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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

domingo, 18 de dezembro de 2011

Tommy James & The Shondells: dinossauros do rock psicodélico


Na década de 1970 o grupo Tommy James & The Shondells fez sucesso com a balada "Cristal Blue Persuasion", apesar do solo de guitarra inicial parecer obra de alguém que ainda engatinhava na arte de tocar esse instrumento.
A banda surgiu em 1959, na cidade de Niles, Michigan, Estados Unidos. Tommy James, cujo o nome de batismo é Tommy Jackson, tinha 12 anos e era o principal vocalista. Seis anos depois mudou para Tommy James  & The Shondells. Passaram a conhecer o gosto doce do sucesso, na década de 1960, com os hits "Hanky Panky" (1966), "Crimson and Clover" (1969), que serviu de trilha sonora para muitos hippies. Depois vieram "Mony, Mony", "I Think We´re Alone Now", "Sweet Cherry Wine" e "Mirage".
Mas para explodir nas paradas, a banda precisou ralar muito, pois a gravadora não tinha dinheiro para divulgá-la em todas as cidades dos Estados Unidos. Contaram com a ajuda de um DJ da rádio de Pittsburgh. Ele tocava diariamente a música do grupo. Logo começaram os pedidos para shows e onde encontrar o disco, que passaram a ser vendidos no mercado alternativo das lojas da Pennsilvania.
Em algumas ocasiões, Tommy James visitava as rádios sozinho. Fazia o mesmo nas casas noturnas. Numa delas encontrou novos integrantes para a banda, pois da primeira formação só havia restado ele.  Nessa leva chegaram o Joe Kessler (guitarra), Ron Rosman (teclados), George Magura (saxofone), Mike Vale (baixo) e Vinnie Pietropaoli (bateria).
Com este time foram a Nova York e assinaram contrato com a Roulette Records. A nova casa promoveu bem a banda e a canção "Hanky Panky" torna-se o hit nacional de 1966. Porém, a briga por dinheiro fez Kessler e Pietropaoli sair do conjunto. Por causa dos refrões grudentos como chiclete, alguns críticos passaram a denominar a banda de artista chiclete. Tommy James optou em ser reconhecido como roqueiro psicodélico.
 Passam a compor neste estilo em 1968. É quando saem canções como "Crimson and Clover". Detalhe: todos os instrumentos foram tocados por James, com ajuda da tecnologia. Foram convidados para participar do célebre Festival de Woodstock, mas recusaram. No início da década de 1970, James quase morre por causa do vício em drogas. Em 1971 retornou e numa curta carreira-solo lança os hits "Draggin´The Line" e "Three Times in Love" (1980).
Nas décadas seguintes passa a excursionar mantendo o nome de Tommy James & The Shondells, quando o único componente original da banda era ele. Em 2009, se reúne com os sobreviventes Gray, Vale e Rosman , da antiga formação, para gravar música para trilha sonora de um filme baseado na autobiografia de James. Às vezes se encontram para especiais de TV e shows de nostalgia.























Bell & James tem carreira cometa

Três anos. Foi quanto durou a dupla Bell & James. Ambos compositores do famoso e competente Som da Filadélfia, na década de 1970, dos empresários Gamble & Huff. Antes de lançar o primeiro disco destacando o nome da dupla, eles escreveram canções para Elton John, O´Jays, Gladys Knight & The Pips, Phyllis Hyman, The Three Degrees entre outros artistas.
O primeiro álbum saiu em 1978 e logo emplacou a faixa "Livin´It Up (Friday Night), uma dançante Funky Melody que não deixava ninguém parado em nenhum baile, principalmente pelos acordes de contrabaixo, acompanhado de uma guitarra nervosa. Tanto Bell quanto James tocavam diversos instrumentos. Venderam mais de 1 milhão de discos nos Estados Unidos, além de emplacar a canção nas paradas da Grã-Bretanha.
Em 1979 lançaram o segundo álbum Only Make Believe e faixa "You Never Know What You´ve Got" fez razoável sucesso na Europa. No ano de 1981 gravam o disco In Black and White, mas não conseguem se manter na concorrida estrada do show biz. O talento de ambos não foi suficiente para criar canções que agradassem as pistas de danças, nos últimos suspiros da Disco Music.








