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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Curtis Blandon: autor de vários sucessos na época da Disco Music


Blandon é conhecido por sucessos na boca de outros cantores

 Os amantes da Soul Music conhecem Curtis Blandon por causa do hit "In the Long Run”. De família musical, ele estudou o Ensino Médio com futuros artistas da Motown Records, como Eddie Kendricks e Shorty Long. Saiu de Birmigham, Alabama, em 1960, para Chicago, antes de mudar o roteiro para Nova York, onde conheceu o produtor  Teddy Powell.

 Cantor e compositor vendeu diversas canções para ele, antes de ficar no lugar de Joe Duncan no quarteto de Doo Wop, Vocaleers. Apesar de escrever para o grupo o hit "Cootie Snap”, a falta de apoio promocional da Atlantic Records, o fez deixar o conjunto.

 Após gravar os singles solo “Soul” e “Mr. Imagination”, no ano seguinte foi prestar Serviço Militar. Em 1965 voltou e lançou o single “I Nedd You” para subsidiária Tower, da Capitolio Records. Um acordo posterior com a Buddah Records não deu em nada.


 Após cantar em vários grupos sem expressão, em 1972 assina com a Wand Records. Os vocais marcantes do disco resultaram em sucesso regional. Desanimado optou por escrever canções, compondo vários hits que explodiram durante a Disco Music, como ““ Let’s Make a Deal," "Do It Right," e "Let's Make Love”, esse último incluso no álbum de Gloria Gaynor, de 1976. Apesar de várias músicas compostas, Blandon ficou conhecido no Show Biz dos Estados Unidos, como autor da célebre “In the Long Run".

Nolan Chance: talento ignorado pelas gravadoras

Nolan: talento ignorado pelas gravadoras


 Nolan Chance foi outro artista de talento da música de Chicago, porém nunca conseguir ganhar reconhecimento da crítica. Nascido como Charles Davis, em Lousiana, em 1939, cresceu em Chicago, após a família mudar para lá na década de 1940. Na adolescência formou o grupo vocal de R&B Township High School e chegaram a abrir alguns shows de alguns artistas.

 Em 1959 juntou forças com os Trinidads, gravando o único sucesso: ““ When We're Together." Na década de 1960 entrou no The Turbo Jets e The Dukays, neste último ocupou o lugar de Gene Chandler, que saiu para carreira solo, gravado o hit “Duke of Earl”. Por falta de gravação de álbuns, Davis mudou para o The Artistics.

  Em 1964, Davis assinou com a Constellation Records, tomando o nome de Nolan Chance. Sua estréia foi com hit “She's Gone", balada que atraiu considerável atenção e estourando em paradas de sucesso locais. Mas ele não conseguiu repetir o êxito em todos os Estados Unidos. O outro disco, Just Like The Weather, acabou bem recebido pela crítica, mas Constellation já beirava a falência.


 Até o final da década de 1960, não gravou nenhum álbum. Com Eddie Thomas assinando contrato com a Curtom Records, ele gravou o single ““ I’ll Never Forget You”, caindo no gosto do povo. Infelizmente Chance não ficou muito tempo na Curtom. Em 1972 entrou na Scepter label, onde gravou o hit “Sara Lee”. Pouco tempo depois a gravadora quebrou e o single “Sara Lee” fracassou nas paradas.

Sammy Ward: cantor de Soul Music que estourou na Grã Bretanha

Ward foi o primeiro cantor da Motown Records a gravar em dueto naquela empresa

Sammy Ward foi outro grande cantor de Blues da Motown Records, onde explodiu com o R&B “Who's The Fool", autoria de Smokey Robinson e produzida por Berry Gordy,  em 1961. Antes de se mudar para Detroit, cresceu cantando em clubes e bares de Birmingham, Alabama, no começo da década de 1950.

 Ao chegar à Motown, foi o primeiro artista da casa a gravar dueto com Sherri Taylor, “"Lover" / "That's Why I Love You So Much". Logo foi para Tamla Records, do mesmo grupo da Motown, gravando o hit "That Child Is Really Wild", escrita por Gordy e Robinson. Do lado B do disco, soltou a canção “What Maker You Love Him”, que Robinson trocou por “Who´s The Fool”.

 Ward lançou outros singles, como “Big Joe Moe”, de William “Mickey” Stevenson e Brian Holland, e “Someday Pretty Baby", que trouxe Stevie Wonder tocando gaita, ambos em 1962. Mas os fracassos comerciais o retiraram da gravadora de Barry Gordy.


