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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ronaldo e os Barcellos eram o som família do pagode

No final da década de 1990, o hit"Feliz Aniversário" fez sucesso nas rádios, bailes e rodas de samba. Teve também as canções "Entrego a Deus" e "Pingos de Amor", de Paulo Diniz. O nome do grupo de pagode era estranho: Ronaldo e os Barcellos. Alguns imaginavam que fosse resultado de uma reunião de amigos. Era família. Ronaldo Barcellos e seus quatro filhos e não três como aparece na capa do CD. Antes, formou parceria com Délcio Luiz e Lourenço, compondo diversos hits para o Exalta Samba ("Desliga e Vem"), Os Morenos ("Marron Bombom"), Karametade ("Se Melhorar Estraga"), Grupo Raça ("Eu e Ela") e Alcione ("Canoeiro").
Ao contrário de diversos paraquedistas no mundo do samba, que desconhecem completamente as estruturas teóricas da música; Ronaldo já tinha bastante bagagem antes de apostar na formação de um conjunto de pagode.
Na adolescência era membro da igreja Assembléia de Deus no Rio de Janeiro. Ali aprendeu a tocar trompete, sax-tenor, sax-shorn, além de cantar no coral de jovens. Pouco tempo depois estudou música na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A partir dai começou a trabalhar em orquestras. Participou da banda do maestro Lafayette e do mago dos estúdios Lincoln Olivetti. Em 1975 gravou um disco pela gravadora CBS com músicas de Carlos Dafé e Lincoln Olivetti. É quando engrena parceria com Robson Jorge, amigo de Olivetti, fazendo trilhas sonoras para as novelas Pulo do Gato, Ossos do Barão, Te Contei, Dancin´ Days, todas da Rede Globo. As canções "Black Coco", "Kitch Zona Sul", "Desencontro" e "Tambourine" são dessa época.
Depois no final da década de 1970 e início da de 1980, trabalhou como backing vocal de Gilberto Gil, Gal Costa, Tim Maia, Simone, Alcione, Sandra de Sá. Também participou de gravações de discos com Roberto Carlos, Sérgio Mendes, Fagner, Elba Ramalho, Milton Nascimento, Sandy e Júnior, Raul Seixas, Marina Lima, Barão Vermelho e Luiz Melodia.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Stephen Bishop: como um admirador dos Beatles tornou-se sucesso

Aos 13 anos, em 1962, o sonho de Stephen Bishop era tornar-se professor de História, apesar de já tocar clarineta. Porém mudou de ideia ao assistir o show dos Beatles no programa de televisão The Ed Sullivan Show ( o Sílvio Santos dos norte-americanos nas décadas de 1950 e 1960).
Fez a cabeça do irmão para lhe comprar uma guitarra. Logo passou a compor. A primeira letra foi "Surf´s Turf". Fundou a banda The Weeds e passou a tocar em festas, incorporando suas músicas ao repertório de hit de sucessos da época.
Pouco tempo depois participa de um festival e ouve elogio profético de um dos jurados: "Stephen Bishop será um grande compositor um dia". Mudou-se para Los Angeles e passou a andar pelas ruas com seu violão acústico tocando canções de vários intérpretes norte-americanos. Registrou uma de suas composições numa editora, na esperança que alguém a gravasse. Retornou para casa e foi trabalhar na companhia de seguros do seu pai.
Mas como tem padrinho não morre pagão, segundo o ditado popular; o amigo Art Garfunkel interessou por suas letras e grava "Breakaway". Logo apareceram outros artistas para incluir suas composições nos seus discos. Entre eles Barbra Streisand, Bette Midler, Diana Ross e Michelle Phillips.
O caminho para concretizar o sonho de cantar tornou-se realidade ao assinar contrato com a ABC Records, na década de 1970, onde lançou seu primeiro álbum. Dois hits chegam às paradas de sucesso dos Estados Unidos: "Save It For a Rainy Day" e "On and On", que no Brasil fez sucesso nos bailes e entrou nas programações de flash back da rádios FMs. Ganha o Disco de Ouro; repetindo o mesmo no segundo disco Bish.
A partir dai Stephen Bishop entrou na agenda dos grandes nomes da música norte-americana. Gravam suas composições Eric Clapton, Phil Collins, Stephanie Mills, Kenny Loggins, Johnny Mathis, David Crosby, Four Tops e Luciano Pavarotti.
Para deixar a cobertura do bolo mais gostosa, canta o tema "It Might be You" do filme Tootsie. Depois escreve 13 trilhas sonoras, para diversas produções de Hollywood, entre elas Animal House, Separate Lives e White Nights. É nomeado para dois Grammys e indicado ao Oscar pela canção "Separate Lives".  Ñão há dúvida de que a profecia do jurado tornou-se realidade na vida artística de Stephen Bishop.



