Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Ferlin Husky tinha
três carreiras separadas. Fora dos três, a mais conhecida é na Country-Pop, que
o levou ao topo das paradas no final dos anos de 1950, mas ele também era
conhecido como um cantor honky tonk chamado Terry Preston e uma história em
quadrinhos país chamado Simon Crum . Claro, Preston e Crum são apenas notas de
rodapé a carreira muito popular da Husky, embora Crum quase se tornou um nome
familiar também.
Durante os anos de 1950 e início dos anos de
1960, ele teve uma série de Top 40 hits , com destaque para dois hits número um
- "Gone" e "Wings of a
Dove”, que explodiu nas paradas de todos os Estados Unidos.
Nascido e criado numa fazenda do Missouri,
logo se apaixonou por música e passou a tocar guitarra ainda criança. Na
Segunda Guerra Mundial se alistou na Marinha para fazer show para as tropas a
bordo do navio. Depois voltou a Califórnia e adotou o codinome de Terry
Preston. Não demorou em entrar na Capitol Records e voltou a usar o nome de
Ferlin Husky.
Chegou ao pico em 1957 com a canção “Gone” e
começou a carreira de ator no filme Mr. Rock & Roll. Durante a década de
1960 não chegou ao sucesso de novo. Seu último hit foi “Just for You” no final
dos anos de 1960. Até 1975 lançou músicas sem expressão. Dois anos depois uma
cirurgia do coração aposentou. Morreu em 2011 aos 85 anos.
O cantor e
compositor Don Gibson foi uma das forças mais populares e influentes nos anos
50 e 60 em vários países. Era o Country/Pop que atingiu grande público. Por
quase uma década seu primeiro single de sucesso foi “Sweet Dreams”, de 1956.
Vários intérpretes gravaram suas canções: Patsy Cline, Ray Charles, Kitty
Wells, Emmylou Harris, Neil Young e Ronnie Milsap.
Caçula de cinco
filhos, seu pai, que era ferroviário, morreu quando ele tinha dois anos de
idade. Por trabalhar na roça na infância tinha trauma de multidão. Mas aos 14
anos aprendeu a tocar guitarra e tudo mudou. Ao conhecer o violinista Ned
Costner entrou num trio. Aos 16 anos passou a tocar numa rádio.
Não pensava em grandes projetos, mas em 1949
foi convencido a entrar na Mercury Records e produtor Murray Nash passou a
lapidar a pérola. Veio o hit “Mama Automatic”. No ano seguinte estava na RCA
Victor Records, ali montou o grupo Cotton Kinfolks King. Não vendeu muitos
discos. Em 1952 entrou na Columbia Records através do produtor Don Law. Passou
a colecionar sucessos.
No ano de 1955 veio o sucesso “Sweet Dreams”. Já
estava na MGM Records. Dois após voltou à RCA Victor pelas mãos de Chet Atkins,
para lançar o single “Oh Lonesome Me”, que ficou oito semanas no topo das
paradas de sucessos.
Na década de 1960
gravou sucessos como “I Can not Stop Lovin You”, “Day Blue Blue”, “Just One
Time”, “Sea of Heartbreak” entre outros. Virou o compositor mais influente
daquela época. No final dos anos de 1960 era alcóolatra e drogada, que o levou
a clínicas de recuperação para voltar limpo em 1971.
No Verão de 1973
lançou seu último single “Woman (Sensuous Woman”. Depois passou a visitar as
paradas com hits de pouca expressão, como “Bring Back Your Love to Me”. Durante
os anos de 1980 e 1990 viajou bastante e viu vários de seus sucessos lançados
pela Bear Family Records. Morreu em Nashville em 2003.
O cantor e
compositor e ator Claude King é lembrado pelo seu único grande sucesso, “Wolverton
Mountain”, baseado no conto de Clifton Clowers em que uma menina é mantida sequestrada
numa montanha sob mira de uma faca.
Ao se
concentrar apenas nesta canção, se tem uma imagem distorcida dele. King surgiu
do meio que produziu Johnny Horton. Lançou mais de 27 singles. Aprendeu a tocar
guitarra aos 12 anos. Passou os anos de 1940 e começo da década de 1950
trabalhando como engenheiro de construção e cantando em clubes noturnos.