 O jeito foi cantar em outro lugar, com Ward entrando na Groove City Label. No final da década de 1980 acabou descoberto pelos britânicos, amantes da Soul Music. O produtor Ian Levine gravou vários hits de Ward pela Motorcity Records, alguns da década de 1960. Ele apareceu em festivais de Soul na Grã Bretanha. No começo dos anos de 1990 morreu.


The Originals: outra grande banda da Motown Records

The Originals fizeram sucesso na década de 1960
O grupo The Originals, durante algum tempo foi um segredo bem guardado da Motown Records. Na década de 1960 eles colocaram vários hits nas paradas de sucesso, como "Baby I'm for Real”, além de trabalhar como backing vocals para os artistas da casa.

 Como sempre ocorre na maioria das bandas, o grande líder dos Originals foi Freddie Gorman. De Detroit, em 1957 havia criado os The Fideletones com amigo de infância Brian Holland. Após a gravação do hit “Pretty Girl”, na Aladdin Records, em 1959, a banda se dividiu e Gorman voltou ao serviço de carteiro.

No trajeto entregava correspondências na casa de Berry Gordy, fundador da Motown Records. Na demorou para o big boss contratar Brian Holland como compositor e produtor em parceria com o outro produtor, Robert Bateman e gravar um disco para as meninas do The Marvelettes.

 A história de Gorman mudou quando a integrante do grupo, a marvelette, Georgia Dobbins, sugeriu o nome de um hit, “Please Mr. Postman”, Holland pensou no colega de infância para compor a canção. A música estourou em todas as paradas em 1961 e Berry Gordy liberou outro hit de Gorman, “The Day Will Come” para a banda The Miracle.

 Holland, Gorman e Lamont Dozier formaram o trio de ouro na arte de compor grandes sucessos, incluindo “Old Love”, na voz de Mary Wells e “I Want a Guy” com as Supremes. Porém um erro no contrato deixou Gorman sem grana de direitos autorais, o levando novamente a trabalhar nas ruas.

 Em 1964 ressurgiu ao lado do parceiro Bob Hamilton na rival Golden World Motown, com as canções “(Just Like) Romeo and Juliet”. O ano seguinte marcou a gravação dos singles solo "In a Bad Way" e "Take Me Back," na Golden World Sister Records. Para evitar concorrência, Berry Gordy comprou as ações de Gorman na Golden World, com ele voltando à Motown Records em 1966.

 Foi nesta época que entrou nos The Originals, constituído por Spencer CP, Hank Dixon, Walter Gaines e Joe Stubbs, irmão do integrante dos Four Tops, Levi Stubbs, que logo emendou carreira solo. Lançaram o disco de estreia com a versão de "Goodnight Irene”. Nos próximos dois anos, quarteto ralou em busca de outro sucesso, trabalhando como backing vocal de Stevie Wonder e David Ruffin.

 Após longo deserto, estouram em 1969, com o hit “You're the One”, seguido da faixa título “Green Grow The Lilacs”. Marvin Gaye compôs para eles a canção "Baby I'm for Real”, outra explosão nas paradas, assim como “The Bells”. Fecharam o ano de 1970 com "We Can Make It Baby" e "God Bless Whoever Sent You."

 A década de 1970 não foi boa para o grupo, com fracos hits, como “Keep Me” e "I'm Someone Who Cares”, fracassos comerciais. Para complicar, Spencer CP saiu, cedendo lugar a Ty Hunter. A mudança não produziu efeitos. Continuou o sufoco em 1973, na gravação do hit “Be My Love” e “Good Lovin´” em 1975.

 Nessa época a Motown mudou as instalações de sua produção para Los Angeles. Os Originals foram juntos, uniram forças com Lamon Dozier para lançar o disco Communique, que chegou ao topo das paradas com a clássica “Down to Love Town”. Em 1978 saíram da Motown Records para entrar na Fantasy Records, onde soltaram álbum Ladies (We Need You). Em 1981 gravaram Yesterday and Today, marcando o retorno de Spencer CP.


 O disco incluiu a versão de “Please Mr. Postaman”, sem provocar estragos nas paradas. Também colocar remake de "Baby I'm for Real”. A década marcou a paralisação das atividades da banda, embora fizessem turnês esporádicas. Em 1997, Gorman lançou álbum solo, It's All About My Love. O ano de 2004 marcou a morte de Spencer CP, em 2006 foi a vez de Gorman partir.

