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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Lenny Welch: a cópia de Johnny Mathis que não vingou

Por erro de cálculo, Welch travou sua carreira artística
  Lenny Welch começou a cantar na adolescência em grupos e depois participando de shows de talentos. Nessa época fez um teste na Decca Records, em Nova York. 

Aprovado, os executivos da empresa os batizaram de Lenny em vez de Leon, o nome original. Gravou o primeiro disco que teve poucas vendas. Após dois anos, o lutador profissional Coley Wallace o apresentou para Archie Bleyer, dono da Cadende Records.

  Logo lançou o hit “You Don´t Know Me”. Não teve grande impacto quanto o segundo single, "Since I Fell for You”, 5º lugar nas paradas dos Estados Unidos em 1963. Vendeu muitos discos. 

Depois explodiu com “Ebb Tide” e passaram chamá-lo de outro Johnny Mathis. No ano seguinte Bleyer passou a gravadora para frente. Andy Williams compra e muda o nome Barnaby Records.

  Após colocar vários hits nas paradas, Welch foi prestar o Serviço Militar, cantando para a tropa que começava a perder muito sangue na Guerra do Vietnã no segundo ano de combate. Porém aproveita os finais de semana para promover seus lançamentos, agora pela Kapp Records. Neste selo lançou as canções “Darling Take Me Back”, “Two Different Worlds” (1965), “Please Help Me, I´m Falling” (1966) e “The Right to Cry” (1967).

 Para ganhar mais destaque na mídia, passou a fazer vários shows em Las Vegas, vendendo a imagem de cantar igual a Johnny Mathis e Andy Williams. Acabou conquistando espaços em grandes clubes, mas sem grande estouro nas paradas. Optou em gravar uma antologia, cobrindo o período de 1958/1966 para a Taragon Records. Por falta de sabedoria, sua carreira estacionou na década de 1960, quando ainda tinha muito espaço para explorar.



sábado, 10 de agosto de 2013

Bobby Lewis: outro cantor de um só sucesso


 
Lewis é outro artista a receber o temível carimbo de um só sucesso
 Bobby Lewis é o que podemos chamar de artista talentoso, mas que o público o reconhece apenas por causa de um sucesso: “Tossin´and Turnin”, lançado no começo de 1961, que ficou nas paradas dos Estados Unidos por 23 semanas. Vendeu 3 milhões de cópias, algo equivalente hoje a 30 milhões de discos. Durante o decorrer da carreira, Lewis emplacou outros hits, como “One Track Mind”.

  Criado num orfanato fugiu dali aos 14 anos. Pouco tempo depois entrou na Orquestra Hines Leo em Indianapolis como vocalista. Trabalhou em pequenos clubes e teatros durante a década de 1950, quando gravou a canção “Mumbles Blues” para a Spotlight Records, em seguida foi para a Mercury.

  No final de 1960 se apresentou no famoso teatro Apollo, em Nova York. Nesta época estava na Beltone Records, em Manhattan e acabou gravando uma música composta por um outro artista, Ritchie Adams, a famosa “Tossin´and Turnin”. A Beltone não soube aproveitar o dinheiro que ganhou e em 1963 faliu. Lewis mudou para a ABC-Paramount e lançou o hit “Stark Raving Mad”, de pouco êxito comercial. Entrou para a galeria dos artistas de um único sucesso.


                                                   

Ron Holden: da cadeia para o sucesso

A sorte de Holden foi parar numa delegacia em que um policial pretendia abrir uma gravadora

  A carreira de Ron Holden começou quando foi preso por dirigir sob efeito de álcool e maconha. Preso, na delegacia passou a cantar. O oficial Larry Nelson o ouviu e lhe disse que pensava em deixar o cargo. Holden pegou seu telefone. Após sair da cadeia, o ex-policial entregou a letra da canção “Love You So”.

  Holden estourou nas paradas dos Estados Unidos, lançada pela Nite Owl Records, gravadora de Nelson, depois vendida para uma outra maior, a Donna. A maioria das outras canções do álbum foi composta pelo futuro Beach Boy, Bruce Johnston. 

