Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Ann Hampton começou a cantar quando ainda era criança
Luís Alberto Alves
De uma família
musical, Ann Hampton Callaway nasceu em 1959 em Chicago. Começou a cantar desde
cedo, incentivada pela mãe, professora de canto. Em conjunto desenvolveu a arte
de compor. Depois passou a trabalhar com sua irmã, Liz Callaway num musical
chamado Her Sisters, apresentado em vários lugares.
Além de trabalhar nos palcos teatrais,
Callaway também apareceu extensivamente em casas noturnas, no rádio e na
televisão, todos com distinção. Sua aparição em Nova York em Swing! Trouxe seu
grande sucesso de público e crítica, incluindo uma indicação ao Tony Award de
Melhor Atriz em um Musical, e ela ganhou o Prêmio Mundial do Teatro de Melhor
Broadway Debut.
Suas aparições na sala de concertos incluíram
Tanglewood e Carnegie Hall, com Keith Lockhart e a Boston Pops Orchestra, com
Lyle ' Skitch ' Henderson e os New York Pops no Carnegie Hall, e com Wynton
Marsalis e a Lincoln Center Jazz Orchestra.
Ela já apareceu com frequência na televisão,
incluindo The Today Show e The Oprah Winfrey Show, e no Reino Unido pela BBC.
Entre muitas aparições de prestígio que ela era uma convidada em Youth Summit
Peace do Presidente Gorbachev em Moscou e na Casa Branca, em Washington, DC,
durante a administração Clinton.
O trabalho de Callaway como compositora e
letrista também trouxeram sua atenção e aclamação. Suas canções incluem ' The
Nanny Named Fran”, escrito para a CBS comédia de televisão show, The Nanny,
e" At The Same Time”, que foi gravada por Barbra Streisand em 1997 sua
versão Higher Ground. Além disso, ela escreveu a letra para a melodia Rolf Løvland,
“I’ve Dreamed Of You”, cantada por James Brolin de Streisand em seu casamento e
gravado em “A Love Like Ours”.
A associação com Streisand continuou com
Callaway no hit “A Christmas Lullaby”. O poder de fogo dela na arte de compor é
medido pela declaração de Cole Porter ao dizer que a reconhece oficialmente
como única compositora que colaborou com ele.
Ela também é a vencedora do Johnny Mercer Songwriting
Award, prêmio da Ascap. Sua voz brilhante traz a graça para suas interpretações
e com projetos de cinema, televisão e teatro. No mundo da canção popular dos
EUA ela continua ganhar cada vez mais terreno.
O talento de Tierney foi herdado de sua família, extremamente musical
Luís Alberto Alves
Na década explosiva de 1960 que Tierney Sutton
veio ao mundo em 1963 em Milwaukee, Wisconsin. De família musical, ela cresceu
escutando e aparecendo em diversas produções de comédias musicais e óperas,
figurando no coral. Enquanto estudava russo na Universidade de Wesleyan,
encontrou Bill Barron, chefe do departamento de música e artista -em-residência
, Ed Blackwell.
Também
ouviu diversos líderes que visitavam os músicos de Jazz, incluindo Betty
Carter, os irmãos Heath e Billy Taylor. Tudo isso contribuiu para aumentar o
desejo de se tornar uma cantora de Jazz. Logo começou a cantar regularmente num
clube de Jazz local.
Acabou premiada com uma bolsa de estudos para
a Berklee College of Music em Boston, e enquanto não cantava em clubes em Nova
Inglaterra e também em festivais. Ela também visitou a Europa, ao mesmo tempo
aprimorando seu talento em desenvolvimento.
Fixou moradia
em Los Angeles, e passou a contar ajuda de artistas como Shelly Berg, Al '
Tootie “Heath, Joe LaBarbera, Roy McCurdy, Thom Rotella, Jack Sheldon e Buddy Childers.
Com Childers, ela cantou com pequenos e grandes grupos e apareceu em Buddy Childers:
Big Band '98 e um grande dia em Hancock Park, também cantou com a banda em uma
Convenção Kenton Stan.
Sutton também já cantou em várias trilhas
sonoras de cinema e televisão, bem como fazendo inúmeros anúncios de televisão.
Ela também é ativa na educação de Jazz, dirigindo o Departamento Vocal Jazz at
the University of Southern California. Em 1998 foi semifinalista em Jazz Vocal
Competition do Instituto Thelonious Monk.
