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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Chris Montez é a raiz hispânica nos Estados Unidos

Chris Montez nasceu em Los Angeles, em 1943, e desde criança recebeu forte influência da cultura hispânica (a cidade pertencia aos mexicanos antes de ser incorporada, em 1848, aos Estados Unidos). Na adolescência já sabia tocar violão e começou a cantar. Fundou uma banda e gravou suas primeiras canções, despertando interesse do mercado musical. Visto que na segunda metade da década de 1950, o Rock estava saindo do berço e diversos artistas, a maioria jovens, se aventuravam pelo novo estilo de interpretar novas composições.
É desta época o seu primeiro hit de sucesso "All You Had To Do Was Tell Me". Aos 19 anos, em 1962, lança "Let´s Dance". Fica entre as dez primeiras colocadas das paradas dos Estados Unidos. Para reforçar o aprendizado, excursiona com as feras Sam Cooke, Smokey Robinson, The Platters e Clyde McPhatter. Seria o mesmo de pegar um jogador de futebol juvenil para treinar com o elenco milionário do Barcelona, ao lado de Messi e companhia. Em 1963, numa turnê pela Grã-Bretanha, ao lado de Tommy Roe, faz a abertura do show para os Beatles, quando o conjunto ainda começava a engatinhar.
Dois anos depois entra na recém-criada A&M Records, do trompetista Herb Alpert. Ali, ele é aconselhado a gravar músicas mais suaves, deixando o ritmo agitado do Rock em segundo plano. Nesta nova trilha entra nas paradas com " Call Me", "The More I See You", "Time After Time" e "There Will Never Be Another You".
A entrada do Rock britânico e psicodélico levou Chris Montez para a CBS Records, onde gravou diversas músicas em espanhol. Na década de 1980, a comunidade hispânica nos Estados Unidos, influenciada pelo conjunto Los Lobos e pelo filme La Bamba, que conta a história da vida do astro do Rock, Ritchie Valens, ajudou a fortalecer a carreira de Montez.
Ele passou a misturar canções típicas mexicanas com batidas de Rock e Blues, assegurando seu posto nas paradas norte-americanas, além de manter acessa a chama iniciada por Valens na década de 1950, norte-americano, mas também filho de mexicanos. Perto dos 70 anos, Chris Montez prossegue fazendo shows em turnês por diversos países.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Perez Prado, o rei do Mambo

Perez Prado (Damaso Perez Prado) é considerado o rei do Mambo. Nascido em Matanzas, Cuba, em 1916, ali estudou piano, composição e arranjo. Aos 26 anos, em 1921, foi para a capital Havana. Trabalhou em diversos cabarés. Antes de começar a tocar, fazia a mistura de Jazz e ritmos cubanos. Era o embrião do futuro Mambo.
Em 1945 cria sua primeira banda, batizada de Perez Prado. Grava alguns discos na RCA Victor Records, mas sem grande sucesso. Para garantir o sustento, faz arranjos a outros artistas.
Viaja ao México, em 1948 onde participa de diversas orquestras como pianista e arranjador. Forma um quarteto e passa a tocar Mambo. Os mexicanos gostam do seu ritmo. É dessa época os hits "Mambo Latino", "Mambo Baklan", "La Chula Linda", "Muchachita" e "Mambo en Sax". Em 1949, no filme "Lost", Perez Prado aparece fazendo solos de piano. É quando grava o hit "Mambo nº 5", que aqueceu muitos bailes nas décadas de 1970 e 1980, no estilo samba-rock.
Ouvir Mambo torna-se mania mexicana. Perez Prado passa a fazer diversas apresentações por todo o país e  participa de inúmeros  filmes, sempre com canções no estilo de Mambo na trilha sonora ou mesmo no enredo. É o exemplo de Vítima do Pecado (1953). Logo o sucesso do Mambo incomodou, pois os norte-americanos alegam que o ritmo é uma progressão do Jazz, enquanto os cubanos garantem ser um gênero surgido na ilha, que anos mais tarde caiu na ditadura de Fidel Castro.
Apesar da fama conquistada, enquanto esteve a frente de diversas orquestras, nos vários filmes em que participou, Perez Prado morreu na solidão em 1989; no México, onde descansa até hoje. Com o avanço das músicas norte-americanas, o Mambo passou a ser pouco ouvido na América Latina, principalmente no Brasil.


Dom Salvador e seu maravilhoso piano


Dom Salvador é a prova do talento do músico brasileiro. Aos 23 anos começou suas apresentações na Boate Lancaster (SP), em 1961, ponto de encontro de diversos jazzistas paulistanos. A convite de Dom Um Romão mudou-se para o Rio de Janeiro. Ali entrou no histórico Copa Trio. 
Em 1965 forma o Salvador Trio, com Edson Lobo (baixo) e Victor Manga (bateria). Gravam um disco com o nome do conjunto. Depois ao lado de Edson Machado (bateria) e Sergio Barrozo (contrabaixo), funda o Rio 65 Trio. Lança outro álbum, levando o nome do trio. 
No ano seguinte viajam para a Europa e se apresentam em nove países daquele continente. Por causa do grande sucesso gravam um disco na Alemanha. Ainda 1966 vai aos Estados Unidos, na companhia de Chico Batera, Copinha e Sérgio Barroso. Fazem shows em Minneapolis, New York e Texas. Quando retorna pela segunda vez a Nova York se enturma com diversos jazzistas, entre eles Bill Evans, Thelonius Monk, Sonny Rollins, Elvin Jones, Hamad Jamal e Charles Lloyd. 
Em 1970, tocando piano, cria o lendário grupo Abolição, com músicos de extrema competência, como Oberdan (sax tenor e flauta), mais tarde fundador da Banda Black Rio; Darci (trompete), Serginho (trombone), Lulu (bateria e vocal), Rubão Sabino (contrabaixo), Nelsinho (tumbadora) e a cantora Mariá. A banda classificou-se em 5º no V Festival Internacional da Canção, daquele ano, com a música "Abolição 1860-1960". 
Em 1971 lança o álbum Sangue, Suor e Raça e muda-se para os Estados Unidos, onde reside até hoje. Ali, o público norte-americano, principalmente os músicos, nutrem grande admiração pelo seu trabalho. Praticamente não há espaço em sua agenda de apresentações. Sente saudade do Brasil, mas logo passa o desejo de retornar, quando percebe que o nosso país não valoriza as canções de qualidade, compostas e produzidas por profissionais competentes, como é o caso de Dom Salvador. 