Tudo mudou
ao conhecer Tillman Franks, que iria virar gerente de Johnny Horton e também
dos melhores talentos da rádio KWKH de Louisiana. Seu primeiro single saiu em
1947. Quatorze anos depois entrou na Colombia Records, gravando o single “Big
River, Big Man”. A canção explodiu nas paradas.
Cantando
no estilo de Johnny Horton, escreveu “Wolverton Mountain”. Depois soltou “The
Burning of Atlanta”. Em 1964 lançou “Hey Lucille!”, “Sam Hill” e “Building a Bridge”. Em 1971 saiu da
Columbia e passou a gravar com pouco sucesso em selos independentes. Seu último
hit, “Cotton Dan” saiu em 1977.
Al Dexter ganhou um lugar na música popular quando
escreveu "Pistol Packin 'Mama" em 1942. Gravado por ele um ano
depois, o single vendeu 3 milhões de cópias - não contando partituras - em
menos de dois anos e foi classificada como a terceira música mais popular dos
anos de guerra.
Ambos Bing
Crosby (com as Andrews Sisters) e Frank Sinatra gravou " 'Mama de hits, e a
canção influenciada pelo som de Nashville impactou os Estados Unidos na década
de 1950.
Ele também
influenciou o estilo Honky Tonk que virou contraponto para o som de Nashville.
Dono de bar durante os anos de 1930, popularizou esse gênero musical, na época
uma gíria para bares barulhentos.
Nascido em Jacksonville, em 1902, começou a tocar
na região rica em petróleo do Texas na década de 1920. A crise econômica de
1929 o fez trabalhar de pintor de casas. Nas horas vagas cantava com o grupo
Texas Troopers no início da década de 1930.
Até os anos de 1940 gravou para Okeh e Vocalion.
Em 1944 emplacou o primeiro grande sucesso nas paradas: “Pistol Packin Mama”,
seguido de “Rosalita”. O grande estourou aconteceu em 1944, com “So Long Pal”,
além de “Too Late to Worry, Too Blue to Cry”.
Os anos da Segunda Guerra Mundial foram bons para
Dexter: "I'm Losing My Mind Over
You"/"I'll Wait for You Dear” ficaram várias semanas nas paradas.
Repetiu a dose com "Triflin' Gal"/"I'm Lost Without You”. Em
1946, o hit “Guitar Polka” passou quase quatro meses no topo das paradas. Em
seguida veio os hits “Wine, Women and Song”, na cola de “Kokomo Island” e “
Down at the Roadside Inn” e o single “Rock and Rye Rag” e “ Calico Rag”.
Ganhou 12
Discos de Ouro entre 1943 e 1948. Ganhou um Oscar pela canção “Guitar Polka”.
No final de 1940 abriu o próprio clube, em Dallas e ali ficou até se aposentar.
Charline
Arthur não atua pelas regras do showbiz. Durante a década de 1950, a Country
Music não era bem vista e muito menos
cantada por mulheres, que se submetiam às ordens das gravadoras ou promotores
de festas. Ela recebeu muita pressão, mas nunca mudou seu estilo.
De
temperamento feroz, era difícil de se trabalhar, especialmente irritando seu
produtor. Porém sua música era boa. Foi precursora do Rockyabilly. Mesclou
Bluesy, Country e fazia os shows pegarem fogo. Charline acabou sendo a primeira
cantora deste gênero a se apresentar vestindo calças compridas e liberdade
total no palco.
De
carreira curta, gravou na RCA Records por três anos. Filha de pastor
pentecostal, Charline nasceu em 1929 no Texas, aonde começou a cantar na
igreja. Aos sete anos começou a juntar garradas para comprar uma guitarra por seis
dólares. Influenciada pelo Honky Tonk de Ernest Tubb, escreveu a primeira
canção “I Got the Blues Boogie” aos 12 anos.
Na
adolescência já se apresentava em shows de rádio até ganhar um convite de
viajar na década de 1940 num programa de medicina. Os pais não deixaram.
Respondeu casando com Jack Arthur, contrabaixista de suas gravações.
No final
de 1940 começou a soltar em discotecas do Texas. Depois gravou um single e
mudou-se, com o marido, para a cidade de Kermit, no mesmo Estado do Texas. Ali
foi contratada como DJ numa estação de rádio. Montou uma banda e passou a se
apresentar em clubes locais e ganhou diversos fãs.