Sua primeira gravação solo foi bem recebida
pela imprensa e público, alcançando o Top 50 nas paradas Gavin Jazz Rádio e
sendo nomeada para um 1999 'indie' como Melhor Álbum Vocal Jazz. Seu progresso
ascendente continuou com sua estreia no Telarc Records Unsung Heroes, em que
ela cantava letras de músicas geralmente realizadas como instrumentais.
O álbum recebeu elogios e Tierney ficou em
segundo lugar no JazzTimes Readers Poll como Melhor Novo Artista de Jazz. Em 2001,
Sutton visitou a Tailândia e também lançou um novo álbum, o Bill Evans tributo
Blue In Green, que parecia defini-la firmemente na consciência do público de Jazz.
Sua
grande capacidade de cantar contribuiu para abrir o leque de canções americanas
clássicas tiradas do Jazz, Rock, Country e Stage. Inspirada pela música de
Frank Sinatra gravou em 2004 o CD recording Dancing In The Dark, grande sucesso
comercial que figurou no Jazz Top 10.
Depois fez outro álbum ao vivo no Birdland
acompanhada dos músicos Christian Jacob (piano), Ray Brinker (bateria), Trey
Henry e Kevin Axt (baixistas). O disco rendeu indicação ao Grammy no final de
2005. As habilidades musicais dela são extensas, como também os seus dons de
interpretação, por vezes em conflito com as letras que ela canta, mas tudo é
compensado por sua aplicação e habilidade de improvisação.
A deficiência visual não influiu no talento de Diane Shuur
Luís Alberto Alves
Dianne Schuur Joan nasceu também na década de
1950, em Tacoma, Washington. É uma das vocalistas mais populares do Jazz
Contemporâneo e uma das mais vendidas. Cega desde o nascimento cresceu em
Auburn, pegando o Jazz com grande entusiasmo, logo aprendendo o repertório de
Dinah Washington.
Entre os três e quatro anos de idade, passou a
ouvir os discos de Duke Ellington de sua mãe e seu pai ao piano. Aos nove anos
começou a cantar profissionalmente e escrever suas próprias canções aos 16
anos. Em 1975, aos 22 anos, conquistou um lugar na big band do baterista Ed
Shaughnessy, viajando com o grupo para o Monterrey Jazz Festival, onde conheceu
Dizzy Gillespie.
Nesse mesmo festival, porém quatro depois
conheceu o saxofonista Stan Getz, que fez grande propaganda do seu talento e a
convidou para tocar com ele na Casa Branca em 1982. Dois anos depois, ela foi
convidada pela primeira-dama Nancy Reagan, e a gravação da transmissão deste
concerto lhe valeu um contrato com a gravadora GRP.
Schuur ganhou prêmios Grammy em 1986 e 1987, e
lançado quase um álbum por ano para GRP, alguns deles com outras estrelas
superior de Jazz e Blues, incluindo BB King e da Orquestra de Count Basie. Ela tem
voz agradável, musical, mas sua tendência é seguir o modelo GRP de Jazz / Pop
ao invés da vontade do seu próprio coração. Seu melhor trabalho veio depois que
ela deixou a gravadora no final dos anos 90 e começou a gravar para a Atlantic
Records e Concord Records.
Foi em 1950 que nasceu Denisse Eileen Garrett,
mais tarde conhecida como Dee Dee Bridgewater. Da famosa terra do Memphis,
Tennessee, fez suas primeiras apresentações cantando no Oeste dos EUA, depois se
tornou vocalista caracterizada com a big band da Universidade de Illinois.
Aos 20 anos, em 1970, casou com o trompetista
Cecil Bridgewater e passou a usar o nome de casada, mesmo após o divórcio.
Juntos gravaram, incluindo o bem-sucedido Afro-Blue (1974), que teve a
participação do saxofonista tenor Ron Bridgewater.
Em Nova York, durante o começo da década de
1970, cantou regularmente com a Thad Jones - Mel Lewis Jazz Orchestra. Depois
emendou carreira paralela como artista em musicais de teatro, incluindo The
Wiz, pelo qual ganhou o prêmio Tony em 1975.
Até o final daquela
década, ela optou por trabalhar fora do circuito de Jazz cantando Pop Music, no
Oeste dos EUA. A longa permanência na Europa a levou a centrar fogo no Jazz e
mais aparições no palco, incluindo Sophisticated Ladies em Paris, França e Londres,
num papel de liderança em Lady Day.