DeBarge: conflitos familiares acabaram com banda


DeBarge é mais um grupo musical que saiu dos fornos da Motown. Desta vez na década de 1980, quando a fórmula descoberta por Berry Gordy nos anos de 1960 já tinha sido copiada por vários concorrentes: letras água com açúcar, canções curtas e bons arranjos. A banda logo emplacou, em 1982, nas paradas Pop e da Soul Music, porém desapareceu no final da década de 1980. É o famoso artista cometa: logo aparece e rápido desaparece.
Todos os membros do conjunto eram irmãos, frutos de pai violento e mãe religiosa. Os integrantes eram Bobby, Tommy, Bunny, James, Mark, Randy e Eldra ( a voz feminina da banda), depois reduzido a cinco. DeBarge tinha o perfil que todo marqueteiro de gravadora gosta: beleza e talento. Nos bailes de todo o mundo, inclusive nos realizados pelas equipes paulistas e cariocas, não faltavam nas picapes o hit "All This Love", com destaque para a voz de Eldra, no segundo disco do grupo. Outra faixa que mereceu destaque foi "I Like It".
O projeto da Motown era deixar os meninos do DeBarge ocupar o lugar dos Jackson Five, repetindo a mesma estratégia de grava músicas de harmonias suaves e atraentes. No terceiro álbum, parece que essa tática estava correta. Estouraram nas paradas as canções "Love Me In a Way Special" e a linda "Time Will Reveal". Ambas chegaram ao topo dos bailes, ajudando a vender milhões de discos nos Estados Unidos. Em 1985, a voz feminina de Eldra ganhou mais destaque na banda. Ela saiu-se bem interpretando "Rhythm of The Night", a outra canção "Who´s Holding Donna Now" também ocupou ótimos lugares nas paradas dos Estados Unidos. Mas no final daquele ano, as brigas dos  irmãos DeBarge começou a destruir o conjunto.
 No final de 1988, os DeBarge reduzidos a quarteto assinam com a Striped Horse Records e lançam  álbum  Bad Boys. Fracasso. O mesmo ocorreu com Bunny em carreira-solo. Outro membro da banda envolveu-se  com drogas e acabou preso. Na década de 1990, diversos irmãos da famíia DeBarge tiveram problemas com a Justiça dos Estados Unidos. Bobby, o mais velho morreu de Aids, contraída nos vários anos de vício em heroína. Os problemas familiares provavelmente serviram de combustível para destruir a carreira, de um conjunto musical que poderia ir muito longe. Visto que o sucesso é difícil de alcançar, e mais custoso de manter. Para perdê-lo é muito fácil.






Shirley Bassey: a grande voz dos temas de James Bond


Quem já assistiu aos filmes de James Bond, vai lembrar das músicas-tema de Goldfinger (1964) e Os Diamantes são Eternos (1971). A voz estridente é de Shirley Bassey. Ela foi um dos grandes destaques do Pop no século passado. É uma das primeiras artistas negras britânicas a ganhar fama nacional e internacional.
A infância de Shirley foi vivida num bairro operário de Cardiff, País de Gales. Com três anos de idade sofreu a dor da separação dos pais. Mesmo assim continuou batalhando. Ali cresceu. Após sair da escola aos 15 anos, trabalhou em fábricas e depois passou a cantar em night club. Num show de Natal, acabou descoberta em Londres, em 1955. Aos 20 anos, em 1957, emplacou seu primeiro sucesso "Song Banana Boat" nas paradas. Depois vieram "As I Love You" (1959), "Reach for The Stars/Climb Every Mountain" (1961). Até 1970 sentiu o gosto doce do sucesso na Europa. Nos Estados Unidos é mais conhecida pelos hits temas de James Bond: "Moonraker (1979) e os dois citados no início desta matéria. Em 1977, Shirley ganhou o Prêmio Britannia para O Melhor Solo Feminino nos Últimos 50 anos. Continua em atividade fazendo shows.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Wilson Picket: o ícone da black music