Branca di Neve: dois discos para a história do samba-rock

O cantor Branca di Neve estava no auge quando morreu, aos 38 anos, de derrame cerebral em agosto de 1989. Seu álbum, Branca mete bronca!, volume 1 tinha vendido bem e as músicas estavam nas paradas de sucesso de todo Brasil, além dos salões de baile e rodas de samba.
O hit "Boca Louca" o levou até ao programa Perdidos na Noite, apresentado por Fausto Silva, antes de ser contratado pela Globo. Ao contrário da maioria dos sambistas, que na época não caprichavam nas roupas quando apareciam na televisão; Branca di Neve optou pelo uso de smoking ou blazers bem cortados. Os músicos de sua afinada banda Mandela, trajavam batas, com notas musicais estampadas no peito. A beleza do visual combinava com o som de primeira. Bem no estilo de conjuntos e cantores norte-americanos.
Antes de chegar ao sucesso, Branca di Neve (Nelson Fernandes Morais) comeu moita poeira, numa época (décadas de 1960, 1970 e início da de 1980) em que o samba não tocava muito em rádio, aparecia pouco na televisão e carregava o estigma de passatempo de bandidos.
Aprendeu a tocar violão, com o velho suingue de Jorge Benjor, na praia do samba-rock, enquanto tocava surdo, no final da década de 1960, aos 18 anos,  em conjuntos que se apresentavam na casa de shows Barracão de Zinco, em Moema, Zona Sul, de Sampa.
Pouco tempo depois passou a integrar a "cozinha" de conjuntos de samba ou de outros artistas, como Toquinho, parceiro de Vinicius de Morais durante vários anos, que viajavam ao Exterior. Nessa época, Branca  di Neve passou a ser muito requisitado para participar de gravações em estúdio, por causa do seu modo de tocar surdo. Sua batida tinha o som de um contrabaixo, algo que poucos ritmistas conseguem.
No final da década de 1970 substituiu Rubão, um dos fundadores do grupo Os Originais do Samba, falecido em 1978. Mas o grande sonho de Nelsinho, como a rapaziada do bairro do Bixiga, Centro de Sampa, o chamava, era gravar um disco. O assunto aparecia após o futebol no time do bairro, o Luzitana; ou mesmo com a equipe Namorados da Noite, onde corriam atrás da bola o inesquecível locutor Osmar Santos, Chico Buarque, Miéle, Carlinhos Vergueiro, Zé Nogueira  entre outros.
Em 1986 o samba estava com muito gás. Mesmo boicotado pela maioria das rádios, ele aparecia no programa O Samba Pede Passagem, da FM rádio USP, apresentado por Moisés da Rocha. As músicas viraram balas na boca da população.
É quando explodem, com o nome de pagode, canções do grupo Fundo de Quintal, Almir Guinéto, Jorge Aragão, Beth Carvalho, Eliana de Lima, Jovelina Pérola Negra, Zeca Pagodinho, Pedrinho da Flor, Cravo e Canela entre outros.
Num domingo, final de 1985, Branca di Neve aparece no boteco que fica diante da quadra da Vai-Vai, bairro do Bixiga, região central de São Paulo, de violão em punho; canta dois versos de um samba-rock: "Você sabe a cor de Deus?/ quem sabe não revela..." Na roda de compositores e simpatizantes da alvinegra do carnaval paulistano, garantiu que iria gravar um LP (disco de vinil com 12 músicas). Este que vos escreve, se encontrava dentro do boteco, e em outras vezes chegou a tocar com Branca di Neve a mesma música. A maioria não levou a sério, porque era comum naquela época sambista prometendo disco, que nunca se tornava realidade.
Meses depois ele estoura nas paradas com o álbum Branca mete Bronca! volume 1. O disco sumiu das lojas. Várias canções, a maioria em parceria com Antonio Luiz, passaram a tocar nas rádios FMs USP, no programa O Samba Pede Passagem, de Moisés da Rocha; e Sambalanço, da Manchete. O hit "Boca Louca", autoria de Zelão, cobrador de ônibus da extinta CMTC, levou Branca di Neve ao Perdidos na Noite, apresentado por Fausto Silva.
Em quase três anos, Branca di Neve fez shows em diversas cidades do Brasil. Um deles ficou na memória dos gaúchos, durante apresentação no ginásio Gigantinho, em 1988.
Porém em agosto de 1989, o destino não permitiu que ele terminasse o segundo álbum: Branca mete Bronca! volume 2. O derrame cerebral impediu que Branca di Neve pudesse cantar para os casais apaixonados o samba-rock "Saudades da Minha Preta": Que saudades da minha preta/ aonde é que ela está/que saudades da minha nega/ sem ela não posso ficar"..

