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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

The Drifters: a banda que mais trocou componentes


As décadas de 1950 e 1960 foram as mais ricas musicalmente. Não se pode questionar. Um dos grupos surgidos naquela época é os Drifters, que estouraram nas paradas de sucesso entre 1953 e 1963 navegando na praia do R&B e Soul. Charlie Thomas é considerado como a alma desse conjunto, por causa de sua facilidade para cantar.
Outra fera que fez parte do grupo é Ben E. King. Conseguiram colocar emplacar 13 hits, a maioria dos quais gravações lendárias, que o público nunca esquece.
O curioso dessa história, é que os Drifters surgiram para fazer backing vocal para Clyde McPhatter e Billy Ward e seu  grupo, em 1950, após  vencer "Amateur Night" no Teatro Apollo, no bairro do Harlem em Nova York. Porém, três anos depois McPhatter saiu da banda para carreira solo. Mas o empresário não gostou da história, e o obrigou a criar outro conjunto. Nesse contexto surgem os Drifters.
Para colocar fogo nas paradas, misturaram Gospel, R&B e Soul. Clyde tentou manter seus irmãos de igreja na banda, mas eles recusaram cantar músicas seculares. Começa a procura por substitutos.
É quando surgem o segundo tenor Gerhart Thrasher, o barítono Andrew Thrasher, Bill Pinkney, o barítono Ferbee Willie e Walter Adams.
Essa formação é a responsável pela gravação de "Money Honey", lançado em setembro de 1953, com onome Clyde McPhatter & The Drifters. Logo a fama chegou.
Infelizmente Ferbee sofreu um acidente e deixou o conjunto. Em seguida Adams morreu, sendo substituído por Jimmy Oliver. A vida prosseguiu. Colocaram nas paradas "Honey Love" (1954), "Bip Bam" (1954), "White Christmas" (1954), "Gonna Do What´cha" (1955). Depois Clyde seguiu carreira solo.
Ele vendeu sua parte na banda para George Treadwell, ex-trompetista de Jazz e marido da cantora Sara Vaughan.  A inúmeras substituições dos componentes não permitiu que o grupo ganhasse muito dinheiro com os vários sucessos.
Isto irritou a Atlantic Records. Pois logo todos os componentes se rebelaram exigindo maiores remunerações. Nem o estouro de "I Got To Get Myself a Woman" aplacou os ânimos. Em 1957 lançaram "Fools Fall in Love", mas o problema persistiu.
Todos esses episódios cansaram o público e logo entraram em queda livre. Uma briga de rua com o dono do Teatro Apollo, Rapl Cooper, ajudou a dispersar o restante do grupo.
Para aumentar a confusão, Bill Pinkney lutou para manter a banda em pé. Para isso saiu à procura de outros membros. Porém, isto ajudou a surgir nos Estados Unidos diversos conjuntos com nomes semelhantes dos Drifters. O duro era descobrir quem era original.
Em 1964 Bobby Lee Hollis se une a outros componentes e traz de volta Andrew Thrasher, Jimmy Lewis  e Bobby Hendricks. Quatro anos depois os Drifters juntaram-se com The Tears. A lua de mel durou pouco e meses depois separaram-se.
Na década de 1970 o troca-troca de vocalistas prosseguiu, que continuou nas décadas de 1980 e 1990. O início dos anos 2000 não apagou o fogo dessa confusão. O Drifters prosseguem fazendo shows, mas o difícil é saber por quanto tempo vai durar a formação.