A vida de Wilson Picket, ícone da black music nas décadas de 1950 e 1960, é dividida em duas: a artística é rica, pois  várias composições suas foram gravadas por Led Zeppelin, Van Halen, Rolling Stones, Aerosmith, Booker T & The MG´s, Genesis, Bruce Springsteen, Los Lobos entre várias estrelas do show biz norte-americano. A pessoal é turbulenta por causa do seu temperamento explosivo na sua paixão por armas. Chegou a ser preso, em 1991, por ameaças de morte por dirigir sobre o gramado da prefeitura de Englewood, em Nova Jersey. Dois anos depois matou um pedestre de 86 anos. Assumiu estar bêbado ao volante, pegando cinco anos de liberdade condicional.
Os amantes de R&B, Rock e Soul nunca se esquecerão da voz rouca e apaixonada de Wilson Picket. No auge da fama, colocou  50 canções nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. Entre elas destacam-se "In The Midnight Hour", "Land of 1000 Dances", "Mustang Sally" e "Funky Broadway". Além de ser introduzido no Hall da Fama do Rock, em 1991, sua música foi destaque no filme The Commitments, com Wilson Picket como um personagem fora da tela.
Caçula de 11 filhos, cresceu cantando corinhos no grupo de louvor da Igreja Batista de Prattville, onde nasceu no estado do Alabama, sul dos Estados Unidos. Seu comportamento violento é fruto das agressões que recebia da mãe, que lhe surrava com pedaço de pau, frigideiras ou qualquer coisa que tivesse nas mãos. Aos 14 anos, em 1955, fugiu de casa para morar com o pai em Detroit. .
Não demorou para o seu estilo de cantar chamar atenção no norte do País. Montou um grupo de música gospel, e passou a acompanhar vários conjuntos em excursões da igreja por todo os Estados Unidos. Após quatro anos no Gospel Harmony, abandonou o evangelho e partiu para o mercado de canções populares no final da década de 1950.
Juntou-se ao conjunto Falcons e passou a gravar músicas gospel numa levada mais popular, abrindo caminho para a Soul Music. Da banda fazia parte Eddie Floyd e Sir Mack Rice. Em 1962 chegam às paradas com "I Found a Love". Depois solta "I´m Gonna Cry". Em seguida compôs "If You Need Me", uma ardente balada, e Solomon Burke a gravou.
O hit tornou-se um de seus maiores sucessos, chegando ao 2º lugar das paradas de R&B e 37º na Pop. Como artista solo, só chegou ao topo quando gravou "It´s Too Late". Ela abriu o caminho para um contrato com a Atlantic Records em 1964.
Para aumentar a inspiração de Picket, a gravadora colocou ao seu lado os compositores Barry Man e Cynthia Well, verdadeiras máquinas na arte de escrever letras de sucesso nas décadas de 1960 e 1970.
 Nesta época chega à meca da black music: Stax Records, em Memphis, Tennessee. Ali gravou "In The Midnight Hour", que estourou em 1965, chegando aos primeiros lugares de diversas paradas dos Estados Unidos. Vendeu 1 milhão de cópias e ganhou um Disco de Ouro. A cozinha que participou da gravação deste hit era mesma que acompanhava Otis Redding, destacando-se o guitarrista Steve Cropper e o tecladista Al Jackson. A técnica apurada deste time de feras transformou Picket numa estrela da black music norte-americana.
Nas outras sessões, em maio e outubro de 1965, o tecladista Isaac Hayes participou. Juntos gravaram "Don´t Fight It", "Ninety-Nine and a Half (Won´t Do)". Todas consideradas clássicos da Soul Music anos mais tarde. Como estava oferecendo milho para bode, o dono da Stax Records, Jim Stewart, proibiu que Picket gravasse mais canções em seus estúdios. O jeito foi mudar-se para o Alabama, onde concluiu o repertório e produziu seus maiores sucessos, inclusive outra versão de "Land of 1000 Dances", que lhe ajudou a vender mais de 1 milhão de discos.
A partir dai, a carreira de Picket decolou. Passou a emplacar hits em todas paradas de sucesso e vender milhões de discos no anos seguintes. Neste esteira vieram "I´m in Love", "Jealous Love", "I´ve Come a Long Way", "I´m a Midnight Mover", "She´s Looking Good", "Stagger Lee". Em todas essas canções, o cantor e parceiro de Sam Cooke, Bobby Womack, foi o guitarrista.
Na década de 1970 participou do Som da Filadélfia, comandado pela dupla Gamble e Huff. Ali transformou em sucesso os hits "Get me Back on Time, Engine Number 9", "Don´t Let The Green Grass Fool You", vendendo outro 1 milhão de cópias.Durante a Disco Music, até o fim dos anos de 1970, Picket ficou fora das paradas. Passou a gravar em selos pequenos nas décadas seguintes. Seu último grande álbum é de 1999. Depois adoeceu, morrendo em 2006.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Como Tim Maia, Johnny Guitar Watson morre trabalhando