Philip Bailey: a voz de cristal da Earth, Wind & Fire



Quem já teve o prazer de assistir ao show da banda Earth, Wind & Fire, como este que vos escreve, fica maravilhado com a potência dos agudos de Philip Bailey, além, claro, de interpretar a canção. Transmite ao público o sentimento daquela música. Ao lado de Maurice White (afastado por doença) marcou o vocal deste grupo, na ativa desde 1968.

Além de excelente cantor, ele é baterista, pianista, percussionista e toca trompete. Transita facilmente pelo Rock, Blues, Gospel, Funk, Soul, Jazz e Disco Music.
O falsete de Philip torna as composições mais bonitas. Exemplo disse é o hit "Reasons", sucesso da Earth, Wind & Fire há 36 anos. Sua qualidade é fazer sua voz subir quatro oitavas, sem que pareça grito. Este detalhe contribuiu para a banda ganhar  seis vezes o Grammy, colocar 33 singles nas paradas pop e abocanhar 50 Discos de Ouro e de Platina. 

Na década de 1960, Philip já cantava em outros grupos vocais, até surgir a oportunidade de entrar na Earth, Wind & Fire, aos 19 anos. Alguns imaginam que a carreira-solo, iniciada em 1982, seja sinal de sua saída do conjunto onde está desde 1968. Pelo contrário. Continua firme no posto. Apenas resolveu premiar as pessoas de bom gosto com um álbum solo. Ao assinar contrato com a Columbia Records, a caminhada teve início. Dois anos depois, numa co-produção dele e Phil Collins, lançou o single "Easy Lover". O trabalho rendeu  seu primeiro Disco de Ouro solo.  


Voltou à carga em 1986 com o álbum Bailey"S, depois gravou Inside Out direcionado ao público cristão, visto que ele é evangélico. Um dos destaques do disco é canção "long Distance Love" Após lançar outro
 disco com a Earth, Wind & Fire, indicada ao Grammy em 1994, produziu o CD Here With Me,Pop e R&B. Quatro anos depois lançou o álbum Life and Love. Estouro total nas paradas da Europa, já em 1999
 mudou o rumo, gravando o Disco Dreams, repleto de canções jazzísticas de autores consagrados. 


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Álvaro Tito: uma das vozes mais belas do Gospel do Brasil

Álvaro Tito é considerado um dos melhores cantores do Gospel do Brasil. Sua voz é parecida com a de Stevie Wonder, apesar de seus agudos lembrar o vocalista Philip Bailey da banda Earth, Wind e Fire. Ele começou ainda, adolescente, no início da década de 1980 a cantar louvores (entre os evangélicos as músicas são conhecidas como hinos ou louvores de adoração a Deus), numa época em que esse gênero era muito discriminado pela maioria dos veículos de comunicação, principalmente pela Rede Globo, que hoje corre atrás de vários intérpretes evangélicos para gravar no selo Som Livre.
Antes de lançar seu primeiro disco pelo extinta gravadora  Desperta Brasil, Álvaro Tito já colecionava diversos troféus ganhos em concursos disputados nas igrejas evangélicas.
Seu talento era visível nas disputas com concorrentes que interpretava louvores escritos por compositores consagrados. Porém, sua estratégia era apresentar suas próprias letras. Na maioria das disputas, acabava ganhando. É dessa época as canções "O Amor de Deus" e "Meu Refúgio". No seu primeiro álbum, o grande destaque era o hit "Meu Ser Para Cristo", de autoria própria. Mas o grande salto da carreira ocorreu em 1986, quando gravou o disco Não Há Barreiras, lançado pela Polygram (atual Universal Music). É deste álbum a melodiosa música "Pelo Sangue de Jesus", um Blues de estremecer o mais duro coração. Outro destaque é "Nosso Amor", autoria de Ed Wilson e Joran. Seu nome percorreu todo o Brasil, pois diversas igrejas evangélicas queriam ouvi-lo cantar ao vivo, o que faz muito bem, principalmente usando bastante seus agudos.
Como as gravadoras tratavam cantores evangélicos com pouco caso, Álvaro Tito fazia os próprios arranjos e tocava bateria nas diversas faixas. Isto aos 16 anos.
Entre discos de vinil e CDs, já gravou mais de uma dezena de trabalhos, sempre na linha Gospel. Seu enorme potencial artístico lhe dá o luxo de nas apresentações cantar louvores em ritmo de Reggae, Jazz, Blues, Soul, Guarânia. Os grandes destaques na sua voz são "Quem te Salvará", "Não Há Barreiras" e "Deus Transforma".
Ao contrário de vários intérpretes dos Estados Unidos, que criados dentro das igrejas cristãs, partiram para gravar músicas fora do segmento Gospel, casos de Whitney Houston, Elvis Presley, Janis Joplin, Lionel Ritchie, Isley Brothers, Denicie Williams, Philip Bailey (Earth, Wind & Fire); Álvaro Tito recusa até hoje convites para colocar sua voz em canções que não sejam de louvor a Deus.