Johnnie Johnson: outra grande lenda do Rock

Na rica história do Rock, Johnnie Johnson é outra peça importante, revelando que este gênero musical teve a raiz negra como base. Depois, claro, a indústria cultural tratou de branqueá-lo, até para driblar as barreiras impostas pela conservadora sociedade norte-americana da década de 1950. Para ajudar, o galã Elvis Presley apareceu e os grandes nomes de artistas negros, colunas fortes do Rock, caíram no ostracismo.
O talento de Johnnie despontou próximo dos 5 anos de idade, em 1929, quando seus pais compraram um piano para servir de moldura na sala. Porém, o menino ouvia as músicas no rádio e as tirava depois no piano. Esta versatilidade o levou a criar diversos tipos de canções. Durante a Segunda Guerra Mundial (1940/1945) fez diversos shows para os fuzileiros navais, após sair do front de lutas. Em seguinda entrou para a Count Basie Orchestra, de Lionel Hampton, e Glenn Miller Band. Em 1952 formou seu próprio grupo, o Sir John Trio com Ebby Hardy na bateria e um saxofonista. Outro d
staque foi o guitarrista Chuck Berry para preencher o show. A empatia de Chuck com o público o manteve bastante tempo no grupo. A apresentação que era para durar um noite transformou-se numa parceria de vários anos. Foi quando Chuck aumentou a fogueira contribuindo para o fortalecimento do Rock, por meio de padrões musicais lançados pelo grupo de Johnnie Johnson. Até aquela época os negros não tinham misturado o Country com o Blues.
É quando começam aparecer as letras, que Johnnie joga no liquidificador com Jazz, Blues, Gospel e Boogie Woogie; tudo com a furiosa guitarra de Chuck Berry mescladas com as lindas melodias nascidas nos lábios de Johnnie. O curioso é que inúmeros sucessos do Rock surgiram nas sessões de improviso feitas pelo Sir John Trio. Como dizia Johnnie, morto em 2005: era eu, Chuck e piano.





quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Johnny Winter: a fera branca do Blues


Sempre quando se fala de Blues, a primeira imagem que vem a nossa mente é de um guitarrista negro. Caso seja cantor, ocorre o mesmo. Porém, Johnny Winter é albino, mas é uma das feras do Blues. Entrou nessa praia aos 15 anos, em 1959, quando lançou o disco School Day Blues. Depois não parou mais. Já gravou 28 álbuns, o último em 2004. Na década de 1960 fez misérias ao tocar num trio que tinha o baixista Tommy Shannon e o baterista Uncle John Turner. É dessa época o disco Johnny Winter, lançado no final de 1968. Ao lado dessa rapaziada se apresentou em diversos festivais, inclusive no antológico Woodstock.
Depois, como ocorre com a maioria dos Bluesman, travou feroz luta para se libertar das drogas em 1973. Retornou e apresentou aos fãs o álbum Still Alive and Well. Quatro anos depois produziu o álbum Hard Again, de Muddy Waters. A parceria resultaria em inúmeras indicações ao Grammy, com ele gravando o disco Nothing But Blues, com os músicos da banda de Muddy. Prossegue em atividade, desmentindo a escrita de que guitarrista bom de Blues precisa ser negro. A boa música independe de cor e sexo.



domingo, 8 de janeiro de 2012

B.T. Express representa a riqueza cultural do Brooklin


O grupo B.T. Express representa a riqueza cultural do bairro do Brooklin, Nova York, em lançar diversos conjuntos que fortalecem cada vez mais a black music norte-americana. A base do conjunto foi a banda Rockers House. Ela havia gravado alguns singles com pouco sucesso entre 1967 e 1972 pela Verve Records. A espinha dorsal do B.T.Express era o guitarrista Richard Thompson, o saxofonista Bill Risbrook e sax alto Louis Carlos Ward. Depois entraram o baixista Louis Risbook, o percussionista Dennis Rowe, o baterista Terrel Wood e a vocalista Barbara Wood.
Para não morrer na praia, como ocorre com diversos artistas, trouxeram o produtor Jeff Lane e o compositor Billy Nichols (autor da célebre canção "Don´t It´Til You´re Satisfied", lançada em 1974, que ficou dois meses nas paradas). Sua primeira medida foi mudar o nome do grupo de Madison Street Express para B.T. Express.
Após o lançamento do  segundo single "Express", o mundo do show-biz percebeu que eles não eram fogo de palha ou banda cometa, que desaparece tão rápido como surgiu. Até 1978, eles gravaram um álbum por ano. Em 1979, o compositor Billy Nichols e o baterista Leslie Ming pulam do barco. Três anos antes, dificuldades financeiras abalaram a banda. Mas a assinatura do contrato com a Columbia Records os retirou do sufoco, pois ganharam maior exposição na mídia e puderam fazer turnês para diversos países do mundo, incluindo os do Extremo Oriente, como a Tailândia, por exemplo.
Na Columbia lançaram os hits "Shout It Out" e "Energy to Burn". Até terminar a carreira em 1985, com o single Uptown Express, a banda sentiu várias vezes o gosto doce do sucesso.Gravaram sete álbuns e 16 singles.  Mas após a saída do compositor Billy Nichols, no final da década de 1970, e do produtor Morrie Brown, o conjunto perdeu o feeling. A agonia durou até 1987.