No disco destacam as composições “My Babe”, “Your Line Is Busy”, “Let No One Tel You” e “Love You So”.  O hit chegou ao Top 10 no Verão de 1960. Mesmo com 21 anos, Holden não repetiu o sucesso em outros discos e se afastou da carreira artística.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Duke Pearson: o responsável pelo surgimento de Herbie Hancock

Numa turnê ao Brasil compôs a linda "Cristo Redentor"

  Duke Pearson, após estudar piano e trompete, preferiu tocar em diversas regiões dos Estados Unidos antes de se fixar em Nova York no final da década de 1950, quando estava com 28 anos.

 Nessa época trabalhava como compositor e diversos artistas, como Donald Byrd, Art Farmer, Benny Golson e Pepper Adams gravaram suas canções. Em 1963 tornou-se diretor da Blue Note Records, onde ficou até 1971.

 No final da década de 1960 formou uma talentosa big band nova-iorquina com excelentes músicos e jazzistas. O grupo passou a tocar hits próprios e gravou lindos álbuns. 

Nos anos de 1970 dividiu o tempo entre acompanhar cantoras como Carmen McRae e Nancy Wilson e dirigir sua própria banda. Nessa época começou a lutar contra a esclerose múltipla. Anos antes deixou de tocar trompete por causa de problemas nos dentes, centrando fogo no piano. Aliás, foi a doença de Pearson que possibilitou o surgimento de um jovem chamado Herbie Hancock, quando em 1961 ficou impossibilitado de tocar.

  É de sua autoria a bonita “Cristo Redentor”, grande sucesso, inspirada numa viagem feita ao Brasil durante turnê com Nancy Wilson. Enquanto teve saúde, Pearson gravou diversos discos como líder de sua banda e também para David Byrd na Atlantic Records. O grupo Byrd-Pearson era composto por Chick Corea, Pepper Adams, Randy Brecker e Garnett Brown, os três últimos também eram membros do Jones-Mel Lewis Thad, banda que tocava na mesma boate, The Village Vanguard, porém em noites diferentes. Seu talento resistiu até 1980 quando morreu de esclerose múltipla.



Lou Donaldson: grande talento do Soulful no sax alto


Sem sentir o peso da idade, Donaldson continua esbanjando talento
  Lou Donaldson, nascido na Carolina do Norte, é mais conhecido por sua pegada Soulful, Bluesy de tocar sax alto, embora tenha sido muito influenciado pelo Bebop de Charlie Parker. 

No início da década de 1940, aos 14 anos já trabalhava na Universidade Técnica de Greensboro. Mais tarde alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, recebendo treinamento nas bases militares dos Grandes Lagos, em Chicago.

  Ali conheceu o Bebop. Com o final da guerra foi trabalhar em clubes. Entrou numa banda e gravou a trilha sonora de uma comédia musical, em Greenville, na Carolina do Norte, sua terra natal. 

O filme Pitch a Boogie Woogie, que na primeira versão fez pouco sucesso, acabou restaurado pela American Film Institute e entrou novamente no circuito universitário da Universidade da Carolina do Norte em 1949.
  Donaldson acompanhado de outros músicos apresentaram um show após a exibição da película. No documentário Boogie in Black and White, ele e seus companheiros lembraram do making off, onde muitos acreditavam que tocava clarinete na banda. Em 1950 fez as primeiras gravações de Jazz com a Orquestra Charlie Singleton, depois participou de bandas menores ao lado do trompetista Blue Mitchell, o pianista Horace Silver e do baterista Art Blakey.

  Três anos depois gravou com talentoso trompetista Clifford Brown e Philly Joe Jones, que era membro do quinteto de Art Blakey e apareceu em alguns dos seus melhores álbuns, incluindo Night at Birdland, de 1954. Com o passar dos anos, Donaldson virou lenda no Bop, Hard Bop, Jazz e Soul.

  Durante as décadas de 1960 e 1970 fez várias turnês, geralmente como o líder de uma pequena banda, tocando em concertos e festivais nos Estados Unidos e Europa. Passou pela famosa Blue Note Records, produzindo vários excelentes álbuns de Jazz, Soul. Nessa época colocou em prática mudanças  estilísticas, experimentando um estilo, Soul Jazz R&B misturado ao Funk Jazz.


