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Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 20 de março de 2014

Ann Hampton Callaway: A arte de cantar bem


Ann Hampton começou  a cantar quando ainda era criança

Luís Alberto Alves

De uma família musical, Ann Hampton Callaway nasceu em 1959 em Chicago. Começou a cantar desde cedo, incentivada pela mãe, professora de canto. Em conjunto desenvolveu a arte de compor. Depois passou a trabalhar com sua irmã, Liz Callaway num musical chamado Her Sisters, apresentado em vários lugares.

 Além de trabalhar nos palcos teatrais, Callaway também apareceu extensivamente em casas noturnas, no rádio e na televisão, todos com distinção. Sua aparição em Nova York em Swing! Trouxe seu grande sucesso de público e crítica, incluindo uma indicação ao Tony Award de Melhor Atriz em um Musical, e ela ganhou o Prêmio Mundial do Teatro de Melhor Broadway Debut.

 Suas aparições na sala de concertos incluíram Tanglewood e Carnegie Hall, com Keith Lockhart e a Boston Pops Orchestra, com Lyle ' Skitch ' Henderson e os New York Pops no Carnegie Hall, e com Wynton Marsalis e a Lincoln Center Jazz Orchestra.

 Ela já apareceu com frequência na televisão, incluindo The Today Show e The Oprah Winfrey Show, e no Reino Unido pela BBC. Entre muitas aparições de prestígio que ela era uma convidada em Youth Summit Peace do Presidente Gorbachev em Moscou e na Casa Branca, em Washington, DC, durante a administração Clinton.

 O trabalho de Callaway como compositora e letrista também trouxeram sua atenção e aclamação. Suas canções incluem ' The Nanny Named Fran”, escrito para a CBS comédia de televisão show, The Nanny, e" At The Same Time”, que foi gravada por Barbra Streisand em 1997 sua versão Higher Ground. Além disso, ela escreveu a letra para a melodia Rolf Løvland, “I’ve Dreamed Of You”, cantada por James Brolin de Streisand em seu casamento e gravado em “A Love Like Ours”.

 A associação com Streisand continuou com Callaway no hit “A Christmas Lullaby”. O poder de fogo dela na arte de compor é medido pela declaração de Cole Porter ao dizer que a reconhece oficialmente como única compositora que colaborou com ele.


 Ela também é a vencedora do Johnny Mercer Songwriting Award, prêmio da Ascap. Sua voz brilhante traz a graça para suas interpretações e com projetos de cinema, televisão e teatro. No mundo da canção popular dos EUA ela continua ganhar cada vez mais terreno. 

Tierney Sutton: Grande diva do Jazz


O talento de Tierney foi herdado de sua família, extremamente musical

Luís Alberto Alves

 Na década explosiva de 1960 que Tierney Sutton veio ao mundo em 1963 em Milwaukee, Wisconsin. De família musical, ela cresceu escutando e aparecendo em diversas produções de comédias musicais e óperas, figurando no coral. Enquanto estudava russo na Universidade de Wesleyan, encontrou Bill Barron, chefe do departamento de música e artista -em-residência , Ed Blackwell.

  Também ouviu diversos líderes que visitavam os músicos de Jazz, incluindo Betty Carter, os irmãos Heath e Billy Taylor. Tudo isso contribuiu para aumentar o desejo de se tornar uma cantora de Jazz. Logo começou a cantar regularmente num clube de Jazz local.

 Acabou premiada com uma bolsa de estudos para a Berklee College of Music em Boston, e enquanto não cantava em clubes em Nova Inglaterra e também em festivais. Ela também visitou a Europa, ao mesmo tempo aprimorando seu talento em desenvolvimento.

  Fixou moradia em Los Angeles, e passou a contar ajuda de artistas como Shelly Berg, Al ' Tootie “Heath, Joe LaBarbera, Roy McCurdy, Thom Rotella, Jack Sheldon e Buddy Childers. Com Childers, ela cantou com pequenos e grandes grupos e apareceu em Buddy Childers: Big Band '98 e um grande dia em Hancock Park, também cantou com a banda em uma Convenção Kenton Stan.

 Sutton também já cantou em várias trilhas sonoras de cinema e televisão, bem como fazendo inúmeros anúncios de televisão. Ela também é ativa na educação de Jazz, dirigindo o Departamento Vocal Jazz at the University of Southern California. Em 1998 foi semifinalista em Jazz Vocal Competition do Instituto Thelonious Monk.