Karyn White: a bela intérprete de Superwoman

Antes de entrar para o show biz, Karyn White cantava no coral de igreja evangélica de Los Angeles, onde nasceu. Seu álbum de estreia foi lançado em 1988 e de cara ganhou Disco de Platina. Estouraram nas paradas os hits "The Way You Love Me", "Secret Rendezvous", "Love Saw It" e a cativante "Superwoman", cuja a letra descreve a dura rotina das donas de casas, na luta para agradar os maridos, na maioria das vezes insensíveis aos seus afetos.
Em 1991 lançou o álbum Ritual of Love, produzido por Jimmy Jam e seu futuro esposo, Terry Lewis. O hit "Romantic" chegou ao primeiro lugar da Billboard Hot 100 EUA. Outras três canções conquistaram destaques: "The Way I Feel About You", "Walkin The Dog" e "Do Unto Me".
Três anos depois gravou Make Him Do Right, porém não alcançou grandes vendas, apesar das boas músicas "Hungah" e "Can I Stay With You".
Logo após Karyn White saiu da Warner Bros Records para cuidar de sua vida pessoal, ficando vários anos sem gravar. Neste período divorciou-se de Lewis e depois casou-se com o guitarrista e produtor musical Bobby G. Em 2006 gravou o CD Sista Sista, mas depois o deixou arquivado, sem colocá-lo à venda. Desse disco, liberou apenas as faixas "AII I Do" e "Disconnected". Fora da carreira musical, atualmente é diretora de uma empresa de design interior imobiliário na Califórnia.