Depois retornou aos EUA e visitou regularmente
festivais de Jazz em diversas partes do mundo. O final dos anos de 1980 marcou
a gravação do álbum Victim of Love, num lindo dueto com Ray Charles no hit “Til
The Next Somewhere”. Colaborou com o pianista Horace Silver, ex-patrão do seu
primeiro marido, num disco tributo no começo da década de 1990.
Da mesma forma sensível era seu excelente
tributo a Ella Fitzgerald, Dear Ella, lançado pela Verve Records em 1997. O
álbum ganhou um Grammy no ano seguinte, na categoria de Melhor Álbum Vocal Jazz.
Um álbum ao vivo Superb foi lançado no ano seguinte.
No novo milênio, Bridgewater diversificou sua
gama com álbuns explorando a música de Kurt Weill (This Is New), chanson
francesa (J'Ai Deux Amours) e a música Africana (Red Earth: A Malian Journey).
Com um estilo bem enraizado no Gospel, ao que
ela traz um sentimento fresco e contemporâneo, Bridgewater tem todas as
qualidades necessárias para fazer uma marca duradoura como uma cantora de Jazz.
No entanto, seus sucessos em outras áreas tem a convencido a ampliar seu
repertório ainda mais, o que tende a diluir seu núcleo Jazz.
O Racionais MC´s já entrou para história do RAP mundial
Luís Alberto
Alves
Quando se fala de RAP no Brasil e até nos
Estados Unidos é impossível deixar de citar Racionais MC´s. Até o nome do grupo
mostra personalidade, numa época em que o emocional domina a razão, e o correto
seria o inverso. Surgiram no final da década de 1980, ainda cobertos pela
discriminação das grandes gravadoras que não apostavam neste gênero musical.
O primeiro álbum saiu pelo selo Zimbabwe
Records, cuja praia era música negra, na coletânea Consciência Black. De cara
estouraram os hits “Pânico na Zona Sul” e “Tempos Difíceis”. Em 1990 as duas
canções sairiam no primeiro disco solo deles, Holocausto Urbano. A escolha do
nome do álbum revela a grande consciência política do líder do grupo, Mano
Brown (o apelido Brown foi inspirado no ídolo de adolescência e dos bailes de
Black Music, James Brown que superlotou o extinto ginásio do Palmeiras, em SP,
em 1978, trazido pela equipe Chic Show).
A grande jogada dos Racionais MC´s é compor
letras falando de racismo e miséria na periferia paulistana. Algo que ainda
persiste apesar de estarmos no século 21, assim como a violência policial que
considera todos os negros suspeitos, mesmo que estejam portando documentos,
comprovando sua honestidade.
Logo os adolescentes e jovens assimilaram a
proposta musical do grupo, pois suas canções retratavam a dura realidade que
eles enfrentavam e ainda enfrentam ao passar por uma blitz na periferia.
Fizeram uma série de shows na Grande SP, dois deles na Febem (atual Fundação
Casa). Apesar do rigor das letras, os Racionais MC´s não pregam o crime como
padrão de vida, mas a honestidade acompanhada de consciência política,
instrumentos eficazes para mudar a sociedade.
Racismo
Em 1991 abriram o show do Public Enemy, um dos
mais famosos grupos de Hip-Hop dos Estados Unidos, no ginásio do Ibirapuera,
São Paulo. As mensagens dos Racionais os
levaram a desenvolver trabalhos direcionados à comunidade pobre, por meio da
Secretaria Municipal de Educação, em palestra em escolas sobre drogas, racismo
e violência policial.
O final de 1992 marcou o lançamento do
álbum Escolha seu Caminho, em 1993 gravaram o disco Raio x Brasil, terceiro do
grupo, após participarem do projeto Música Negra em Ação. O lançamento na
quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na Freguesia do Ó, atraiu público de
10 mil pessoas. É deste CD a inesquecível e talvez as duas das mais famosas
canções dos Racionais MC´s, “Fim de Semana no Parque” e “O Homem na Estrada”,
autoria de Mano Brown.
Os dois hits estouraram, conquistando
inclusive o coração da crítica e de vários intelectuais. Até hoje o senador
Eduardo Suplicy (PT) quando faz discurso no Congresso Nacional a respeito da violência
policial, canta trechos de “O Homem na Estrada”. Nessas duas canções Mano Brown
retrata a rotina, primeiro, de uma criança pobre na periferia, que pouco mudou
até os dias de hoje. Na segunda fala da luta do retorno de um presidiário em
voltar aos braços da sociedade, que ainda o discrimina por ter passado vários
anos detido.