Bobby McClure: prazer mórbido de trocar carreira artística por trabalho numa penitenciária

McClure engrossa as manias curiosas de artistas
Um grande nome da Soul Music foi Bobby McClure. De Chicago, aos nove anos de idade começou a cantar na igreja onde a família congregava. Logo, a voz de tenor chamou a atenção. Não demorou para entrar em grupos gospel de cidades vizinhas, incluindo The Soul Stirrers, do qual Sam Cooke era integrante.

 O talento obrigou McClure passar a soltar a voz em outros estilos musicais, incluindo R&B e Doo Wop. Criou o conjunto Bobby and The Vocals, ao lado do baterista Big Daddy Jenkins e do maestro Oliver Sain. Não demorou em reunir vários artistas ao seu redor, como Little Milton e Fontella Bass, com quem faria dueto num disco lançado em 1965, Don't Mess Up a Good Thing, que estourou nas paradas de sucesso dos Estados Unidos.

 Durante a década de 1960, ele retornou a Chicago, para trabalhar junto com Otis Clay e Little Milton, antes de mudar para St. Louis. Ali fez dueto com Shirley Brown e gravou alguns singles para the Memphis-based Hi label.


 Vinte anos depois, McClure soltaria alguns singles, mas virou as costas para a carreira artística, trabalhando numa penitenciária de Illinois. Não conseguiu ficar distante da música muito tempo. Foi para Los Angeles para gravar com outros artistas. Em novembro de 1992, aos 50 anos, sofreu um derrame e morreu.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Loose Ends: mesclagem de Soul com Disco Music

A Loose Ends fez sucesso na década de 1980

 O grupo Loose Ends nasceu em 1982, com Jane Eugene, Steve Nichol e Carl McIntosh. Foi a primeira banda britânica toda negra a assinar contrato com a Virgin Records. 

Após vários singles de sucesso adotou o nome final de Loose Ends. Contou com a ajuda do produtor Nick Martinelli e causou boa impressão no cenário Soul Music/Dance Music, com diversos lançamentos.

 Os singles “Hangin`On A String (Contemplating) e “Magic Touch”, do álbum So Where Are You, com backing vocal da cantora norte-americana Joanna Gardner estouraram nas paradas de sucesso da época. Já os seguintes não tiveram o mesmo desempenho, mas desenvolveram uma linha de trabalho como compositores e produtores (Julie Roberts, Five Star, Lavine Hudson).


Após o fim da banda original, McIntosh retornou na década de 1990 com outros integrantes: Linda Carriere e Sunay Suleyman, voltando a fazer sucesso com o hit “Don´t Be A Fool”.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Candye Kane: quando a maluquice resulta em talento

Após fazer filmes pornográficos, Candye pulou para a cama do Blues

 Candye Kane canta uma ousada mistura de Blues e Soul, além de realizar diversas funções ao mesmo tempo, como mãe de um aluno sério e de uma garota maluca numa peça de teatro e filmes picantes. Ela seria alguém que toca em Los Angeles, exceto por duas coisas: sabe cantar muito bem e tem uma visão sexy, inteligente e apaixonada de encaixar a voz com perfeição quando canta.

 Nascida em  1965 em Ventura, Califórnia, Kane passou a infância, na periferia de Los Angeles, no Highland Park. Ali a salvação veio por meio da música e teatro. Aos 17 anos ficou grávida e passou a trabalhar como alucinada para pagar as contas, aparecendo em dezenas de vídeos pornográficos, que exploravam os seios grandes dela.

 Aos 11 anos passou a gosta de Punk Rock, quando participou do programa USC's Junior opera. Nessa época diversas bandas de Country Music a conheceram. Logo a fama chegou à cúpula da CBS/Epic Records, com quem assinou contrato em 1985. Perceberam que tinha uma artista de Country nas mãos, até descobrirem seu passado pornográfico, antes de lançar o primeiro disco no ano seguinte.

 Ela mudou para San Diego, casou, teve outro filho e participou do Palomar Community College, onde se formou. Passou a trabalhar duro em composições e descobriu gravações clássicas de Blues de cantoras como Bessie Smith, Etta James, Big Mama Thornton e Big Maybelle. Percebeu que era na praia do Blues que iria ficar.