Assim como ocorreu com Tim Maia, em 1998; dois anos antes o guitarrista, cantor e compositor Johnny Guitar Watson morreu trabalhando, quando um ataque cardíaco durante show no Japão encerrou sua brilhante carreira.
Aos 11 anos, seu avô lhe deu uma guitarra e logo aprendeu a tocar Blues. Com 15 anos, em 1950, muda para Los Angeles e passa a fazer parte de bandas de Jazz e Blues. De 1950 a 1953, manteve contrato com a Federal Label, onde lançou o single " Space Jam" e "Gangster of Love", mais tarde regravada por Steve Miller. No auge do nascimento do Rock, passou a excursionar com Little Richard, em 1957. Três anos depois conhece o vocalista Larry Williams durante turnê a Grã-Bretanha. Entra para a Fantasy Records e ali fica até 1972. De 1975 até 1994 lança diversos álbuns de Blues e Funk. Suas músicas mais inesquecíveis foram "Those Lonely, Lonely Nights" (1955), "Baby Motorhead" (1954), "Mercy, Mercy, Mercy" (1967) e "Three Hours Past Midnight" (1956). Este último hit, segundo Frank Zappa, o inspirou a tornar-se guitarrista. Uma das grandes damas do Blues, Etta James, reconheceu que o talento de Johnny Guitar Watson era inquestionável. "Não era apenas um músico, mas mestre. Poderia escrever uma bela melodia na aba do chapéu e colocar todas as harmonias", definiu.
Desde a adolescência, Johnny Guitar Watson  já dominava a técnica instrumental do Blues com o som do baixo pesado do Funk dos Estados Unidos. Era admirado por diversos guitarristas, geralmente recrutado para participar de gravações nos estúdios. Sabia, como poucos, explorar todos os recursos existentes na guitarra. Também tinha competência ao cantar e compor.
Confessou certa feita que recebeu muita influência do bluesman Clarence "Gatemouth" Brown, excelente músico de violino e guitarra, além de grande presença de palco. Bateu no liquidificador as boas qualidades de Brown e as absorveu.
Na década de 1950, o seu estilo de tocar era bem avançado para época, criando diversos efeitos na guitarra. Algo que poucos exploravam. O seu nome artístico é derivado do filme estrelado por Sterling Hayden, o Johnny Guitar. Adotou o pseudônimo e pisou firme no acelerador da carreira musical. É dele a maneira de tocar com a guitarra de pé, hábito imitado depois por Jimi Hendrix.
Ao contrário de outros artistas, Johnny Guitar Watson sempre esteve atento às mudanças que ocorriam ao seu redor. Em 1976, na DJM Records, gravou vários discos nos quais mesclou suas habilidades de bluesman com o funk, num som bem pesado. Nunca desejou ficar preso ao passado. Procurava estar antenado ao presente.
Sabia que a música Pop negra é dominada, na maioria das vezes, por jovens. Consciente disso lançou os álbuns Ain´t That a Bitch (1976) e A Real Mother for Ya (1977). Ambos ganharam discos de ouro pela venda de mais de 500 mil cópias. Como grande produtor, manipulou vocais, guitarra e baixo apresentando nas faixas uma bela fusão de Blues/Funk.
Percebeu que o RAP já estava saindo do berço e passou a colocar longos interlúdios, com muitas falas, em suas gravações feitas em 1978. Isto é visível num remake de "Ganster of Love". Não foi à toa que estrelas como Ice Cube e Snoop Doggy Dogg o admiravam.
Em 1995 foi nomeado para um Grammy. No ano seguinte recebeu grande homenagem da Fundação Rhythm & Blues, com o prêmio Pioneer. Sentiu-se revigorado. Embarcou depois numa turnê para o Japão, de onde não retornou vivo.
      
 

Supertramp tornou-se realidade por causa de um milionário


O patrocínio de um milionário holandês foi  responsável pelo surgimento da banda Supertramp de rock progressivo em 1969, na Grã Bretanha. O dinheiro de Stanley August Miesegaes encorajou o vocalista, pianista e ex-baterista Rick Davies a anunciar num jornal que buscava músicos para formar o grupo.
Atenderam ao pedido Roger Hodgson (vocal, guitarra e teclados), Richard Palmer (guitarra, balalaika - típico instrumento russo- e vocais) e Robert Miller (percussão). O nome do conjunto foi inspirado num livro de W.H. Davies (The Autobiography of a Supertramp). Assinaram contrato com  A&M Records, selo do trompetista Herb Alpert. O primeiro álbum lançado em 1970 fracassou nas vendas. Isto incentivou a saída de Palmer e Miller. Entram  Frank Farrell (baixo), Kevin Currie (bateria) e Dave Winthrop (flauta e saxofone).
As harmonias vocais entre Davies e Hodgson e lindos solos de saxofone não evitaram outro tombo musical.O milionário pulou fora do barco. Sem grana, o Supertramp ficou apenas com Hodgson e Davies.
O negócio estava tão feio para o Supertramp, que no final de 1972 admitiram na banda o clandestino norte-americano e baterista Bob Siebenberg. Felizmente ele acertou o som do grupo, junto com John Helliwell nos metais e vocais.
Dai para frente lançam, em 1974, o disco Crime of the Century e estouram nas paradas "Dreamer", "School", "Bloody Well Right". Repete o mesmo em 1977 com o disco Even in the Quietest Moments e o sucesso prossegue nos hits "Give a Little Bit" e " Fool´s Overture". Breakfast (1979) traz belas canções como "The Logical Song", "Tak the Long Way Home", "Goodbye Stranger", além da faixa título do álbum, que vendeu  18 milhões de cópias.
Três anos depois Hodgson sai do conjunto. O Supertramp lança o álbum Brother Where You Bound, a faixa principal "Cannonball" tinha 16 minutos. O disco contou com a participação de David Gilmour, do Pink Floyd.  Em 1996, a banda sofre outra reformulação com a entrada de mais músicos de estúdios. Com este time, gravam o CD Slow Motion no ano de 2002. Em 2010, a banda completou 40 anos de estrada fazendo vários shows. 