Em 1950,
aos 21 anos, entrou na Imperial Records, lançando single. Nesta época o seu
empresário Coronel Tom Parker, que mais tarde iria definir o destino de Elvis
Presley, ficou impressionado com seu talento. Em 1953 estava na RCA Records.
Do seu
disco participaram os músicos renomados e passou a dividir o palco com Elvis
Presley, cuja mãe era fã de Charline. Em 1955 foi segunda colocada num concurso
promovido por uma revista de Country Music.
Porém nem
tudo era flores para ela. Seus hits eram considerados bem avançados para a
época. Não fazia sucesso. Saiu da RCA em 1956. E depois largou o marido. Formou
um trio com suas irmãs, Betty e Dottie, mas sem êxito também.
Em 1960
estava sem dinheiro. Mudou-se para Salt Lake City e ali conheceu Ray Pellum, dono de uma discoteca e gravadora.
Passou a cantar naquele clube. Também gravou para a Eldorado Records. Em 1965
foi para a Califórnia.
Até 1978 lançou discos em três pequenos selos
(Rustic, Wytra e Republic) com Alice Michaels. Em 1979 passou a sofrer de
artrite, retornou a Idaho e ali ficou até 1987, ano de sua morte. Viveu o
bastante para ver seu material reeditado da RCA Records pela Bear Family
Records em 1986.
Caso não tivesse morrido aos 35 anos, Horton teria influenciado muito a música
Luís
Alberto Alves
Embora ele seja
lembrado por suas canções histórias, Johnny Horton foi um dos melhores e mais
populares cantores de Honky Tonk do final da década de 1950. Misturou esse
gênero com Rockabilly. Teve a carreira liquidada após sofrer grave acidente de
carro em 1960, mas suas canções continuaram ecoando por mais 30 anos.
Nascido em Los Angeles em 1925, durante a
infância mudou-se para o Texas. Aos 11 anos a mãe lhe ensinou a tocar guitarra.
Aos 19 anos concluiu o Ensino Médio e participou de seminário metodista para
aderir a um ministério. Não gostou e logo depois passou a viajar pelo país. Foi
para o Alasca e ali passou a compor.
Retornou ao Texas e
entrou num concurso de caça talentos apresentado por Jim Reeves. Venceu e
passou a participar de todos que apareciam em sua frente, até chamar a atenção
de Fabor Robison. Ele arranjou um contrato na Corman Records.
Durante 1951 Horton
se apresentou em diversos programas de televisão. Não demorou em chegar à
Mercury Records. Depois teve vários problemas conjugais até conhecer Billie
Jean em 1953. Percebeu que estava afundando. Pulou no barco da Columbia Records
no final de 1955. Ali lançou o single “Honky Tonk Man”, que viraria clássico em
suas mãos. Virou estrela.
Para esconder a calvície usava chapéu de
cowboy e mesmo se tornou atração em diversos eventos, com os três singles: "I'm
a One-Woman Man", "I'm Coming Home" e "The Woman I
Need" . Nos anos de 1957 e 1958 não visitou as paradas de sucesso.
Em 1958 lançou “All Grown Up”, mas a balada “"When
It's Springtime in Alaska (It's Forty Below)" lhe deixou bem no filme. A
letra era baseada em histórias populares do final da década de 1950. Depois
soltou o single “The Battle of New Orleans”. Gravou outras canções até se
dedicar à Folk Music.
Os hits “Johnny Reb”
virou hit Top Ten em 1959 e “Sink The Bismarck” repetiu a dose no ano seguinte.
Nessa época passou a ter premonições de que iria morrer. Infelizmente em 4 de
novembro de 1960, aos 35 anos sofreu acidente automobilístico quando retornava
para casa após show em Austin. Morreu ainda jovem, mas influenciou diversos
artistas de sua época.
Com sua reverência flagrante para Buddy Holly,
o companheiro texano Bobby Fuller foi um pouco de uma anomalia em meados dos
anos 60. Com sua guitarra Stratocaster e impetuoso, som completo, no seu melhor
Fuller soou como Holly poderia ter sido se estivesse sobrevivido ao acidente
que o matou em 1959.
Ao lançar uma regravação de Holly, "Love's Made a Fool of You" e o Top Ten
"I Fought the Law" chegou ao
mundo da fama, até morrer em circunstâncias misteriosas num carro estacionado
em Hollywood. A polícia imaginou que fosse suicídio.