 Sua primeira gravação solo foi bem recebida pela imprensa e público, alcançando o Top 50 nas paradas Gavin Jazz Rádio e sendo nomeada para um 1999 'indie' como Melhor Álbum Vocal Jazz. Seu progresso ascendente continuou com sua estreia no Telarc Records Unsung Heroes, em que ela cantava letras de músicas geralmente realizadas como instrumentais.

 O álbum recebeu elogios e Tierney ficou em segundo lugar no JazzTimes Readers Poll como Melhor Novo Artista de Jazz. Em 2001, Sutton visitou a Tailândia e também lançou um novo álbum, o Bill Evans tributo Blue In Green, que parecia defini-la firmemente na consciência do público de Jazz.

  Sua grande capacidade de cantar contribuiu para abrir o leque de canções americanas clássicas tiradas do Jazz, Rock, Country e Stage. Inspirada pela música de Frank Sinatra gravou em 2004 o CD recording Dancing In The Dark, grande sucesso comercial que figurou no Jazz Top 10.

 Depois fez outro álbum ao vivo no Birdland acompanhada dos músicos Christian Jacob (piano), Ray Brinker (bateria), Trey Henry e Kevin Axt (baixistas). O disco rendeu indicação ao Grammy no final de 2005. As habilidades musicais dela são extensas, como também os seus dons de interpretação, por vezes em conflito com as letras que ela canta, mas tudo é compensado por sua aplicação e habilidade de improvisação.


Diane Shuur: Vocalista influenciada por Dinah Washington

A deficiência visual não influiu no talento de Diane Shuur


Luís Alberto Alves

 Dianne Schuur Joan nasceu também na década de 1950, em Tacoma, Washington. É uma das vocalistas mais populares do Jazz Contemporâneo e uma das mais vendidas. Cega desde o nascimento cresceu em Auburn, pegando o Jazz com grande entusiasmo, logo aprendendo o repertório de Dinah Washington.

 Entre os três e quatro anos de idade, passou a ouvir os discos de Duke Ellington de sua mãe e seu pai ao piano. Aos nove anos começou a cantar profissionalmente e escrever suas próprias canções aos 16 anos. Em 1975, aos 22 anos, conquistou um lugar na big band do baterista Ed Shaughnessy, viajando com o grupo para o Monterrey Jazz Festival, onde conheceu Dizzy Gillespie.

 Nesse mesmo festival, porém quatro depois conheceu o saxofonista Stan Getz, que fez grande propaganda do seu talento e a convidou para tocar com ele na Casa Branca em 1982. Dois anos depois, ela foi convidada pela primeira-dama Nancy Reagan, e a gravação da transmissão deste concerto lhe valeu um contrato com a gravadora GRP.

 Schuur ganhou prêmios Grammy em 1986 e 1987, e lançado quase um álbum por ano para GRP, alguns deles com outras estrelas superior de Jazz e Blues, incluindo BB King e da Orquestra de Count Basie. Ela tem voz agradável, musical, mas sua tendência é seguir o modelo GRP de Jazz / Pop ao invés da vontade do seu próprio coração. Seu melhor trabalho veio depois que ela deixou a gravadora no final dos anos 90 e começou a gravar para a Atlantic Records e Concord Records.


Dee Dee Bridgewater: Vocalista talentosa de Memphis


Dee Dee Bridgewater é uma grande cantora


Luís Alberto Alves

 Foi em 1950 que nasceu Denisse Eileen Garrett, mais tarde conhecida como Dee Dee Bridgewater. Da famosa terra do Memphis, Tennessee, fez suas primeiras apresentações cantando no Oeste dos EUA, depois se tornou vocalista caracterizada com a big band da Universidade de Illinois.

 Aos 20 anos, em 1970, casou com o trompetista Cecil Bridgewater e passou a usar o nome de casada, mesmo após o divórcio. Juntos gravaram, incluindo o bem-sucedido Afro-Blue (1974), que teve a participação do saxofonista tenor Ron Bridgewater.

 Em Nova York, durante o começo da década de 1970, cantou regularmente com a Thad Jones - Mel Lewis Jazz Orchestra. Depois emendou carreira paralela como artista em musicais de teatro, incluindo The Wiz, pelo qual ganhou o prêmio Tony em 1975.

Até o final daquela década, ela optou por trabalhar fora do circuito de Jazz cantando Pop Music, no Oeste dos EUA. A longa permanência na Europa a levou a centrar fogo no Jazz e mais aparições no palco, incluindo Sophisticated Ladies em Paris, França e Londres, num papel de liderança em Lady Day.