O fundo musical de “Ela Partiu”, de Tim Maia,
inclusive na introdução, fez de “O Homem na Estrada” a marca registrada dos
Racionais MC´s na luta contra a violência policial cometida contra moradores na
periferia de São Paulo e do Brasil. O sistema não gostou das críticas e durante
concerto realizado no Vale do Anhangabaú, Centro de SP, no final de 1994,
princípio de confusão, levou os membros do grupo presos, acusados de incitação
à violência.
Abolição
Já tinham conquistado o espaço na Black Music
do Brasil. Passaram a participar de vários concertos filantrópicos em
benefícios de pessoas soropositiva do vírus HIV, campanhas de agasalho e contra
a fome, além de atuarem em protestos como o aniversário da Abolição dos
Escravos no Brasil.
O final de 1997 veio com lançamento do CD
Sobrevivendo no Inferno, pela gravadora Cosa Nostra, criada por eles. Venderam
mais meio milhão de cópias. Logo surgiram inúmeros convites de programas de
auditórios populares, como de Gugu Liberato, na época no SBT, de Silvio Santos,
entre outros, mas sempre recusados. Os Racionais são conscientes em não aceitar
virar massa de manobra nas mãos de programas que fazem o jogo do sistema,
interessados cada vez mais na alienação dos adolescentes e jovens brasileiros.
Colocaram no mesmo balaio algumas rádios, que
por causa da audiência, achavam que podiam aplicar sobre o grupo a desonesta
cobrança do jabaculê (propina para tocar determinada música de CD de um
artista). Mano Brown deixava bem claro que sem ajuda delas, no boca a boca da
periferia, os CDs deles vendiam bastante e continuam saindo igual pipoca na
porta de cinema.
É deste CD outras belas canções: “Diário de um
Detento” (composta por um presidiário que cumpria pena, na época na extinta
Casa de Detenção, bairro do Carandiru, Zona Norte de SP), “Fórmula Mágica da
Paz”, “Capítulo 4, Versículo 3” e “Mágico de OZ”.
Violência
Este álbum transformou para sempre os
Racionais MC´s num maiores grupos de RAP do Brasil, inclusive ganhando adeptos
nos Estados Unidos. Conscientes do papel que exercem na periferia, dois membros
do grupo, principalmente Mano Brown moram na região de Capão Redondo, Zona Sul
paulistana, considerada durante vários anos berço da violência, colocando o
Jardim Ângela como um dos locais mais perigosos do mundo na década de 1990.
Ao receber o prêmio Video Music Brasil, da MTV
Brasil, Mano Brown criticou a plateia dizendo que sua mãe, como empregada
doméstica já teria lavado as roupas de muitos playboys presentes ao evento.
Deixou bem claro que o público dos Racionais MC´s seria sempre os jovens da
periferia do Brasil.
Continuaram vendendo CDs acima da cifra de 500
mil cópias. Ignorando o sistema das grandes gravadoras, eles repassam seus
álbuns em bancas de jornais, bailes, clubes, quadras, shows e camelôs. Em 2002
lançaram o álbum Nada Como um Dia Após o Outro Dia, CD duplo, também bem
recebido pela crítica. Nele estão outros hits inesquecíveis: “Vila Loka”,
“Negro Drama”, “Jesus Chorou” e “Estilo Cachorro”. Quatro anos depois soltaram 1000
Trutas, 1000 Tretas, primeiro DVD do grupo.
Em 2007 participaram da Virada Cultural de São Paulo e o show terminou
em pancadaria. Em 2013 voltaram sem conflitos.
O mês de setembro de 2007 marcou a presença de
Mano Brown no programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura de São Paulo. Com
pouca audiência, a notícia de que a liderança dos Racionais MC´s estaria ali
para passar pela metralhadora giratória de vários jornalistas levou mais de 150
mil pessoas, segundo pesquisa do Ibope, a ficarem diante da televisão num dia
de semana, após as 22 horas. Entre as perguntas, algumas tentaram ligar as
músicas do grupo como incentivo à violência e tráfico de drogas.
Suspeito
Com muita sabedoria, inspirada nas vidas de Martin Luther King e Malcom
X, Brown negou que as canções dos Racionais MC´s apoiem o crime. Pelo contrário
a mensagem é pela honestidade e que o governo responda da mesma forma, em vez
de considerar suspeito todo negro residente na periferia. Quanto às drogas
perguntou aos jornalistas quantos deles saiam dos jornais e emissoras de
televisão para beber cerveja e voltar alcoolizado para casa.