The Ohio Players e seus 52 anos de Funk

Quem gosta de Funk de qualidade e verdadeiro nascido nos Estados Unidos, não pode deixar de ouvir as músicas da banda The Ohio Players, fundada em 1959, pelo guitarrista Robert Ward e somados ao baixista Marshall Jones, o saxofonista e flautista Clarence Satchell e o trompetista Ralph Middlebrook. Este grupo manteve-se junto durante décadas na dura estrada do sucesso. Sendo difícil atingi-lo e mais ainda mantê-lo. Até a década de 1990, vários componentes entraram e saíram do grupo, como o guitarrista e vocalista Leroy Bonner, tecladista e percussionista William Beck, o conguista Robert Jones, o trompetista Marvin Pierce, o percussionista James Williams e o guitarrista Clarence Willis. 
A banda surgiu batizada como The Ohio Untouchables e combinava Funk, Jazz, Country, Soul e Rock. Mais tarde incorporou Disco Music ao repertório. Nas décadas de 1970 e 1990, eles chegaram ao topo, principalmente por causa de várias canções em ritmo de Funk e Disco Music. Para colocar mais lenha na fogueira, introduziram RAP e Hip-Hop para continuar sucesso nas pistas de dança dos Estados Unidos. No Brasil, em 1979, explodiram nos bailes de black music com o hit "Say It" do famoso disco com a mulher na capa de camiseta branca transparente com megafone nas mãos. Para quem confunde o falso Funk surgido no Rio de Janeiro, recheado de palavrões e elogios aos criminosos, é ótima sugestão ouvir a música citada acima e conhecer o Funk original, nascido nas ruas dos Estados Unidos.
Sob o nome The Ohio Untouchables, o grupo trabalhou com a fera da Soul Music Wilson Pickett e participou da gravação do seu hit "I Found a Love. Cinco anos depois, em 1967, eles adotam o nome definitivo de The Ohio Players e retornam de Chicago para Dayton, no Estado de Ohio.  
Depois mudam-se para Los Angeles, no final da década de 1960 voltam para Ohio. Carregam as baterias misturado Funk e Rhythm & Blues, influenciados pela banda Sly & The Family Stone (os mesmos que fizeram a cabeça da Earth, Wind & Fire). 
O guitarrista Leroy Bonner acrescentou mais qualidade, deixando o som da Ohio Players bem dançante e cativante. Doze anos depois de comer bastante poeira, gravam, em 1971, o primeiro álbum pelo selo Westbound Records, de Detroit, compartilhado, também pela banda Funkadelic e George Clinton. Em 1973 gravam o disco Ecstasy. Venderam poucas cópias, mas a experiência obtida nos estúdios serviu para aprimorar as qualidades dos seus integrantes. 
A marca registrada da Ohio Players é apresentar capas de discos com fortes apelos sensuais, nas fotos com mulheres bonitas. O conteúdo das canções é recheado com apitos, alarmes e letras lascivas, como o cantor Wando pratica no Brasil. Num de seus álbuns, uma mulher foi retratada nua e coberta de mel. Criou-se a tradição de adquirir os discos do grupo por causa de suas capas extremamente sensuais. 
Em 1973 assinam com a Mercury Records. Apesar da tradição de black music da cidade de Cincinnati, no Estado de Ohio, onde James Brown gravou muitos de seus maiores sucessos, entre 1950 e 1960, e ser o berço dos Isley Brothers e Bootsy Collins, ali não havia rádios que tocavam música negra no começo da década de 1970. Tinham de dividir com outros gêneros.
Na Mercury gravam o álbum Skin Tight, e o hit que batizou o disco estourou nas paradas. O mesmo ocorreu com "Jive Turkey".Outra bomba é o hit "Funk on Fire, do álbum Fire. A faixa-título foi composta a partir de uma jam session instrumental, misturando Funk e Rock. Chegou aos primeiros lugares das paradas dos Estados Unidos. Outro destaque é a balada "I Wanna To Be Free". Nesse lançamento evitaram letras pesadas, optando por composições mais lights.
O ano de 1975 marcou a gravação do hit "Love Rollercoaster", seguido de "Who´d She Coo", em 1976, mas lançado no ano seguinte foi o último single da banda a ocupar os primeiros lugares nas paradas. Da década de 1990 em diante, a Ohio Players passa a viver de flash backs de suas inúmeras canções de sucesso. Não precisavam provar mais nada, quanto ao talento. A pegada do grupo influenciou novos artistas como Red Hot Chili Peppers e Dr.Dre and His Funk entre outros. 




quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Leroy Hutson é a mescla de Marvin Gaye com Stevie Wonder

Leroy Hutson é um daqueles cantores injustiçados no show biz. Seria igual o jogador de futebol Ademir da Guia, na galeria dos melhores do Brasil na década de 1970, junto com o rei Pelé, que só teve alguns minutos para jogar na seleção brasileira de 1974, na Copa do Mundo da Alemanha. Era ignorado nas convocações.
O mesmo ocorre com Hutson, apesar do seu grande talento, nunca a indústria norte-americana de música o valorizou. Ótimo produtor, cantor, compositor, arranjador e pianista, enfrentou provas de fogo no caminho. Coube a ele, a árdua missão de substituir Curtis Mayfield, após sua saída da banda The Impressions. Uma vez que na década de 1960, o conjunto foi responsável pelo lançamento de vários hits de sucesso. A bola não poderia cair.
Sua competência o encorajou a seguir, depois, em carreira-solo. Lançou o álbum "Love Oh! Love", em 1973. O disco mesclava baladas no estilo Soul Music, com fortes influências de Marvin Gaye e Stevie Wonder. O hit "So in Love With You" combina vocal de fortes pitadas românticas aliado a um excelente arranjos de cordas. É som comercial, mas sem perder a qualidade. Outra faixa boa é "As Long As There´s Love Around" também  caprichosa nos vocais. "Love You Down" é a mostra da boa Soul Music, sem apelar ao barulho.
Hutson passeia com elegância ao interpretar suas canções nas praias do R&B, Soul, Funk, Smooth Soul e Jazz. Mesmo sendo vítima do péssimo marketing pelas gravadoras por onde passou (Warner Bros, Curtom, Elektra e Triumph), o público acaba reconhecendo seu talento. É difícil dizer que seus discos são ruins, pois todos apresentam músicas envoltas em bonitos arranjos. Confira os seguintes álbuns: The Man! (1974), Hutson (1975), Feel The Spirit (1976), Hutson II (1976), Closer To The Source (1978), Unforgettable (1979), Paradise (1982), The Best of Leroy Hutson Vol.1 (2006) e Soothe You Groove You (2009).