Buddy Holly: o inspirador de Beatles e Rolling Stones

Buddy Holly tocou Rock apenas dois anos. Neste curto período de tempo ele influenciou na formação de Beatles e Rolling Stones. Aliás, o primeiro grande sucesso do conjunto de Mick Jagger foi uma música de Holly: "Not Fade Away". Compositor, foi um dos primeiros a explorar profundamente a tecnologia existentes dentro dos estúdios. É  dele a ideia de colocar duas guitarras, baixo e bateria para tocar Rock.
Pouco antes de morrer, aos 22 anos, no acidente aéreo de 3 de fevereiro de 1959, que matou também Ritchie Valens, estava estudando a implantação de orquestração em suas músicas. Apesar de não ter o sex apeal de Elvis Presley, o seu ar de nerd, por causa dos óculos de hastes pretas, desaparecia quando subia ao palco. Era nitroglicerina pura.
É autor dos hits "Rave on", "Peggye Sue", "That´ll Be the Day", "Oh!Boy", "Maybe Baby".
Ainda na infância, Holly, nascido em 1936 no Texas, aprendeu a tocar violino, piano e guitarra. No Ensino Médio já tinha sua banda. No ano de 1956, um caçador de talentos da Decca Records o descobriu. Gravou um single. Pouco tempo depois abriu um show em Lubbock, sua cidade natal, para Elvis Presley.
Em 25 de fevereiro de 1957, Buddy Holly e sua banda The Crickets (de onde os Beatles se inspiraram, pois Crickets significa gafanhotos e Beatles, besouros) gravaram Tha´ll Be the Day". O hit estourou rapidamente nas paradas. No prazo de um ano, ele colocou sete canções no topo do sucesso.
Para saldar algumas dívidas com o antigo produtor, Norman Petty; concordou em participar da fatídica Dance Party Winter, uma turnê feita com ônibus por várias cidades do Centro-Oeste dos Estados Unidos no inverno de 1959.
Após um show em Clear Lake, Estado de Iowa, ele freta um avião monomotor para a próxima apresentação em Moorhead, Minnesota. A aeronave saiu da cidade de Mason à 1h da madrugada e, sob forte tempestade de neve, caiu minutos depois num milharal matando Holly, Ritchie Valens e o DJ Big Bopper. A tragédia ficou conhecida como "O dia em que a música morreu".

Claudja Barry: entre a música e o cinema

Claudja  Barry é uma cantora que também trabalha como atriz, quando a situação aperta no show biz; algo comum quando cessam os modismos. Nasceu na Jamaica, em 1952, mas aos seis anos de idade sua família  mudou-se para o Canadá, onde cresceu.
Ainda jovem foi para os Estados Unidos trabalhar na peça Hair, em Nova York. Depois ganhou outro papel no espetáculo Catch My Soul e excursionou pela Europa.
Em 1975, aos 23 anos, estava na Alemanha. Ali tornou-se componente do grupo de Disco Music, Boney M. Um ano depois seguiu carreira-solo, colocando três hits na Billboard Hot 100: "Dancin´Fever" e "The Girl Most Likely" e "Love for the Sake of Love".
No ano de 1979, estourou nas paradas com "Boogie Woogie Dancin Shoes". Outra faixa que fez  sucesso nos bailes do Brasil é a frenética "Dance, Dance, Dance".
O início da década de 1980 marcou o lançamento do álbum Feel the Fire, com a maioria das canções com arranjos de sintetizadores, ou seja música bem eletrônica.  Em 1981, ela deu uma virada radical ao gravar um disco no estilo New Wave, destacando-se o hit "Radio Action". Quatro anos depois optou pelo cinema, estrelando o filme Rappin´, de Mario van Peeble. Mesmo assim encontrou tempo para lançar o single "Born to Love", bem no estilo do grupo Pet Shop Boys. Em 1986 colocou nas paradas a canção "Can´t You Feel My Heartbeat".
Na década de 1990, Claudja direcionou sua carreira para o Canadá e Europa. Nos dez anos seguintes lançou os hits "Love Is An Island" (1991), "Summer of Love" (1992), "Poison" (1993), "Brand New Day" (1996), "Get It On Tonight" (1999).  Em 2006 retornou às paradas da Billboard com a canção "I Will Stand".