 Depois retornou aos EUA e visitou regularmente festivais de Jazz em diversas partes do mundo. O final dos anos de 1980 marcou a gravação do álbum Victim of Love, num lindo dueto com Ray Charles no hit “Til The Next Somewhere”. Colaborou com o pianista Horace Silver, ex-patrão do seu primeiro marido, num disco tributo no começo da década de 1990.

 Da mesma forma sensível era seu excelente tributo a Ella Fitzgerald, Dear Ella, lançado pela Verve Records em 1997. O álbum ganhou um Grammy no ano seguinte, na categoria de Melhor Álbum Vocal Jazz. Um álbum ao vivo Superb foi lançado no ano seguinte.

 No novo milênio, Bridgewater diversificou sua gama com álbuns explorando a música de Kurt Weill (This Is New), chanson francesa (J'Ai Deux Amours) e a música Africana (Red Earth: A Malian Journey).

 Com um estilo bem enraizado no Gospel, ao que ela traz um sentimento fresco e contemporâneo, Bridgewater tem todas as qualidades necessárias para fazer uma marca duradoura como uma cantora de Jazz. No entanto, seus sucessos em outras áreas tem a convencido a ampliar seu repertório ainda mais, o que tende a diluir seu núcleo Jazz.


Racionais MC´s: A essência do RAP do Brasil




O Racionais MC´s já entrou para história do RAP mundial

 Luís Alberto Alves

 Quando se fala de RAP no Brasil e até nos Estados Unidos é impossível deixar de citar Racionais MC´s. Até o nome do grupo mostra personalidade, numa época em que o emocional domina a razão, e o correto seria o inverso. Surgiram no final da década de 1980, ainda cobertos pela discriminação das grandes gravadoras que não apostavam neste gênero musical.

 O primeiro álbum saiu pelo selo Zimbabwe Records, cuja praia era música negra, na coletânea Consciência Black. De cara estouraram os hits “Pânico na Zona Sul” e “Tempos Difíceis”. Em 1990 as duas canções sairiam no primeiro disco solo deles, Holocausto Urbano. A escolha do nome do álbum revela a grande consciência política do líder do grupo, Mano Brown (o apelido Brown foi inspirado no ídolo de adolescência e dos bailes de Black Music, James Brown que superlotou o extinto ginásio do Palmeiras, em SP, em 1978, trazido pela equipe Chic Show).

 A grande jogada dos Racionais MC´s é compor letras falando de racismo e miséria na periferia paulistana. Algo que ainda persiste apesar de estarmos no século 21, assim como a violência policial que considera todos os negros suspeitos, mesmo que estejam portando documentos, comprovando sua honestidade.

 Logo os adolescentes e jovens assimilaram a proposta musical do grupo, pois suas canções retratavam a dura realidade que eles enfrentavam e ainda enfrentam ao passar por uma blitz na periferia. Fizeram uma série de shows na Grande SP, dois deles na Febem (atual Fundação Casa). Apesar do rigor das letras, os Racionais MC´s não pregam o crime como padrão de vida, mas a honestidade acompanhada de consciência política, instrumentos eficazes para mudar a sociedade.

                                                           Racismo
 Em 1991 abriram o show do Public Enemy, um dos mais famosos grupos de Hip-Hop dos Estados Unidos, no ginásio do Ibirapuera, São Paulo.  As mensagens dos Racionais os levaram a desenvolver trabalhos direcionados à comunidade pobre, por meio da Secretaria Municipal de Educação, em palestra em escolas sobre drogas, racismo e violência policial.


O final de 1992 marcou o lançamento do álbum Escolha seu Caminho, em 1993 gravaram o disco Raio x Brasil, terceiro do grupo, após participarem do projeto Música Negra em Ação. O lançamento na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na Freguesia do Ó, atraiu público de 10 mil pessoas. É deste CD a inesquecível e talvez as duas das mais famosas canções dos Racionais MC´s, “Fim de Semana no Parque” e “O Homem na Estrada”, autoria de Mano Brown.

 Os dois hits estouraram, conquistando inclusive o coração da crítica e de vários intelectuais. Até hoje o senador Eduardo Suplicy (PT) quando faz discurso no Congresso Nacional a respeito da violência policial, canta trechos de “O Homem na Estrada”. Nessas duas canções Mano Brown retrata a rotina, primeiro, de uma criança pobre na periferia, que pouco mudou até os dias de hoje. Na segunda fala da luta do retorno de um presidiário em voltar aos braços da sociedade, que ainda o discrimina por ter passado vários anos detido.