sábado, 7 de janeiro de 2012

Louis Armstrong: o trompete que ajudou nascer o Jazz



Louis Armstrong começou a tocar com 13 anos de idade, em 1913. Para ajudar nasceu em Nova Orleans, berço do Blues, Sul dos Estados Unidos. Nessa época o Jazz ainda não existia. Em cima disso, o seu trompete iria entrar para a história da black music nas décadas seguintes. Seus críticos mais exigentes reconhecem que, sem o talento de Armstrong, o Jazz talvez não seria reconhecido como um modo universal de expressão musical. Era cantor, compositor, instrumentista, cornetista, saxofonista, letrista, arranjador, produtor musical, dramaturgo, tenor, ator, maestro e ativista político. É considerado o pai do Jazz.
De família  muito pobre. Para aumentar a renda em casa, sua mãe precisava se prostituir, pois o marido a deixou quando Armstrong ainda era criança.
A primeira experiência como músico ocorreu numa banda amadora de uma prisão para adolescentes de Nova Orleans.  O primeiro trompete foi comprado com dinheiro emprestado por uma família de judeus, que até o final de sua vida, em julho de 1971, considerava como seus parentes, pois cuidava  dele na ausência da  mãe. Em gratidão, Armstrong usou sempre na lapela do  paletó uma Estrela de Davi.
 Livre da cadeia, passou a tocar em casas noturnas e nas barcaças que cruzavam o famoso Rio Mississippi. Depois, em busca de dinheiro, levou o som do seu trompete aos bordeis existentes na zona de prostituição da cidade. Ali conheceu Joe Lindsay e Sidney Bechet. Mais tarde eles seriam peças importantes na criação e divulgação do Jazz.
Após a Marinha fechar todos os prostíbulos, os músicos foram procurar emprego em Chicago. Aos 22 anos, ele entra na banda de King Oliver e passa a ser ouvido por plateias maiores. Oliver tornou-se mentor e figura paternal para Armstrong.
Aos 20 anos aprendeu a ler partituras e passou a tocar grandes e extensos solos de trompete. Foi um dos primeiros Jazzman a aplicar essa técnica neste gênero musical. Acabou criando um som único, que o acompanharia pelo resto de sua vida.
Sua segunda mulher, a pianista Lil Hardin, o incentivou a desenvolver seu novo estilo, sem as influências musicais de King Oliver. Sugeriu que ele tocasse música clássica nas igrejas, visando aperfeiçoar sua pegada, além de experimentar se apresentar sem banda e com coral de louvores.
 Em 1925, após turnê em Nova York, retorna a Chicago e cria sua própria banda: Louis Armstrong Hot Five. Com este grupo grava diversas canções, que anos mais tarde se tornariam clássicos da black music. Sete anos depois vai a Europa, e sua popularidade começa a crescer, pois suas canções aparecem nas rádios, filmes e mais tarde na televisão.
Nessa época fez diversas gravações, além de concertos com a banda Williams Blue Five, na companhia de cantores de Blues como Bessie Smith, Ma Rainey e Alberta Hunter. É deste período os hits "Potato Head Blues", "Muggles" e "West end Blues". Sua introdução na canção "West end Blues" é uma das mais famosas influências na história do Jazz.
Depois foi morar no bairro de Queens, Nova York, em 1943. Durante os 30 anos restantes de sua vida, Armstrong tocou inúmeros solos e com diversas bandas, além de trabalhar em vários filmes. Ficou na ativa até morrer dormindo em 6 de julho de 1971.
Uma das marcas registradas de Armstrong foi a criação do scat (espécie de solo vocal, imitando notas musicais), que décadas depois seriam copiadas por Billy Stewart, George Benson, Tim Maia, Ed Motta e João Bosco.