domingo, 16 de outubro de 2011

Jimmy Castor e seu saxofone melodioso

Jimmy Castor é um dos únicos cantores que resistiu bem a qualquer tipo de mudanças no R&B nos últimos 43 anos. Saxofonista, arranjador, percussionista e produtor, ele continua sendo grande músico. Ainda adolescente, Jimmy participou do grupo The Teenagers. Colega de escola de Frankie Lymon, no bairro do Harlem, Nova York, onde nasceu em 1947.
Não demorou para gravar o single "I Promise to Remember", que levaria os Teenagers ao topo das paradas de sucesso dos Estados Unidos no Verão de 1956. No ano seguinte veio a canção "This Girl of Mine". Após esse hit, o grupo se desfez.
Muito novo, aliou-se a Frankie Lymon e aprendeu diversas lições ao ver seu colega de escola e música descer rumo ao abismo nos 11 anos seguintes.
Por causa do grande talento, conseguiu trabalho como músico de estúdio, tocando saxofone tenor. Na primeira metade da década de 1960 grava alguns singles pela pequena My Brothers Records. Não demorou para a Smash, subsidiária da Mercury Records demonstrar interesse por seu estilo musical.
Descobriu que, em 1966, os porto-riquenhos tinham lançado canções com forte influência latina. Foi atrás e John Pruitt torna-se parceiro de produção de suas músicas. É dessa época os hits "Hey, Leroy, Your Mama´s Callin´You". A composição impressionou por causa do estilo de tocar contrabaixo, além do molho com piano, timbales, congas e um saxofone soprando de forma melancólica. Não demorou e as crianças estavam cantando a música nos campos de beisebol e  quadras de basquete.
O sucesso de Jimmy Castor o levou para RCA Victor Records, na década de 1970. Nessa época sua banda tinha Gerry Thomas no trompete e piano, Harry Jensen na guitarra, Lenny Fridle Jr´, nas congas; e Doug "Bubs"Gibson no contrabaixo. Todos macacos velhos na arte de tocar e fazer o público dançar.
Com esse time de feras, lança em 1972 o álbum It´s Just Begun e a faixa  "Trogiodyte (Cave Man)" explode nas paradas. Após diversos discos gravados, esse torna-se a obra-prima da sua carreira. It´s Just Begun ajuda o Funk explodir, de forma violenta, em todos os Estados Unidos. A introdução por meio de um diálogo tornaria amostra favorita do DJ e futuro rapper Afrika Bambataa.
Em 1974, Jimmy Castor estava na Atlantic Records. "Maggie", outra de suas melhores gravações, foi o seu primeiro single na nova casa. Nessa época ele deu sequência de cinco anos com canções no estilo R&B. "Bertha  Butt Boogie" estacionou entre as 16 mais das paradas.
Ao chegar 1977, auge da Disco Music, lança o hit "Don´t be a Robo Uln the Space Age", que serve para os dias de hoje, pois a letra diz que as pessoas não devem ser robôs. Isto numa época em que não existia Google, youtube, facebook, skype, internett, notebook e celular. Entre as 100 músicas das paradas, a canção fica em 28º. Antes, em 1976, regrava dos Spinners a balada "I Don´t Want to Lose You", cujo o solo de saxofone eternizou nos ouvidos de quem frequentava os bailes de black music no Rio de Janeiro e São Paulo.
A partir das décadas de 1980 e 1990, Jimmy Castor troca várias vezes de gravadora, porém mantendo o seu estilo garimpado desde os anos de 1950 e na quente década de 1960. Como se diz na gíria popular: agora amarrou o burro na sombra e pode viver de flash back.





sábado, 15 de outubro de 2011

Taxi: tragédia impediu sentir o gosto doce do sucesso

Imagina um disco reunindo os melhores da black music brasileira numa gravação. Não é sonho. Isto aconteceu no álbum do grupo Taxi, lançado em 1979 pelo selo Kelo Music, subsidiária da K-Tel que na década de 1970 inundou o mercado com diversas coletâneas, a maioria de mau gosto. Entre as feras que deixaram sua marca nesses dois álbuns memoráveis da Soul Music nacional estão o mago dos estúdios Lincoln Olivetti, anos luz na arte de produzir bons discos e CDs, o excelente contrabaixista Jamil Joanes da Banda Black Rio, o guitarrista Robson  Jorge e o baterista Picolé entre outros.
 O vocal do Taxi era de grande qualidade: Camarão, irmão do soulman Cassiano, trabalhou na banda Vitória Régia de backing vocal, fazendo as músicas românticas de Tim Maia ficarem mais bonitas nas apresentações ao vivo. Tanto Max quanto Aladim eram excelentes vocalistas. Infelizmente a tragédia não permitiu que o grupo Taxi desfrutasse do sucesso. Max se matou antes de sair o segundo álbum. Amaro acabou morto numa discussão dentro de um bar. Aladim, em 1998, morreu de câncer. Camarão também já é falecido. Deste excelente trio vocal, não há mais nenhum componente vivo. Permanece apenas a ótima qualidade de uma Soul Music, que anos depois a Motown Records, nos Estados Unidos, tentou reviver com o conjunto De Barge. 
Naquela época, o Brasil vivia o auge do movimento Black. As equipes Chic Show, Tranza Negra, Sideral, Zimbabwe, Black Mad, Circuit Power, Soul Grand Prix e Cash Box (ambas do Rio de Janeiro) faziam bailes concorridos, onde não faltavam atrações nacionais e internacionais. Em 1978, a Chic Show trouxe James Brown ao ginásio do Palmeiras, Sideral quase emplaca Billy Paul no ginásio da Portuguesa, no mesmo ano, caso não fosse prejudicada por um mau empresário. Tim Maia, Carlos Dafé, Fábio, Cassiano, Banda Black Rio, Gerson King Combo, Placa Luminosa, entre outros grupos eram a nata da Soul Music nacional, assim como o Funk dos Estados Unidos. 
É neste contexto que aparece o Taxi, trio formado pelos vocalistas Amaro, Max e Camarão. Todos experientes na arte de cantar Soul, Funk e baladas no estilo R&B. Na linha da black music norte-americana, lançaram dois álbuns, todos recheados de ótimas canções, daquelas para dançar de rosto coladinho, com o tempo necessário para passar telefone, pegar endereço e sair acompanhado da festa. 
O primeiro hit  a explodir nos bailes foi "Pode Chorar" (1979). Autêntica balada no estilo Soul Music para nenhum jovem dos guetos de Nova York, Los Angeles, Chicago, Detroit, Atlanta ou Filadélfia botar defeito. 
No segundo álbum (1980) apresentaram "Canção de Amor", autoria do tecladista Michel que tocava na banda  Vitória Régia, responsável pelo som nota 1000 de Tim Maia. Ele dificilmente faltava aos bailes blacks, principalmente os realizados no Palmeiras. Nesse mesmo disco estavam outras pérolas, como "Bobeira" de Amaro, Camarão e Aladim, Funk romântico em sintonia com conjuntos iguais a Harold Melvin and The Blue Notes, responsável por milhões de discos vendidos nos Estados Unidos na década de 1970. O hit " Amor não Vai Faltar", autorias de Paulo Sérgio Vale, Amaro, Camarão e Aladim, é o velho Soul, com batida brasileira, lembrando o estilo da Earth, Wind & Fire, trazida pela Chic Show, no início de 1980 para shows no ginásio do Ibirapuera.




