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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Eugene Record: autor das belas canções dos Chi-Lites

   Por causa da mediocridade que atingiu a música nos últimos anos, poucas pessoas conhecem Eugene Record, apesar de muitos conhecerem sua música. Ele é compositor de várias canções inesquecíveis, como “Oh Girl”, “Have You Seen Her” e “Coldest Days of My Life”, que abalaram os corações nas vozes dos integrantes da banda Chi-Lites 40 anos atrás. Record é um verdadeiro descendente de Smokey Robinson, pois desenvolveu a técnica de escrever letras emocionais retratando os efeitos da perda do amor numa relação sentimental. Era concorrente de Barry White e Teddy Pendergrass neste quesito.
   Após sair da Chi-Lites investiu numa carreira-solo brilhante. Apesar de criar bom material, nunca seu trabalho solo decolou. Após três discos pela Warner Brothers, retornou a Chi-Lites em 1980 para lançar mais quatro álbuns. Seu disco mais popular saiu em 1977: The Record Eugene, porém era bem fraco. Ali estava o hit “Lying Beside You”. Veio em 1978 com “Trying to Get You”, mistura sólida de baladas e canções dançantes, que o fizeram aparecer no badalado Saturday Night Live.
   Eugene Record não tornou-se um sucesso solo, mas diversos artistas o procuravam em busca de boas canções. Exemplo disso aconteceu em 1979, com o álbum Welcome to My Fantasy. Ignorado pela crítica e rádios de Soul Music. É nessa época que retorna a Chi-Lites. Durante vários anos, a banda mudou muito de gravadoras. Em 1988, enquanto estava sozinho em casa, ouviu Deus lhe falar dizendo-lhe para mudar de vida.
   Saiu da Chi-lites, passou a compor canções gospel e dez anos depois lançou o primeiro disco gospel, com instrumentação simples, sua voz ganhou muito destaque. Depois, em 2001, produziu um grupo feminino de Chicago. Passou a fazer mais sucesso. Viu sua canção “You´re my Woman”, na voz de Beyoncé, ganhar o Grammy. Planejava remixar e relançar todas suas canções, mas o Câncer o impediu em 22 de julho de 2005, desfalcando o elenco da Black Music de outro grande talento.

Johnny Rawls: outra grande lenda do Blues


   É difícil falar ou escrever de Blues e Soul sem mencionar Johnny Rawls, há 61 anos na estrada do Show-Biz. Produtor, cantor, guitarrista, arranjador, compositor ele foi muito influenciado pela Soul Music da década de 1960, interpretada por OV Wright, James Carr e Colina ZZ, embora no seu estilo de produção, as letras sejam mais contemporâneas.

   Nascido na região do Mississippi, Estados Unidos, berço da Black Music, aprendeu a tocar guitarra com o avô que era cego. Ele era mestre em saxofone e clarinete na escola em Purvis. Como a guitarra tomava muito o seu tempo na escola, a professora o apresentou a um grupo de músicos que estava em turnê pelo Mississippi, como ZZ Hill e Tex Joe.

   No início de 1970, Rawls juntou-se à banda OV Wright e tornou-se diretor de música e tocaram juntos até a morte de Wright em 1980. Por mais 13 anos, o grupo continuou como Ace os Spades e fez turnê, além de acompanhar B.B. King, Little Milton, Bobby Bland, Little Johnny Taylor e Blues Boy Willie.

   Apesar de toda essa bagagem, o primeiro álbum solo de Rawls saiu em 1996: Here We Go. Até agora já lançou seis CDs. Acabou nomeado oito vezes para o Prêmio Blues Music. Seu CD de 2006, Heart & Soul foi indicado ao prêmio acima de Melhor Álbum de Blues, Soul do Ano. Durante o ano, ele toca em até 15 festivais de Black Music nos Estados Unidos. Já excursionou diversas vezes para Europa, Japão e Austrália.


Randevyn Pierre: certeza que a Black Music ainda tem futuro


    Randevyn Pierre é um artista independente de Pop Music, além de cantar, compor e ser músico. O seu talento foi visto pela primeira vez na Alemanha, quando era vocalista de um grupo de louvor ao lado do pai. Nesta época tinha dez anos. Depois mudou-se para os Estados Unidos, três anos depois e começou a tocar piano e órgão na igreja local, em Colorado Springs.
   Quando era estudante de Ensino Médio gravou sua primeira canção gospel pela Verity Records. Pouco depois mudou-se para Atlanta e ali seu talento aflorou de vez. Chamou atenção de vários músicos, como o rapper Chris Ludacris Bridges, ganhando Disco de Platina de R&B. Randevyn foi convidado para tocar piano numa pequena gravadora.

