Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Antes de chegar ao auge, Arrington tocou em várias bandas de Ohio
Luís Alberto Alves
Steve Arrington é cantor, compositor,
bateristas, produtor musical, engenheiro e ministro da palavra do Senhor.
Nascido em Dayton, Ohio, tocou em várias bandas daquela cidade até aprender
percussão latina e passar a trabalhar com Coke e Pete Escovedo e Sheila E.
Em 1975
uniu forças com a banda de Funk Slave, onde virou baterista e backing vocal. Colocou
voz nos hits “Just a Touch of Love”, “Watching You” e “Wait for Me”. Sete anos
depois saiu do conjunto, deixando nas paradas de sucessos os singles: “Weak At
The Knees” e "Nobody Can Be You But You".
Seu disco de maior sucesso em carreira solo
foi Dancin' in the Key of Life. Esse single passou três semanas no segundo
posto nas paradas de Disco Music. Outro single, “Feel So Real” ficou nos
primeiros lugares nas pistas de dança e rádios do Reino Unido.
Cansado das falsidades do show biz, aceitou
Jesus Cristo em 1984 para mais tarde ser ungido pastor. Seis anos após deixou
de lado a Pop Music. Em 2009 lançou CD de R&B e Funk, Pure Thang. Repetiu a
dose dois anos depois, soltando o CD Love, Peace and Funky Beatz.
Como bom músico, Narada já produziu lindos discos para outros artistas
Luís Alberto Alves
Narada Michael Walden é conhecido por tocar
diversos instrumentos, especialmente teclados, além de ser bom vocalista,
compositor, arranjador e produtor. Com dez anos de idade teve as primeiras
lições de músicas. Para deixar os ouvidos mais sensíveis passou a curtir discos
de bandas de rock como The Who e Soulful e R&B como Temptations.
Aos 18 anos, em 1970, formou a dupla The
Ambassadors, para depois entrar na Michigan University. Em 1973 criou um trio
de rock progressivo, The New McGuire Sisters, liderado por Sandy Torano, antigo
membro da banda Edgar Winter.
Em 1974 já estava na Mahavishnu Orchestra.
Viajou a Londres para gravar o álbum Apocalypse, que teve a participação do
guitarrista Jeff Beck. Ele gostou tanto do talento de Narada, que o convidou
para retornar e fazer outros trabalhos com George Martin (maestro produtor de
todos os álbuns dos Beatles). Dessa experiência saiu o disco Wired, que teve
quatro canções de Narada.
Mais tarde encontraria o roqueiro Carlos
Santana e as meninas da banda Pointer Sisters. Após o fim da orquestra
Mahavishnu em 1975, começou a batalhar para lançar seu primeiro disco solo na
Atlantic Records, antes de entrar no conjunto de Tommy Bolin até a morte do
guitarrista.
Conseguiu emprego com Roy Buchanan e produziu
o álbum Here & Now para Don Cherry. Só em 1976 conseguiu tirar da gaveta o
tão sonhado álbum solo, antes de montar a própria banda para turnês pelos
Estados Unidos. Os primeiros três discos tinham grandes doses de canções
religiosas, amparadas em bons arranjos de Jazz e Funk. Não vendeu bem.
O ano de 1980 trouxe dois singles: ‘Tonight
I’m Alright” e “I Shoulda Loved You”. Ambos estouraram nas paradas britânicas.
Sua influência reduziu no mercado musical dos Estados Unidos, embora tenha
conseguido emplacar nas paradas o hit “Gimme Gimme Gimme”, dueto ao lado de
Patti Austin.
Antes em 1981 produziu um lindo álbum para
Stacy Lattisaw. Sete anos depois retornou às paradas britânicas com o single “Divine
Emotions”, mas não soube administrar o seu sucesso.
O sucesso das meninas do Stargard durou menos de dez anos
Luís Alberto Alves
Stargard foi uma banda de Funk (legítimo dos Estados Unidos)
formada por Rochelle Runells, Debra Anderson e Janice Williams.Viraram capas de revistas em 1977 por causa
do hit “Theme Song of Which Way Is Up?”, escrita pelo compositor de milhares de
sucessos do Temptations, Norman Whitfiel. A canção serviu de tema para o filme
estrelado por Richard Pryor.
No ano de 1978 entraram na MCA
Records e chegaram aos primeiros lugares das paradas dos Estados Unidos. O
segundo álbum What You Waitin' também manteve o grupo nas alturas. Depois
mudaram para a Warner Bros Records, destacando o single “Wear It Out”, com
parte da produção nas mãos de Verdine White, baixista da banda Earth, Wind
& Fire.
Debra Anderson saiu do grupo e as
duas vocalistas, Rochelle e Janice ainda conseguiram gravar mais dois discos:
Back 2 Back (Warner Bros) em 1980 e Nine Lives (MCA) dois anos depois. A partir
dai desapareceram do cenário artístico da Black Music dos Estados Unidos.
