Postagem em destaque

#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Fontella Bass: talento puro da Soul Music

Fontella Bass sofreu grande influência da Gospel Music desde criança, quando já cantava no coral da igreja

  A Soul Music é notável por revelar grandes talentos, como a cantora Fontella Bass. Filha da intérprete Gospel Martha Bass, conviveu no ambiente musical desde criança, quando já cantava no grupo de louvor da igreja aos seis anos de idade. Na adolescência foi para a música secular. Durante o Ensino Médio passou a cantar hits de R&B em concursos e feiras locais de St. Louis, Missouri, onde nasceu em 1940.

 Em 1961 Fontella encontrou serviço no grupo Leon Claxton Show. Também passou a tocar piano em gravações do vocalista de Blues Little Milton. Com apoio de Bob Lyons, gerente da emissora da rádio de St. Louis, KATZ, ela gravou diversas canções lançadas pela Bilros Records.

  O ano de 1963 marca sua mudança para Chicago após breve disputa com Little Milton. Ali fez testes na Chess Records e assinou contrato. Os primeiros hits saíram em dupla com o bluesman Bobby McClure, recém-chegado à casa. Em 1965 colocou na rua o hit “Don´t Mess Up a Good Thing”, que estourou rapidamente nas paradas de R&B. Depois soltou “You´ll Miss Me (When I´m Gone)” naquele Verão.

  Após pequena turnê, Fontella retornou ao estúdio, resultando numa canção de voz grave bem agressiva, produzida por Maurice White, futuro fundador da Earth, Wind & Fire. A música “Rescue Me” disparou nas paradas de 1965. Colocou nas ruas também o hit “Recovery” em 1966, junto com as composições “I Can´t Rest” e “You´II Never Know”. No ano seguinte saiu da Chess.

 Em 1970 gravou dois álbuns. Depois passou por diversas gravadoras, sem visitar com impacto as paradas de sucesso. O disco Free fracassou em 1972, com ela saindo do mercado. A partir dai começou a fazer backing vocal em diversas gravações, incluindo as de seu marido, Lester Bowie, trompetista de Jazz e membro do Art Ensemble of Chicago.

  Na década de 1990 lançou vários discos evangélicos em gravadoras independentes. Voltou a receber atenção da crítica. Em 26 de dezembro de 2012, um ataque cardíaco retirou Fontella para sempre do Show Biz. Morreu na mesma cidade onde nasceu, St. Louis, Missouri.


Jackie Ross: grande voz da Soul Music na Chess Records

Jackie brilhou na década de 1960 na Chess Records
  Jackie Ross é outra grande cantora norte-americana de Soul. Na infância já era grande intérprete de Gospel num programa de rádio apresentado pelos pais. 

Em 1954, ela se mudou para Chicago e assinou contrato com a SAR Records. Ali gravou o single “Hard Times”, mas só estourou de verdade nas paradas em 1962, quando se passou a trabalhar na banda de Syl Johnson.

  Dois anos depois entrou na Chess Records, lançando o hit “Selfish One”, que ficou entre as 12 mais na Billboard Hot 100 Chart nos Estados Unidos e quarto colocada na parada R&B da Cashbox. Em seguida emplacou a canção “I´ve Got The Skill” e em 1963 gravou “Jerk and twine”.

  Ela lançou em 1965 o album Full Bloom, seguido de mais três discos, mas as desavenças com a Chess provocou sua saída em 1967. Na década de 1970  passou por diversas gravadoras, incluindo Brunswick, GSF, Mercury, Capitol e por Jerry Butler mais sem repetir o grande sucesso “Selfish One”.



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Joey Dee & The Starliters: a primeira banda que Jimi Hendrix tocou

Transformaram um bar em point de personalidades famosas
  A banda Joey Dee & The Starliters colocou fogo na Pop Music dos Estados Unidos na década de 1960. Ficou famosa ao gravar o hit “Peppermint Twist” em 1961. Fundado por Joey Dee, com o vocalista Rogers Freeman, colocaram nas paradas as canções “Lorraine”, “The Girl I Walk To School”, ainda em 1958. Nesse mesmo ano entra na banda David Brigati. Nesse período gravam a composição “Face of an Angel”, com Brigati arrebentando no vocal. O disco saiu pela Scepter Records. A segunda faixa foi “Shimmy Baby”.