   Após participar com sucesso no Fox´s American Idol. Ali fundiu e liberou uma coleção de canções de Soul de sua autoria. A visibilidade musical de Randevyn começou em 2005, quando uniu-se a Johnson Sincere, CEO da J Intertainment, em Atlanta, despontando como artista principal.

   A partir dai lançou série de hits intitulados SunTrain. Embora gravado numa empresa de pequeno porte, acabou ganhando vários prêmios de música independente e tocado em diversas emissoras dos Estados Unidos, Europa e Ásia. Seu primeiro CD entrou na Billboard Radio &Records.

   Em 2007 suas parcerias o levaram ao Grammy. Apresentou-se pela primeira vez no Carnegie Hall. Foi para a India. Arie e passou a produzir seu próprio material como pianista, cantor e compositor. A decisão de criar música a partir de seus arranjos de piano originais provocou grande mudança no seu som. Mais tarde associou-se a Mike Philips, do Club Drummerboyz. Seu caminho profissional já entrou na rota dos grandes produtores.

Rafiya: herança viva do som da África

   A vida artística de Rafiya é curiosa. Nascida em Los Angeles com os pais congoleses (pai e mãe diplomatas). Por causa disso viajou durante muitos anos, além de viver no Congo, Cabo Verde, Benin, Senegal, Barbados e Costa do Marfim.
   Em 2001 mudou-se para Filadélfia, onde participou da Temple University. Ali formou-se em Sociologia e Espanhol. Enquanto frequentava a escola em tempo integral, Rafiya encontrou tempo para trabalhar com artistas locais, absorvendo suas técnicas e sabedoria. Tudo para enriquecer o seu som.
   Ela já trabalhou com Oscar Kidjo, gravou no estúdio Youssou N´Dour e fez turnês na França e Norte da África com o rapper francês Mokobe. Toda a colaboração, sessão de estúdio e desempenho reforçou sua crença sempre presente de iria gastar parte de sua vida para fazer música, fazer as pessoas sorrir, dançar e pensar. Rafiya compõe e canta sobra a experiência humana em francês e inglês.

Rahni Song: repleto de belas influências musicais

  Rahni Song sempre foi influenciado pelo talento musical dos pais. Também teve como parâmetro artistas como Herbie Hancock, Bernard Purdie, Dupree Cornell, Rainey Chuck, Gene Page, Aretha Franklin, Donyy Hathaway, Stevie Wonder e Roberta Flack. Ou seja, gente de primeiro time da Black Music.
  Ele começou a concentrar o interesse na área de produção e engenharia. Era a pessoa que os produtores gostavam de ter na retaguarda. Entrou no circuito ao lado de Quincy Jones, Thom Bell, Norman Whitfield, Frank Wilson e Maurice White, o criador da Earth, Wind & Fire no final da década de 1960.
  Ao ver uma gravação de Melba Moore num programa de televisão, surgiu a inspiração para criar e produzir artistas. Aos 19 anos fundou uma gravadora ao lado do amigo e parceiro de negócios, Jim Ragland. O primeiro lançamento foi da banda Family Love com o álbum gospel A Different Drummer.
  No final da década de 1980 continuou na produção de projetos Gospel, como Amazing. Durante aparição promocional numa loja de música, promovendo o álbum A Different Drummer conheceu Boosty Collins, cantor da Warner Brothers Records. Anos depois se encontraram novamente e passaram a colaborar profissionalmente.
   Junto com George Clinton compôs o single “Work That Sucker to Death” e depois “Krack Krackity”. Rahni logo se tornou presença marcantes nas gravações de Collins Bootsy e George Clinton, tocando teclados em single como “Atomic dog”. Em seguida passou a fazer arranjos de cordas para Ben E.King, cujo disco estava sendo produzido pelo filho Benny Jr. Ele continua trabalhando como produtor, compositor, arranjador, engenheiro de gravação, músico e educador.