O Soul e Funk na pegada da LTD

A banda LTD é composta por dez irmãos. O embrião começou em 1968 na cidade de Greensboro, Carolina do Norte, Estados Unidos, com o saxofonista Arthur Lorenzo Carnegie, o trombonista e vocalista Jake Riley, o trompetista Carle Vickers, e o saxofonista e vocalista Abraão Miller. Juntos, formavam a Fantastic Soul Men Orchestra, a banda de apoio da dupla Sam & Dave, na década de 1960.
Pouco tempo depois, criaram a Love Man LTD e foram para Nova York, trabalhar no bairro negro do Harlem.
Em 1974 assinaram contrato com A&M Records. Não demorou muito tempo para a crítica especializada levar a sério o novo grupo musical. O baterista Jeffrey Osborne é promovido a vocalista principal e Alvino Bennett pega as baquetas no seu lugar. Inicia-se o processo de criação de várias canções: "Love Ballad", "Back in Love Again", "Concentrate on You", "Holding On (When Love is Gone)" entre diversas.
O LTD uniu Soul Music e Funk a composições amorosas para agradar diversas pessoas. Exemplo disso ocorreu no Brasil, com o hit "Shine On", que entrou na trilha sonora da novela, das 8h da noite da Globo, Coração Alado. Nas paradas norte-americanas, essa música ficou entre as 40 mais.
O sucesso encorajaram Jeffrey Osborne e o vocalista Billy Girl a entrar em carreira-solo. Andre Ray e Leslie Wilson os substituíram na produção do álbum Love Magic. Dele, estouraram as faixas "April Love" e "Kicking Back".
O final da década de 1990 teve briga judicial com os fundadores por causa do nome da banda. Após decisão da Justiça, continuam a fazer turnês, mas sem alguns integrantes que morreram: James Keys (2008) e Jake Riley (2000).

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Bread e o som inesquecível de suas baladas

Quem curtiu os famosos bailes nas garagens na década de 1970, se lembrará da banda Bread, principalmente de suas baladas. Já os escolados em música vão se recordar dos arpejos de piano Rhodes nas canções interpretadas pelo grupo. "If" é uma delas. Bonita de letra e melodia. Os versos finais desse hit inesquecível dizem: "Se um homem pudesse estar em dois lugares ao mesmo tempo/ eu estaria com você/ hoje e amanhã ao seu lado de todas as formas/e se o mundo fosse parar de girar girando lentamente até morrer/eu ficaria no final com você/e quando o mundo acabar/ai uma por uma, as estrelas apagariam/ e nós simplesmente voaríamos para longe."
Foi escorado neste talento de tocar, cantar e compor que a banda de rock Bread surgiu, em 1968, em Los Angeles, Estados Unidos. O profissionalismo do conjunto ajudou a colocar nas paradas diversas canções, além de  vender milhões de discos. Os integrantes do Bread conheciam música, isto é visível nas harmonias de suas composições, com excelentes arranjos.
A espinha dorsal da banda eram os vocalistas e compositores David Gate (contrabaixista) e James Griffin (guitarrista). Depois vieram Robb Royer e o baterista Mike Botts. Após a fama do Bread se espalhar pela cidade, onde tocavam nos bares de Los Angeles; a gravadora Warner/Elektra os contratou para trabalhar como banda de estúdio na gravação de discos de outros artistas.
Mas os planos mudaram, após o hit "Make it With You" chegar ao primeiro lugar da Billboard em 1970. O sucesso inesperado do disco Bread, colocou o conjunto em turnês por todos Estados Unidos. Até 1973, eles premiaram o público com excelentes e lindas músicas, como "If", "Everything I Own", "Baby I´m A Want You", "The Guitar Man" e "Aubrey".
O sucesso rápido provocou ciúmes entre os componentes do Bread, com o fim da banda. Em 1976, eles retornaram para gravar o álbum Lost Without Your Love. O público e a crítica gostaram do disco, mas não o suficiente para mantê-los juntos. Cada um tomou seu rumo.