 Nos anos de 1980 apresentou bonito disco, onde sua técnica impressionante e criatividade lhe garantiu bom lugar no circuito internacional de Jazz, apesar de várias vezes ser ignorado pela crítica especializada. Neste século 21 continua tocando canções carregadas de Soul Jazz. 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

The Soul Children: criação de Isaac Hayes na Stax Records

O grupo foi criação de Isaac Hayes e David Porter

 De Memphis, Tennessee, terra da inesquecível Stax Records, outra grande fábrica de artistas de sucessos na década de 1960 ao lado da Motown, de Berry Gordy, saiu a banda The Soul Children, fundada por Isaac Hayes e David Porter, para preencher o espaço deixado pela dupla Sam & Dave, após saírem da Atlantic Records.

 Composta por John Colbert “Blackfoot”, Norman West, Anita Louis e Shelbra Bennett, entre 1968 e 1978 emplacaram 15 hits nas paradas de R&B dos Estados Unidos. “Blackfoot” é o apelido que Colbert pegou por andar descalço na infância nas calçadas asfaltadas de Memphis durante o Verão.

  Após a morte da maioria dos membros originais da banda Bar-Kays, mortos junto com Otis Redding num acidente de avião em 1967 em Wisconsin. Depois foi para a The Soul Children. Após alguns anos emendou carreira solo como J. Blackfoot, estourando com o single “Taxi”, em 1984 na parada de R&B.


The Staple Singers: das igrejas de Chicago ao sucesso

Nascido em Chicago,The Staple Singers fez muito sucesso na década de 1970

The Staple Singers foi um grupo vocal de Chicago, que cantava Soul e R&B. Assinaram o primeiro contrato em 1952. A ideia de formar o conjunto foi de Roebuck “Pops” Staples, pai das meninas Cleotha, na época com 18 anos, Imbuir, com 17, Yvonne, com 16 e Mavis com 13 anos. Na década de 1970 explodiram nas paradas as canções: “ Respect Yourself”, “I´II Take You There”, “If You´re Ready (Come Go With Me)” e “Let´s Do It Again”.  Em 2005 ganharam o Grammy e seis anos antes entraram no Roll da Fama do Rock & Roll.

  Tudo começou nas igrejas evangélicas da região de Chicago, em 1948, quando começaram a se destacar. Quatro anos depois entraram na United Records, depois foram para a Vee-Jay, Reverside, Epic e por último na Stax Records, onde chegaram ao ápice. Em 1967, a Epic, subsidiária da Columbia Records os colocou no mercado com os hits “Why (Am I Treated So Bad)” e “For What It´s Worth”, ambas compostas por Stephen Stills. No ano seguinte o grupo mudou-se para a Stax, lançando dois álbuns com Steve Cropper da famosa banda Booker T & The MGs, competente grupo de estúdio que participava das gravações dos discos de Otis Redding.

  Em 1970 Al Bell virou o produtor do conjunto e eles passaram a gravar no estúdio Muscle Shoals. Centraram fogo em canções no estilo Funk e Soul. É dessa época os hits “Heavy Makes You Happy (Sha-Na-Boom)”. Dois anos depois chegaram ao primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos com a música “I´II Take Your There”. Repetiram a dose com “Respect Yourself”, escrita por Luther Ingram e Mack Rice, na parada de R&B e Top 40 no Hit Pop norte-americano.

  A canção caiu na boca do povo após o intenso movimento nos Estados Unidos pelos Direitos Civis na década de 1960 (até essa época os negros eram proibidos de votar e participar da vida política naquele país). Nesse período participaram de um concerto de verão em 1972, no La Memorial Coliseum, diante de um público de 100 mil pessoas, que virou documentário no ano seguinte.

  Depois assinaram contrato com a Curtom Records, de Curtis Mayfield, lançando a trilha sonora de uma comédia de Bill Cosby, “Let´s Do It Again”. A música título, produzida por Mayfield, estourou nas paradas. Porém após esse período não conseguiram recuperar a dinâmica comercial, passando a frequentar pouco as paradas de sucesso. Foram para a Warner Brothers Records e 20th Century, antes de retornar à Epic, no começo da década de 1980.