Felton Pilate: outra caminhada longe do ConFunShun

...Felton Pilate foi uma das grandes vozes da banda ConFunkShun. Como ocorre na maioria dos grupos em todo o mundo, quando alguém se destaca, logo coloca o pé na estrada numa bem-sucedida carreira-solo. Exemplos não faltam no Exterior e Brasil. O mar escolhido por Pilate para navegar é o do R&B, recheado de inúmeras baladas, cujas letras falam muito de amor, deixando em segundo plano a luxúria.
   Isto é visível no álbum Nothing But Love Spoken Here. Essa faixa se complementa com outras dez. A canção que carrega o disco fala de um dia muito quente, um conto de amor verdadeiro, tudo recheado com bons arranjos. É bonito ouvir o hit “In Time”, de refrão lindo. Com “Different Lives” ocorre o mesmo, cuja história melancólica aborda a questão do arrependimento. “You Keeping Your Promise”, composta para os Stylistics, ficou mais bonita na voz de Pilate. A canção “Just for You” teve dueto com A Taste of Honey Johnson Janice-Marie.
   O diferencial de Pilate é a facilidade para produzir, compor a maioria de suas músicas ou mesmo as faixas instrumentais. Dentro do estúdio, ele domina a arte de gravação e mixagem. Para entender o sucesso dele é ver sua trajetória com a banda ConFunShun, quando gravaram dez discos, resultando num Disco de Platina e quatro Discos de Ouro consecutivos. Foram diversos singles que estouraram nas paradas dos Estados Unidos.
   A lista é grande, mas algumas marcaram presença nos bailes e rádios, como “Chase Me”, “Straight From The Heart”, “(Let Me Put) Love On Your Mind”, “All Up to You”, “Baby, I´m Addicted (Right on Your Love)”. Após a saída de Pilatos, o ConFunShun prosseguiu na caminhada, inclusive lançando outros álbuns, é claro sem o brilho de antigamente. O talento de Pilatos é inquestionável. Basta ouvir sua produção e composição para o rapper Phenom MC Hammer, entre 1989 e 1992, resultando em 30 milhões de cópias vendidas, cuja canção “Please Hammer not Hurt” foi o número 2 de todos os tempos de venda de R&B nos Estados Unidos. Além dos prêmios como Grammy, Billboard e Soul Train.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Booker Pittman: um dos melhores saxofonistas do mundo


A história de Booker Pittman é interessante. De família tradicional, seu avô teria fundado a primeira universidade para negros nos Estados Unidos, o Tuskegee Institute. Sua mãe, Portia Pittman, lecionou música para diversos Jazzmen na década de 1920, entre eles Sam Price e Budd Johnson.

Nascido em 1909, no Dallas, Estado do Texas (a Paraíba dos norte-americanos), aos 21 anos já aparecia no cenário jazzístico de Kansas City. Ali fez parte da big band de Lucky Millinder e junto com os rapazes foram para a Europa em 1933. Acabou conhecendo o clarinetista, saxofonista e regente Romeu Silva e com ele gravou alguns discos com a cantora carioca Josephine Baker.

Silva era especialista em ritmos do Brasil, como Maxixe, Samba e Frevo. Essa particularidade despertou curiosidade de Pittman pelo Brasil. Em 1935 Silva veio com Pittman e diversos músicos estrangeiros. O cacife dele era grande, pois já havia tocado com Louis Armstrong e Count Basie, nos Estados Unidos e Europa nas décadas de 1920 e 1930.

Como era o auge do Cassino da Urca, Pittman ficou no País até 1969, quando faleceu. Nas décadas de 1950 e 1960 tocou ao lado de grandes artistas brasileiros, pois muitos o considerava um dos maiores saxofonista da história do Jazz. Continuou a carreira e viveu muitos anos em Copacabana, tornando-se amigo do playboy Jorge Guinle e Pixinguinha. Era pai da cantora Eliana Pittman. Nas décadas de 1960 e 1970 ela fez muito sucesso.