Curtis Mayfield: a voz crítica da Black Music da década de 1960

Imagine um cantor, compositor e produtor que teve grande influência sobre a carreira de três ícones da black music norte-americana (James Brown, Sam Cooke e Aretha Franklin). Este artista foi Curtis Mayfield. Em 40 anos de carreira artística, mostrou que além de divertir, a música nunca deve deixar as questões sociais em segundo plano. Ou seja, para Mayfield o artista não pode ser alienado. Precisa entender e lutar para melhorar a vida dos fãs e do local onde sobrevivem.
Começou a cantar aos sete anos, assim como aprendeu sozinho a tocar guitarra. Na adolescência já compunha suas próprias canções.
Sua caminhada no show biz começou aos 14 anos, em 1956, quando conheceu o cantor Jerry Butler durante apresentação de louvores na igreja onde congregava em Chicago. Uniu-se à banda The Impressions e a música negra dos Estados Unidos nunca mais foi a mesma, após o ingresso de Mayfield. Mesmo sofrendo as agruras provocadas pelo diabetes, continuou gravando até sua morte em 1999. Blues era seu ponto forte.
Ao lado do grupo The Impressions, em 1958, emplacou o hit "For Your Precious Love". Pouco tempo depois, Butler saiu e Mayfield tornou-se o líder da banda. Passou a escrever as canções, cantar  e produzir os discos. Durante a década de 1960, o conjunto misturou Gospel e Soul Music, colocando nas paradas diversos hits. Entre eles "Gypsy Woman" e "It´s All Right". Em 1964, a canção "Keep on Pushing", ao lado de "People Get  Ready" o colocou no posto de primeiro artista do R&B a escrever músicas despertando a consciência racial e política na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.
O ano de 1970 marca o ingresso numa bem-sucedida carreira-solo, gravando diversos álbuns e produzindo discos para artistas como Aretha Franklin, Linda Clifford e Gladys Knight and The Pips. Em 1972 compôs a trilha sonora do filme Blaxploitation, cuja a canção "Superfly" ocupou os primeiros lugares das paradas durante um mês.
Porém até o final da década de 1970, a Disco Music ofuscou a carreira de Mayfield. Continuou a gravar e viajar pelos Estados Unidos, Japão e Europa.

Durante concerto ao ar livre, em 1990 em Nova York, a queda de um andaime de iluminação o deixou paralisado do pescoço para baixo. Mesmo deitado, durante o tratamento, prosseguiu cantando e compondo. Seis anos depois ganhou o Grammy pelo álbum New World Order. Antes, em 1994, inspirou dois álbuns de tributos, por causa de sua luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. O disco All Men are Brothers reuniu Whitney Houston, Elton John, Isley Brothers, Aretha Franklin, Herbie Hancock, Denicie Williams entre outros.

Nos bailes do Brasil, ele emplacou a canção "Give me Your Love", responsável pela festa dos bons dançarinos.
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Claudinho e Buchecha: fatalidade é responsável pelo fim da dupla

A fatalidade foi  responsável pelo fim da dupla carioca de Funk Melody Claudinho e Buchecha. O futuro promissor  acabou no dia 13 de junho de 2002, com a morte de Claudinho num acidente na Rodovia Presidente Dutra,  Rio de Janeiro, quando se dirigia para um show em Lorena (SP).
A história dos dois meninos começa em 1992, quando Claudinho convenceu Buchecha a participar de um concurso de RAP num clube de São Gonçalo (RJ). Saíram vencedores com a canção "RAP da Bandeira Branca". Três anos depois ganharam outro concurso, desta vez o hit era o "RAP do Salgueiro". A música fez sucesso nos bailes e rádios cariocas.
Em 1995 gravam o primeiro disco e vendem 1,2 milhão de cópias. Engatam turnês para o Japão, Estados Unidos, Argentina e Portugal. No álbum seguinte, A Forma (1997),  lançam coreografia que deixaria a dupla marcada para sempre na história da música brasileira. Recebem o prêmio revelação no VMB da MTV Brasil. O álbum Só Love (1998) estourou, também, nas paradas de sucesso. Amadurecidos, passaram a se apresentar com banda.
Em 1999 lançaram  CD ao vivo de coletâneas, mas a gravação do álbum Destino (2000) revelou o talento, responsabilidade e o crescimento profissional da dupla. Passaram dois meses em estúdio, incluíram a interpretação de músicas abordando a discriminação social, como mostraram no hit "Feiticeira". Regravaram canções de Lulu Santos ("Tempos Modernos"), Marina Lima ("Uma Noite e Meia"), Djavan ("Lilás"), Guilherme Arantes ("Lindo Balão Azul") e Ivete Sangalo ("Carro Velho").
Nesse mesmo ano gravam o CD Soul Tim Duetos, em homenagem póstuma a Tim Maia (falecido em 1998), pois o Síndico era uma das influências musicais da dupla. Após a morte de Claudinho em 2002, Buchecha prosseguiu na carreira-solo. Para comprovar o sucesso de ambos, Kid Abelha regravou no ano de 2004 no CD acústico o hit "Quero te Encontrar", em 2004 Adriana Calcanhoto fez o mesmo com "Fico Assim Sem Você" e Ivete Sangalo repetiu o gesto na música "Nosso Sonho".
O curioso é que anos antes, a letra da canção "Fico Assim sem Você" , num de seus versos dizia: "Buchecha sem Claudinho, sou eu assim sem você". A estrofe já previa como a fatalidade iria separar a dupla.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Fat Larrys Band não resiste mais de 10 anos