 O fundo musical de “Ela Partiu”, de Tim Maia, inclusive na introdução, fez de “O Homem na Estrada” a marca registrada dos Racionais MC´s na luta contra a violência policial cometida contra moradores na periferia de São Paulo e do Brasil. O sistema não gostou das críticas e durante concerto realizado no Vale do Anhangabaú, Centro de SP, no final de 1994, princípio de confusão, levou os membros do grupo presos, acusados de incitação à violência.

                                                           Abolição
 Já tinham conquistado o espaço na Black Music do Brasil. Passaram a participar de vários concertos filantrópicos em benefícios de pessoas soropositiva do vírus HIV, campanhas de agasalho e contra a fome, além de atuarem em protestos como o aniversário da Abolição dos Escravos no Brasil.

 O final de 1997 veio com lançamento do CD Sobrevivendo no Inferno, pela gravadora Cosa Nostra, criada por eles. Venderam mais meio milhão de cópias. Logo surgiram inúmeros convites de programas de auditórios populares, como de Gugu Liberato, na época no SBT, de Silvio Santos, entre outros, mas sempre recusados. Os Racionais são conscientes em não aceitar virar massa de manobra nas mãos de programas que fazem o jogo do sistema, interessados cada vez mais na alienação dos adolescentes e jovens brasileiros.

 Colocaram no mesmo balaio algumas rádios, que por causa da audiência, achavam que podiam aplicar sobre o grupo a desonesta cobrança do jabaculê (propina para tocar determinada música de CD de um artista). Mano Brown deixava bem claro que sem ajuda delas, no boca a boca da periferia, os CDs deles vendiam bastante e continuam saindo igual pipoca na porta de cinema.

 É deste CD outras belas canções: “Diário de um Detento” (composta por um presidiário que cumpria pena, na época na extinta Casa de Detenção, bairro do Carandiru, Zona Norte de SP), “Fórmula Mágica da Paz”, “Capítulo 4, Versículo 3” e “Mágico de OZ”.

                                                           Violência
 Este álbum transformou para sempre os Racionais MC´s num maiores grupos de RAP do Brasil, inclusive ganhando adeptos nos Estados Unidos. Conscientes do papel que exercem na periferia, dois membros do grupo, principalmente Mano Brown moram na região de Capão Redondo, Zona Sul paulistana, considerada durante vários anos berço da violência, colocando o Jardim Ângela como um dos locais mais perigosos do mundo na década de 1990.

 Ao receber o prêmio Video Music Brasil, da MTV Brasil, Mano Brown criticou a plateia dizendo que sua mãe, como empregada doméstica já teria lavado as roupas de muitos playboys presentes ao evento. Deixou bem claro que o público dos Racionais MC´s seria sempre os jovens da periferia do Brasil.

 Continuaram vendendo CDs acima da cifra de 500 mil cópias. Ignorando o sistema das grandes gravadoras, eles repassam seus álbuns em bancas de jornais, bailes, clubes, quadras, shows e camelôs. Em 2002 lançaram o álbum Nada Como um Dia Após o Outro Dia, CD duplo, também bem recebido pela crítica. Nele estão outros hits inesquecíveis: “Vila Loka”, “Negro Drama”, “Jesus Chorou” e “Estilo Cachorro”. Quatro anos depois soltaram 1000 Trutas, 1000 Tretas, primeiro DVD do grupo.  Em 2007 participaram da Virada Cultural de São Paulo e o show terminou em pancadaria. Em 2013 voltaram sem conflitos.

 O mês de setembro de 2007 marcou a presença de Mano Brown no programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura de São Paulo. Com pouca audiência, a notícia de que a liderança dos Racionais MC´s estaria ali para passar pela metralhadora giratória de vários jornalistas levou mais de 150 mil pessoas, segundo pesquisa do Ibope, a ficarem diante da televisão num dia de semana, após as 22 horas. Entre as perguntas, algumas tentaram ligar as músicas do grupo como incentivo à violência e tráfico de drogas.

                                                            Suspeito
  Com muita sabedoria, inspirada nas vidas de Martin Luther King e Malcom X, Brown negou que as canções dos Racionais MC´s apoiem o crime. Pelo contrário a mensagem é pela honestidade e que o governo responda da mesma forma, em vez de considerar suspeito todo negro residente na periferia. Quanto às drogas perguntou aos jornalistas quantos deles saiam dos jornais e emissoras de televisão para beber cerveja e voltar alcoolizado para casa.