Lloyd Grimes era o nome verdadeiro de Tiny
Grimes. Nascido na Virginia em 1916, depois de muito tocar bateria e piano,
escolheu o violão como instrumento. Incomum entre guitarristas, usava apenas
quatro cordas. Foi um dos primeiros a usar amplificação elétrica.
No final dos anos 30 e início dos anos 40, ele
trabalhou em Nova York, atraindo grande atenção quando se juntou Slam the Became. No começo da década
de 1940 participou de vários grupos pequenos, semeando as sementes do Bebpop
entre artistas como Charlie Parker, por exemplo.
Ajudou romper barreiras tocando também Rock e
coktail lounge Jazz, quando a situação financeira ficava apertada. Nos anos de
1970 e 1980 rodou o mundo mostrando o talento em clubes e festivais até morrer
em 1989.
Thelma fez muito sucesso no final da década de 1940
Luís Alberto Alves
Thelma “Baby Doll” Cooper colocou fogo no
Blues. Nos seus discos tinha a boa cozinha da Orquestra de Doc Bagby, que
produziu vários hits no final da década de 1940, incluindo "Cute Pappa,"
"Boyfriends," e “Oooh! Daddy." As letras das canções de Thelma
deixavam bem claro o seu interesse por homens, inclusive na célebre música “I
Want a Man”, mas o nome correto da canção era “"I Want a Man for Christmas”,
talvez para não passar sozinha nesse feriado. O curioso é que o hit não passava
de composição natalina, sem nenhum tipo de sacanagem na letra.
Na canção “Cute Pappa” é bem clara a sintonia
de Thelma com o parceiro Doles Dickens. Durante muitos anos ele ficou conhecida
por ter nome semelhante ao de Dolly Cooper, que usando o codinome de Little
Clydie entrou para a história ao gravar o hit “Big Rock Inn”, descrito como uma
das grandes gravações do Rock por uma mulher negra. Até hoje ninguém sabe se de
fato Thelma usou o nome de Little Clydie para fazer essa gravação.
Joe Morris é outro grande talento da Black
Music. Guitarrista, baixista e compositor brilha muito no Jazz. Aos 13 anos
começou a tocar e pouco tempo depois fez o primeiro show profissional. Aprendeu
tudo sozinho. As influências de Jimi Hendrix e outros grandes guitarristas o
levou a centrar fogo no Blues.
John Coltrane o aconselhou a aprender Jazz.
Trabalhou muito para estabelecer sua própria voz na guitarra num contexto de Free
Jazz. Após sair do colegial, aos 17 anos, despejou o talento em bandas de rock
e de jazz. Ficou assim até mudar para Boston em 1975.
Até 1978 esteve como figura criativa naquela
cidade. Em 1983 criou a própria gravadora e lançou o primeiro disco, com
participação do pianista Lowell Davidson. Entre 1989 e 1993 fez shows e gravou
com seu trio elétrico Sweatshop.
De 1994 em diante gravou em diversos selos,
além de liderar suas bandas. Tocou com Joe Maneri, Jim Hobbs, Steve Lantner,
Daniel Levin entre outros. Também ministrou aulas e workshops nos Estados
Unidos e Europa. Morris é conhecido por desempenhar o Jazz Sonny Sharrock Free.
Curioso que ele não usa distorção de som na guitarra, prefere o “som limpo”,
amparado em ricas harmonias. Seu último CD, Balance, saiu neste ano de 2014.
Jimmy Rogers ganhou fama por tocar na banda do
lendário Muddy Waters, além de escrever os hits: "That's All Right"
em 1950 e "Walking By Myself" dois anos depois. Com menos de 30 anos
abandonou o Show Bizz, voltando a gravações e turnês 20 anos depois. Nascido no
Mississippi, mas criado em Atlanta e Memphis, manteve o sobrenome Rogers, herdado
do padrasto.
Aprendeu a tocar gaita ainda criança, depois
passou para o violão e começou a tocar profissionalmente em St. Louis, com
Robert Lockwood Jr. Em 1947, ele e Muddy Waters e Little Walter começaram a
tocar juntos na banda Muddy Waters. O grupo definiu o estilo nascente Chicago
Blues, conhecido como South Side.
Escreveu vários hits para pequenas gravadoras
de Chicago, mas nenhum estourou. Só sentiu o gosto doce do sucesso na Chess
Records em 1950, com “That´s All Right”. O nascimento do Rock deixou o Blues em
segundo plano. Ele resolveu sair de cena do mercado artístico. Resolveu ganhar
dinheiro como motorista de táxi e dono de loja de roupas, incendiada durante os
protestos após o assassinato de Martin Luther King em 1968. Quando retornou ao
batente, Rogers gravou até morrer de câncer em 1997.
Outra boa cria do Blues foi Jimmy Reeds, nascido
no Mississippi em 1925. Marcou forte presença tocando guitarra e gaita, além de
colocar nas paradas vários hits na década de 1950. Foi o cantor mais bem-sucedido
deste estilo musical.