Sharon Jones: a James Brown de saias

Pense num James Brown de saias. Esta é Sharon Jones, a grande sensação da Soul Music e Funk (o legítimo dos Estados Unidos). Ao lado de sua banda The Dap-Kings, ela faz o mesmo estrago que Brown, quando subia ao palco com a excelente The JB´s . Ninguém conseguia ficar parado, tamanha era carga energética de boa música, recheada com ótimos arranjos na voz de quem sabia cantar e interpretar magníficas canções.
Sharon Jones trouxe à tona, nesta primeira década do século 21, a beleza da black music do final da década de 1960 e meados da de 1970. Infelizmente, só depois dos 40 anos que conseguiu entrar na estrada do show-biz, mesmo tentando várias vezes romper o cerco desde quando era jovem. Igual James Brown, ela nasceu na cidade de Augusta, no estado racista da Geórgia. Na infância gostava de imitar Brown, principalmente seu estilo de dançar. Na igreja fazia parte do grupo de louvor e ali bebeu na fonte do Gospel.  Aos 14 anos, em 1970, diversas bandas locais de funk já conheciam o seu talento. Mas para ganhar a vida e não morrer de fome, passou vários anos trabalhando de carcereira na penitenciária de Rikers Island. Também foi segurança de carro blindado da Wells Fargo Bank, até chegar 1996, aos 40 anos, que passou a ser backing vocal na banda de funk de Campos Lee.
Ela foi a única a conseguir cantar como backing para três cantores numa extinta gravadora francesa. Sua sorte mudou, porque Gabriel Roth e Philip Lehman perceberam que havia talento de sobra e merecia ser explorado. Fez uma faixa solo e a colocaram num álbum de Soul Music batizado de The Soul Providers. Os músicos de estúdio, mais tarde se tornariam sua banda de apoio em shows e turnês.
A repercussão junto à crítica encorajaram  Roth e Lehman a abrir outra gravadora (Desco Records) e apostar em Sharon Jones. O hit "Swichblade" e mais três singles : "Damn is Hot", "Bump N Touch" e "You Better Think Twice" agradaram os fans da black music norte-americana. Muitos acreditaram que as canções gravadas por Jones  eram originais das décadas de 1960 e 1970.
Logo o álbum virou o CD Desco Funk 45´Collection, ao lado de outros artistas da Desco Records. No ano  2000, Roth terminou a parceria com Lehman. Porém o mercado ganha outra gravadora: a Soul Fire Records, extinta pouco tempo depois. Mas Roth não dormiu no ponto e criou a Daptone Records com o saxofonista Neal Sugarman.
Neste selo Sharon Jones começa voar alto, principalmente com apoio da banda Dap-Kings, que a acompanha até hoje. O time de músicos é composto só de cobras criadas, especialistas em tocar black music. A mesma energia presente nos CDs de Jones aparece nos shows ao vivo, como ocorria com James Brown e a The JB´s .
 Em 2002, com o nome Sharon Jones & The Dap-Kings, saiu o CD Dap Dippin´que mereceu muitos elogios da crítica especializada, além de ser bem-recebido por DJs e colecionadores. Ai a porteira do sucesso se abriu: em 2005 veio Naturally, 100 Days, 100 Nights (2007) e I Learned The Hard Way (2010). Os três lançamentos serviram de combustível para reviver o movimento Soul Music e Funk nos Estados Unidos, pois trazem a essência da black music da época de Sam Cooke, Aretha Franklin, Thom Bell, Otis Redding, Ike & Tina Turner, Ella Fitzgerald, assim como a energia musical de Michael Jackson. Depois disso, o passado de humilhação ficou para trás. Hoje Sharon Jones não precisa mais garantir o sustento como carcereira ou segurança de carro blindado de banco. Ganha dinheiro cantando, mostrando que o Soul e o Funk continuam bem representados por sua voz.