Percy Sledge traduz a terrível dor da paixão

Percy Sledge é conhecido mundialmente por causa de sua magnífica interpretação de "When a Man Loves a Woman", que descreve com exatidão a cegueira que se apossa de todo homem apaixonado: "Quando um homem ama uma mulher/ não consegue manter sua mente em nada mais/ ele trocaria o mundo/ por uma coisa boa que encontrou/ se ela for má, ele não consegue perceber isso/ ela não pode fazer nada errado/ ele vira as costas para seu melhor amigo/ se o amigo criticá-la/ quando um homem ama uma mulher/ gasta seu último centavo/ tentando agarrar-se ao que ele precisa/ ele abriria mão de todos os seus confortos/ e dormiria lá fora na chuva/ se ela dissesse que esse é o modo como deveria ser/ quando um homem ama uma mulher/ eu entrego a você tudo que tenho (sim)/ tentando me agarrar/ ao seu precioso amor/ baby, por favor não me trate mal/ quando um homem ama uma mulher/ bem no fundo de sua alma/ ela pode lhe trazer tal miséria/ se ela está brincando com ele como se fosse um bobo/ ele é o último a saber/ olhos apaixonados nunca conseguem ver..."
Antes de ser cantor, Sledge trabalhou em hospital. Mas sua sorte mudou quando o produtor Quin Ivy o ouviu cantar. Trocou os doentes pelas canções ao assinar contrato com uma gravadora. Lançado em 1966, o single "When a Man Loves a Man" estourou em todas paradas de sucesso dos Estados Unidos e do restante do mundo. A inspiração para escrever essa letra foi o final de seu relacionamento um ano antes, quando sua namorada o trocou pela carreira de modelo. O hit virou marca registrada na carreira de Percy Sledge até os dias de hoje. Em qualquer show, não pode deixar o palco sem cantá-la, ajudando a derreter o coração de muitos apaixonados.
Depois compôs "Warm and Tender Love", "It Tears Me Up", "Take Time to Know Her"  e " Cover Me". Nenhuma delas igualou-se ao sucesso de "When a Man Loves a Woman". No início da década de 1980, essa canção estourou novamente ao servir de trilha sonora num comercial de uma marca de jeans. Ainda prossegue fazendo shows, colhendo os frutos financeiros de sua célebre composição, tentando ajudar os apaixonados a compreender a terrível dor de amor, que já atingiu ou vai atingir alguém em determinado dia.







Dee Dee Sharp: uma das grandes vocalistas da Filadélfia


Dee Dee Sharp é considerada uma das primeiras vocalistas solo da Filadélfia, costa Leste dos Estados Unidos, a alcançar sucesso no início da década de 1960. Além de cantar, também dançava visando dar mais consistência as suas canções. No final dos anos de 1970 era considerada como estilista da Soul Music misturada ao Pop.
Dione LaRue começou cantando, como ocorre com a maioria dos artistas negros norte-americanos, em grupos de louvor de igrejas protestantes. Ao chegar 1961, com 16 anos, assinou contrato com a Cameo Parkway Records, selo que já incluía o emergente Chubby Checker, apelidado rei do Twist. Não demorou para ela fazer dueto com Checker no hit "Slow Twistin". A canção alcançou o terceiro lugar nas paradas de R&B dos Estados Unidos.
Em 1962, Dee Dee Sharp lança o single solo "Mashed Potato Time", vendendo 1 milhão de cópias e alcançando o topo das paradas norte-americanas de R&B.
No embalo emplacou depois as canções "Ride" "Do The Bird", também estourando nas rádios e bailes de todo os Estados Unidos. Nesta altura, ela já tinha gravado cinco álbuns na Cameo Parway. Em 1966 vai para a Fairmount, antes de assinar com a Atco Records. Nesse período estourou com os hits "My Best Friend´s Man" e "Whatcha Gonna Do ´Bout It", num dueto com Ben. E. King.
Dois anos depois já estava na Gamble Records, do produtor Kenneth Gamble que ficaria famoso mais tarde com o Philly Sound (O Som da Filadélfia). Para selar a união, Dee Dee Sharp já era sua esposa, antes  de entrar nessa gravadora. Ali lançou o single "What Kind of Lady". A canção caiu no agrado dos britânicos
Até a metade da década de 1970, Dee Dee Sharp gravou três discos na Philadelphia International Records. Estouraram as canções "Happy ´Bout The Whole Thing", "What Color is Love" e "Dee Dee". Em 1976, sua versão de 10cc "I´m Not in Love" e o single "I Love You Anyway" (1981) a manteve nas paradas. Repetiu a dose com os hits "Easy Money", "Breaking and Entering", faixas do seu álbum Dee Dee dessa mesma época. Não gravou mais CDs, mas prossegue em atividade. Sua última apresentação foi em 2008, no Detroit Jazz Festival.