 “O álcool é uma droga tolerada pelo sistema, que mata mais pessoas do que as que eles taxam de ilícitas. Quem é alcoólatra não pode questionar quem usa outros tipos de drogas. Estão no mesmo balaio”, retrucou.  Não contentes mudaram o foco para política, perguntando por que os Racionais MC´s gostam do PT.  Mano Brown respondeu que o governo do PSDB nunca fez nada pela periferia. “Pelo contrário apoia a violência da polícia contra nós. O PT, pelo menos, construiu o CEU (espaço que reúne várias atividades abertos todos os dias em diversos bairros periféricos de São Paulo, inaugurados na gestão da prefeita Marta Suplicy), onde nossas crianças podem brincar”, disse.

 Depois abordaram a questão do racismo, tentando colocar os Racionais MC´s como incentivadores da discriminação contra os brancos no País. Novamente Mano Brown desarmou a bomba. “O negro brasileiro apenas exige o que lhe retiraram dele. Aliás, racismo comete a polícia contra a população da periferia, onde todo negro é suspeito. Nos meios de comunicação também há racismo. Nesta banca de entrevistadores cadê os jornalistas negros?”, questionou.

 Numa viagem aos Estados Unidos, durante jantar oferecido em badalado restaurante de Nova York na companhia de alguns dos mais representativos rappers norte-americanos, Brown criticou a ostentação de alguns deles: “tem muito negro passando fome e vocês desperdiçando comida, esbanjando riqueza, com tanta pobreza na África. É preciso continuar fazendo do RAP ferramenta de transformação, não de ostentação”, finalizou.

                                                          Marighella
 O novo CD, lançado em 2014, traz várias músicas interessantes, uma delas “Mente de Vilão” já faz a cabeça da rapaziada. O mesmo estilo continua de falar da realidade que a periferia vive todos os dias, porém de maneira simples e mais crítica. Pela internet é possível baixar o novo álbum do grupo. Os Racionais MC´s têm marcado diversos shows para este ano, após 11 sem lançar nenhum álbum.

 Pelo visto o quarteto Edi Rock, Ice Blue, Kl Jay e Mano Brown continuará apavorando nos shows, pelos singles: “Tá na Chuva”, “Mulher Elétrica” e “Mil Faces de Um Homem Leal (Marighella)” é possível ver que o novo CD é adrenalina pura, daquela que só mentes racionais podem captar.










quarta-feira, 19 de março de 2014

Buck Clayton: Grande talento da Jazz At The Phiharmonic


Na adolescência Clayton já levava jeito para a música


Luís Alberto Alves

 Wilbur Dorsey Clayton, nascido em 1911, em Parsons, Kansas, era o nome de batismo de Buck Clayton.  Talentoso, na adolescência já tocava trompete, inclusive realizando alguns trabalhos na sua cidade natal e depois na Califórnia. Na costa Oeste dos Estados Unidos participou de várias bandas, incluindo a liderada por Charlie Echols, depois criou seu próprio grupo e em 1936 acabou convidado por Count Basie para se unir ao seu conjunto.

 Na época do Serviço Militar, no de 1943, a fama de Buck se espalhou por causa dos lindos solos que saiam do trompete que maneja com maestria, inclusive nas gravações de discos de Count Basie. Após a Segunda Guerra passou a trabalhar em pequenos grupos e despontou como membro do Jazz At The Philharmonic. Teve, também, destaque ao lado do ex-colega Jimmy Rushing Basie e bandas formadas por grandes e pequenos músicos, sob sua liderança.

 No começo da década de 1950 participou de inúmeras gravações, incluindo Jam sessions conceituadas, reunindo vários jazzistas populares, entre eles Benny Goodman e Harry James. Nessa época passou a excursionar com Mezz Mezzrow, Eddie Condon e Sidney Bechet. Solista nato era habilidoso na organização dentro de uma banda.


 Infelizmente no final dos anos de 1960começou a sofrer problemas de saúde nos lábios. A Medicina não conseguiu resolver a questão. Durante a década de 1970 resolveu se dedicar a arranjos, liderando várias bandas em turnês internacionais, algumas sob o guarda-chuva do Departamento de Estado dos EUA. Prosseguiu nas atividades de líder de banda, professor e arranjador na década de 1980. Em 1991 o mundo perdeu o seu talento para sempre.