Os primeiro anos de sua vida sofreram as
influências de trabalhar na roça. Ficou amigo de Eddie Taylor e passou a cantar
na igreja e aprendeu a tocar guitarra. Na década de 1940 saiu do sul e foi
morar em Chicago, deixando a enxada para trás. Prestou serviço militar na
Marinha e no ano de 1945 estava de volta ao Mississippi. Conheceu Willie Joe
Duncan, que tocava guitarra com uma só corda.
Nessa época encontrou o amigo de infância
Eddie Taylor e passaram a tocar juntos em clubes da cidade até entrar na Vee
Jay Records em 1953. Dois anos depois estourou com o hit “You Don´t Have To Go”.
A porteira se abriu com as canções “Ain´t
That Lovin You Baby”, “You´ve Got Me Dizzy”, “Bright Lights, Big City”, “I´m Gonna
Get My Baby” e “Honest I Do”.
Duas de suas composições mais célebres: “Baby
What You Want Me To Do” e” Big Boss Man” viraram estimulantes para novas bandas
de Rock. Tudo isso se deve ao amigo Taylor, cuja esposa, Mama Reed, o ajudou a
escrever várias de suas canções e até cantava perto do ouvido, quando ele se
esquecia das letras durante as gravações. A jogada de Reed foi fugir do Blues
tradicional, deixando as melodias bem dançantes.
Epilético, ele driblava a insegurança das
apresentações ao vivo apelando para o álcool. Visitou a Europa na década de
1960, quando não estava bem. Aparecia bêbado nos shows. Caiu nas mãos do
mafioso Al Smith e passou a gravar na Bluesway Records. Porém passava a maior
parte do tempo em casa por causa da doença. Curioso é que ele morreu de
problemas cardíacos. Os Rolling Stones reconhecem sua influência no estilo da
banda tocar.
Falar de Blues sem citar John Lee Hooker é o
mesmo de desfrutar de lua de mel com ausência de sexo. Nos 94 anos encerrados em 2001, ele tocou
fogo no mundo da música, além de influenciar diversos artistas. Nascido numa
família grande no Mississippi teve as primeiras experiências musicais tocando
na igreja.
Para driblar a falta de dinheiro inventou um
equipamento derivado de uma câmara de ar ligada à porta do celeiro. Depois
grudou no padrasto e passaram a tocar juntos em bailes locais. Aos 14 anos
fugiu para Memphis e ali conheceu Robert Lockwood. Aos 16 anos resolveu ir para
Cincinnati, permanecendo dez anos naquela cidade.
Em 1943 já estava em Detroit, onde viveria
vários anos. Enquanto trabalhava como zelador durante o dia, passou a tocar de
noite nos clubes de Blues e bares próximos a Hastings Street. Desenvolveu um
estilo único de tocar guitarra, tornando sua música diferente. Três anos depois
gravou o primeiro disco, apenas com guitarra e fazendo percussão com os pés,
era o álbum Boogie Chillen, pela Modern Records. Vendeu mais de 1 milhão de
cópias.
Boa parte das primeiras canções de Hooker eram
solos, apenas alguns hits consistiam de duetos ao lado de Eddie Kirkland ou outro
guitarristas. O talento dele o tornava difícil de acompanhar. Por isso optava
por discos solo. O som limpo de sua guitarra era único.
Do final da década de 1940 até o início de
1950, Hooker produziu vários clássicos como “Crawling King Snake”, “In The Mood”,
“Rock House Boogie” e “Shake Holler & Run”. Porém teve prejuízo com as
gravadoras que lhe pagavam pouco dinheiro em direitos autorais. Passou a fazer
músicas usando outros nomes, mas os fãs sabiam que era ele. É desta época codinomes como: “ Johnny Williams, Sir
John Lee Booker, Delta John entre outros.
O sucesso o ajudou a fazer várias turnês,
entrando no circuito de R&B dos Estados Unidos, aumentando a popularidade.
Entrou na Vee Jay Records, de Chicago, deixando gravações solos de lado,
incluindo piano e outra guitarra nos seus discos. Produziu vários sucessos. Perto da década de
1960 passou a se apresentar em clubes e festas populares.
O começo da década de 1960 marcou seu crescimento
junto a jovens músicos de Pop e Rock, principalmente Rolling Stones. Vieram as
turnês no Exterior e lançamento de vários álbuns, inclusive pela Bluesway
Records. Continuou na mesma pegada nos de 1980. Em 1989 gravou o disco The
Healer, trazendo vários convidados e o célebre dueto ao lado de Carlos Santana.
Na velhice, Hooker gozou do título de estadista do Blues.
Em 1994 resolveu tirar o pé do acelerador e
passou a desfrutar dos bens que comprou com seus sucessos. No ano seguinte
gravou o disco Chill Out. Repetiu a dose em 1996 e 1997. Apesar dos agitos no
mundo do Blues, onde drogas pesadas estão sempre presentes, Hooker morreu
dormindo.