Roberto Ribeiro: brilhante porta-voz do Samba


Foi em 8 janeiro de 1996, que terminou de forma trágica a carreira brilhante do sambista Roberto Ribeiro, aos 55 anos: morreu atropelado no bairro de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. O motorista assassino fugiu sem prestar qualquer socorro.
Dermeval Miranda Maciel, além de compositor, era excelente puxador de samba-enredo da Escola Império Serrano. Sua voz timbrada e ótima dicção tornaram diversos sambas inesquecíveis em sua interpretação. Conseguia cantar diversos ritmos de música. De 1965 a 1996 gravou 20 discos, emplacando nas paradas os hits "Acreditar", "Estrela de Madureira", "Todo Menino é um Rei", "Malandros Maneiros", "Fala Brasil" e "Amor de Verdade", "Pá-nela" entre outros.
Com nove anos de idade já frequentava a quadra da Escola de Samba Amigos da Farra, na cidade de Campos do Goytacazes. Antes de entrar na vida artística, foi jogador de futebol das equipes amadoras do Cruzeiro e Rio Branco e depois do Volta Redonda.  Em 1965 mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de alguma chance no Fluminense. Desistiu desse sonho esportivo e começou investir na música. Ao se apresentar no programa "A Hora do Trabalhador", da Rádio Mauá, chamou a atenção da compositora Liette de Souza, mais tarde sua mulher. Irmão do compositor Jorge Lucas, ela o apresentou aos sambistas da Escola Império Serrano. Em 1971, foi convidado a puxar o samba-enredo da agremiação no Carnaval daquele ano. Em 1974 firmou-se no cargo e ali ficou até 1981. Na avenida sua voz segurou os samba-enredos "Brasil, Berço dos Imigrantes" (1977), e "Municipal Maravilhoso, 70 Anos de Glórias" (1979).
Antes, em 1972, sua carreira ganha impulso com gravações de três compactos (disco com uma música de cada lado) em parceria com Elza Soares pela gravadora Odeon. No ano seguinte, lança o LP (disco com seis músicas de cada lado) Elza Soares e Roberto Ribeiro. Em 1974 sai o disco Simone et Roberto Ribeiro - Brasil Export 73 Agô Kelofé, lançado no Exterior.
O ano de 1975 teria o lançamento do compacto duplo (disco com duas músicas de cada lado) Sucessos 4 Bambas. Nele, Roberto Ribeiro canta "Leonel/Leonor (Wilson Moreira/Neizinho). Ainda em 1975, lança o disco Molejo, onde explodem nas paradas os hits "Estrela de Madureira (Acyr Pimentel/Cardoso) e "Proposta Amorosa" (Monarco).  O ano de 1976 teve o disco Arrasta Povo, com dois grandes sucessos: "Tempo É"(Zé Luiz/Nelson Rufino) e "Acreditar" (Dona Ivone Lara/Délcio Carvalho).
Depois lançou, em 1977, o álbum Poeira Pura, destacando a faixa "Liberdade" (Dona Ivone Lara/Délcio Carvalho), para estourar nas paradas de todo o Brasil, em 1978 com o disco Todo Menino é Um Rei, que ficou na lista dos mais vendidos. O hit "Meu Drama" (Silas de Oliveira) entrou na trilha sonora da novela Pai Herói, da Rede Globo. Outro destaque foi a faixa "Amei Demais" (Flávio Moreira/Liette de Souza). Em  1979, o disco Coisas da Vida trouxe as pérolas "Vazio" (Nelson Rufino) e "Partilha" (Romildo/Sérgio Fonseca).
Na década de 1980, Roberto Ribeiro continuou nas paradas. O disco Fala meu Povo trouxe as canções "Vem" (Roberto Ribeiro/Toninho Nascimento), "Só Chora quem Ama" (Wilson Moreira/Nei Lopes) e "Quem Lucrou Fui Eu" (Monarco). No ano seguinte lançou o álbum Massa, Raça e Emoção, em 1983 veio com o disco Roberto Ribeiro e o sucesso "Algemas" (Roberto Ribeiro/Toninho Nascimento), no ano de 1984 apresentou De Palmares ao Tamborim, emplacando "Lágrima Morena"(Roberto Ribeiro/Toninho Nascimento).
Em 1985 gravou o disco Corrente de Aço, com a participação de Chico Buarque na faixa "Quem te Viu, Quem te Vê" (autoria de Chico Buarque). Destaque também para "Malandros Maneiros" (Nei Lopes/Zé Luis).  Dois anos depois gravou Sorri pra Vida, estourando nas paradas com os hits "Ingrata Paixão" (Mauro Diniz/Adilson Victor/Ratinho). No ano de 1988 lançou o álbum Roberto Ribeiro, ao lado de Alcione na faixa "Mel pra Minha Dor" (Nelson Rufino/Avelino Borges) e do Grupo Raça, no hit "Malandro mais Um" (Ronaldinho/Carlos Moraes).
 Em 1995, um ano antes de sua morte, lançou a coletânea O Talento de Roberto Ribeiro, com 22 sucessos de seus vários discos. Numa das faixas, em homenagem a Clara Nunes, interpreta num dueto a faixa "Coisa da Antiga" (Wilson Moreira/Nei Lopes). Depois perdeu a visão de um dos olhos por causa do diabetes. Sua vida foi contada no livro "Dez Anos de Saudade", escrito por sua mulher, Liette de Souza Maciel.