  Em curto espaço de tempo passaram muitos músicos pela banda, como baterista Don Martin, Larry Vernieri (vocal), Carlton Lattimore (órgão), Willie Davis (bateria), irmão de Brigati, Gene Cornish, Felix Cavaliere e o talentoso guitarrista Jimmy James, que depois foi tocar na banda de Black Music The Isley Brothers. Dali adotou o nome artístico de Jimi Hendrix tornando-se um dos maiores guitarristas do mundo.

  O responsável por trazer Joey Dee & The Starliters para o Show Biz foi o agente Don Davis. Durante  apresentação numa boate em Nova Jersey o caminho para a fama começou ser arquitetado. Depois foram trabalhar em um salão chamado Peppermint na 45th Street na cidade de Nova York. O combinado era permanecer o final de semana no local. 

O sucesso tornou a banda da casa por um ano. Ali que Joey escreveu a célebre canção “Peppermint Twist” ao lado do produtor Henry Glover. Nesta altura do campeonato já havia assinado com a Roulette Records. O salão ganhou fama em todo o mundo, atraindo personalidades como a esposa do presidente Kennedy, Jackie, o escritor Truman Capote, os atores John Wayne,  Judy Garland, Shirley MacLaine, o teatrólogo Tennessee Wiliams e o cantor Nat King Cole.

 Com todos os integrantes da banda na faixa dos 20 anos, surfaram na fama, inclusive aparecendo no filme Let´s Twist, estrelado por Jo Ann Campbell e Teddy Randazzo. O nome da produção cinematográfica era o retrato ficcional de Joey Dee e o salão Peppermint. A faixa principal e o hit “Shout” part. I viraram o segundo maior recorde de vendas da banda. Em 1962 continuaram nas paradas com a canção escrita por Johnny Nash, “What Kind Of Love Is This”. No final daquele ano o grupo fez a última gravação como banda.

  Em 1963, Joey Dee lançou o álbum Dance, Dance, Dance, com as meninas do The Ronettes como grupo de backing vocal. Nesse mesmo ano os rapazes da The Starliters excursionaram pela Europa com os Beatles como banda para abrir shows.  Em 1964, Joey Dee chamou vários membros do grupo, como Cornish, Cavaliere e Eddie Brigati, o baterista Jimmy Maeys, o vocalista Tommy Davis para uma turnê.

  Joey continuou gravando em carreira solo até começo da década de 1970, também relançou o hit “How Can I Forget”, agora sob o nome de Joey and Dee The New Starliters. Durante os anos de 1980 ele morou por curto período de tempo na Flórida antes de voltar para Nova York. Ao lado de Bob Valli, irmão do Four Seasons Frankie Valli, e do vocalista David Brigati, do grupo original Starliters, faz mais de cem shows anuais.



Lenny Welch: a cópia de Johnny Mathis que não vingou

Por erro de cálculo, Welch travou sua carreira artística
  Lenny Welch começou a cantar na adolescência em grupos e depois participando de shows de talentos. Nessa época fez um teste na Decca Records, em Nova York. 

Aprovado, os executivos da empresa os batizaram de Lenny em vez de Leon, o nome original. Gravou o primeiro disco que teve poucas vendas. Após dois anos, o lutador profissional Coley Wallace o apresentou para Archie Bleyer, dono da Cadende Records.

  Logo lançou o hit “You Don´t Know Me”. Não teve grande impacto quanto o segundo single, "Since I Fell for You”, 5º lugar nas paradas dos Estados Unidos em 1963. Vendeu muitos discos. 

Depois explodiu com “Ebb Tide” e passaram chamá-lo de outro Johnny Mathis. No ano seguinte Bleyer passou a gravadora para frente. Andy Williams compra e muda o nome Barnaby Records.

  Após colocar vários hits nas paradas, Welch foi prestar o Serviço Militar, cantando para a tropa que começava a perder muito sangue na Guerra do Vietnã no segundo ano de combate. Porém aproveita os finais de semana para promover seus lançamentos, agora pela Kapp Records. Neste selo lançou as canções “Darling Take Me Back”, “Two Different Worlds” (1965), “Please Help Me, I´m Falling” (1966) e “The Right to Cry” (1967).