A vocalist Mavis Staples investiu numa vitoriosa carreira solo ao lado da irmã Yvonne. Imbuir e Cleotha continuaram no grupo. Em 1994 a família se reuniu e gravaram o dueto com Mary Stuart, num cover de “The Weight” do The Band. Seis anos depois o cabeça principal do grupo, o velho Pops Staples, morreu. Em fevereiro de 2013, Cleotha também partiu, após castigada pelo Mal de Alzheimer.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Kim Weston: inesquecível intérprete de "It Takes Two"

A linda voz de Kim Weston marcou época na Black Music dos EUA

  Kim Weston, nascida Agatha Natalie Weston, em 1939, desde criança recebeu educação musical no grupo gospel Wright Specials. Essa boa bagagem levou ao longo da carreira. No começo da década de 1960, aos 21 anos, acabou convencida a entrar na Motown Records, atendendo o pedido de Johnny Thornton, primo de dois dos maiores produtores daquela gravadora, a dupla Eddie e Brian Holland.

  Logo lançou o hit “Love Me All The Way”, em 1963. Depois juntou-se ao estilo Soul de Marvin Gaye, formando parceria que resultou em boas canções em 1964 e 1967. 

Nesse período tinha a produção de Holland/Dozier/Holland numa série de hits, como “Take Me In Your Arm´”, “Helpless”. Ao lado de Marvin Gaye cantou “It Takes Two”, um dos melhores duetos de amor da Motown.

  Depois casou-se com outro produtor da casa, Mickey Stevenson. Estranhamente ele sugeriu que Kim fosse para MGM Records, resultando num grande fracasso comercial. Na década de 1970 preferiu dedicar-se a projetos comunitários e grupos de arte, além de encontrar tempo para gravar o álbum de Jazz, Hastings Street Jazz Experience.

 No final dos anos de 1980, ela foi uma dos vários artistas da Motown a regravar seus hits no selo Nightmare, de Ian Levine. Em seguida ficou ao lado do irmão de Marvin Gaye, Frankie para um remake de “It Takes Two” em 1989. Lançou dois novos álbuns, mesclando canções inéditas e versões nos 60 anos da Motown.


Marv Johnson: igual Tim Maia morreu em cima do palco

Outro grande cantor da Motown Records
  O cantor Marvin Earl Johnson  aproveitou bem os 55 anos que passou por aqui. Soube aproveitar as boas influências do Gospel, recebidas durante a adolescência em Detroit, Michigan, onde nasceu no final da década de 1930. As aplicou corretamente nos primeiros lançamentos de  discos de R&B na Motown Records, a fábrica de sucessos de Berry Gordy entre 1960 e 1970.

  Tudo começou em 1958, quando tinha 20 anos, formando parceria com Gordy. Em seguida passou a trabalhar como compositor e produtor de Jackie Wilson. Gordy caprichou nos primeiros discos gravados por Johnson, inclusive lançando o selo Tamla Records, com ele cantando o single “Come To Me”, grande sucesso quando caiu nas mãos da United Artists Records.

  Ali ficou até 1965, lançando diversos hits, iguais “You Got What It Takes”, “I Love The Way You Move” e  “Move Two Mountains”, todas produzidas por Gordy. Esperto, Johnson optou por delicados vocais femininos mesclados ao Gospel. Manteve essa marca por vários anos. A Soul Music “ I Miss You Baby”, estouro nas paradas dos Estados Unidos, revelou que conhecia a arte de garimpar boas canções. Inexplicavelmente abandonou a carreira em 1968, quando dois anos antes a Tamla – Motown do Reino Unido colocava no mercado o hit “ I´II Pick A Rose For My Rose”, ajudando no renascimento da gravadora naquele país.


  Diante disso viajou para Grã Bretanha e capitalizou o sucesso, antes de se retirar para virar executivo de vendas da Motown. Retornou em 1987 numa turnê com o disco “Sounds Of Motown”, trazendo regravação e antigos sucessos no selo Nightmare. Uniu forças com Carolyn Gill, do grupo Velvelettes e do produtor Ian Levine para lançar o álbum Ain´t  Nothing Like The Real Thing. Também colocou na praça o disco Come To Me pela Motown Records. Não conseguiu aproveitar os louros do novo estágio da carreira de cantor. Durante concerto na Carolina do Sul, em maio de 1993, desmaiou e morreu de ataque cardíaco.