Pra não dizer que não falei de Geraldo Vandré


Na década de 1980, na Rua Martins Fontes, Centro de SP, uma fã corre e abraça Geraldo Vandré, que havia acabado de tomar café numa padaria. Confessa que admira suas músicas e lhe pede um autógrafo. A resposta dele a deixa abismada: "Desculpe, me chamo Geraldo Pedroso. Geraldo Vandré morreu já faz tempo". Até hoje, ele continua arredio. Nunca mais fez qualquer show no Brasil, nem aceitou participar de entrevista nos mais badalados programas da nossa televisão. Numa rara entrevista concedida à Globo News, Vandré garantiu nunca ter sofrido qualquer tipo de tortura durante o regime militar, que mandou no País de 1964 a 1985.  Até garantiu que sempre foram ótimas suas relações com as Forças Armadas, principalmente com a Aeronáutica.
Quem viveu os calorosos e terríveis anos de 1960 e princípio da década de 1970, nunca se esquecerá da bombástica "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores", que tornou-se hino dos partidos de esquerda brasileiros, principalmente dos movimentos estudantis e sindicais. A canção participou do III Festival Internacional da Canção, em 1968, numa época em que a linha dura das Forças Armadas começava a mostrar a face cruel existente em toda ditadura, seja de direita ou esquerda. O refrão "Vem, vamos embora/ que esperar não é saber/ quem sabe faz a hora/ não espera acontecer..." acabou interpretado como convocação à luta armada para derrubar os militares que deram o golpe de estado contra o presidente João Goulart, em 1º de abril, e não no dia 31 de março como foi ensinado nas escolas públicas.  Ficou em segundo lugar, perdendo para "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim, porém o público vaiou a marmelada. Tanto é que poucos se lembram que essa canção perdeu o festival.
Na década de 1980, para fazer média, Simone regravou "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores" e cantou a música num estádio do Morumbi lotado. Deixou Vandré magoado. Ele disse numa rara entrevista, que a cantora não tinha moral política para regravar sua música. Antes, a censura recolheu o disco e as rádios ficaram impedidas de tocar a canção. Com o fechamento do Congresso Nacional, em fins da década de 1960, por causa do AI-5,cassando direitos políticos de diversos governantes, Vandré desaparece do Brasil. Para alguns, ele teria sido preso e sofrido torturas psicológicas, até conseguir sair do Brasil. O cantor desmente, garantindo que viajou para o Exterior por conta própria, onde fez diversos shows na Europa e América Latina.
A carreira musical de Vandré começou em 1961, aos 26 anos, quando conheceu Carlos Lyra e tornou-se parceiro dele nos hits "Quem Quiser Encontrar o Amor" e "Aruanda". Três anos depois gravou seu primeiro LP (disco de vinil com seis músicas de cada lado), com as composições "Fica Mal com Deus" e "Menino das Laranjas", entre outros hits.
