som da Filadélfia. Bivins os levou para a Motown e o primeiro álbum Cooleyhighharmony estourou nas paradas dos Estados Unidos. Um dos destaques foi a canção "Hard to Say Goodbye to Yesterday". Com harmonias mais trabalhadas, Boys II Men trouxe o violão e o espírito da velha Soul Music mesclada ao funk eletrônico, tudo recheada com letras bem românticas. A diferença é que os quatro membros do grupo cantavam no mesmo timbre, sem destaque para nenhuma voz, como ocorria com a maioria dos conjuntos nas décadas de 1960 e 1970.
Em 1992, compuseram a trilha sonora do filme Baby Face, de Eddie Murphy. A canção "The End of The Road" explodiu. Dois anos depois, a parceria junto aos produtores LA Reid, Jimmy Jam e Terry Lewis rendeu bons frutos, destacando os hits "I´ll Make Love to You", "On Bended Knee", " Water Runs Dry" e "Thank You". Tudo estava bem até a Motown passar a vender a imagem do grupo como quatro rapazes ingênuos, quando na verdade era escolados nas duras lições ensinadas pelas ruas. Isto provocou crise de identidade.
Mesmo assim eles prosseguiram na trilha do sucesso. O dueto com Mariah Carey no hit "One Sweet Day" foi exemplo disto. Em 1997 erraram o pulo ao apostarem na canção "A Song for Mama". Dois anos depois, Michael Shawn Wayna resolveu sofisticar mais ainda a produção de músicas do grupo. Fracassaram e saíram da Motown, pois perceberam que não recebiam boa promoção de seus discos.
Assinaram com a Arista Records, onde estava o velho amigo LA Reid. Em 2002 lançaram o CD Full Circle. O ano 2004 trouxe a má notícia da aposentadoria precoce de Mike McCary, por causa de uma crônica doença nas costas. Os Boys II Men torna-se um trio. Era o salto para criação do selo próprio. Pela MSM Records lançaram CDs de clássicos da Soul Music. O álbum A Journey Through Hitsville recebeu boas críticas e vendeu bem.
No ano passado completaram 20 anos de estrada preparando o álbum Twenty, com 10 regravações de antigos sucessos e 10 novas canções, algumas com vocalistas convidados. O primeiro single foi "More Than   You´ll Ever Know" com Charles Wilson. Não se pode dizer que os novos grupos possam ter os Boys II Men como reverência, como muitos fazem em relação aos Chi-Lites e Ray, Goodman e Brown.








quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ward Brown mantém viva a velha escola da Soul Music

Como não poderia deixar de ser, Ward Brown é de Chicago, grande meca de muitos talentos da black music. Não é como um R Kelly, mas sabe compor canções que agradam em cheio os jovens que gostam do Hip-Hop influenciada pelo R&B, num mercado que valoriza letras de forte descrição doméstica. Apesar que os velhos autores de Soul Music de 40 ou 50 anos atrás procuravam falar de romantismo de outra forma, por causa da camisa de força colocada pelas gravadoras, tolhendo a criatividade. Isto ocorria na Motown, por exemplo, cheia de canções água com açúcar, até Marvin Gaye chutar o pau da barraca, e passar a cantar letras políticas, influenciadas pela Guerra do Vietnã.
Brown procurou seguir a linha da velha guarda da Soul Music sem esquecer das lutas enfrentadas pela comunidade negra dos Estados Unidos. Nas suas andanças pelo mundo, descobriu que o público europeu gosta mais de Soul do que os norte-americanos. Dai começou a viajar constantemente para o velho continente, onde grava e vende bem os seus álbuns.
Dois de seus CDs (Labor of Love  e Soul Satisfied) explodiram nas paradas de sucesso da Europa, agradando a crítica. Mesmo assim, Brown espera ganhar a atenção dos seus irmãos nos Estados Unidos. Segundo ele, as rádios deveriam abrir mais espaço aos bons vocalistas para apresentar seus hits, de forma mais intimista, como "Close to You" e "The Key". Na avaliação de Brown deveria existir espaço nos Estados Unidos para uma cantora que pode fazer melodias de Dance Music, como "The Beg", "Last Call" e "Hopelessly in Love" . A pista de dança é uma homenagem ao papel desempenhado no RAP, que fala da evolução do R&B, usando a melodia de Whodini no hit "Five Minutes of Funk".
Pesquisando mais fundo no passado musical da black music, descobriu o hit "The Beg", de Raymond Earl da década de 1970. A letra fala de um homem que se ajoelha perante a mulher que ama após cometer um erro grave. Essa canção mostra a excelente linha de contrabaixo saltitante, uma das marcas do Funk antigo, mesclado com riffs de guitarra, mostrando a velha Soul Music da época do som de Memphis.
Outra canção inesquecível é "Last Call", sua carta de amor endereçada a sua casa em Chicago. A velha Soul Music continua pulsando, para o bem dos nossos ouvidos.





quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Wando: o cantor que colecionava calcinhas


Luís Alberto Alves/Hourpress

Wando ficou conhecido nos últimos anos por causa de suas músicas românticas, rotuladas pela crítica de brega. Não tinha vergonha de colocar nas suas letras as situações que namorados e maridos e mulheres vivem dentro de quatro paredes. 

Mas era poeta. Sabia como mexer nas palavras. "Moça", megasucesso de 1975 é exemplo disso. Para dizer que a personagem da composição tinha dormido com outros homens, escreveu que ela não era mais pura. 

