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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Orquestra de Teutônia: a Love Unlimited brasileira

Com 26 músicos, a orquestra é a maior sensação no sul do Brasil, onde realiza vários shows

Maestro Dalferth introduziu coreografias

O timbre do baixo elétrico  é idêntico ao da orquestra de Barry White


  O ditado popular diz que nos pequenos frascos estão os melhores perfumes.  Essa máxima é aplicada à Orquestra de Teutônia, do Rio Grande do Sul, cidade com 30 mil habitantes. Criada em 1983, ela é uma mistura de três grandes orquestras (The Love Unlimited – banda de apoio de Barry White -, Ray Conniff e Tabajara, do maestro Severino Araújo).  Em cima desse tripé é mesclado repertório popular, incluindo Rock, Pop, Soul, Jazz, Samba, Chorinho e Blues.

O show realizado em 12 de setembro, no Teatro Brigadeiro, em São Paulo, promovido pelo Grupo Otimiza, empresa de eventos e dona da revista Truck&Motors, mostrou a grande qualidade dessa orquestra. A competência dos seus músicos contribuiu, em 2000, para ficar em primeiro lugar no 4º Festival Internacional de Música de Grimma, na categoria Orquestras Estrangeiras, concorrendo com grupos do Japão, Iugoslávia, Hungria, Polônia, Holanda, Chechênia e República Tcheca. O apoio do Ministério da Cultura foi essencial ao ceder 14 passagens aéreas.
  A coreografia dos músicos (trombone de vara, piston e trompete) durante a apresentação é um dos diferenciais em relação a outras orquestras, onde todos tocam sentados.  Quando executaram canções de Michael Jackson, em São Paulo, eles imitaram a coreografia Moon Walk, quando tocavam o hit “Billie Jean”. Tudo sem nenhum integrante se esbarrar no instrumento do parceiro. A ótima afinação tem o dedo profissional do maestro Astor Jair Dalferth.

Graduado em Música pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, ele rege a orquestra desde 1989. Dalferth foi quem introduziu as coreografias na Orquestra de Teutônia. Outro destaque neste grupo de músico é o gostoso timbre do baixo elétrico, idêntico ao da The Love Unlimited Orchestra, que sob a batuta de Barry White vendeu mais de 90 milhões de discos em todo o mundo.
  No terceiro CD lançado em 2007, Tributo a Ray Conniff, os cantores da Orquestra (dois homens e duas mulheres), destacando os solistas Marlon (ele consegue cantar Soul e Funk como se fosse um negro do Harlem ou de Chicago) e Diana, que além de bela voz, toca saxofone maravilhosamente bem. Ali, Dalferth misturou timbres da voz humana com os timbres dos metais, marca registrada de Ray Conniff. Incluiu canções, também, de Ary Barroso, Burt Bacharach, Bert Kaempfert, ABBa e The Carpenters.
  A sintonia entre músicos e cantores solos funciona perfeitamente na Orquestra Teutônia. Isto ficou nítido quando interpretaram o hit “Don´t Cry For Me Argentina”.  A pausa dos instrumentos de sopros, com os músicos engrossando o coral embelezou a canção. Outro ponto forte é o domínio do uso de scat (técnica de canto que consiste em se cantar vocalizando tanto sem palavras quanto com palavras sem sentido e sílabas, como fazia Billy Stewart na década de 1960 e George Benson apresenta em seus shows). Eles fizeram isto ao cantar um dos maiores sucessos do grupo sueco ABBA, “Dancing Queen”.
Fundação
  Fundada em 1983, inicialmente com 13 músicos que se reuniam toda semana com o professor Airton Grave. O projeto inicial era levar canções instrumentais para festas comunitárias e diversos eventos sócio-culturais. O trabalho da orquestra se concentrava no Centro Cultural 25 de Julho, de Teutônia, numa escola que visava a formação de novos instrumentistas. Em 1986, com mais de 50 alunos inscritos para aulas de trompete, trombone, saxofone, clarinete, teclados, violão e bateria. Alguns instrumentos foram comprados pelo Centro Cultural e emprestados aos alunos. Após três anos de estudos, nasceu a Orquestra Mirim de Teutônia, com a maioria dos alunos com 12,13 ou 14 anos.
  Quem mais se destacou passaram a integrar a Orquestra. Em 1991, o número de músicos chegava a 24, numa faixa etária de 16 anos. A partir de 1996, o crescimento gradual levou o grupo a espetáculo nos principais eventos culturais, congressos e feiras do Rio Grande do Sul. Em 1997 participaram do 3º Festival Internacional de Música de Grimma, na Alemanha, categoria Orquestras de Sopro, concorrendo com mais de 25 grupos europeus e conquistando o primeiro lugar.  Dois anos depois gravaram seu primeiro CD, neles estão reunidos os hits mais interpretados por eles desde 1996.
  O diferencial da Orquestra de Teutônia é a série de Concertos Didáticos com objetivo de repassar dados, curiosidades e aprendizado a toda rede escolar de Teutônia, chegando a atingir cerca de 40 mil ouvintes.  O repertório é composto do melhor da MPB, Jazz, temas musicais do cinema mundial, Rock, Pop, canções Latino-Americana, folclore gaúcho, alemão e italiano. Com 26 músicos distribuídos em naipes de saxofones, trompetes, trombones, teclados, guitarra, baixo elétrico, bateria e percussão, realizam várias apresentações no sul do Brasil. Mas pelo visto os shows vão se espalhar por todo o País e Exterior. Talento e competência a Orquestra de Teutônia tem de sombra.





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