terça-feira, 13 de dezembro de 2011

The Hollies ainda resistem na estrada do sucesso


No começo da década de 1960, a Grã-Bretanha ganhou mais um grupo de rock: The Hollies. Foram contratados pela Parlophone Records, como colegas de selo dos Beatles. Lançaram seu primeiro álbum em 1964 na leva de conjuntos ingleses que invadiram os Estados Unidos naquela época. A maioria dos membros morava ou residia próximos à cidade de Manchester. Nestes 50 anos de carreira, trocou de integrantes diversas vezes. A ideia de criar a banda partiu de Allan Clarke (vocalista) e Graham Nash. Depois vieram Don Rathbone (baterista), Eric Haydock (baixo) e Vic Steele (guitarra-solo). Mas Rathbone logo passou as baquetas para Bobby Elliot, eleito um dos melhores bateristas britânicos na década de 1960.
Em vendagens de discos, os Hollies ficaram apenas atrás dos Beatles. Conseguiram emplacar diversos hits nas paradas de sucesso. A marca registrada da época áurea do conjunto foram os vocais, às vezes duplos e até triplos, com Clarke, Nash e Hicks, semelhante na pegada com os Everly Brothers. 
Mesmo numa época onde diversas bandas de boa qualidade disputavam as paradas de sucesso, oposto de hoje, onde qualquer cabeça de bagre apoiado num forte esquema de marketing vira estrela; tornaram célebres canções como: "Long Cool Woman in a Black Dress", "Stay", "Stop in The Name of Love", " Bus Stop", "Look Through Any Window", "Sorry Suzanne", " Jennifer Eccles", " The  Air That I Breathe", e as inesquecíveis "He Ain´t Heavy, He´s My Brother". Alguns dos hits dos Hollies viraram versões em português na época da Jovem Guarda. 
Mesmo emplacando tanto sucesso nas paradas da Europa e Estados Unidos, a banda sofreu diversas mudanças. Haydock foi o primeiro a pular do barco, suspeitando que não lhe pagavam corretamente pelos shows e vendas de discos. Seu lugar é preenchido pelo baixista Bernie Calvert. Isto após quatro anos de caminhada no mundo do show-biz. 
Em 1968 gravaram "King Midas in Reverse" usando os recursos mais sofisticados da época, mas o hit fracassou nas paradas. Grahan Nash tentou fazer os Hollies mudar de postura musical, mas acabou sozinho. Saiu e nos Estados Unidos criou o trio Crosby, Stills and Nash. A vaga é ocupada por Terry Sylvester. Em 1971 é a vez de Allan Clarke seguir carreira-solo, deixando o microfone para Mikael Rickfors. O problema é que ele não conseguia cantar em inglês com facilidade. Passou por vários vexames em shows da banda. 
Os Hollies saíram da Parlophone e assinaram com a Polydor. Sentiram o gosto do sucesso outra vez com a canção "The Baby". Porém, a ex-gravadora lançou a gravação de "Long Cool Woman", na voz de Allan Clarke, quando ainda era vocalista do grupo. A explosão nas paradas o levou novamente ao vocal dos Hollies em 1973. Ficou na banda até 2002. 
Aos trancos e barrancos, a banda continuou lançando álbuns e viajando para diversos shows. Atualmente, eles se apresentam de vez em quando, com apenas dois de seus integrantes originais




segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

The Crusaders: apesar das baixas, ainda continuam na estrada

The Crusaders é o exemplo típico da longevidade na espinhosa estrada do show-biz. O conjunto surgiu em 1952 na cidade de Houston (Texas), sob a batuta do pianista Joe Sample, o baterista Stix Hooper, o saxofonista Wilton Felder e o trombonista Wayne Henderson. Como ocorre nos Estados Unidos, a meca da música é Los Angeles (seria em termos musicais o Rio de Janeiro) e para lá foram os primeiros membros da banda. Em 1960 assinaram contrato com a Pacific Jazz Records e ali ficariam dez anos. No início da década de 1970 já eram conhecidos pelos norte-americanos por misturar Jazz, Pop e Soul, espalhando adrenalina por onde passavam.  A mistura deu certo, porque desde os anos de 1960 até agora, já gravaram mais 40 álbuns, alguns ao vivo e outros de estúdio.  A grande sacada dos Crusaders foi colocar na linha de frente trombone e saxofone, solidificando as raízes no Hard Pop, mas enfatizando em R&B e Soul. Em 1971 adotaram o estilo Jazz/Funk, além de incorporar o baixo elétrico e guitarra. Nessa época entraram no grupo, o baixista Robert "Pops" Popwell e o guitarrista Larry Carlton. A pegada da dupla ficou caracterizada na maioria dos álbuns gravados durante a década de 1970. O novo método de trabalho resultou em canções estourando nas paradas pop da Billboard.
O auge chegou em 1979, com o disco Street Life, que alcançou o posto 18 nas paradas de discos pop da Billboard e 36 na Billboard Hot 100. Cinco anos antes, Henderson deixou a banda, após o lançamento do 28º disco, para seguir carreira-solo. A saída obrigou os Crusaders mudar de estilo, pois em 1983  Stix Hooper, um dos fundadores do conjunto no início da década de 1950, pulou fora do barco. Terminou a fase mais popular do grupo.
Continuaram gravando, mas nos anos de 1990, a maioria dos seus  membros originais já tinham escolhido carreira-solo. Em 1991, apenas Wilton Felder e Joe Sample permaneciam como músicos desde a fundação da banda. Mesmo assim, conseguiram chegar aos primeiros lugares na parada Top Jazz. Depois não lançaram mais nenhum CD até 2001. Nas tentativas anteriores, os hits não se pareciam com o estilo acústico da época áurea da banda, na década de 1970.
Em 2003, Felder e Hooper procuraram dar fôlego novo aos Crusaders ao gravar CD com as presenças de Ray Parker Jr e Eric Clapton. Sete anos depois, Joe Sample divulgou turnê de reencontro com Wayne Henderson e Wilton Felder, mas sem a presença de Stix Hooper. Era a primeira reunião dos membros fundadores dos Crusaders desde 1974. Os shows se transformaram num álbum.