Na black music norte-americana é comum o desaparecimento de bandas tão rápido quando seu início. É o que ocorreu com a Fat Larrys Band, da Filadélfia, cuja  praia era R&B e Funk na década de 1980.
Fundada pelo baterista "Fat" Larrys James em 1977, ela durou dez anos, quando sua morte, aos 38 anos, decretou o final das atividades.
Os maiores sucessos do conjunto foram "Act Like You Know", ocupando o segundo lugar das paradas da Grã-Bretanha, em 1982; "Center City", "Boogie Town" e "Looking for Love Tonight". Mas no Brasil, as músicas preferidas pelos DJs dos bailes de black music foram "How Good is Love" (1980) e "Peace Full Journey" (1977). Esta última balada ajudou muitos a encontrar sua cara metade nas festas.
Antes de criar seu próprio conjunto, James trabalhou nas bandas  The Deofonics (onde Major Harris é vocalista) e Blue Magic, ambas da Filadélfia. O restante do grupo incluia trompetista/flautista Art Capehart, o saxofonista Doug Jones, o trombonista/saxofonista Jimmy Lee, o guitarrista Ted Cohen, o percursionista/vocalista Darryl Grant, o baixista Larry La Bes e o tecladista Erskine Williams.

sábado, 5 de novembro de 2011

Tom Browne e o sopro suave do Jazz

O trompetista Tom Browne aprendeu tocar Jazz com mestres do gênero, como Jimmy Nottingham, Richard Williams, Woody Shaw e Fredie Hubbard. George Benson o descreve como cheio de alegria e competente para qualquer estilo musical.
Nascido no bairro do Queens, em Nova York, no mês de outubro de 1954; aos 11 anos já estudava piano. Mas inspirado por sua coleção de discos de Jazz, optou pelo trompete.
Porém, só em 1975, aos 21 anos, conseguiu fazer seu primeiro show profissional, numa escola pública de Nova York, onde a mãe trabalhava.
A partir dai entrou contato com feras do porte de Sonny Fortune e Lonnie Smith e pouco tempo depois conheceu Dave Grusin e Larry Rosen. A amizade desses dois  rendeu contrato numa subsidiária da Arista Records, em 1979. É a estreia do álbum Browne Sugar. No ano seguinte lança Funkin´for Jamaica. Bem dançante, o hit emplaca, principalmente por causa da vocalista Tonni Smith. As paradas de sucesso norte-americanas passam a conhecer o balanço do sopro de trompete de Tom Browne.
Em 1981, a dupla Grusin/Rosen produz o disco Yours Truly e as canções "Fungi Mama" e "Bye Gones" mantêm Tom Browne no auge. O talento reconhecido o levou para o primeiro time da Arista Records. Nesse mesmo ano lança o álbum Magic. Os destaques são os hits  "Thighs High (Grip Your Hips and Move)", que chegou ao 4º lugar das paradas de R&B dos Estados Unidos.
A sofisticação do seu trabalho rendeu outro disco em 1983. Sobressaindo as canções "Rockin Radio". Também fez parte desse álbum, a música "Brighter Tomorrow". Como verdadeira máquina, no ano seguinte apresenta aos fãs o disco Tommy Gun; produzido por Maurice Starr, o destaque foi a canção "Secret Fantasy". Em 1984, ele teve tempo para gravar com Roy Ayers o hit "Goree Island", cuja faixa entrou no álbum Dark.
Na década de 1990 trocou a Arista pela Hip Bop Records e continuou lançando álbuns, alguns com regravações de seus sucessos, como ocorreu em 1994 ao fazer releitura de Funkin´ for Jamaica. Ao tornar-se evangélico,  em 1988, gravou o CD No Longer I, pela Malaco Records. Depois foi trabalhar de piloto de avião numa grande empresa de correio aéreo dos Estados Unidos, visto que aviação é uma de suas paixões.
Antes do final dos anos de 1990, retorna com dois discos: Another Shade of Browne (1996) ao lado de Ron Carter, Idris Muhammad e Billy Childs; R&Browne (1999).
O ano de 2003 marcou a gravação do CD The Tom Browne Collection. O mesmo ocorreu em 2010, com o álbum S´Up. Continua fazendo shows solo e às vezes acompanhando Roy Ayers e Wayne Henderson.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Bobby Darin e sua intensa vida curta