Dion e os Belmonts: brilho curto de um bom conjunto

Dion e The Belmonts poderiam ter permanecido muitos anos na dura estrada do sucesso. Quarteto fundado em 1958 por Dion DiMucci, Fred Milano, Angelo D´Aleo e Carlo Mastrangelo, filhos de italianos nascidos no pesado bairro do Bronx , Nova York, (na época tão violento quanto o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, antes da ocupação do Exército em 2011).
 O nome Belmonts é homenagem à avenida onde os quatro amigos sempre encontravam-se. Estudaram na mesma escola e todos cantavam. Como trio, Milano, D´Aleo e Mastrangelo gravaram um disco em 1957 na Mohawk Records.
Quando Mastrangelo compôs "We Went Away", Dion gostou e o grupo vira quarteto. Assinam com a Laurie Records.
A estratégia dos quatro rapazes, quando o Rock ainda usava fraldas e fazia muito barulho junto à conservadora sociedade norte-americana, era imitar o estilo de cantar dos vocais de negros.
Gravam o hit "I Wonder Why". Apareceram em programas de televisão, emplacando mais duas canções nas paradas: "No One Knows" e "Don´t Pity Me".
Em março de 1959 gravam o álbum Presenting Dion and The Belmonts. A música "A Teenager in Love" entra no Top 100 da Billboard. Aliás, esse hit até hoje frequenta as pistas dos bailes onde ainda se dança samba-rock no Brasil. No mês de novembro do mesmo ano, lançam "Where or When", um dos maiores sucesso da banda. Chega ao 3º lugar do Top 100 da Billboard.
Porém, a tempestade atingiu o grupo, quando em 1960 a dependência de heroína leva Dion, a estrela do conjunto, à internação. Para piorar, é convidado a sair do conjunto. Outras músicas gravadas não obtiveram tanto êxito. Para piorar, começa a briga entre Dion e o restante da banda por causa de dinheiro dos direitos autorais. Ele preferia Rock e Blues, enquanto os outros três optavam pelo Jazz e baladas pop.
 Outubro de 1960 marca a saída de Dion do quarteto. Vai tentar a sorte numa carreira-solo. Leva o nome do quarteto e visita as paradas de sucesso com os hits "Runaroud Sue" e "The Wanderer", que no Brasil ganhou a versão como "Lobo Mau", na voz de Roberto Carlos.
O trio Belmonts permanece na Laurie Records, e com Mastrangelo de vocalista principal  regravam "We Belong Together", de Richie Valens, morto em 3 de fevereiro de 1959 num acidente de avião. O trio resiste até 1966.
Nas décadas de 1970 e 1980 encontram-se para shows repletos de flash backs. Dion prosseguiu em carreira-solo. Em 1996, Fred Milano ainda representava o que restou dos Belmonts, cujo o auge foi nos primeiros anos da década de 1960.

Osibisa é a marca do Afro-Rock

A banda Osibisa tem 42 anos de caminhada de Afro-Rock. Fundada em Londres, no final da década de 1960, por expatriados africanos e três caribenhos, eles foram o primeiro grupo musical africano a tornar-se popular na Europa no final dos anos de 1960. No Brasil, o conjunto ficou famoso por causa de uma música incluída na coletânea Sucessos de Todo o Mundo Difusora/Warner Bros, editada pela Rádio Difusora Jet Music, em 1975. Quem gosta de samba-rock já deve ter dançando o hit "Who´s Got The Paper", inesquecível por causa do solo longo de saxofone. Outros para apimentar o baile, traduziam com uma rima cheia de palavrões o nome da música.
As sementes do nascimento da Osibisa (dançar na rua, em dialeto africano) começa em 1962, quando Teddy Osei sai de Gana para estudar música na Grã-Bretanha. Ali conhece o baterista Sol Amarfio. Após sete anos de amizade resolvem criar a banda, mesclando ritmos africanos e caribenhos, Jazz, Rock e R&B. O primeira formação contou com o contrabaixista Spartacus R (falecido em 2010), o tecladista Robert Bailey, o guitarrista Wendell Richardson e a percussionista e sax-tenor, Lasisi Amao.
A grande sacada da Osibisa, para fugir de eternas comparações com as inúmeras bandas de Rock, Soul e Funk, no final dos anos de 1960, foi unir ritmos africanos, indianos, caribenhos aos existentes nos Estados Unidos. Nas suas canções, é visível a fusão desses estilos nos riffs de guitarras, solos de saxofone e arpejos de teclados. Seus arranjos não têm a leveza da New Wave nem o peso do Funk dos Estados Unidos. Conseguiram colocar um molho que só músicos nascidos na África dominam a receita.
O álbum de estreia, Osibisa (1971), produzido por Tony Visconti, responsável por alguns discos de Davi Bowie, estourou nas paradas da Europa e Estados Unidos. O segundo, Wayaya (1972), repetiu  a dose e ganhou elogios de Stevie Wonder, que tocou bateria com eles numa apresentação, e Art Garfunkel.
Mas para sentir o doce sabor do sucesso, os integrantes da Osibisa comeram muita salsicha e batata frita como almoço e janta, por causa da falta de dinheiro. Sem empresário, não conseguiam receber após as apresentações. Porém, a reportagem de um jornalista especialista em música, Richard Williams, publicada em agosto de 1970, mudou a história da banda.
Ao vê-los ensaiar num pequeno estúdio, ficou fascinado pela pegada do grupo. Dias depois escreveu uma página a respeito do que testemunhou. O casal Gerry e Lillian Bron, com amplo trânsito no show biz europeu, os conheceu e assumiu a gestão da banda. Em pouco tempo assinaram com a MCA Records.
Durante toda a década de 1970, a Osibisa fez shows no Japão, Austrália, Índia e África. A influência da Disco Music derrubou as vendas dos discos da banda. Eles mudam-se para Gana, onde montam estúdio de gravação e complexo de teatro para ajudar músicos mais jovens. A Osibisa continua em turnês, mantendo a mesma pegada que seduziu tantos fãs na Europa, Américas, África e Ásia. Nos bailes do Brasil, Who´s Got The Paper prossegue como trilha sonora obrigatória dos amantes do samba-rock.