 Para ganhar mais destaque na mídia, passou a fazer vários shows em Las Vegas, vendendo a imagem de cantar igual a Johnny Mathis e Andy Williams. Acabou conquistando espaços em grandes clubes, mas sem grande estouro nas paradas. Optou em gravar uma antologia, cobrindo o período de 1958/1966 para a Taragon Records. Por falta de sabedoria, sua carreira estacionou na década de 1960, quando ainda tinha muito espaço para explorar.



sábado, 10 de agosto de 2013

Bobby Lewis: outro cantor de um só sucesso


 
Lewis é outro artista a receber o temível carimbo de um só sucesso
 Bobby Lewis é o que podemos chamar de artista talentoso, mas que o público o reconhece apenas por causa de um sucesso: “Tossin´and Turnin”, lançado no começo de 1961, que ficou nas paradas dos Estados Unidos por 23 semanas. Vendeu 3 milhões de cópias, algo equivalente hoje a 30 milhões de discos. Durante o decorrer da carreira, Lewis emplacou outros hits, como “One Track Mind”.

  Criado num orfanato fugiu dali aos 14 anos. Pouco tempo depois entrou na Orquestra Hines Leo em Indianapolis como vocalista. Trabalhou em pequenos clubes e teatros durante a década de 1950, quando gravou a canção “Mumbles Blues” para a Spotlight Records, em seguida foi para a Mercury.

  No final de 1960 se apresentou no famoso teatro Apollo, em Nova York. Nesta época estava na Beltone Records, em Manhattan e acabou gravando uma música composta por um outro artista, Ritchie Adams, a famosa “Tossin´and Turnin”. A Beltone não soube aproveitar o dinheiro que ganhou e em 1963 faliu. Lewis mudou para a ABC-Paramount e lançou o hit “Stark Raving Mad”, de pouco êxito comercial. Entrou para a galeria dos artistas de um único sucesso.


                                                   

Ron Holden: da cadeia para o sucesso

A sorte de Holden foi parar numa delegacia em que um policial pretendia abrir uma gravadora

  A carreira de Ron Holden começou quando foi preso por dirigir sob efeito de álcool e maconha. Preso, na delegacia passou a cantar. O oficial Larry Nelson o ouviu e lhe disse que pensava em deixar o cargo. Holden pegou seu telefone. Após sair da cadeia, o ex-policial entregou a letra da canção “Love You So”.

  Holden estourou nas paradas dos Estados Unidos, lançada pela Nite Owl Records, gravadora de Nelson, depois vendida para uma outra maior, a Donna. A maioria das outras canções do álbum foi composta pelo futuro Beach Boy, Bruce Johnston. 

No disco destacam as composições “My Babe”, “Your Line Is Busy”, “Let No One Tel You” e “Love You So”.  O hit chegou ao Top 10 no Verão de 1960. Mesmo com 21 anos, Holden não repetiu o sucesso em outros discos e se afastou da carreira artística.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Duke Pearson: o responsável pelo surgimento de Herbie Hancock

Numa turnê ao Brasil compôs a linda "Cristo Redentor"

  Duke Pearson, após estudar piano e trompete, preferiu tocar em diversas regiões dos Estados Unidos antes de se fixar em Nova York no final da década de 1950, quando estava com 28 anos.

 Nessa época trabalhava como compositor e diversos artistas, como Donald Byrd, Art Farmer, Benny Golson e Pepper Adams gravaram suas canções. Em 1963 tornou-se diretor da Blue Note Records, onde ficou até 1971.

 No final da década de 1960 formou uma talentosa big band nova-iorquina com excelentes músicos e jazzistas. O grupo passou a tocar hits próprios e gravou lindos álbuns. 

Nos anos de 1970 dividiu o tempo entre acompanhar cantoras como Carmen McRae e Nancy Wilson e dirigir sua própria banda. Nessa época começou a lutar contra a esclerose múltipla. Anos antes deixou de tocar trompete por causa de problemas nos dentes, centrando fogo no piano. Aliás, foi a doença de Pearson que possibilitou o surgimento de um jovem chamado Herbie Hancock, quando em 1961 ficou impossibilitado de tocar.