 O ano de 1991 marcou o lançamento do álbum Burlesque Swing, em 1992 assinou contrato com a Antone´s Records. Ali gravou diversos discos, até chegar à Discovery Records em 1997. No ano 2000 soltou o CD The Toughest Girl Alive on Rounder/Bullseye. Lançou mais três CDs pela gravadora alemã Ruf Records: Whole Lotta Love (2003), White Trash Girl (2005) e Guitar´d and Feathered (2007). Em 2009 pulou para a Delta Groove Records.


 Com perfeita visão do mercado soltou dois discos pela nova gravadora, um deles: Sister Vagabond reuniu Blues e Soul. Neste ano de 2013 lançou Come Out Swingin´, que trouxe a guitarra blues de Laura Chavez. 

Janiva Magness: sofrimento a levou virar grande cantora de Blues


Após a morte dos pais na infância, Janiva cresceu em casas de acolhimento

Janiva Magness, por causa do visual, não lembra em nada ser uma cantora e compositora de Blues e Soul, praia frequentada por artistas negros. Aos 56 anos, ela foi a segunda mulher a receber o prêmio BB Entertainer Of The Year, promovida pela The Blues Foundation. Também já foi nomeada Artista Feminina do Ano do Blues Contemporâneo, que venceu em 2006 e 2007, depois repetiu a dose em 2012. Desde 2006 obteve 22 indicações semelhantes. Já lançou nove álbuns.

 Mas até chegar ao estágio atual de grande estrela do Blues, enfrentou a dor de perder os pais para o suicídio antes da adolescência, passando a viver em diversas casas de acolhimento, pois perdeu o próprio lar. Aos 17 ficou grávida e teve de dar o bebê para adoção.

 O seu amor pela música nasceu por causa da coleção de discos do pai. Começara a estudar engenharia para trabalhar num estúdio de gravação em Saint Paul, Minnesota. Ali foi obrigada a fazer backing vocal em alguns discos. Depois mudou para Phoenix, Arizona e fundou a própria banda, The Mojomatics. Chegaram ao sucesso naquela cidade, antes de Magnesse mudar, em 1986, para Los Angeles, onde lançou o primeiro álbum It Takes One to Know, que saiu em 1997. Dois anos depois autuou numa produção teatral, em Westwood.

 Após três discos independentes, assinou contrato com a NorthernBlues Music Records, lançando o disco Bury Him at the Crossroads (2004) e Do I Move You? (2006). Ambos produzidos por ela e Colin Linden, com segundo álbum chegando entre as oito mais da Billboard Album Chart Blues.

 Em 2008 entrou na Alligator Records, com a crítica especializada escrevendo que Magness interpreta canções que transformam emoções e tristezas em alegria. Os bluesman reconhecem que ela sabe transitar livremente e competência nas praias do Funk e Soul, revigorando as forças a cada canção que interpreta. Em 2010 lançou o CD The Devil Is an Angel Too e Stronger for It dois anos depois, incluindo diversas canções próprias, experiência que colocou em prática desde sua estreia ao Show Biz em 1997. Neste ano de 2013 acabou indicada em cinco categorias no prêmio Blues Music Festivals.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ana Popovic: a Janis Joplin que veio dos Balcãs

O Blues seduziu Ana que nasceu em Belgrado 

Ana Popovic nasceu em 1976, em Belgrado, Iugoslávia. O pai tocava violão e logo cedo começou a cantar Blues, antes de se entregar para valer à guitarra. Ana recebeu forte influência de artistas de Rock e do Blues dos Estados Unidos. Passou gostar intensamente desse estilo musical.

 No começo da década de 1990 formou a própria banda, Hush. Ganhou vários simpatizantes. Excursionou por toda a Europa e gravou o primeiro disco. No final dos anos de 1990 fixou base na Holanda, onde estudou música e criou o grupo Popovic Ann.

 Em seguida assinou contrato com a Ruf Records. Em 2000 visitou os Estados Unidos pela primeira vez, tocando em Pittsburgh e por toda costa Leste. Passou a trabalhar no álbum Ruf, gravado parcialmente em Memphis, onde tocou no May Festival em 2001.


 A voz dura e uma guitarra nervosa mostram que Popovic tem o Blues correndo em suas veias. Acabou conquistando vários fãs na América do Norte, até então despreparados para uma jovem mulher dos Balcãs, sem qualquer tradição neste estilo musical, cantando Blues.