Jimmy Cliff: uma das vozes do Reggae

Jimmy Cliff é um dos ícones do Reggae ao lado de Bob Marley. Ambos tornaram-se embaixadores desse estilo gostoso e suave de música, recheados de riffs de guitarras e letras politizadas. A história de Cliff começa em 1962, quando aos 12 anos mudou-se para Kingston, capital da Jamaica, para estudar numa escola técnica.
Dividia o tempo entre os livros e concursos de música, feitos por produtores em busca de novos talentos. Aos 14 anos passou a atormentar o manda-chuva do show biz jamaicano, Leslie Kog (acusado por Bob Marley de roubar os direitos autorais das canções de diversos reggaeman), para gravar um disco.
Conseguiu fazer um tape do hit " Hurricane Hattie". Despertou atenção da mídia local e passou a frequentar as paradas de sucesso. Anos depois foi para a Grã-Bretanha assinar contrato com a Island Records (selo responsável pelo lançamento de Bob Marley em nível mundial). Em 1968, seu álbum de estreia,  Hard Road to Travel, emplacou em alguns países. Dois anos após, lança Wonderful World, Beautiful People. A  crítica canção "Viet Nam" desperta atenção da mídia mundial, por causa da Guerra do Vietnã e seus violentos protestos nas ruas dos Estados Unidos.
Em 1972, Cliff é estrela do filme The Harder They Come, cujo enredo narra a história de um jovem que vai para a cidade grande  visando  tornar-se astro do Reggae e vira criminoso. Com várias músicas suas na trilha sonora, essa experiência aumenta sua fama em todo o mundo.

Atualmente com 63 anos, Jimmy Cliff continua fazendo turnês. Em mais de meio século cantando Reggae, já se apresentou ao lado de várias estrelas do Rock. Uma de suas músicas mais famosas no Brasil é "Reggae Night", sempre presente nos bailes de flash backs. De crítico feroz contra a Guerra do Vietnã e o Apartheid que vigorou na África do Sul, até 1990; hoje doa parte de seu cachê para instituições de combate à Aids.


 

Gregory Abbott: o boa pinta da Soul Music

Gregory Abbott é o soulman que todo marqueteiro de gravadora gosta: é boa pinta, ferramenta importante para seduzir as mulheres, mesmo com letras e canções ruins. Cantor, compositor, produtor, tecladista e baterista; aos oito anos estreou cantando na catedral de St. Patrick´s. Antes de enveredar pela carreira artística, estudou Psicologia na Universidade da Califórnia e Escrita Criativa em Stanford. 
Para obter dinheiro das mensalidades, formou uma banda que fazia shows ao redor da universidade. Após a conclusão do curso, optou pela música. Construiu seu próprio estúdio e aprimorou suas habilidades como cantor, guitarrista, compositor e produtor. 
Ao fazer um álbum para uma gravadora independente, emplacou  dueto com Whitney Houston. Em 1986, aos 22 anos, lançou seu primeiro disco, Shake You Down. A canção título rendeu  Disco de Platina e ficou no topo da Billboard Hot 100. Outra faixa, "I Got The Feelin (It´s Over)" chegou ao 5º lugar das paradas de R&B, lhe proporcionando status e diversos prêmios da crítica especializada.
Por causa de sua sofisticação, Abbott foi capa de diversas revistas, incluindo ensaio de seis modelos para a Playboy. Acabou caracterizado como um dos artistas mais sexy pela revista Playgirl.
Sua carreira no Exterior alçou voo. Ganhou o primeiro prêmio no Festival de Música de Tóquio. A faixa-título de seu segundo álbum, "I´ll Prove It  to You", lançado em 1988, tornou-se trilha sonora de filme japonês.
Desde a década de 1990, já gravou diversos discos, entre eles Eyes, Whispers, Rhytmn, Sex...and Dancing in The Inner Realm. Rhyme and Reason foi lançado em 2006. No ano seguinte gravou o single "Rhytmn Rhyme. Atualmente dedica-se a composição de trilhas sonoras para cinema e televisão. 








sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Cuba Gooding Sr continua brilhando na Soul Music

Os maiores sucessos de Cuba Gooding Sr., são "Everybody Plays The Fool" (1972), "Just Don´t Want to be Lonely" (1974), "Happiness is Just Around the Bend" (1983). Vocalista da banda The Main Ingredient, sempre navegou na praia da Soul Music e R&B. Com 67 anos, está no show biz desde 1964. Pais dos atores Cuba Gooding Jr., (ganhador do Oscar de 1996 pelo filme Jerry Maguire) e Omar Gooding Jr., como compositor já ganhou cinco vezes o Grammy. Uma delas foi em 2004 com a canção "You Don´t Know My Name" na voz de Alicia Keys. O hit ficou nove semanas seguidas na parada da Billboard.
Com 18 álbuns gravados, o último saiu neste ano, o seu timbre de voz continua inconfundível, na velha escola da Soul Music, onde as músicas românticas ganham roupagem bonita por meio de bons arranjos, conquistando  o coração de diversos fãs ao redor do mundo. Mesmo desfrutando do sucesso, não se esquece da comunidade afro carente dos Estados Unidos. Parte do dinheiro ganho nas turnês, ele doa ao Hospital de Atendimento à Criança St. Jude.
Ele também divide seu tempo com a televisão, onde já estrelou três filmes: Chicken Friend Roscoe and Waffles, Children of the Struggle e Gedo. Fez o mesmo no seriado da Showtime: Barbershop, ao lado do filho Omar. Atualmente é visto no programa de música Sweet Soul of the 70s da televisão norte-americana. 

Little Anthony & The Imperials: 53 anos de lindas baladas

Blues e Soul Music são a praia de Little Anthony & The Imperials, conjunto surgido em 1958 nos Estados Unidos. O falsete de Little Anthony é inesquecível para quem cresceu ouvido suas baladas nos últimos 53 anos.
A história do grupo começa com os integrantes da banda Chesters (Clarence Collins, Tracy Lord, Rodgers Nathaniel e Ronald Ross). Com a entrada de Anthony, eles mudam o nome para Little Anthony & The Imperials ao assinar contrato com a End Records.
O primeiro hit gravado foi "Tears of my Pillow", do outro lado do compacto simples (disco com duas músicas) estava "Two People in the World". Começaram a sentir o gosto doce do sucesso.
Em 1960 lançaram as canções "Shimmy, Shimmy Ko Ko Bop". No ano seguinte, época de vacas magras, Little Anthony tenta a carreira-solo e o restante do grupo entra na mesma praia. O ano de 1963 marca o retorno da banda, com alguns componentes novos: Ernest Wright e Sammy Strain. O produtor e compositor Tedd Randazzo (amigo de infância do grupo) coloca o conjunto na rota do sucesso. Aparecem nas paradas as canções "I´m Outside (Looking In)"(1964), " Goin Out of My Head" (1964), "Hurt So Bad" (1965), "I Miss You So" (1965), "Take me Back" (1965), "Hurt" (1966), "Out of Sight, Out of Mind" (1969).
Na década de 1970, na Avco Records, prosseguem navegando nas asas do sucesso com os hits "World of Darkeness", "If I Remember to Forget", "Yesterday has Gone" e "Help me Find Away (To Say I Love You), essa última produzida por Thom Bell.
Em 1973, o álbum On a New Street, montado por Thom Bell e Tedd Randazzo, estoura nas paradas com a canção "I´m Falling in Love With You". No Brasil, o hit entra na trilha sonora da novela das 19h, na Globo,Uma Rosa com Amor.
Depois, no restante da década de 1980, por desavenças internas Little Anthony mais uma vez segue carreira-solo e parte do grupo faz o mesmo, sob o nome The Imperials. Em 1992 eles se encontram para uma apresentação no Madison Square Garden. O sucesso os une novamente.
Os anos de 2002 e 2003 marcam a gravação de dois CDs: Little Anthony & The Imperials/Live: Up Close & Personal e Acapella Pure. Em 2004 Sammy Strain aposentou-se. No ano de 2010, Robert de Blanc entrou no lugar de Harold Jenkins, também aposentado.
Com Collins, Wright e Anthony, em 2011, o conjunto, ao lado dos Dells, são os únicos ainda ter nas turnês a maioria dos membros originais, em mais de 52 anos de carreira. Sempre trazendo novidades nesse meio século de show biz, o grupo lançou em 2008 o álbum You´ll Never Know.