No ano de 1966 chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, com a inesquecível "Disparada", numa maravilhosa interpretação de Jair Rodrigues. Ela dividiu o primeiro lugar ao lado de "A Banda", de Chico Buarque. Outros destaques de sua autoria são "Porta Estandarte" e "Aroeira". Após o fim da Ditadura Militar, na década de 1980, Vandré conseguiu se aposentar como servidor público federal, pois havia sido demitido por causa da canção "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores". Concluiu o curso de Direito, iniciado na década de 1960. Hoje trabalha como advogado. Quando questionado se voltaria a cantar, responde de pronto: "Só se for para cantar canções em espanhol. Não tenho mais espaço neste Brasil de hoje, onde cresceu o número de miseráveis e a manipulação". Seu grande amor atualmente, é escrever letras elogiando a Força Aérea Brasileira, onde já participou cantando ao lado de um coral formado por militares. Talvez o ódio, que ele alega nunca ter existido contra as Forças Armadas, transformou-se em grande amor.



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Johnny Nash: ainda pode ver claramente


Johnny Nash é outro grande nome da Black Music. É lembrado por causa do seu grande sucesso "I Can See Clearly Now", que explodiu nas paradas de todo o mundo em 1972. Aos 71 anos, Nash ficou na ativa até metade da década de 1970, quando aproveitou para sair por cima. Em 1994, Jimmy Cliff regravou este hit e ficou vários meses, novamente, no topo das paradas de todo o mundo, inclusive no Brasil.Nascido em Houston, Texas, ele cresceu cantando nos grupos de louvor da Igreja Batista de sua cidade. Em 1956, aos 26 anos foi descoberto por Arthur Godfrey que o levou para seus programas de rádio e televisão durante sete anos. Depois Nash assinou contrato com a ABC-Paramount e lançou seu single "A Teenager Sings the Blues". Depois gravou "Love a Very Special". No final de 1958 associou-se a Paul Anka e George Hamilton IV na inspirada "The Teen Commandments".Para aquecer mais sua carreira, a gravadora passou a vendê-lo como rival de Johnny Mathis, até o colocando para trabalhar no cinema em 1959. Seis anos depois grava a balada "Let´s Move and Groove Together" e chega ao topo das paradas novamente. O hit estoura na Jamaica, para onde faz turnê em 1967. Na volta aos Estados Unidos traz no sangue o calor do Ska. Isto o faz regravar "Stir It Up", de Bob Marley. A canção emplaca na Grã-Bretanha. Ali assina contrato com a Epic Records. Em 1975 lança a clássica Tears on My Pillow", seguido depois do mega-sucesso de Sam Cooke "(What a) Wonderful World". Depois lentamente ausentou-se dos palcos. 