“O álcool é uma droga tolerada pelo sistema,
que mata mais pessoas do que as que eles taxam de ilícitas. Quem é alcoólatra
não pode questionar quem usa outros tipos de drogas. Estão no mesmo balaio”,
retrucou. Não contentes mudaram o foco
para política, perguntando por que os Racionais MC´s gostam do PT. Mano Brown respondeu que o governo do PSDB
nunca fez nada pela periferia. “Pelo contrário apoia a violência da polícia
contra nós. O PT, pelo menos, construiu o CEU (espaço que reúne várias
atividades abertos todos os dias em diversos bairros periféricos de São Paulo,
inaugurados na gestão da prefeita Marta Suplicy), onde nossas crianças podem
brincar”, disse.
Depois abordaram a questão do racismo,
tentando colocar os Racionais MC´s como incentivadores da discriminação contra
os brancos no País. Novamente Mano Brown desarmou a bomba. “O negro brasileiro
apenas exige o que lhe retiraram dele. Aliás, racismo comete a polícia contra a
população da periferia, onde todo negro é suspeito. Nos meios de comunicação
também há racismo. Nesta banca de entrevistadores cadê os jornalistas negros?”,
questionou.
Numa viagem aos Estados Unidos, durante jantar
oferecido em badalado restaurante de Nova York na companhia de alguns dos mais
representativos rappers norte-americanos, Brown criticou a ostentação de alguns
deles: “tem muito negro passando fome e vocês desperdiçando comida, esbanjando
riqueza, com tanta pobreza na África. É preciso continuar fazendo do RAP
ferramenta de transformação, não de ostentação”, finalizou.
Marighella
O novo CD, lançado em 2014, traz várias
músicas interessantes, uma delas “Mente de Vilão” já faz a cabeça da rapaziada.
O mesmo estilo continua de falar da realidade que a periferia vive todos os
dias, porém de maneira simples e mais crítica. Pela internet é possível baixar
o novo álbum do grupo. Os Racionais MC´s têm marcado diversos shows para este
ano, após 11 sem lançar nenhum álbum.
Pelo
visto o quarteto Edi Rock, Ice Blue, Kl Jay e Mano Brown continuará apavorando
nos shows, pelos singles: “Tá na Chuva”, “Mulher Elétrica” e “Mil Faces de Um
Homem Leal (Marighella)” é possível ver que o novo CD é adrenalina pura,
daquela que só mentes racionais podem captar.
Na adolescência Clayton já levava jeito para a música
Luís Alberto Alves
Wilbur Dorsey Clayton, nascido em 1911, em
Parsons, Kansas, era o nome de batismo de Buck Clayton. Talentoso, na adolescência já tocava trompete,
inclusive realizando alguns trabalhos na sua cidade natal e depois na Califórnia.
Na costa Oeste dos Estados Unidos participou de várias bandas, incluindo a
liderada por Charlie Echols, depois criou seu próprio grupo e em 1936 acabou
convidado por Count Basie para se unir ao seu conjunto.
Na época do Serviço Militar, no de 1943, a
fama de Buck se espalhou por causa dos lindos solos que saiam do trompete que
maneja com maestria, inclusive nas gravações de discos de Count Basie. Após a
Segunda Guerra passou a trabalhar em pequenos grupos e despontou como membro do
Jazz At The Philharmonic. Teve, também, destaque ao lado do ex-colega Jimmy
Rushing Basie e bandas formadas por grandes e pequenos músicos, sob sua
liderança.
No começo da década de 1950 participou de
inúmeras gravações, incluindo Jam sessions conceituadas, reunindo vários
jazzistas populares, entre eles Benny Goodman e Harry James. Nessa época passou
a excursionar com Mezz Mezzrow, Eddie Condon e Sidney Bechet. Solista nato era
habilidoso na organização dentro de uma banda.
Infelizmente no final dos anos de 1960começou
a sofrer problemas de saúde nos lábios. A Medicina não conseguiu resolver a
questão. Durante a década de 1970 resolveu se dedicar a arranjos, liderando
várias bandas em turnês internacionais, algumas sob o guarda-chuva do
Departamento de Estado dos EUA. Prosseguiu nas atividades de líder de banda,
professor e arranjador na década de 1980. Em 1991 o mundo perdeu o seu talento
para sempre.