Chaka Khan, outra diva da black music

Da Zona Sul de Chicago, a black music norte americana ganhou o talento de Chaka Khan (Yvete Marie Stevens). Aos 11 anos, em 1964, criou o grupo Crystalettes. Quando cursava o Ensino Médio juntou-se ao Teatro Afro-Arts. Dessa experiência, anos mais tarde, adotaria o nome africano Chaka Khan, quando já estava trabalhando no programa Café da Manhã com os Panteras Negras.
Em 1969, com 26 anos, entrou para conjunto Lyfe numa jogada que sairia errada. Porém, o destino a colocou no caminho de Kevin Murphy e Andre Fisher para formar o grupo Rufus. No ano de 1973, eles apareceram como uma grande promessa do Funk na ABC Records.
Os vocais dinâmicos de Chaka Khan rendeu ao grupo seis Discos de Ouro e outro tanto de Platina, antes de ela seguir carreira-solo cinco anos depois.
Sob as mãos do produtor Arif Mardin, Chaka Khan estourou nas paradas com o hit " I´m Every Woman" (regravada dez anos mais tarde por Whitney Houston). Porém teve de dividir seu sucesso com os colegas do Rufus, pois precisava ainda gravar dois discos com meninos, segundo acordo firmado com a gravadora. Em 1982 a pendência foi resolvida com um show no teatro Savoy, de Nova York. Dele saiu o álbum Stompin´at the Savoy. Nesse mesmo ano reuniu uma coleção de canções de Jazz com as participações de Freddie Hubbard, Joe Henderson, Stanley Clarke, Chick Corea e Lenny White. Foi o disco Echoes of an Era.
Mas em 1984, sua carreira entrou num pântano.A sorte é que a  canção I Feel for You lhe rendeu um Disco de Platina e indicação ao Grammy. Os álbuns lançados em 1986 e 1988 a manteve nas nuvens do sucesso. O início da década de 1990 a premiou com outro Grammy, por causa do hit " I´ll Be Good to You" num dueto ao lado de Ray Charles. Oito anos depois, a canção "Come 2 My House", do selo independente Prince, a faz  ganhar outro Grammy. Em 2007 lançou mais um disco recheado de hits Funks, produzido por Jimmy Jam e Terry Lewis. Para quem gosta de baladas, é inesquecível a interpretação da clássica "You Send Me", de Sam Cooke, nas vozes de Chaka Khan e Rod Stewart.

Angie Stone: o lado feminino do RAP dos EUA

Angie Stone é uma artista autodidata. Aprendeu tocar teclados sozinha. Ainda criança já cantava música gospel na igreja Batista de Nazaré, em Columbia, Estados Unidos. Seu pai, membro do grupo de louvor, a levava para assistir apresentações de outros artistas Gospel. Na juventude escrevia poesias e praticava esportes. Após a formatura do Ensino Médio, a direção do colégio lhe ofereceu uma bolsa para disputar o basquete universitário.
Para o bem da música, Angie recusou e começou trabalhar para guardar dinheiro e mais tarde gravar uma fita demo e levar a alguma gravadora interessada em seu talento. Em 1979, com 18 anos, uniu-se a Gwendolin Chisholm e Cheryl Cook, formando um trio de RAP. Em cima do hit "Tear the Roof off the Sucker", da banda Parliament, escreveu as canções "Funk You Up" e "I Don´t Need Your Love".
O casal Joe e Sylvia Robinson, da Sugar Hill Records, gostou do som e a contratou. Começou  a trabalhar ao lado do roqueiro Lenny Kravitz e do rapper futurista Mantronix. 
O show biz acabava de ganhar o Classy R&B Trio. Criaram uma nova canção inspirada na clássica "Summertime". Depois escreveram "Seems You´re Much Too Busy". Após a gravação do segundo álbum, cada um pegou o seu caminho. 
Em 1999, contratada da Arista Records, Angie Stone em carreira-solo grava o álbum Black Diamond e ganha o Disco de Ouro por causa dos hits "No More Rain (In This Cloud)" e "Everyday". Este lançamento rendeu a ela o título de Lady of Soul. Dois anos depois recebe outro Disco de Ouro pelo álbum Mahogany Soul.
No ano de 2007, na lendária Stax Records, apresentou The Art of Love & War, seu quarto trabalho. As canções "Baby" e " Sometimes" foram bem-recebidas pelos fãs. 
Atualmente divide suas aparições em programas de televisão e shows. 


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Van McCoy: maestro que esteve por trás de inúmeros sucessos

A vida do maestro, arranjador, compositor e produtor musical norte-americano Van McCoy durou 39 anos. A seis meses de completar 40 anos, um ataque cardíaco o matou. Produziu discos para diversos artistas, entre quais Aretha Franklin, Gladys Knight and The Pips, The Stylistics, Peaches and Herb, Davi Ruffin, Stacy Lattisaw, Linda Clifford, além de  ter os direitos autorais de 700 músicas.
Quando era criança já tocava piano e cantava no coral da igreja Batista de Washington, onde nasceu. Também  já escrevia suas próprias canções, para se apresentar junto com seu irmão, Norman Jr., de 12 anos, no grupo Starlighters. Aos 16 anos lançou o hit "The Birdland". Aos 19 anos lança seu próprio selo, Rockin´Records e apresenta a canção "Hey Mr. DJ". A música chamou a atenção de Florence Greenberg, dono da Scepter Records. Ele contratou Van McCoy como compositor.
Durante a década de 1960 fez mais hits e produziu diversos artistas, entre eles Gladys Knight and The Pips, lançou a dupla Peaches and Herb. Escreveu composições para Barbara Lewis e Jackie Wilson.
Na década de 1970 firma parceria com compositor e produtor Charles Kipps. Faz arranjos para diversos sucessos dos Stylistics.
Cria sua própria orquestra, a Soul City Symphony com as cantoras Faith (fé), Hope (esperança) e Charity (caridade), produziu diversos discos e apresentou-se em vários locais. Em 1975 lança o álbum Disco Baby, pela Avco Records. A canção "The Hustle", uma das últimas a ser gravada estoura nas paradas de sucesso. Ganha o Grammy. Também fizeram relativo sucesso os hits "Party", "That´s The Joint" e "Change With the Times". Dois anos depois repetiu a dose com a canção "The Shufle".
Antes gravou o álbum The Real Van McCoy e Rhytmns of World, ambos de 1976. Em 1978 lançou My Favourite Fantasy, Lonely´ Dancer e Sweet Rhytmn, os dois últimos de 1979.