A carreira de Shaw foi destruída pelas drogas |
Luís
Alberto Alves
Herman Shaw II,
nascido em 1944 na Carolina do Norte foi criado em Newark, New Jersey, onde o
pai cantava num grupo gospel. Logo tomou gosto pelo trombone, aos 11 anos de
idade. Não demorou em mostrar o talento ao lado de jazzistas de renome. Aos 16
saiu da escola para trabalhar com Willie Bobo, em cuja banda tocou ao lado de
Chick Corea e Joe Farrell.
Também conheceu Eric Dolphy, gravando com ele
em 1963. No ano seguinte Shaw foi convidado para participar de uma turnê na
Europa, mas Dolphy morreu antes. Mesmo assim viajou e ficou algum tempo na
França tocando com Kenny Clarke, Bud Powell e outros. Retornou aos Estados Unidos no começo da
década de 1960 e se uniu a Horace Silver, gravando dois discos, em 1965 e 1966.
Em seguida trabalhou com McCoy Tyner e Art
Blakey. No final da década de 1960 e começo dos anos de 1970 permaneceu muito
tempo envolvido como músico de estúdio e caiu sua reputação no Jazz. Passou a
gravar para Muse Records, onde seu talento renasceu. Mais uma vez tocou junto
com Chick Corea e Art Blakey e o seu grupo apoiado por Dexter Gordon.
O início da década de 1980, a banda de Shaw
estava em trânsito constante, inclusive com a entrada dos músicos Terri Line
Carrington e Larry Willis. Em 1984 virou destaque com a banda Paris Reunion,
aparecendo em dois álbuns French Cooking e For Klook. Infelizmente Shaw passou
a enfrentar problemas de saúde, provocados por dependência em drogas. Estava
quase cego, quando no começo de 1989 visitou o Village Vanguard para ouvir Max
Roach.
Ao voltar para casa, tropeçou nos degraus de
uma escada na estação de metrô de Nova York, sofrendo a amputação de um dos
braços, decepado pelo trem. Socorrido ao hospital, permaneceu em coma e morreu
três meses depois. É lembrado por ter o estilo de tocar de Clifford Brown e
Freddie Hubbard, artistas com quem ele trabalhou. Se tivesse ficado longe das
drogas, Shaw poderia ter sido um dos grandes nomes do Jazz Contemporâneo.
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