Neste curto período
Fuller estourou em todos os Estados Unidos, lançando várias canções. Após
gravar vários singles em sua cidade natal de El Paso, no começo da década de
1960, mudou-se para a Califórnia em 1964 e conheceu o produtor Bob Keene, o
mesmo que descobriu Ritchie Valenz e Barry White.
Lançou os hits “Let
Her Dance”, “Another Sad and Lonely Night”, "My True Love,"
"Never to Be Forgotten," "Fool of Love," e "The Magic
Touch." Era um herdeiro digno do Rock & Roll. Caso não tivesse morrido
precocemente iria produzir bons discos, pois era compositor talentosos. Na
década de 1980 muitas canções inéditas deles foram regravadas.
A música de Boyd
Bennett caiu no gosto popular quando o Rock & Roll começava a dar seus
primeiros passos nos Estados Unidos. Atuando como baterista em Nashville e
cantor na banda de Francis Craig, não demorou em chegar à King Records no final
de 1952. Onde lançou o single “Time” no final daquele ano.
Dois anos depois mudou o nome de seu conjunto
de Southlanders para Rockets, mesclando elementos do R&B visando ganhar um
público mais jovem. Coincidentemente isso aconteceu quando Bill Haley refez sua
banda.
No começo de 1955,
Bennett and The Rockets gravou o hit “Seventeen”. A canção estourou nas paradas
Pop da época. Um dos discos mais vendidos da King Records. Na onda, lançou os
singles “My Boy Micro-Top”, além do clássico Rockyabilly “"Seven Nights to
Rock”.
Ao longo de 1957 e
1958 gravaram outros hits, como “Hit That Jive” “School Hop High”, sem grande
êxito. Em 1959 entrou na Mercury Records. Após várias fracassos, percebeu que
estava velho para o público que gostava de Rock & Roll e resolveu se
retirar do palco.
Com o dinheiro ganho
pela canção “Seventeen” tinha comprado três discotecas e virou sócio de uma
emissora de televisão. Dez anos depois abriu uma empresa fabricante de peças
para ar condicionado. Nunca mais voltou ao mundo da música.
Buddy Knox foi o
primeiro artista da era do Rock & Roll a escrever e gravar seu próprio hit ‘Party
Doll” que vendeu milhões de cópias em 1957. Foi pioneiro da Lone Star State
Rockabilly, que depois ganharia o nome de Tex-Mex. Ele antecipou a carreira do
colega do Texas, Buddy Holly. O mais curioso é que as contribuições de Knox
para o Rock ficaram subestimadas.
Nascido Wayne Knox, em 1933, numa fazenda na
periferia de West Texas Town of Happy, durante a Segunda Guerra Mundial sua mãe
e os irmãos eram integrantes de um grupo gospel, embora fosse apaixonado por
Country Music.
No Ensino Médio ele
participou do West Texas State College e como clandestino entrou no grupo vocal
amador Serenaders, que incluía o baixista Jimmy Bowen e o guitarrista Donny
Lanier. Em 1955 o trio ganhou o nome de The Rhythm Orchids por causa das
camisas roxas que usavam nas apresentações.
Depois entrou o baterista Don Mills, nesta
época se aproximaram do Rock. Conheceram a lendária Sun Records, a gravadora
que descobriu Elvis Presley. Aconselhados por Roy Orbison deixaram a produção
do disco nas mãos de Norman Petty, que já havia trabalhado com outras estrelas
deste estilo musical. Porém o baterista Mills sentiu a responsabilidade e
resolveu voltar para a escola. No seu lugar entrou Dave Alldred.
Gravaram os hits: “ Party Doll” e “"I'm
Stickin' With You”. Pegaram 500 cópias dos discos e voltaram para West Texas.
Juntaram uma grana e fundaram a Triple D e prensaram mais 2.500 discos. A irmã
do guitarrista Lanier passou, modelo em Nova York, pegou um dos vinis e
repassou para editora de música Phil Kahl. O hit entrou na recém-formada
Roulette Records.
Ed
Sullivan
Conseguiram vender mais de 1 milhão de cópias,
com o hit “Party Doll”, estourando nas paradas. A canção ficou mais de 23
semanas no topo dos grandes sucessos,
rendendo apresentação no programa de Ed Sullivan, o Silvio Santos dos Estados
Unidos na década de 1950.