Pleasure P: longo caminho pela frente



Pleasure P é o condinome artístico de Marcus Ramone Cooper, cantor e compositor de R&B. Ele sentiu o gosto doce do sucesso quando era membro do grupo Pretty Ricky em 2007.  Naquele mesmo ano seguiu em carreira-solo. Lançando o primeiro single "Will you Wrong" em 2008. Ficou entre as 20 mais no top de R&B/Hip-Hop da Billboard Hot 100. Outra faixa que estourou foi "Boyfriend". Em 2009 lançou a música "Under". Sua carreira ganhou impulso com o hit "Flo Rida", do CD Roots. Agora em 2012 saiu o segundo álbum: I Love Girls. Ele é o primeiro CD fora de seu novo contrato de gravação com a E1 Music. Pleasure aproveitou para trabalhar o segundo single: "I Really Need to Know".

Freda Payne: longevidade na Black Music

Freda Payne é conhecida por vender milhões de discos com o hit "Band of Gold" na década de 1970. Também é atriz de diversos filmes musicais e de talk show na televisão norte-americana. Com 70 anos, nascida em Detroit, cresceu ouvindo a nata da Black Music: Ella Fitzgerald e Billie Holiday. Na adolescência participou do Instituto de Artes Musicais de Detroit.

Logo começou a cantar em programas de rádios, principalmente jingles e ganhou diversos concursos locais de caça talentos. Em 1963, aos 20 anos, mudou-se para Nova York e trabalhou com Quincy Jones, Pearl Bailey e Bill Cosby.  No ano seguinte gravou seu primeiro disco After the lights go out and Lower Great More! Em 2002 este álbum acabou editado como CD no Japão. Em 1967 grava o segundo disco, também na linha de Jazz: How do you say I do not Love You Anymore pela MGM Records.

Nessa época apareceu em programas de TVs, incluindo diferentes shows como The Merv Griffin Show e The Tonight Show Starring Johnny Carson. Freda Payne, em 1969, retorna a Detroit junto com os seus amigos Brian Holland, Lamont Dozier e Holland Edward Jr. Foi convencida assinar contrato com a recém-criada Invictus Records.  Nesse mesmo ano estourou com o hit "Unhooked Generation".

Pouco tempo depois, os donos da gravadora sugeriram que ela gravasse "Band of Gold", escrita por Lamont Dozier, com o pseudônimo de Edythe Wayne, e Ronald Dunbar. No começo de 1970, a canção virou epidemia Pop nas paradas, chegando ao terceiro lugar nos Estados Unidos e primeiro no Reino Unido, por seis semanas consecutivas. Ganhou o primeiro Disco de Ouro, ao  vender 2 milhões de discos.

Pouco tempo depois lançou outro disco com os hits " Deeper and Deeper", "You Brought the Joy" e a canção de protesto contra a Guerra do Vietnã, "Bring the Home Boys", que lhe renderam o segundo Disco de Ouro em 1971. Até 1973, Freda Payne lançou três álbuns pela Invictus Records: Contact (1971), The Best of Freda Payne (1972) e Reaching Out (1973).

Foi para a ABC e depois Capitol Records, mas não desfrutou do sucesso comercial encontrado na Invictus Records. Ali gravou um dueto com o grupo Tavares, "I Wanna See You in Brief" em 1977. Até 1979 lançou três álbuns no auge da Disco Music, como "Stares and Whispers", " Supernatural High" e "Hot". O primeiro tinha a nitroglicerina "Magnet of Love", produzido por Frank Wilson.

Após essa fase, em 1981, investiu num talk show e trabalhou em filmes e peças na Broadway durante a década de 1980. Porém nunca desistiu da música. Em 1982 lançou o hit " In Motion" para o selo Sutra Records, em Nova York. Aproveitou e fez o remake de "Band of Gold" com Belinda Carlisle. Em 1990 lançou três canções para Ian Levine, além dos álbuns Freda Payne Sings, I Hate Barney Songbook, A Parody e An Evening with Freda Payne: Live in Concert. Nesse período investiu na carreira de atriz.

No começo de 2001 lançou o CD Come See About Me para a Volt Records, cuja faixa título é um remake de The Supremes. Dois anos depois apresenou o show Love & Payne, com Darlene Love em Nova York.  Em 2009 marcou presença no programa American Idol e cantou "Band of Gold". No ano seguinte uniu-se a Kanye West, Jordin Sparks, Jennifer Hudson, Barbra Streisand e diversos artistas no show We Are The World para o Haiti. Ao lado de Cliff Richard, em 2011, gravou o dueto "Save a Life". Novamente interpretou seu hit eterno "Band of Gold.