Carl Perkins: um dos pais do Rock


Quando se fala de Rock, nunca se pode esquecer de Carl Perkins, um dos pioneiros deste gênero musical que sacudiu o mundo a partir da década de 1950. Filho de um fazendeiro pobre do Estado do Tennessee, Estados Unidos, Perkins como todo prodígio já tocava guitarra aos 7 anos de idade, em 1939. Para aumentar sua bagagem cultural, cresceu ouvindo Gospel, o pai do Blues, cantado pelos negros que trabalhavam nas lavouras da região.
Aos 24 anos, em 1956, sem grana compõe a canção "Blue Suede Shoes". Nas mãos do produtor Sam Philips, da Sun Records, que iria descobrir Elvis Presley meses depois, o hit venderia milhões de cópias.
Porém, para o azar de Perkins, ele sofre um terrível acidente de carro e fica de molho no hospital. Neste intervalo, Presley lança sua versão da mesma música. O sucesso dele impediu que Perkins retornasse às paradas e ganhasse muito destaque no mundo Pop.
Até sua morte em 1998, ele gravou vários compactos (disco com uma música de cada lado) e álbuns, além de compor inúmeros sucessos tanto no Rock quanto no Country. Suas músicas ganharam versões dos Beatles. Na década de 1980, Perkins participou tocando guitarra no hit "Ebony and Ivory, que fez grande sucesso nas vozes de Paul McCartney e Stevie Wonder.



terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Donna Summer: uma das muitas rainhas da Disco Music



Luís Alberto Alves-Hourpress

A Disco Music teve muitas rainhas na década de 1970; uma delas foi Donna Summer. Sua carreira explodiu  em Munique (Alemanha), quando os produtores musicais Giorgio Moroder e Pete Bellotte entregaram para ela, em 1975, a canção "Love to Love You Baby", a mistura de Pop/Rock/Soul/Funk/R&B recheada de sintetizadores. O hit estourou nas pistas de danças da Europa e depois no restante do mundo.

Nessa praia, a voz de Donna Summer invadiu as paradas com as canções "MacArthur Park", "Bad Girls", "Hot Stuff", "Dim All The Lights", "On The Radio", "Enough is Enough", "I Remember Yesterday" e " Last Dance", que ganhou o Oscar de Melhor Canção nos Estados Unidos. 

Ganhou cinco Grammys, sendo a primeira intérprete feminina a vencer na categoria Melhor Performance Rock Vocal, em 1979, com o hit "Hot Stuff". Ganhou 11 Discos de Ouro, 12 Singles de Ouro e quatro Singles de Platina. Também colocou 22 sucessos na paradas da Billboard Dance, ao longo de 25 anos. Calcula-se que em 40 anos de carreira completados em 2008,  já tenha vendido 130 milhões de discos em todo o mundo.

Aos oito anos de idade, em 1956, Donna Summer já cantava em corais de igreja. Na adolescência já se apresentava em musicais nos teatros da Alemanha, onde morou muitos anos, apesar de ter nascido em Boston, Estados Unidos.  Em 1971, aos 23 anos, gravou seu primeiro single "Sally Go Round The Roses". Foi descoberta pelos produtores Moroder/Bellotte quando trabalhava de backing vocal no grupo Jaynett´s Girls. Eles produziram o single "Hostage", que estourou nas paradas de sucesso da Holanda, França e Bélgica.

Na década de 1980, Donna Summer continuou nas paradas, enquanto outros artistas da Disco Music desciam ladeira abaixo. Assinou contrato com a Geffen Records, investindo em outro estilo de canção. Aproximou-se do maestro Quincy Jones e do compositor Michael Omartian. Dessa parceria, surgiram os hits "State of Independence", com a inédita participação de Michael Jackson como backing vocal, e "She Works Hard For The Money", além de "This Time I Know It For Real".

Em 1994 gravou "Endless Summer", retrospectiva de grandes sucessos com a nova canção "Melody of Love", que se tornou recorde da Billboard Dance. Nessa época, já morando em Nashville (meca da Country Music), lançou álbum com diversas músicas de Natal, acompanhada pela Orquestra Sinfônica de Nashville.

Além de cantora e compositora, Donna Summer foi pintora de quadros. Desde 1989 já vendeu US$ 1,2 milhão em obras artísticas nas exposições em que participa em todo o  mundo. Morreu, aos 63 anos,  em 17 de maio de 2012, vítima de câncer no pulmão.