Imagine um cantor que tocava piano, violão, marimba, gaita, bateria e dono de ótimo fraseado. Também foi empresário, produtor, ator de cinema e televisão, animador, comediante e compositor.
Este era Bobby Darin. O que ele conquistou e fez em 15 anos, diversos artistas demoram 30 ou 40 anos.
Para completar, quando morreu em dezembro de 1973, autorizou a doação do corpo para a Universidade de Los Angeles, visando os estudos aos alunos de Medicina.
Nascido no bairro do Bronx em 1936, em Nova York; teve como berço uma caixa de papelão e depois a gaveta de uma cômoda. Quando criança, aos 8 anos, sofreu febre reumática, afetando seu coração.
Como o guitarrista Eric Clapton, imaginava que sua mãe fosse sua irmã e avó a mãe. Seu primeiro grande sucesso foi "Splish Splash", regravado por Roberto Carlos. Aos 23 anos, em 1959, ganha seu primeiro Grammy, com a canção "Mack the Knife", e o segundo Grammy como cantor revelação. Era o ídolo teen da América, que fervia por causa do recém-nascido Rock and Roll.
Na década de 1960 grava "Beyond the Sea", versão em inglês de "La Mer", do francês Charles Trenet. É indicado ao Oscar pelo desempenho no filme Pavilhão 7 ao lado de Gregory Peck. Já com a saúde fraca trabalha na campanha política do senador Bobby Kennedy, de quem era amigo pessoal. Porém, o seu assassinato em 1968 o joga numa depressão. Para de cantar e vai morar num trailer.
Em 1971 retorna aos shows, mas seu coração não está bom. Passa a depender de respiração artificial de oxigênio durante os intervalos das apresentações. Após se casar pela segunda vez em junho de 1973, separa quatro meses depois e morre de ataque cardíaco em dezembro daquele mesmo ano. Apesar dos sérios problemas de saúde que o perseguia desde a infância, era bem-humorado.

Gregory Isaacs, um dos papas do Reggae

Gregory Isaacs é outro grande nome do Reggae. Para chegar ao sucesso participou de diversas peneiras feitas pelos produtores musicais de gravadoras na Jamaica. Comeu muita poeira até gravar seu primeiro álbum em 1970, aos 20 anos, pela Rupie Edwards Records.
Para obter o controle artístico e financeiro sobre sua obra, abriu em 1973 a Africa Museum Records.
É quando estoura com o hit "My Only Lover". Daí para frente lança "All I Have is Love", "Lonely Soldier", "Black a Kill Black" e "Extra Classic".
Em 1974, ao lado produtor Alvin Ranglin, chega ao topo das paradas jamaicanas com "Love Is Overdue". Depois emplaca "My Time", "Slavemaster", "One One Cocoa Fill Basket" e "Mr.Cop".
Até sua morte em outubro de 2010, trabalhou com inúmeros produtores. Suas primeiras gravações eram de canções recheadas de estórias de amor, depois passou a compor hits de protesto, revelando as mazelas responsáveis pela miséria da maioria da população jamaicana, como fazia Bob Marley. Seus álbuns de maior destaque pela crítica especializada são Mr. Isaacs (1977), Slum in Dub (1978), Soon Forward (1979) e Night Nurse (1982).
Em 1980,  contratado pela Virgin Records, faz turnê pelos Estados Unidos e Europa e o público o recebe bem, impactado pelo seu estilo de cantar. A nova gravadora divulgou suas músicas para um número maior de pessoas, ajudando a entrar mais dinheiro em sua empresa, por causa dos direitos autorais. Depois caiu numa maré brava. É preso, fica sem dinheiro e para sobreviver passa a gravar com qualquer produtor de ponta de esquina.
Mesmo assim não deixa seu padrão de qualidade cair. É dessa época as presenças dos produtores Jammys Man, Red Man, Bobby Digital e Steely and Clevie. Passa a ser parâmetro aos novos talentos do Reggae na Jamaica. Ao lado de Bob Marley e Dennis Brown é considerado um dos maiores cantores de Reggae do mundo.