Neste célebre disco de vinil, com 12 canções, produzido pela extinta Som Indústria e Comércio, sob a direção de Paulo Rocco, Wando reuniu um time de bambas. Só nos metais colocou oito músicos e nas cordas deixou mais dez. 

Sabia onde queria chegar. 
Nesse disco estão os hits "Na Baixa do Sapateiro", "Moça" e o lindo "Samba Magoado", entre outras pérolas. Nos 66 anos encerrados no dia 8 de fevereiro de 2011, ele enfrentou a época em que cantor brasileiro para fazer sucesso tinha de gravar em inglês como fez Fabio Jr., Michael Sullivan, Christian entre outros. 

Mas como sabia tocar violão muito bem, Wando conseguia romper o bloqueio, ao fazer composições que o povão gostava de ouvir. 

Adotava estratégias de marketing, como distribuir calcinhas, maçãs e até convites de motel, durante suas apresentações ao vivo. Gravou 28 discos e vendeu 10 milhões de discos. 



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Evaldo Braga: de menor abandonado a cantor de sucesso


O dia 31 de janeiro de 1973 foi uma terça-feira. Naquela data, o cantor Evaldo Braga, junto com seu motorista ao volante de um Volkswagen/TL, pegou a Via Dutra para vir participar do Programa do Chacrinha, exibido em todas noites de quarta-feira na então TV Tupi. Não conseguiu chegar. Perto da cidade de Três Rios, o seu carro entrou embaixo de uma carreta parada no acostamento, ao tentar ultrapassar outro veículo. Morreu na hora. Estava com 25 anos. O curioso é que no domingo (29) ele havia participado do Programa Silvio Santos, na época na Rede Globo. Na sua vez de cantar, entrou com uma miniatura de caixão de defunto nas mãos. Silvio Santos brincou e perguntou se Evaldo não tinha medo da morte. Apenas sorriu, dizendo que isto acontece na hora determinada por Deus. Desconhecia que não estaria mais para sempre no mundo artístico três dias depois.
Seu estilo era o brega, marcado por canções de letras tristes, a maioria inspirada em sua própria vida. Cantava bem.
Caso tivesse nascido nos Estados Unidos, teria sido tema de filme em Hollywood. Não conheceu os pais. A mãe, prostituta na cidade de Campos (RJ), o jogou num latão de lixo logo após seu nascimento. Este fato o inspirou a compor o hit "Eu Não Sou Lixo". Acabou criado num orfanato do Rio de Janeiro, em companhia de outro garoto, que anos mais tarde chegaria à seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo, em 1970, e sagrou-se tricampeã mundial de futebol. Era Dadá Maravilha, artilheiro na maioria dos times onde jogou nas décadas de 1960 e 1970.
Durante muito tempo trabalhou de engraxate nas portas das gravadoras e de rádios. Conheceu diversos artistas. Um deles, Nilton César, lhe ofereceu sua primeira chance de trabalho no mundo artístico, como seu divulgador. Logo conheceu Edson Wander e escreveu a canção "Areia no Meu Caminho", em parceria com Reginaldo José Ulisses.
Ao conhecer o sucesso, várias mulheres ex-garotas de programa apareceram dizendo ser a mãe que o havia jogado na lata do lixo no final da década de 1940. Ignorou a maioria. Passou a vender muitos discos e seus hits estouravam na programação de rádios populares, como na televisão. Porém, a crítica não enxergava suas virtudes. A cada disco, nunca ouvia elogios, apenas frases negativas. Perdeu a paciência e revelou numa entrevista que não fazia música para a elite, mas para as pessoas que moravam na Zona Norte do Rio de Janeiro. Por ser pobres e sofridos, conseguiam entender suas letras. Nos anos 2000, o hit "Sorria, Sorria" virou trilha sonora de um anúncio comercial de televisão. Tardiamente, a crítica reconheceu que Evaldo Braga cantava.


domingo, 29 de janeiro de 2012

Peter Brown: o pioneiro das gravações domésticas


Peter Brown é um produtor e compositor que na década de 1990 foi confundido por outro cantor que gravou o hit "Chasing Fireflies". A diferença deste Peter, nascido em 1953, é o pioneirismo em gravar em casa suas canções em vez de usar os estúdios dos grandes selos. Foi do seu quarto que ele produziu o primeiro disco "A Love Affair Fantasy", lançado no mercado em 1977, pela Drive Records,  e a canção "Do Ya Wanna Get Funky With Me" estourou nas paradas, ajudando a  vender 1 milhão de cópias.  Depois gravou o hit "Dance With Me", com Betty Wright de backing vocal. O sucesso se repetiu em 1978.
O ano de 1979 trouxe o single "Crank It Up. Como estava em alta, assinou com a RCA Records, em 1980. Ali emplacou os hits "Baby Gets High". Quatro anos depois entrou na Columbia Records, para explodir com "They Only Come Out At Night".
O curioso é que após degustar o doce sabor do sucesso Peter Brown resolveu aposentar-se. Ele alegou que preferia ficar ao lado da família, em vez de enfrentar os frios e iguais quartos de hoteis mundo afora. Também problemas nos ouvidos, por causa do barulho, estavam tirando o seu sossego, principalmente em estúdios de gravação. Um de seus últimos sucessos é "Material Girl", gravado por Madonna. Em 1998, a DNA Records lançou o álbum Get Funky With Me, O Melhor dos Anos TK (sua primeira gravadora).