Spyro Gyra é a beleza pura do Smooth Jazz











O som do grupo Spyro Gyra é inesquecível,  fazendo jus aos excelentes conjuntos de Smooth Jazz dos Estados Unidos. O primeiro álbum da banda, Morning Dance, saiu em 1979 e chegou ao hit Top 40 das paradas dos Estados Unidos. A canção "Breakout" ficou igual pipoca em porta de cinema. Outra faixa, "Calypso", também marcou e entrou nas listas dos grandes sucessos.
Em 32 anos de estrada já venderam 11 milhões de discos em todo o mundo. Mesmo assim não se acomodaram, como ocorreu com diversos artistas, que perderam a inspiração para lançar novos trabalhos. Conformaram-se de viver de direitos autorais e de shows repletos de flash backs.  
Nesta caminhada, em 2001, lançaram o álbum Modern Times, depois vieram Original Cinema (2003), The Deep End (2004) e Wrapped in a Dream (2006). A ideologia musical do Spyro Gyra é a seguinte, segundo um dos fundadores da banda, Jay Beckenstein: "Acreditamos que a única coisa que estamos fazendo em determinado momento é o melhor que já fizemos. Queremos sempre manter essa filosofia, porque é isso que nos impulsiona para frente. Não nos conformamos de jogar os hits nas paradas e depois cobrar o cheque". 
Apesar do grande profissionalismo, a Spyro Gyra  nunca se imaginaram uma banda pop, apenas um conjunto que gosta de apostar sempre na criatividade.
Isto é possível ver no Spyro Gyra Good to Go-Go, lançado em 2009.  Como sempre, os arranjos sofisticados predominam em todo o CD, cujo tema principal foi escrito por Beckenstein, recheado com o magnífico teclado de Tom Schuman e o inebriante solo de guitarra de Julio Fernandez.  Na faixa "Get Busy", o sax soprano deixa os nosso ouvidos bem massageados. Na segunda parte da canção, Scott Ambush dá verdadeira aula de como tocar baixo. Nem a entrada do novo baterista e percussionista Bonny B, tirou o brilho do álbum. A faixa "Jam Up" é outra pérola deste magnífico trabalho. 
Com este CD, o grupo pegou a estrada e durante vários meses os fãs de Smooth Jazz agradeceram ao saber que, apesar da mediocridade da indústria da música atual, ainda há vida inteligente em cima de alguns palcos. Ou seja, ainda vale apena investir alguns dólares, euro ou reais para assistir shows de quem é competente; não um cavalo de troia decorado por empresários sacanas e marqueteiros mal- intencionados. 
A entrada de Bonny B trouxe sabor exótico ao Spyro Gyra, assim como o excelente violino de Christian Howes, ao fundir Jazz, Bluess, Folk e Pop. Nesta pegada, os meninos terão muita estrada para percorrer. Os fãs de boa música agradecem.