A partir dai Knox e
Bowen optaram por carreiras solos, mas usando a banda
The Rhythm Orchids
como grupo de apoio. Em 1957, Knox explodiu com a canção "Rock Your Little
Baby to Sleep”, vendendo mais 1 milhão de discos. A grande jogada é que o som
dele era um Rockabilly mais bonito.
Durante aquele ano ele ocupou o posto de grande estrela do Rock. Em 1958 gravou
os hits “Devil Woman” e "Swingin' Daddy”, seguido de uma regravação de “Somebody
Touched Me”, outro estouro de vendas. A canção "I Think I'm Going to Kill
Myself", que incentiva o suicídio foi proibida em diversas rários, marcou
o último Hot 100.
Taste
of the Blues
Após lançar dois singles para a Roulette, “Taste
of the Blues” (1960) e “Long Lonely Nights”, Knox saiu da gravadora para entrar
na Liberty Records. Ali o produtor Snuff Garret o lapidou mais. Soltou o hit “Lovey
Dovey” em 1961, mas a produção de Garret numa pegada adolescente não rendeu
bons frutos.
Lançou outros
singles: “Ling-Ting- Tong”, “Dear Abby” e “All Time Loser” sem bons resultados.
Saiu para entrar na Reprise Records em 1964. Gravou as canções “"Livin' in
a House Full of Love" e "Love Has Many Ways." Pulou no barco da
United Artists e o produtor Bob Montgomery acertou a mão na música “Gypsy
Man", grande sucesso em 1968.
Mudou para o Canadá e abriu uma boate e
manteve agenda intensa de turnês nas décadas de 1970 e 1980. Em 1999 descobriu
que tinha câncer no pulmão, por causa do vício no cigarro. Quando o mês de
fevereiro daquele ano terminou, Knox já estava na lista dos passageiros que
embarcaram rumo ao além.
Joe e Rose Maphis
foram uma popular dupla de marido e mulher na década de 1940 e 1950, cantando
diversas canções ancorada no talento instrumental de Joe que tocava tudo sobre
cordas, especialmente guitarra dupla.
A
canção “Dim Lights, Thick Smoke (And Loud, Loud Music)” é um dos grandes
sucessos da dupla. Até a morte de Joe, em 1986, ele tocou para diversos
artistas, entre eles Rick Nelson, Tex Ritter e Wanda Jackson.
Maurice White foi um dos fundadores da Earth, Wind & Fire
Luís Alberto Alves
A
Black Music ficou mais pobre no dia 3 de fevereiro: morreu um dos fundadores da
Earth, Wind & Fire, Maurice White. Aos 74 anos, ele já estava afastado dos
palcos por causa do mal de Parkinson. Talentoso, durante várias décadas fez os
arranjos da maioria dos grandes sucessos da banda que tirou do papel em 1968 em
Chicago.
Dois
anos antes, White era baterista da banda Young Holt Unlimited, que estourou nas
paradas de todo o mundo com o hit “Soulful Strut”. Nessa época ele conheceria
Ramsey Lewis, que ao lado de White, mais tarde, escreveria canções e arranjos
de hits que viraram clássicos nos bailes de todo o mundo. Um deles é a balada
de 1975 “Reasons”, onde a bela introdução feita com clarinete a imortalizou.
Nascido em Memphis, terra da inesquecível e
legendária gravadora Stax Records, em 1941, na adolescência mudou-se para
Chicago e ali começou a trabalhar como baterista na Chess Records, quando
conheceu Ramsey Lewis. Num dos hits da Eart, Wind & Fire, gravado em 1979,
o talento de White é exposto na canção “September”, até hoje outro grande
sucesso do grupo.
No palco era difícil não reconhecê-lo, por
causa dos quase 2 metros de altura e a famosa cabeleira estilo black power. Ao
lado do irmão e contrabaixista Verdine White, o vocalista Philip Bailey (a voz
fina do hit “Reasons”), o percussionista e vocalista Ralph Johnson, manteve a
Earth, Wind & Fire no topo.
Mesmo quando a doença o afastou das
apresentações, o trio Verdine, Bailey e Johnson manteve ativo o DNA da banda,
agora com 48 anos de estrada. Com mais de 90 milhões de discos vendidos, seis
prêmios Grammy e espaço assegurado no Rock & Roll Hall of Fame, White pode
descansar em paz. Entrou para a galeria dos grandes artistas da Black Music.