  É de sua autoria a bonita “Cristo Redentor”, grande sucesso, inspirada numa viagem feita ao Brasil durante turnê com Nancy Wilson. Enquanto teve saúde, Pearson gravou diversos discos como líder de sua banda e também para David Byrd na Atlantic Records. O grupo Byrd-Pearson era composto por Chick Corea, Pepper Adams, Randy Brecker e Garnett Brown, os três últimos também eram membros do Jones-Mel Lewis Thad, banda que tocava na mesma boate, The Village Vanguard, porém em noites diferentes. Seu talento resistiu até 1980 quando morreu de esclerose múltipla.



Lou Donaldson: grande talento do Soulful no sax alto


Sem sentir o peso da idade, Donaldson continua esbanjando talento
  Lou Donaldson, nascido na Carolina do Norte, é mais conhecido por sua pegada Soulful, Bluesy de tocar sax alto, embora tenha sido muito influenciado pelo Bebop de Charlie Parker. 

No início da década de 1940, aos 14 anos já trabalhava na Universidade Técnica de Greensboro. Mais tarde alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, recebendo treinamento nas bases militares dos Grandes Lagos, em Chicago.

  Ali conheceu o Bebop. Com o final da guerra foi trabalhar em clubes. Entrou numa banda e gravou a trilha sonora de uma comédia musical, em Greenville, na Carolina do Norte, sua terra natal. 

O filme Pitch a Boogie Woogie, que na primeira versão fez pouco sucesso, acabou restaurado pela American Film Institute e entrou novamente no circuito universitário da Universidade da Carolina do Norte em 1949.
  Donaldson acompanhado de outros músicos apresentaram um show após a exibição da película. No documentário Boogie in Black and White, ele e seus companheiros lembraram do making off, onde muitos acreditavam que tocava clarinete na banda. Em 1950 fez as primeiras gravações de Jazz com a Orquestra Charlie Singleton, depois participou de bandas menores ao lado do trompetista Blue Mitchell, o pianista Horace Silver e do baterista Art Blakey.

  Três anos depois gravou com talentoso trompetista Clifford Brown e Philly Joe Jones, que era membro do quinteto de Art Blakey e apareceu em alguns dos seus melhores álbuns, incluindo Night at Birdland, de 1954. Com o passar dos anos, Donaldson virou lenda no Bop, Hard Bop, Jazz e Soul.

  Durante as décadas de 1960 e 1970 fez várias turnês, geralmente como o líder de uma pequena banda, tocando em concertos e festivais nos Estados Unidos e Europa. Passou pela famosa Blue Note Records, produzindo vários excelentes álbuns de Jazz, Soul. Nessa época colocou em prática mudanças  estilísticas, experimentando um estilo, Soul Jazz R&B misturado ao Funk Jazz.


 Nos anos de 1980 apresentou bonito disco, onde sua técnica impressionante e criatividade lhe garantiu bom lugar no circuito internacional de Jazz, apesar de várias vezes ser ignorado pela crítica especializada. Neste século 21 continua tocando canções carregadas de Soul Jazz. 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

The Soul Children: criação de Isaac Hayes na Stax Records

O grupo foi criação de Isaac Hayes e David Porter

 De Memphis, Tennessee, terra da inesquecível Stax Records, outra grande fábrica de artistas de sucessos na década de 1960 ao lado da Motown, de Berry Gordy, saiu a banda The Soul Children, fundada por Isaac Hayes e David Porter, para preencher o espaço deixado pela dupla Sam & Dave, após saírem da Atlantic Records.

 Composta por John Colbert “Blackfoot”, Norman West, Anita Louis e Shelbra Bennett, entre 1968 e 1978 emplacaram 15 hits nas paradas de R&B dos Estados Unidos. “Blackfoot” é o apelido que Colbert pegou por andar descalço na infância nas calçadas asfaltadas de Memphis durante o Verão.

  Após a morte da maioria dos membros originais da banda Bar-Kays, mortos junto com Otis Redding num acidente de avião em 1967 em Wisconsin. Depois foi para a The Soul Children. Após alguns anos emendou carreira solo como J. Blackfoot, estourando com o single “Taxi”, em 1984 na parada de R&B.