domingo, 11 de dezembro de 2011

João Bosco: o mineiro arretado da MPB


João Bosco é um dos grandes nomes da MPB. Foi o talento que a engenharia civil perdeu para a música em 1972. Aos 4 anos de idade, em 1950, já cantava nas missas de Ponte Nova (Minas Gerais), onde nasceu. Quando tinha 12 anos ganha seu primeiro violão e forma a banda de rock X-Gare. Mas como toda família do Interior, os pais incentivam João Bosco a investir nos estudos. Em 1967, aos 21 anos, ingressa na universidade para cursar Engenharia, saindo com o canudo cinco anos. Nesse mesmo período conhece Vinicius de Morais e faz parceria  em algumas canções com o poetinha. Três anos depois, em 1970, aparece o psiquiatra Aldir Blanc, com quem iria compor canções inesquecíveis, inclusive a clássica o "Bêbado e a Equilibrista", sucesso eterno na voz de Elis Regina.
No ano de 1972 grava o disco de bolso, projeto do jornal alternativo O Pasquim. A curiosidade é que João Bosco divide o vinil com Tom Jobim, já famoso e ele ainda desconhecido. Mas seu destino na história da MPB estava sendo selado, quando entra em seu caminho Elis Regina. Ela grava a composição "Bala com Bala" da rica parceria Bosco/Blanc. Em 1973 troca Minas Gerais pelo Rio de Janeiro e tudo muda para melhor. É convocado para o time da gravadora RCA Victor.
Igual faminto diante do prato de comida, Bosco/Blanc passam a produzir diversas obras-primas: "O Mestre Sala dos Mares" (em homenagem ao marinheiro João Cândido, negro que liderou seus companheiros pelo fim dos castigos na Marinha em 1910, movimento conhecido como Revolta da Chibata), "Dois pra Lá e Dois pra Cá", "Caça à Raposa". A segunda metade da década de 1970 trouxe lindas canções como "Kid Cavaquinho", Incompatibilidade de Gênio" (imortalizada na voz de Clementina de Jesus), "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo" e "Falso Brilhante".
Cientes das sacanagens cometidas contra os compositores, Bosco/Blanc são expulsos da Sicam (Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais) por causa da luta pelo pagamento correto dos direitos autorais. Até hoje, essa situação não foi resolvida, com a dupla ficando sem o dinheiro do hit "O Bêbado e a Equilibrista", escolhida entre 14 melhores canções brasileiras do século XX.
Em 1983, João Bosco faz sua primeira apresentação internacional no Festival de Montreux, registrada com sucesso pela gravadora Barclay. A crítica europeia o elogia pela atuação. No ano seguinte lança o álbum Gagabirô e passa a compor sozinho e firma outras parcerias. Desta época, explode nas paradas com "Papel Machê", escrita junto com Capinam. Quatro anos depois consolida a carreira no Exterior ao produzir o primeiro álbum pela CBS Records.
Em 1992 lança o disco Zona de Fronteira, pela Sony Music, numa mescla de vários ritmos e culturas. Emenda com diversos shows pelo Brasil e Europa.  Três anos após, recria 14 músicas de várias épocas, como Villa-Lobos, Noel Rosa, Ary Barroso, Caetano Veloso e Chico Buarque, para o CD Dá Licença meu Senhor. Com o talento reconhecido mundo afora, passa a participar de inúmeros festivais na Europa e Estados Unidos. O ano 2000 marca a gravação do 20º disco de sua carreira, além da consolidação da parceria com o filho Francisco Bosco. O álbum mistura ritmos afro-americanos, cubanos e brasileiro, além de clássicos como "Siboney", autoria de Lecuona, e "True Love", de Cole Porter.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

João Nogueira: o homem do nó da madeira


O balanço dos sambas de João Nogueira é inesquecível, principalmente de um dos seus maiores sucessos: "Nó na Madeira", responsável por colocá-lo nas paradas, numa época em que era difícil tocar samba em rádio ou aparecer em programas de televisão.
O envolvimento com a música começou cedo, aos 17 anos; em 1958, quando já era diretor de bloco carnavalesco no bairro carioca do Méier. Naquela mesma época gravou pelo selo Copacabana a canção "Espera, ó Nega", acompanhado pelo grupo que mais tarde seria conhecido como Nosso Samba, responsável por tocar com Clara Nunes e depois Bezerra da Silva, além de participar de gravações de estúdios de vários sambistas.
Doze anos após, em 1970, Elizeth Cardoso gostou da letra "Corrente de Aço" e resolveu colocar no seu disco. Em 1971, Clara Nunes fez o mesmo com "Meu Lema" e Eliana Pittman", com "Das Duzentas pra Lá". Esta última composição defendia a ampliação do mar territorial do Brasil para 200 milhas, bandeira adotada pela Ditadura Militar. Por causa disso, João sofreu perseguição. Um de seus maiores sucessos "Nó na Madeira" teve como parceiro um amigo que trabalhava com ele num banco. Logo, após deixou esse emprego e mergulhou na vida de artista.
Nesta mesma época entrou para a ala de compositores da Portela, onde venceu o concurso de samba enredo com a letra "Sonho de Bamba". Mais tarde, insatisfeito com os rumos que a escola havia tomado, saiu com outros sambistas e ajudou a criar a escola de samba Tradição. Também participou da fundação do bloco Clube do Samba, visando a revitalizar o carnaval de rua carioca.
Durante 40 anos, até morrer em junho de 2000, João Nogueira gravou 18 discos, e compôs diversas obras-primas ao lado de Paulo César Pinheiro entre outros. Fã de Noel Rosa e Wilson Batista, sempre procurava se espelhar no estilo de cantar e escrever de ambos. Ele era um artista antenado e procurava passar em suas músicas, a preocupação com o bem-estar da população. Não cantava samba por curtição, mas tentava mostrar que o artista precisa ter interesse pelos problemas que afligem seus fãs. Algo raro na nova safra de sambistas, a maioria interessada em namorar loiras, modelos ou atrizes de novela.